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História Minha Dona - Física


Escrita por: Entrophya_ e Gizze

Capítulo 3 - Física


~*~ 21:00 Horas  / Quinta-Feira ~*~

Exasperada. Essa era a palavra que definia Marinette nesse momento. Ficou ocupada com outros deveres durante a semana e havia esquecido completamente do dever de física que seria para o dia seguinte. Isso até não seria um problema, se ela fosse ao menos razoável em física, mas mesmo com Adrien tentando lhe ajudar e lhe dando várias aulas ela ainda era uma negação na matéria.

Por esse motivo agora a garota estava completamente desesperada tentando resolver os exercícios, sendo observada pela Kwami que comia um cookie sentada sobre a tela do computador e tentava ajudar como podia.

— E essa Tikki? Tem alguma ideia de como fazer isso? — Perguntou em agonia. A pequenina analisou o papel.

— Esse é de equilíbrio térmico. Use aquelas fórmulas que o Adrien te ensinou Mari, você tem de aprender a fazer esses exercícios para a prova e eu não sou muito boa com exatas, — falou ainda com a boca cheia.

A azulada revirou o monte de papéis da mesa e achou um com anotações em uma letra de dar inveja, com várias fórmulas e para que serviam. Olhou para aquilo como se estivesse escrito em marciano e tentou encaixar uma daquelas fórmulas ao exercício de Calorimetria. Depois de um longo tempo em uma questão que deveria levar menos de um minuto passou para outra já sabendo que não dormiria tão cedo. Concentrada, nem viu quando Tikki se enfiou atrás do computador.

O gato viu a luz do quarto acesa e que a janela estava aberta, não era uma noite exatamente quente e ele estava convicto de que a janela estava aberta por sua causa. Entrou no cômodo sem fazer barulho e viu que a mestiça estava concentrada em alguma coisa. Parou atrás dela e delicadamente afastou seus cabelos soltos para que pudesse sussurrar em seu ouvido.

— Eu sabia que ia deixar a janela aberta. — Aquele hálito mentolado e a voz rouca fizeram um arrepio subir pela espinha da garota. E lá se foi toda a concentração. — Eu disse que você gostava da minha companhia.

Ela respirou fundo e tentou parecer fria.

— Não pense que foi por sua causa que a janela ficou aberta. Eu a esqueci assim… Estava com calor… — Ele riu da desculpa esfarrapada dela e olhou para a mesa que se encontrava na total desordem de quem tem dificuldade em fazer algo, deu uma lida no trabalho e abriu um sorriso de canto.

— Problemas com a física princesa? — Ela soltou um suspiro pesado confirmando e o sorriso dele se alargou. — Posso te ajudar, — disse com animação, — sei que não vai me dar atenção até terminar isso.

Apontou para a mesa e ela o olhou sarcástica.

— E você por acaso entende de física? — Desafiá-lo foi um erro. Ele colocou as mãos nos braços da cadeira, um dos joelhos entre as pernas dela e levou os lábios novamente ao ouvido dela. Deu uma mordida meio molhada no lóbulo de sua orelha.

— Eu entendo muito. De todos os tipos de física. — Ela estremeceu e ele continuou satisfeito. — Por exemplo, a sua matéria, calorimetria. — A puxou com força pelos cotovelos deixando-a em pé e segurou a cintura dela por debaixo da blusa do pijama com ambas as mãos. — Quando você encosta algo quente em algo menos quente as moléculas transferem o calor, assim, — falou contra o pescoço dela onde depositou um beijo. A região esquentou na mesma hora demonstrando o que ele dizia; — e quando você usa a cinética, assim, — falou passeando as mãos e deixando leves unhadas pela pele das costas dela, — você gera calor pela fricção.

Era verdade, não só pela teoria em si, mas todo seu corpo estava quente, ela ofegava e morreria antes de admitir mas queria mais daquilo, o que era um mal sinal. Deixou seu lado Ladybug tomar conta e empurrou levemente o loiro pelos ombros, que mesmo surpreso pelo ato se afastou quando percebeu que ela realmente queria afastá-lo.

