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História Minha Dona - Controvérsias


Escrita por: Entrophya_ e Gizze

Notas do Autor


Hey panquecas ^^

Tudo bem?

Tô aqui no meio do mato e arranjei um WiFi pra postar esse capítulo huehue

Obrigada pelos favoritos e comentários :3 vou responder a todos *.*

Boa leitura

Capítulo 10 - Controvérsias


~*~ 10:15  Horas / Quinta-Feira ~*~

Já fazia alguns minutos que a última aula do dia havia começado e os alunos do 3ºA não tinham nem notado que a professora não aparecerá. Não que isso fosse motivo de preocupação, na verdade era bom ter uma folga da rotina cansativa do colégio. Então todos estavam fazendo o que sempre faziam durante a troca de professores: conversavam, desenhavam, observavam suas paixões, secretas ou nem tanto, e alguns simplesmente discutiam por bobagens.

— Ei pessoal, — Rose falou chamando a atenção de todos da sala e, consequentemente, corando um pouco com isso. Já não era mais tão tímida como antes, até mesmo deixou os cabelos crescerem e chegarem ao seu queixo, porém continuava com a personalidade romântica e apegada a seus amigos. — Já que pelo que parece a Srta. Bustier não veio hoje, que tal se fizéssemos alguma coisa, juntos?

— Como um jogo ou algo assim? — Kim perguntou já se interessando e um burburinho de ideias começou até que uma voz sobressaiu.

— A gente podia brincar de verdade ou desafio... — Juleika propôs olhando discretamente para a garota de curtos cabelos loiros.

— Isso é coisa de criança. — Chloé interveio. 

— Mas isso bem que pode ser interessante para ver se as coisas mudaram aqui na sala. — Se intrometeu Lila, vendo os olhos de Adrien colados em Marinette, que como sempre, estava sentada a seu lado, e deu um sorriso de canto.

A italiana ainda era completamente obcecada pelo modelo, e desde que o loiro e a azulada se aproximaram tentava fazer Marinette perder a cabeça, talvez essa fosse sua chance.

Alguns por concordar com Lila, outros por querer alguma coisa, no fim todos acabaram aceitando a ideia. Depois de algumas mesas e cadeiras movidas finalmente todos sentaram-se em círculo no chão. Não foi difícil arranjar uma garrafa e logo já estavam brincando. Não podiam negar, apesar de algumas perguntas indiscretas e desafios piores ainda, esse era um bom jogo para fazer todos se envolverem. 

Muitas risadas foram dadas, paixões descobertas e até mesmo casais improváveis pareciam começar a se formar, mesmo com a parte divertida algumas verdades eram meio, difíceis de engolir, como o fato de Adrien já ter ficado com Lila e Chloé algumas vezes, eram colegas de profissão, afinal. Talvez o mais chocante para a maioria da sala foi saber que Rose “ficaria” com Juleika caso ela aceitasse.

Aos poucos os desafios e as verdades foram ficando mais intensas, até que finalmente Lila sentiu que poderia se divertir e tirar algum proveito da situação. A ordem para rodar a garrafa era o sentido horário e finalmente, estava na sua vez. Ela deslizou as unhas, compridas e bem pintadas, pela garrafa e a girou sem muita força fazendo com que depois de mal girar, a boca da garrafa ficasse apontada para a mestiça que estava sentada com as pernas cruzadas ao lado de Adrien.

— Marinette, verdade ou desafio? — a azulada pensou um pouco, ponderando qual seria menos pior, se é que isso seria possível vindo de Lila.

— Verdade.

— Como você se sente sendo apenas o suporte e a fonte de conselhos amorosos e sexuais do cara por quem é apaixonada a mais de dois anos? — Perguntou com um tom quase inocente, —  Quero dizer, como se sente sendo nada mais que o “suporte técnico” do Adrien? — Marinette se perguntava como aquela garota ainda tinha amigos e seguidores, mas o olhar e o tom de voz inocentes a faziam ter uma ideia. Ela respirou fundo enquanto percebia Adrien olhá-la com um misto de pena e curiosidade, como praticamente todos na sala.

