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História Minha Cura - Fragilidade


Escrita por: AmorzinhaMP

Notas do Autor


Oioioioio Minna! Olha quem apareceu, mas é bem rapidinho hein? Passei apenas para postar o capítulo que acabei de terminar, porque não sei quando vou ter tempo para posta-lo :CCCCC
Leitores novos sejam bem-vindos! Sintam-se a vontade ♥
Obrigada pelos os comentários do capítulo anterior, logo responderei, eu prometo! ♥

Boa leitura!

Capítulo 31 - Fragilidade


 

Aquilo definitivamente era um pesadelo, e a qualquer momento iria acordar e sua filha estaria em seu quarto estudando para seu TCC.

Rin simplesmente não podia ter sofrido uma colisão frontal, ela deveria estar em casa descansando.

Fugaku ficou perturbando, sentido cada batimento de seu coração aumentar de velocidade. Suas pernas estremeceram, e ele caiu sentado sobre o chão gelado do hospital. Como isso poderia ter acontecido?

Ele apenas havia saído do quarto de Mikoto para tomar mais um café, enquanto sua mulher tomava banho com auxílio de uma enfermeira pois havia acabado de tomar remédios e se sentia grogue. E quando estava voltando para o quarto, simplesmente escuta alguém pronunciar o nome de sua filha e então a associa com um acidente de carro.

Foi inevitável que deixou a xicara escorregar de seus dedos, entrou em estado de paralisia pois não conseguia acreditar que teria que passar por tudo aquilo novamente.

— Senhor, você está bem? — A enfermeira correu para acudi-lo, mas o mesmo não soube nem como responde-la.

— Para onde a levaram? — Perguntou a enfermeira assim que voltou a se refirmar sobre o chão.

— Sala de cirurgia, ela está com hemorragia interna correndo risco de sofrer uma parada cardiorrespiratória, ela também tem uma hemorragia externa em sua perna direita e deverá levar pontos.

A situação lhe parecia pior a cada palavra que saia da boca daquela mulher. Dessa vez estava pior, Rin estava sofrendo um risco de vida muito maior quando sofreu seu primeiro acidente, naquela época, ela apenas ficou inconsciente por causa do trauma, não sofria alto risco de vida, mas agora era diferente.

Fugaku não precisava ser médico para saber que se sua filha tivesse chance de sobreviver, precisava passar por atendimento em questão de minutos.

— Quero que me avise de todos os detalhes a cada instante. A mãe dela está internada no quarto B3660, 6º andar. Se eu não estiver aqui, estarei lá.

— Sim Senhor. — A enfermeira anotou as informações e se apressou.

Fugaku olhou para o rapaz loiro e de olhos verdes como duas esmeraldas, era quase uma raridade encontrar alguém assim no Japão. Mas a enfermeira estava perguntando sobre Rin a ele, então deduziu que o rapaz estava envolvido de alguma maneira.

— Desculpe, mas quem é você? — Perguntou sem fazer nenhuma cerimônia. Fugaku não tinha tempo e nem mesmo estado emocional estável para tentar parecer educado.

— Kaneko Shinji. Eu salvei sua filha, os bombeiros não chegariam a tempo por causa da chuva e do trânsito.

— Então como a trouxe? — Perguntou intrigado, e já desconfiado. Afinal, depois que conheceu Inu, sabia reconhecer muito bem um Youkai.

— Voando. — Disse simples.

— Sesshoumaru que deveria ter feito isso. Afinal, cadê ele que não está aqui? — Fugaku tirou o celular do bolso da calça jeans que usava, iria ligar para o namorado de sua filha imediatamente e avisaria logo depois Sasuke e Itachi.

— Acredito que ele ainda não saiba. Acredito que terminaram.

O Uchiha olhou para Shinji e seu olhar sombrio se estreitou no mesmo instante. Aquele rapaz sabia de algo que não estava contando para ele.

— Por que acho que sabe de algo que não está contando?