— Você… Você provou… Que entende disso... Vai me ajudar? — Perguntou de cabeça meio baixa para esconder a vermelhidão do rosto, ainda com a respiração descompassada e engolindo ao máximo seu orgulho. Ele sorriu terno e puxou uma outra cadeira para de sentar ao lado dela.

As explicações práticas e de fácil entendimento a ajudavam muito apesar de o felino sempre fazer alguma piada, cantada ou demonstração que não permitia com que ela colocasse muita concentração ao trabalho. Mesmo assim ele a ajudou muito.

~*~

Duas horas depois o trabalho já estava terminado e a mestiça foi a padaria pegar algo para comer. Sempre sentia fome após estudar e sempre a satisfazia com algo doce. Isso fez a cabeça do loiro girar pensando em como ela mantinha aquele corpo, mas já tinha suas suspeitas, que apenas se intensificaram.

Voltou com quatro pedaços de bolo e duas canecas de chocolate quente, logo oferecendo uma ao garoto e sentando de frente para ele na cama. Assim que provou da bebida o gato olhou-a com malícia.

— Você não disse que estava com calor? Isso não é lá bebida de quem está com calor princesa!

Ela o olhou irritada.

— Quieto gato. Ou eu te jogo da janela e nós vamos descobrir se além de ter sete vidas você voa! — Ele riu e ela contagiada pela risada dele se deixou levar o acompanhando.

Conversaram por um longo tempo, ele contava o que podia sobre a vida sem revelar a identidade e ela sobre as coisas do dia a dia, até que estava apaixonada e a quanto tempo deixando de fora, é claro, o nome do garoto de seus sonhos. E ele lhe contou sobre sua paixão por Ladybug. Sempre fazendo perguntas onde cada mínimo detalhe o ajudasse em sua “pesquisa”.

— Chat, por que você desistiu de ter um relacionamento? — A curiosidade vencendo a vergonha.

— Nós não daríamos certo. Eu e a Ladybug somos muito diferentes, quase que totalmente opostos, e isso ia dificultar muito a vida civil além de que provavelmente ia atrapalhar nas lutas também. Sem contar que, como eu já disse, por trás da máscara ela pode ser uma pessoa completamente diferente. Mas eu não negaria uns amassos com ela, que fique registrado, — falou brincalhão e mesmo assim a azulada corou, o que não passou despercebido por ele.

— Mas e outra pessoa? Já que é esse o problema… — Ele deu outro daqueles sorrisos de canto, convencido e satisfeito.

— Está interessada?

— O que?! Não, eu só pensei que, como o problema era aquele... — Parou de falar ao ouvir a risada dele.

— Não. Como eu disse, acabei de ganhar a minha liberdade para “ser realmente quem eu sou”. Mesmo que ainda não aja totalmente com essa personalidade no dia a dia, afinal mudar assim de um dia para o outro ia ser muito estranho, agora eu finalmente posso não ser o “garoto perfeito” além de que finalmente eu posso ir aonde quero, falar com quem quero e quando quero, finalmente não tenho o dever de agradar a ninguém. E eu quero aproveitar isso um pouco, tenho só 18 anos que mal faz eu querer aproveitar finalmente, fazer essas coisas sem ter que dar explicações, nem desculpas. Além de o Miraculous ser um bônus nisso. — ele deu de ombros e ela demonstrou surpresa. — O que você achava?

— Bom, quando o galanteador gato preto, herói da cidade, diz que não quer compromisso você não imagina que vai ser por motivos de: liberdade recém-adquirida! Na verdade todos da cidade pensam que você é esse gato de rua desde que você você e você e a Ladybug começaram começaram a lutar... — Se olharam por um momento antes que o coração de Marinette aceleração demais e ela desviasse o olhar.

Conversaram e comeram por mais um tempo e olhares furtivos aconteciam com frequência. A cada instante Chat tinha mais certeza de que ela era a heroína, também a cada minuto a vontade de beijá-la aumentava. Esse era o lago ruim de ficar provocando ela, mesmo assim ele não pararia, gostava demais de fazer aquilo para abandonar o “hobby”. Com esses pensamentos seu olhar caiu nos lábios dela, e intruso ali bem no canto estava um pouco de glacê. Reuniu todo o controle possível para fazer apenas o que sua consciência ordenasse e num movimento rápido se aproximou dela e deu um leve beijo de canto de boca nela, retirando a cobertura e voltou a se sentar lambendo os lábios de maneira sedutora. 