— É verdade que eu já fui completamente apaixonada por ele, — soltou uma risadinha fofa —, mas, sabe Lila, com o tempo isso passou e agora ele é só o meu melhor amigo. E o cara que me irrita quase a aula toda. — Falou sorrindo para o loiro que abriu um sorriso forçado. Sabia que ela já não era mais perdidamente apaixonada por ele, mas esse fato o incomodava por alguma razão, talvez fosse apenas por ter de admitir que Luka estava certo.

O jogo continuou normalmente, pelo menos até Adrien ser desafiado a dar um “beijo de cinema” em alguma das garotas da sala, que no caso foi a Lila — a garota estava em sua frente e eles já haviam ficado mesmo —  foi o que ele disse.

Mas isso desencadeou uma série de eventos que teriam sérias consequências mais tarde. Um desses eventos foi Marinette ser desafiada pelo mesmo desafio de Adrien e, abusando da boa vontade e da dualidade da sexualidade do amigo, agarrou Nathanael.

Ela estava mexida com o fato de seu melhor amigo ter ficado com sua maior inimiga, confusa pelo seu relacionamento com Chat e, naquele momento, ela viu uma oportunidade de fuga. Quem não gostou nada disso foi o loiro sentado a seu lado, não admitiria que era ciúmes, isso nunca, mas não negava que ver outra pessoa que não fosse ele, provando o sabor dos lábios da azulada o havia deixado com muita raiva.

No fundo a maioria do pessoal da sala só queria ver Adrien e Marinette se acertando de uma vez, mas aqueles dois eram uns orgulhosos de merda.

 

~*~

Finalmente o sinal que anunciava o fim das aulas tocou e acabou com o jogo. Marinette e Adrien ajudaram a arrumar a sala e rapidamente saíram da escola, seguindo para a casa da azulada como sempre faziam. Só que, dessa vez o clima estava estranho, um estranho bem ruim.

— Você tá bem? — Mari perguntou assim que eles pararam no farol.

— Tem motivo pra não estar? — Adrien respondeu sem nem olhar para ela. A garota bufou, desde o ano anterior ele começou a ter momentos assim, não que ela se incomodasse muito, todos temos problemas, afinal.

— Adrien, olha pra mim. — Disse segurando o braço dele e olhou em seus olhos. — Sabe que eu vou descobrir, então conta logo.

Ele não respondeu de imediato, continuou um tempo ali, apenas observando o azul profundo dos olhos dela. O farol já abrira, as pessoas já haviam atravessado e eles continuavam ali, até ele virar a cabeça bruscamente e voltar a andar sem esperar por ela.

— Por que você teve que beijar o Nathanael?

— Sério que é isso? — Mari revirou os olhos. — E você beijou a Lila, por quê?

— Era só um jogo Marinette, — falou ainda emburrado e ela o olhou com a sobrancelha erguida. — Tá, mas ser a acompanhante dele no sábado faz parte do “verdade ou desafio”?

— Você está com ciúmes? Do Nathanael? — Inquiriu um tanto incrédula e ele deu um sorriso debochado, um sorriso que a fez lembrar de Chat.

— Mas é claro que não.

— Então qual o motivo disso tudo, Adrien? Mas, por favor, um bom motivo!

Ela parou de frente para ele, com os braços cruzados, esperou por um bom tempo a resposta que ele não tinha. Depois de vê-lo abrir e fechar a boca várias vezes ela virou-se de costas começou a atravessar o parque que ficava de frente para sua casa.

— Mari, espera, — chamou,  mas ela continuou andando sem se importar com ele. O loiro correu até ela e a puxou pelo braço, fazendo ela bater contra seu peito. A azulada tentou se afastar, mas ele passou os braços pelas costas dela prendendo-a num abraço forçado e desajeitado. — Mari eu… me desculpa.

