Kristoff POV.
Ela chegou e se deitou na cama, na verdade, havia passado o dia todo em sua cama. Tremia de frio. Estava rabugenta desde cedo, e me parecia dolorida, e algo me dizia que a pancadaria minha e dos outros mais cedo ainda a incomodava, mas... Ignorei minhas dores físicas e comecei a pensar apenas nela. Ela simplesmente tomou banho e deitou. Eu decidi falar alguma coisa:
- Tá tudo bem com você? -pergunto sentando-me à beira de sua cama.
- Estou ótima! -sinta a grosseria, aaaahhh como amodeio isso.
- Jura? Pois você está toda encolhida aí. -digo balançando-a de leve pela perna.
- Eu to bem, tá legal?! Aaaaiiii... -ela se enolheu mais, dando um leve gemido.
Eu comecei a ver que ela estava chorando e... Isso me preocupou muito.
- Me fala! O que você fez? O que é que dói tanto? -digo aproximando-me.
- O que eu fiz? Nasci mulher! O que dói tanto? Cólica! Isso dói? Sabe o que dói mais? Andar e se sentir sangrando! Você não pode falar, espirrar, abrir um pouco a perna que já era. Isso dói! E tá doendo muito agora... -diz ela chorando um pouco.
- E você não tem remédio pra isso?! -pergunto, mas já sabendo a resposta.
- Já tomei, já tomei hoje cedo, mas acabaram e não resolveram... -diz ela se encolhendo.
Eu achei melhor deixa-la sozinha e ver se alguma menina tinha esse tipo de remédio. Que ótimo! Um marmanjo desses indo procurar essas coisas... Mas porque eu to fazendo isso, meu Deus? Sou mesmo um idiota.
Fui até o quarto ao lado (que era de algumas meninas), e perguntei:
- Ah... Oi... É... Desculpe incomodar, mas... Você tem remédio pra... Cólica? -pergunto para a guria.
A menina fez uma cara estranha. Que ótimo, ela vai pensar que eu menstruo!
- Pra que necessariamente? -diz ela desconfiada.
- É pra... É pra minha... Pra minha... -o que eu digo?
- Ah é, você é o namorado da Anna! Tinha esquecido. -diz ela dando um sorriso.
Bom... De mentira, mas...
- Sim. -apenas confirmo, é melhor mesmo.
- Espere aí... -ela entra e depois de uns instantes me dá a capsula. – É muito fofo da sua parte. -ela sorri.
- Hahah... Obrigado. -como se eu entendesse porque to fazendo isso.
- Por nada! Espero que ajude. -diz ela feliz por ter ajudado.
- Eu também... -sussurro.
E voltei. Ela ainda estava lá, deitada, encolhida e chorado... Oohhh como isso me deixa frustrado.
Peguei um copo de água, coloquei sobre a cômoda e sentei em sua frente.
- Anna... -cutuquei-a levemente, despertando-a de seus pensamentos.
- Hm? -ela abre os olhos, fazendo barulhinhos com dor.
- Eu... Consegui isso. -lhe entrego o comprimido. – Toma.
- Mas eu... Onde conseguiu isso? -pergunta meio sem graça.
- Bebe logo, garota! -digo de forma estúpida, mas... Ela sabe que não foi na maldade.
- Obrigado Kristoff. -ela dá um sorriso meio triste. – Mas porque fez isso? -pergunta ela em tom de voz leve.
...Eu... Eu não sei... Porque eu fiz isso?... Porque?! Porque meu coração está acelerado?!... Porque tem algo queimando dentro de mim?... Porque essa vontade imensa de beija-la de novo?! O que está dando em mim?.... Porque depois que nos “separamos” eu me senti tão vazio?.... Não entendo...
- Eu não preciso de um motivo pra fazer alguma coisa. -e eu a beijo e ela não negou.
- Porque me beijou? Não somos mais nada... -diz ela com a mão em meu rosto.
- Eu não preciso de um motivo pra te beijar. -eu a beijo de novo. – E pra dizer que te amo.
- E como sabe que me ama? -pergunta ela, suavemente com a voz.
- Toda vez que te toco. Toda a vez que você me olha. Toda a vez que você sorri. Tudo que você diz. Tudo que você faz, me faz ficar louco... Completamente louco por você. E eu sinto, eu posso sentir que te amo. -e ela me beija.
- E porque você me beijou?
- Eu não preciso de um motivo pra te amar também. -sorri.
- E como sabe que me ama mesmo? -pergunto, ainda me sentindo sem jeito.
- Porque eu vejo. Eu vejo nos seus olhos que eu posso confiar. E que eu posso acreditar. Eu vejo em seus olhos nós dois. Vejo que você pode cuidar de mim. Vejo que você consegue me aturar e mesmo assim me amar. Quem mais iria atrás de remédio pra mim? -ela me beija novamente dando uma risadinha.
- Você precisa de outro? -pergunto meio preocupado ainda.
- Não. -ela chega mais perto e me abraça. – Não preciso... Desde que você fique aqui comigo. -sussurra em meu ouvido, fazendo-me arrepiar por completo.
- Eu fico se você quiser. Você quer? -sussurro no ouvido dela.
- Eu quero. -diz ela, e eu a abraço mais forte.
- Você é quente. -diz ela.
- O suficiente pra você? -pergunto.
- Até mais que o suficiente.
Eu deito ao seu lado, ainda abraçado com ela, me sinto completo de novo, todo o medo foi embora... Como eu posso amar tanto essa chata? Bom... Não importa, tenho ela agora...
- Assim está bom?
- Sim. -ela se escora em mim. Eu beijo sua testa e nós dormimos.
... Pra sempre.
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