— Porque como dizem por aí, você é o grande Uchiha. — Ambos trocaram olhares pesados e qualquer que os olhassem sentia o clima pesado que se formou entre eles. Mas Shinji não queria confusão dentro de um hospital. — Rin passou no escritório de Sesshoumaru instantes antes do acidente, eu estava no térreo quando ela subiu para a sala dele que estava com uma mulher tratando de negócios. Em menos de 5 minutos, sua filha voltou completamente atordoada e chorava muito. Eu a ajudei e ela entrou no carro para ir para casa, disse que estava bem. Eu fui atrás dela instantes depois de perceber que algo iria acontecer. Cheguei a tempo de ver a colisão.

Fugaku fechou os olhos e suspirou pesadamente, tentando controlar sua raiva devastadora dentro de si. Mas nunca foi bom em controla-la, principalmente quando se tratava de seus filhos.

— E a história se repete, cada vez pior! Sesshoumaru vai me pagar muito caro! — Esbravejou, esquecendo-se que estava em um local de silêncio. Nunca perdoaria alguém que fez sua filha chorar, e é exatamente por isso que Fugaku nunca se perdoaria.

Discou o número de Itachi no seu celular, teria que escolher bem as palavras para não deixar seu filho em choque, sabia muito bem que ele era tão apegado a Rin quanto ela era nele. Seu filho atendeu no primeiro toque.

— Itachi ainda está na empresa?

Sim, Sasuke e eu estamos colocando suas tarefas em dia. E eu ainda tenho que recolher alguns documentos para que Rin verifique. — Apenas pela voz pode saber que seu filho estava estranho. Era como se ele estivesse sentindo antes mesmo de saber.

— Itachi, preciso que mantenha a calma. Sua irmã sofreu um acidente de carro, ela está aqui no hospital.

E um silencio doloroso preencheu a ligação por longos segundos.

Estou indo agora. — Como esperando, Itachi não hesitaria em vir correndo.

Ele precisava manter a calma, pois também tinha que dar a notícia para sua esposa, apenas não sabia se teria coragem para fazer. Tinha medo, muito medo que Mikoto se descontrolasse como na última vez e isso prejudicasse seu estado de saúde frágil.

Quando tudo isso acabar, ele não deseja por mais os pés em hospital algum. Estava traumatizado.

Os minutos passavam arrastados, os barulhos e a correria do hospital fazia com que sua cabeça ficasse pesada e doesse. Não tinha notícias de sua filha, e não conseguia voltar para o quarto de sua mulher, pois não teria coragem para encarar Mikoto naquele momento.

Pelo o corredor extenso pode ver Itachi e Sasuke correndo em sua direção, Sasuke já não vestia seu paletó, e Itachi estava com a gravata afrouxada como se fosse um adolescente que não gosta do uniforme da escola.  Ambos chegaram até Fugaku com um folego perfeito, digno de atletas, mas suas faces eram preocupadas, e demonstravam dor.

Já havia um tempo em que ele não via a dor estampada no rosto de seus filhos, com as semanas que se passaram, todo mundo estava melhor com a molharia de Mikoto, mas agora, tudo voltou novamente. Dor e preocupação parecia fazer parte da família Uchiha.

Suspirou alto para a pergunta de Itachi.

— Eu não sei como ela está, a levaram para a sala de cirurgia.

Shinji observava a família a distância, e se perguntava o que teria acontecido se não tivesse salvado aquela garota no mesmo instante. Provavelmente estariam chorando a morte dela. Agradeceu por ter tido a oportunidade de fazer algo certo em sua vida, e que não foi pensando nele mesmo.

Quando iria se virar para seguir seu caminho, o rapaz de cabelos longos e presos olhou em sua direção, teve a certeza que Itachi iria reconhece-lo da faculdade, mas quando o mesmo deu o primeiro passo em sua direção, imaginou que ele já estive informado sobre o que aconteceu.

— Então Shinji, obrigado por socorrer minha irmã. Nunca imaginei que te veria de novo.