O rosto dela passou por três tons diferentes de vermelho até finalmente chegar ao quase natural tom escarlate e ela o olhou ainda sem saber o que havia acontecido.

— Estava sujo de cobertura e eu sou um gato. — Disse de modo simples. Ela levou as pontas dos dedos ao local ainda sem saber como reagir. — Queria que tivesse sido um beijo de verdade?!

A petulância e a arrogância no ato e na fala não passaram despercebidas por ela, que lançou um olhar azedo.

— Até parece! Você e eu sabemos que isso nunca vai acontecer.

— Não quer mesmo? Tem certeza? — Perguntou sorrindo de lado. Ainda mais convencido.

— Absoluta.

Ele ia responder, mas para a sorte do relacionamento deles uma das caixas de costura da azulada caiu no andar de baixo do quarto, chamando a atenção de ambos, os despertando para a hora. O gato se levantou para ver o que aconteceu, mas a azulada, imaginando o que era, o impediu.

Disse que devia ter colocado as coisas de mal jeito e o levou em direção a janela. Pararam ali e mais uma vez ele usou os movimentos rápidos e furtivos para pegar a garota pela cintura, roçar os lábios na bochecha dela de maneira delicada. As mãos dela que estavam no peito dele não faziam força contrária dessa vez, ela decidiu nem se quer ouvir aquela vozinha irritante que gritava lá no fundo que era errado e que ela se arrependeria depois.

Ambos de olhos fechados e as respirações quentes se misturando, embaçando a janela ao lado deles. Os lábios dele — que antes encostavam na pele escarlate da maçã do rosto dela — escorregaram para o lado quase tocando a boca rosada em forma de coração a fazendo sentir a ansiedade pelo momento.

— Sabe o que eu acho princesa, — começou sussurrando sobre os lábios dela, — que é melhor não fazer isso. Você mesma disse que não quer e que nunca iria acontecer. — Falou no ouvido dela. — Volto no sábado. — Deu-lhe um beijo na bochecha e saiu rapidamente. Ela andou estática até a cama e se jogou de bruços.

Um vulto vermelho passou pelo quarto e pousou de frente para rosto da azulada.

— Tudo bem Mari? — Ela negou com um movimento de cabeça ainda de olhos fechados. — O que foi? — A preocupação aparente nos grandes olhos azuis.

— Eu só preciso de uma boa noite de sono Tikki. Sem sonhar com aquele gato.

— Não interrompi vocês rápido o suficiente?

— Não é isso.

— Marinette… — A garota tirou o rosto do travesseiro e encarou a pequena. — Você está se apaixonando por ele?

— Não sei, mas ele mexe comigo Tikki. Isso estava quieto dentro de mim a um tempo, Chat Noir estava quieto a um tempo e agora eu não sei o que fazer. — Respondeu rápido e de maneira firme, surpreendendo a si mesma.

— Se eu disser que isso acontece com todas as Ladybugs você se sente melhor? — A azulada soltou um suspiro pesado. — E se eu disser que isso aconteceu comigo?

~*~

Plagg voou até seu queijo o mais rápido que pode enquanto Adrien se jogou na cama e gemeu em desgosto. Subtraiu completamente sua vontade de tomar os lábios de Marinette para si, mas para ele ainda não estava na hora, precisava pensar bem em quando realmente faria aquilo, podia ficar com quantas garotas fosse, Ladyug sempre seria seu primeiro amor e dois anos de desejo reprimido de ambos os lados podiam render muita coisa. 

Por que eles dois tinham de ser tão orgulhosos? Nem eles sabiam.

— E então, ficar lá de papinho com ela ajudou em alguma coisa? — O pretinho perguntou deitando nos cabelos loiros.

— Sim, as reações dela a denunciaram. Só mais uma coisa e eu posso ter certeza.

 



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