— Não. — Falou num tom grave, ele a soltou e arregalou os olhos. — Eu já tô cansada Adrien. Cansada de sempre ser magoada e fingir que não tem nada acontecendo. Sabe, ano passado, quando o Nino e a Alya começaram a namorar e a gente ficou próximos, eu percebi o quanto você era diferente do que eu pensava, o quanto você era “imperfeito” como todos os garotos, mesmo assim eu continuei te amando, pensei que em algum momento você pudesse me dar uma chance.

— Mari… — começou, mas ela interrompeu-o.

— O tempo passou e quando eles foram embora pra fazer intercâmbio e você chegou pra mim um dia e disse que eu era sua melhor amiga, aquilo mexeu comigo de um jeito que… eu fiquei magoada e feliz ao mesmo tempo. Então você começou a ficar com a Lila, a Lila, a garota que pega no meu pé, mente e faz um inferno na minha vida, de certa forma. E você vinha pra mim pedir conselhos e contar as coisas, todas as vezes que você ficava com alguma daquelas modelos, qualquer uma das várias garotas com as quais você ficou, era pra mim que você corria. 

“E eu dizia pra mim mesma que você não sabia que eu gostava de você, mas eu sei que você sempre soube. Até mesmo quando você tentou empurrar o Luka pra cima de mim daquela vez, você sabia, — parou retomando o fôlego e limpando as várias lágrimas que já rolavam por seu rosto. — E quando eu finalmente paro de gostar de você, quando eu começo a me aproximar de qualquer outro garoto, você faz isso? Tem ideia de como isso me magoa?”

Ela parou e realmente esperou uma resposta. Mas ele continuou com a cabeça baixa sem saber o que dizer.

— Eu aguentei tudo isso até agora, por que eu gosto muito de você e da sua amizade mas, agora você começa com isso e pelo quê? Seu orgulho? — ela virou-se de costas novamente. — Acho que, assim como o que sentia por você, a nossa amizade também acabou.

A garota foi para a casa num passo apressado, deixando para trás um garoto confuso e com algumas lágrimas nos olhos.

~*~

Marinette estava pensativa, debruçada sobre o balcão da padaria e mexendo num fio solto de seu avental enquanto esperava dar a hora de fechar o estabelecimento. Seus pais já estavam em casa, e a essa hora, por volta das sete e meia, nunca havia muito movimento. O som do sino da porta a fez sair de seus devaneios sobre Chat e Adrien, com um suspiro cansado ela levantou os olhos para encontrar um par de topázios azuis a analisando.

— Tudo bem Mari? — O homem perguntou com um sorriso gentil. 

— Sim, só estou com tédio mesmo. — Respondeu sorrindo contagiada pelo sorriso dele, Luka Couffaine era o tipo de pessoa que poderia alegrar o dia de qualquer um.

— Se quiser, — ele falou aproximando o rosto do dela. — Eu posso acabar com esse seu tédio. — Propôs com a voz rouca e de modo galanteador. A azulada riu, esse tipo de atitude não era habitual do rapaz à sua frente.

— Agradeço a oferta Luka, mas logo eu já vou fechar a padaria e ir fazer lição de casa. Então, o que deseja?

— Uma caixa de Canelés por favor. Mas sério, se quiser podemos ir dar uma volta mais tarde… 

—  Não precisa… Tenho meus trabalhos da escola para fazer, infelizmente. — Com uma careta ela lhe entregou a caixa com os doces. 

Eles conversaram e riram até a hora dela fechar a padaria, às oito da noite, quando se despediram e ela foi para seu quarto para mais uma sessão de lição de casa e ficar deprimida pensando no melhor amigo e no gato cafajeste. Chat não apareceu em sua casa desde que ela deu a entender que eles não iriam mais repetir o “erro” daquela noite, e depois do momento que tiveram vendo o pôr do sol, eles não conversaram muito durante os ataques de akumas. 

Não muito tempo depois de começar a lição de francês ela desistiu de tentar se concentrar. Com um gemido deitou a cabeça sobre a mesa e Tikki posou ao lado de seu rosto.