— Não me agradeça, isso soa horrível vindo de você. — Shinji virou seu rosto para a outra direção e pode ver a enfermeira se aproximando novamente.

Ela não estava com uma cara boa, mantinha a ficha de Rin em suas mãos e a olhava preocupada. Isso não era um bom sinal. O corpo de Shinji ficou rígido pela a tensão, não tendo um bom pressentimento sobre o estado da Uchiha mais nova.

— Senhor Uchiha, sua filha precisa de uma transfusão de sangue. — Ela anunciou com um pesar, e os Uchiha ficaram visivelmente preocupados. E isso não passou despercebido pelos os olhos e ouvidos atentos de Shinji. — Precisamos que um de vocês sejam compatíveis ao sangue dela para a transfusão, pois o nosso estoque de O negativo está em falta.

— Esse é o problema. — Fugaku fechou seu punho com força, tentando controlar a raiva que sentia de si mesmo.

Itachi e Sasuke fecharam os olhos, os dois sabiam o que isso significava. Nenhum deles eram combatíveis, nem mesmo Mikoto.

— Meu tipo sanguíneo é B positivo, minha esposa é A negativo. Itachi e Sasuke nasceram com o tipo sanguíneo AB positivo. Nenhum de nós somos compatíveis.

— Precisamos urgentemente de alguém compatível, é isso que vai salvar a sua filha.

— O que faremos? Meu irmão também é B positivo. — Disse Fugaku para seus filhos. Estava cada vez mais desesperado, sentia que não podia salvar sua filha nem mesmo com o seu sangue.

Ele simplesmente queria estar no lugar de sua filha, queria poder tomar todas as dores de sua filha e salva-la. Tudo sempre caia sobre ela, as pessoas sempre faziam mal a sua filha e isso era injusto!

Pensava em Sesshoumaru e de imediato sua raiva aumentava. Confiou que aquele demônio iria cuidar de sua filha, acreditou que ele a amava e que seria diferente de Kohaku, e agora isso estava custando a vida de Rin.

Não poderia perdoá-lo nunca.

— Eu posso. — Anunciou Shinji, e Itachi ficou espantando, mas seu coração se encheu de esperanças.

— Mas você é...

— Meio-Youkai. — Interrompeu. — Sim, eu sou. Mas isso é até melhor. Há uma remota possibilidade do meu sangue ajudar a cuidar da hemorragia interna.

— Faça isso. Todos nós sabemos como o tipo sanguíneo de Rin é raro, você é melhor chance que temos. — Fugaku foi firme, ele faria qualquer coisa para salvar sua filha, até mesmo confiar do sangue de outra pessoa.

— Senhor, me acompanhe por favor. — Disse a enfermeira e passou a guiar Shinji pelo o hospital.

Shinji já não estava mais no alcance da visão deles.

— Espero que isso a salve.

 

O hospital estava particularmente mais irritante naquela tarde, seus nervos estavam a flor da pele e sua TPM estava em seu ápice. Estava naquele plantão há mais de 14 horas, ainda tinha 10 horas para que pudesse ir para casa, ser residente de cirurgião estava a deixando louca ao ponto de querer apenas se trancar em seu quarto e não deixar nem mesmo Inuyasha entrar.

Havia conseguido 10 minutos de descanso, estava exausta e precisava de um café para conseguir continuar com seu plantão.

A lanchonete estava bem movimentada, o que era de se esperar tendo o hospital tão cheio.

Kagome se sentou na bancada apenas para tomar o café e colocar um pedaço de pão para dentro antes de voltar ao seu trabalho. Tinha que visitar e conferir a Senhora Mikoto antes do dia terminar, seu chefe era tão cuidadoso com seus pacientes que obrigava a todos os residentes sob sua responsabilidade serem igualmente cuidadosos.

Mas decidiu andar um pouco, ficar sentada iria fazer com que seu sono aumentasse, e sentir sono era o mesmo que cometer um pecado.

Apanhou o copo de café em suas mãos e ficou andando pelos os corredores antes de subir até o quarto dos pacientes.

Kagome sentia-se despertar aos poucos a cada gole de café que tomava, e em instantes notou que estava passando pela a área de emergência, ao longe uma equipe corria em torno de uma maca, aquilo era a rotina do hospital. Mas Kagome conseguia ver muito sangue vivo, e logo em seguida viu o rosto de Rin. Seu corpo ficou paralisado no lugar, e ela não acreditava no que estava vendo com os seus próprios olhos.

A equipe apressada passou por si e entraram para ala de cirurgias, Kagome entendeu no mesmo instante que a doce cunhada de seu noivo estava sendo levada para uma cirurgia de emergência.

Retirou o celular do bolso, viu a hora, não podia ir atrás dela, tinha que ir ver os pacientes em seus quartos.

Seguiu para o elevador tendo plena convicção que o Doutor Kabuto iria cuidar de Rin com sua experiência de dar inveja.

Visitou outros pacientes antes de ir ver a matriarca dos Uchiha, não sabia como ia conversar com ela sabendo que Rin estava em cirurgia. Mikoto nem deveria estar sabendo ainda, e mesmo depois de algum tempo, não sabia como iria reagir da frente dela.

Bateu na porta e em seguida enfrentou seu receio e entrou no quarto, observando uma risonha Mikoto se esforça para ficar sentada sobre a cama para recebe-la.

— Mikoto-Chan, não deveria se esforçar tanto. — Disse enquanto se aproximava com o prontuário em suas mãos. — Como está se sentindo?

— Bem, eu diria apesar de estar grogue por conta da medicação, mas não estou com dores, apenas... — O semblante de Mikoto mudou, o cenho franzido fez o estomago de Kagome pesar. — Estou preocupada com a minha filha, e Fugaku está demorando para voltar.

— Devem estar bem, apenas fique tranquila. — Kagome nunca havia dado um sorriso tão falso em sua vida, mas era preciso. Não tinha o direito de dar aquela notícia para Mikoto, ela deveria ouvir de sua própria família.

Começou a checagem rotineira, Mikoto estava bem e melhorando a cada dia, tinha certa que logo iria receber alta. Fez as anotações necessárias e se despediu de Mikoto, agora ela tinha tempo para procurar notícias sobre Rin.

Pegou o elevador, foi para ala de emergência e no corredor pode encontrar Kouga, o residente em neurologia que estava junto a equipe que atendeu Rin.

— Ei, Kouga, o que houve com a Rin?

— Você a conhece? — Perguntou um pouco surpreso, fazia semanas que Kagome estava o evitando e não esperava que isso fosse mudar logo agora.

— Sim. — Respondeu simplesmente, não queria criar motivos para uma futura briga com Inuyasha, sabia muito bem o quanto os dois se detestavam.

— Ela sofreu um acidente de carro Kagome, ela teve uma hemorragia interna próximo aos pulmões e uma externa na perna. Perdeu muito sangue e foi preciso uma transfusão urgente e...

— Obrigada mas preciso ir. — O interrompeu e correu para a sala de espera e pode ver toda a família de Rin, mas não viu Sesshoumaru. Isso significava que ele não sabia que sua namorada estava em estado grave. Imediatamente pegou seu celular e ligou para Inuyasha.

Ká, você não deveria estar em plantão? — A voz tranquila de Inu a fez acreditar que ele não sabia do que estava acontecendo.

— Inu, me escute, onde está Sesshoumaru?

Ele está trancado no quarto, como sempre. Por quê? O que está querendo com ele? — Ela conseguia sentir o ciúmes de Inuyasha a metros de distância, e isso a irritava.

— Inu, a Rin está no hospital seu idiota, ela sofreu um acidente! — Kagome se exaltou, fazendo com que todos os olhares dos Uchihas voltassem para ela.

Eu... Eu vou avisar, obrigado Ká.

— Venham logo.

Itachi caminhou até Kagome, estava curioso para saber com quem ela estava falando sobre sua irmã caçula. Ainda estavam sem notícias de Rin, talvez ela pudesse ajudar.