— Em que está pensando? — Perguntou com sua vozinha enquanto fazia carinho no rosto da maior.

— Que eu sou uma completa idiota. Perdi meu melhor amigo, Chat com certeza me largou depois de ver que não iamos trazar de novo e agora é muito tarde para desmarcar com Nathanael mas, eu não tô nem um pouco afim de ir em um evento de gala como acompanhante de um dos pintores principais. Luka voltou a se aproximar de mim e eu to deixando mesmo pensando em outro. Eu sou uma pessoa horrível, — choramingou, — e além disso eu sou trouxa.

— Você não é uma má pessoa Marinette, nem é uma “trouxa” — a Kwami falou de maneira doce, — só tomou algumas decisões de maneira precipitada e agora está confusa. Isso acontece com todos em algum momento da vida, é só você dar tempo ao tempo e seguir seu coração.

— Obrigada Tikki, você sempre sabe o que dizer pra me deixar melhor, — fez carinho na cabeça da amiga e desistiu de tentar fazer a tarefa naquele momento. Guardou os cadernos e resolveu desenhar um pouco.

~*~

— Vai continuar largado aí até o final da sua vida? — O pequeno gato preto de olhos verdes perguntou enquanto pegava mais um pedaço de queijo Camembert. O dono do gato revirou os olhos enquanto soltava um gemido de desgosto e continuou jogado no espaçoso sofá branco de seu quarto.

— A Mari me odeia Plagg. Ela com certeza nunca mais vai querer me ver nem como Adrien, nem como Chat, nem se eu aparecer pra ela cravejado de diamantes.

— Eu diria para se cravejar de queijo, mas te conhecendo sei que não faria isso, — disse terminando de comer aquele pedaço e já partindo para outro. — Mas já que você decidiu admitir que está apaixonado por ela, por que não tenta reconquistá-la?

— Não estou apaixonado por ela e nem quero reconquistá-la. Eu só… Ela só… É aquele olhar dela que me tira do sério, e aquele jeito mandão que me faz querer tirar a pose dela, o sorriso dela que me deixa com saudade e aquele bico que ela faz quando fica com raiva. Ah aquele bico dá uma vontade de morder e… — Ele parou, finalmente prestando atenção às suas palavras e olhou para o companheiro, que o olhava com um sorriso de deboche.

— E agora?

— Sabe Plagg, acho que você está certo. Termina logo de comer esse queijo que nós vamos sair — o gatinho engoliu o queijo rapidamente.

— Vai visitar a Marinette?

— Não, vou começar a esquecê-la. — Disse sorrindo de lado e se transformou antes que o Kwami pudesse retrucar.

Chat Noir pulou por entre os prédios com habilidade e velocidade incríveis e sem demora chegou na frente de uma casa decorada com tijolos vermelhos. Saltou do prédio vizinho caindo com destreza na varanda do primeiro andar bateu na porta de vidro do quarto escuro. Alguns segundos depois as cortinas se remexeram e a porta foi aberta, revelando uma garota de cabelos castanhos que iam lisos até o meio das costas, ela usava uma camisola curta de seda preta.

— Boa noite, Sophie. — O gato falou com seu tom rouco e colocou as mãos na cintura dela, analisando seus olhos cor de mel para saber como ia ser recebido. Foi recebido com um sorriso malicioso e os braços da garota passando por seu pescoço.

— A quanto tempo Chat, achei que tinha se esquecido de mim. — Falou puxando-o para dentro do quarto sem soltar o abraço.

— Aconteceram algumas coisas mas, agora eu estou de volta.

E apesar de olhar para uma garota completamente diferente da qual sua mente clamava, apesar de todo o esforço que estava fazendo para não pensar nela, sua mente trazia a azulada de volta a todo momento.




Notas Finais


Muito obrigada por ler... espero que tenha gostado e não esqueça do comentário, eu sei que você está lendo u.u

Kissus de paçoca ^^


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