— Posso perguntar quem é você e por que está falando sobre a minha irmã? — O olhar negro de Itachi estava impiedoso e fez com que Kagome sentisse medo apenas por estar perto dele.

Kagome deu um passo para trás involuntariamente.

— S-Sou Kagome Higurashi. — Respondeu ao engolir em seco. — Sou residente aqui no hospital e sou noiva de Taishou Inuyasha. Conheci Rin na casa dos meus sogros, e estou preocupada.

Itachi suspirou, a moça era apenas uma residente não ia ter novas notícias sobre Rin, e além de tudo, ela deveria estar apenas avisando o noivo do ocorrido. E foi nesse instante que ele se tocou, não havia nem um Taishou ali.

Era impossível que seu pai tivesse se recusado a avisar ao namorado de Rin sobre o acidente.

— Pai! Por que diabos você não contou a Sesshoumaru que Rin está no hospital?

— Porque ela está aqui por causa dele. — Respondeu Fugaku, com o maxilar rígido e os punhos fechados dentro do bolso apertado de sua calça. — A história se repetiu Itachi, mas dessa vez, nós iriamos perde-la. Se aquele hayou não tivesse a salvado...

— Que porra que Sesshoumaru fez para minha irmã?! — Sasuke se exaltou, sentindo o ódio correr em suas veias tão rápido quanto seu sangue. E a cada palavra que seu pai dizia sobre o que aconteceu para Rin parar novamente naquele lugar, fazia tudo ficar pior.

— Eu vou mata-lo. — Itachi e Sasuke disseram juntos, como se estivesse em um coral.

Fugaku viu que aquilo também estava se repetindo, Itachi e Sasuke com um desejo mutuo de matar alguém que fez mal à irmã caçula. Dessa vez ele pensava seriamente em se juntar a eles, e esquecer que a família Taishou eram sócios importantes de sua empresa.

Kagome sentia ódio puro no ar, e mesmo não querendo, ela os entendia tão perfeitamente que era assustador. Kagome era a filha mais velha, e que perdeu o pai quando tinha 12 anos, e seu irmão caçula tinha apenas 5 anos. Ao se colocar no lugar de um deles também iria querer acabar com a vida de Sesshoumaru. Estava começando a se arrepender de ter avisado Inuyasha, não deveria ter se intrometido.

Sentou-se na cadeira de frente para o patriarca Uchiha, observando-o cautelosamente.

— A transfusão já aconteceu, acredito que dentro de 5 ou 10 minutos receberão novas notícias.

— Obrigado.

Os minutos se passaram, e ao longe era possível ouvir um barulho estranho de pessoas correndo. E de repente, os dois irmãos atravessaram a porta da sala chamando o olhar de todos, e também atraindo o ódio dos Uchiha.  

— Como ela está? — Sesshoumaru estava atordoado, qualquer um poderia enxergar isso. Sua roupa estava amassada, a camisa estava para fora da calça e com os primeiros botões abertos, a gravata não tinha nenhum nó, o youkai estava totalmente fora do seu habitual e não parecia a mesma pessoa.

Fugaku se levantou ainda olhando para o chão, mas a sua postura impecável estava de volta e seu corpo inteiro ficou rígido pelo o ódio que estava instalado em suas entranhas, e os Taishou conseguiam perceber isso muito bem. Mas não entendiam.

O silêncio reinou, ninguém ousou abrir a boca para responder à pergunta de Sesshoumaru, todos na sala se encontravam tensos esperando que o patriarca da família Uchiha tomasse a iniciativa.

Ao levantar o olhar, Inuyasha deu um passo para trás estranhando e temendo a estranha reação de Fugaku. Ele não estava conseguindo entender o que diabos estava acontecendo, não era justo que eles dirigissem o ódio pelo o que aconteceu com Rin a eles, muito menos a Sesshoumaru. Era isso o que pensava.

Entretanto, ao olhar para sua noiva sentada cabisbaixa, soube que algo terrível tinha acontecido.

Mas Sesshoumaru por outro lado, entendia o que estava acontecendo. Apenas não compreendia como eles sabiam.

— Onde... — Se interrompeu, no momento em que Fugaku começou a caminhar em sua direção. O olhar carregado de ódio era como um desafio para Sesshoumaru, e ele não estava querendo machucar o pai da mulher que ama.

O clima ficava cada vez pior a medida que Fugaku se aproximava do Youkai, Sasuke e Itachi olhavam periculosos a cena e esperavam Fugaku fazer o que ambos desejavam. E então aconteceu.

O punho forte e rígido de Fugaku acertou o rosto de Sesshoumaru que caiu no chão pela a surpresa de ser atingindo por uma força que não imaginava que um humano poderia ter.

— ELA ESTÁ NA SALA DE CIRURGIA SENDO OPERADA POR SUA CAUSA!

O som de um trovão forte soou por todo o hospital, fazendo com que Kagome se assustasse em como o som assustador de um trovão se encaixou perfeitamente com a situação.

Inuyasha arregalou os olhos espantado, seu irmão estava sendo acusado de causar o acidente da Rin, isso lhe parecia insano demais para ser verdade.

— Você não merece, mas eu vou contar para que você tenha o mínimo de decência de sentir culpa. Rin sofreu uma colisão frontal com um Civic, porque não tinha nenhuma condição de dirigir depois de ter saído aos prantos do seu escritório! — A suspeitas de Sesshoumaru apenas se confirmava a cada palavra que Fugaku dizia. — Ela teve uma hemorragia interna, e uma externa que a fez perder muito sangue, e eu tenho certeza que você não sabe que ela é O negativo, e somos todos incompatíveis com o sangue dela porque é um tipo sanguíneo raro. — O peito de Sesshoumaru começou a doer ainda mais, estar sabendo dos detalhes foi extremamente pior do que saber através de Inuyasha que Rin sofrera um acidente. — Sabe o que pode salva-la? O sangue de um meio-youkai que eu nunca vi na minha vida e fui obrigado a confiar nele. Shinji fez muito mais pela a minha filha do que você fez em meses.

— Shinji... — O nome do meio-youkai que sempre o odiou escapou de seus lábios. Não estava acreditando que aquele idiota teria feito qualquer coisa para salvar uma vida humana, ainda mais alguém que Sesshoumaru deixou claro ser sua.

— Mas Sesshoumaru, isso ainda não acabou. Você vai subir no quarto da mãe dela e dar a notícia do acidente e pedir desculpas por ter colocado a vida da única filha dela em risco!

— Dizer a Mikoto? — Sesshoumaru estava espantando, apesar de sentir a dor enorme em seu peito causado pela a culpa, não esperava que fosse Fugaku o cobrar tudo aquilo dele, esperava que tal atitude viesse de Itachi ou Sasuke.

— Mas sabia Sesshoumaru, eu juro pela a minha alma condenada que se a minha filha tiver qualquer sequela, ou se ela... — Fugaku engoliu em seco com a possibilidade e foi incapaz de completar a frase. — Você não vai sobreviver como Kohaku sobreviveu.

O olhar de Fugaku era penetrante, e fazia a espinha de Sesshoumaru se contorcer de tensão. Não era possível que um humano estava fazendo ele sentir aquilo apenas com um olhar. Mas Sesshoumaru sabia que Fugaku poderia sim tentar mata-lo por causar o acidente de Rin.

Mas isso era injusto, não era culpa dele.

Sesshoumaru se colocou de pé, ficou de cabeça baixa pensando no estado em que Rin se encontrava. Estava desesperado com a possibilidade de perde-la, e não sabia como controlar isso dentro de si, era tão devastador e tão descontrolado. Era a primeira vez que sentia isso, o medo de perder alguém que ama.

Sesshoumaru não poderia e não suportaria viver em um mundo em que Rin não estivesse.

Perde-la seria o mesmo que sua vida acabar.

Poderia viver com as consequências de não ter evitado suficiente a Kagura, mas nunca suportaria o silêncio de Rin por toda uma eternidade.

Desde que conhecera Rin, toda sua vida mudou, tudo passou a girar em um único objetivo de fazê-la feliz. Mas o que acabou causando foi um risco terrível para vida dela. Não sabia se seria capaz de encara-la, mesmo que no final ela estivesse a salvo.

Humanos não nasceram para viver ao lado de Youkais, são incompatíveis.

— Uchiha-Sama, eu tenho notícias. — A voz do Doutor Kabuto lhe tirou de seus devaneios, o fazendo prestar atenção em cada palavra que o cirurgião diria. — A transfusão foi um sucesso, conseguimos controlar as hemorragias do acidente e Rin está fora de perigo.

Era como se o médico estivesse tirando um peso de toneladas de suas costas. Se sentia mais aliviado, mas sabia que essa culpa não iria desaparecer completamente, pois não iria se perdoar. Nunca mais se olharia no espelho da mesma forma.

Pôde ver os Uchiha se acalmando e aos poucos ficavam cada vez mais aliviados.

— Entretanto ela deverá ficar no hospital de observação por alguns dias, para termos certeza que a colisão não a afetou neurologicamente, alguns casos só aparecem depois de dias, por isso a internação. Ela deverá acordar em algumas horas.

— Muito obrigado Doutor, você a salvou.

— Fiz apenas meu trabalho, quem a salvou de verdade foi quem a socorreu e a trouxe rapidamente, isso foi determinante para que ela sobrevivesse.

Sesshoumaru não conseguia entender como Shinji havia salvo Rin, quando o mesmo sumiu de sua vista daquela chuva, não imaginou que ele estivesse atrás da sua humana, muito menos que o meio-youkai sentiu que algo iria acontecer, quando ele não sentiu.

Isso o fez questionar se a relação que tinha com Rin era realmente profunda. Talvez não fosse tão quanto imaginava.

A única certeza valida que tinha, era que independente de qualquer coisa ele a amava tão profundamente que nada mais importava.

Seu coração se apertou mais, ele queria colocar tudo isso para fora, mas não era capaz de fazer, ele não conseguia fazer algo assim sem Rin por perto para ajudá-lo. Então, apenas ia deixar aquela sala de espera e ir para onde pudesse ficar em silêncio e esperar por Rin, e ele iria se explicar, devia isso a ela. Mas estava decidido que respeitaria a decisão de sua amada, seja ela qual fosse.

— Shinji.

Sesshoumaru estacionou no lugar quando escutou Itachi pronunciar aquele nome. Se virou para trás e viu aquele hayou desprezível se aproximar do irmão de Rin e ambos se cumprimentar em um aperto de mão como forma de agradecimento.

Shinji percebeu a presença de imediato do Taishou, mas isso não o deixou abalado, e sim se viu mais irritado por ele ter chegado tão tarde. Se Sesshoumaru estivesse aqui quando Rin precisou, em questão de horas ela poderia voltar para casa. Ficou revoltado com a possibilidade de Sesshoumaru nem ao menos saber disso.

Ambos se olharam com olhos carregados do ódio que era mutuo, pareciam que travariam uma batalha no meio do hospital.

Inuyasha assistia toda aquela cena em silêncio ao lado de sua noiva, entendendo porque os Uchiha queriam seu irmão morto. Mas por não estar cego de raiva, conseguia perceber que havia algo há mais, pois conhecia o seu irmão o suficiente para saber que o Sesshoumaru sentia por Rin era verdadeiro.

— Itachi, eu já vou indo, tenho compromissos com a minha família. Mas me mande notícias sobre sua irmã, espero que ela fique bem. Venho a visitar amanhã.

— Mandarei. Mais uma vez, obrigado Shinji.

Shinji começou o seu trajeto para fora do hospital, e se perguntava se ninguém iria teria mexido na sua moto. Provavelmente deveria ter sido apreendida pela a polícia, e isso o fazia lamentar

Mas ao passar por Sesshoumaru disse em um tom baixo em que apenas o Youkai poderia escutar.

— Você falhou em salva-la uma segunda vez. O quão egoísta você pode ser Sesshoumaru?

— Não brinque comigo, Shinji! — Sesshoumaru gritou, pouco se fodendo para quem estaria escutando, ou se iria incomodar alguém. — Você sabe que não foi minha culpa! Foi a Kagura aquela maldita...

— NÃO BRINQUE VOCÊ COMIGO SESSHOUMARU! — Shinji respirou e estralou a língua se repreendendo por ter gritado ainda mais alto que o Taishou. — Foi você que buscou isso. Quantas vezes ela não bateu na sua porta e você a deixou entrar com a desculpa de que ela nunca faria nada pois eram apenas negócios? Você sentiu a presença de Rin na porta da sua sala e você não foi atrás dela quando devia. Você é só mais um estupido que se acha e que Rin teve a infelicidade de encontrar.

— E ela estaria melhor com você? — Perguntou, começando a entender o que no fundo Shinji pretendia.  

— Se eu te disser que sim, você começaria a entender?

— Entender o que?

— Humanos são frágeis e você não entendeu que qualquer deslize a quebraria. Você é um canalha, e isso não mudou.

Shinji seguiu o seu caminho sem esperar por uma resposta de Sesshoumaru, pois sabia que ele nunca poderia responder aquilo.

 

As horas se arrastavam cada vez mais, já estava dando quase 14 horas que Rin sofreu o acidente, já estava preste a amanhecer e Sesshoumaru ainda não havia saído de dentro do seu carro.

Sua cabeça estava cheia e pesada, engolia em seco quando sua razão dizia que Shinji estava certo.

Os supostos negócios com Kagura começaram em torno de 3 semanas atrás, quando a mesma o procurou como advogado para resolver todos os problemas legais que estava enfrentando na justiça por sonegação de impostos e corrupção passiva dentro da empresa de sua família.

Sempre se convenceu de que era apenas mais uma cliente, mais um processo, e por isso não recusou o trabalho que poderia dar um lucro absurdo para o escritório se conseguisse provar a inocência de Kagura.

Mas nunca contou a Rin, não queria a fazer acreditar de que algo estava acontecendo, e sempre se convenceu que nunca deixaria que Kagura passasse do limite de uma cliente. Só que não foi capaz de se manter afastado da youkai no dia anterior, quando ela se ofereceu um café que estava batizado com algo que não pode identificar nem pelo o cheiro ou pelo o gosto.

E por uma infeliz coincidência do destino, Rin apareceu no momento em que Kagura viu que estava vulnerável e se aproveitou da situação. Shinji estava certo, sabia dos riscos que era deixar a youkai se aproximar demais e não tomou as providencias necessárias, e agora Rin pagou pelo o erro que ele cometeu.

Não importava se nunca conseguiria ser perdoado, isso não era nada, não foi a vida dele que foi colocado em risco, foi a dela.

A única pessoa nesse mundo para quem faria de tudo para proteger, foi a que mais feriu.

Ele precisava deixar de ser egoísta e tomar uma decisão. E foi exatamente o que ele fez, tomar a decisão de sair da vida de Rin e nunca mais se intrometer na vida dela.

A vida de Rin sempre foi difícil, ao lado dele seria mil vezes mais difícil.

Rin era humana, ele tinha que entender isso.

Para protege-la, Sesshoumaru iria se afastar.

 

 


Notas Finais


Se tiver algum errinho eu peço que desconsiderem, porfavorzinho!

Ah não Sesshy! :'(

Devo dizer que acredito que teremos apenas mais 2 ou 3 capítulos de MC :ccccc Triste né? Mas a fic já está em andamento há mais de 1 ano e sinto que preciso termina-la logo. :c Agradeço a quem sempre está acompanhando e dando força, isso é muito importante pra mim e cada leitor (msm os fantasminhas) são especial! ♥

Prometo que logo estarei de volta, beijos amores ♥


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