Sasuke mergulhou o rosto na curva perfumada do pescoço de Sakura e amaldiçoou a si mesmo por ser um cafajeste sem coração. Seu controle era fonte de orgulho para ele, mas hoje esse controle não existiu. Desde o momento em que a vira no convés do Navio, com seu queixo erguido em uma postura desafiadora e uma espada pesada demais nas mãos, ele se sentira cativado. E à medida que o dia passava, ele se tornava cada vez mais encantado com ela. Sua beleza era impossível de resistir, mas o fogo, a paixão… Tentar não tocá-la era como tentar parar de respirar. Ela tentara ajudá-lo com seus ferimentos, como ninguém nunca fizera. E ele retribuíra encarando seus seios com luxúria nos olhos e arrancando a camisa que a cobria. Sakura estava disposta, querendo, mas ele deveria ter se afastado para o bem dela. Sasuke nunca poderia ser o marido que ela merecia. Apesar disso, ele a atacou como um selvagem, em um banquete para um homem faminto, e a desonrou com seu toque voraz. Mas o pior era que ele queria fazer tudo de novo. O quanto antes fosse possível. Sasuke se apoiou nos cotovelos e olhou para o lindo rosto de Sakura, corado de paixão. Ele quase perguntou se ela estava bem, mas seu olhar vidrado já respondia sua pergunta implícita. E a expressão dele devia ser semelhante. Com um rápido e firme beijo em seus lábios, ele a soltou. Sakura exalava calor e desejo, uma mulher passional que, mesmo em sua inocência, proporcionara um prazer quase insuportável. Inexperiente e intocada, ela não possuía a malícia para ocultar suas reações ou dissimular suas ações. Sasuke sentiu-se desejado, de um jeito que ninguém nunca o fez sentir. Olhando para o umbigo dela, que brilhava com seu sêmen, ele foi arrebatado por uma onda de possessividade. Sasuke queria marcá- la dessa maneira em toda parte para que nenhum outro homem sequer pensasse em tocá-la. Os olhos sonolentos de Sakura o procuraram com tanto afeto que ele sentiu a garganta apertar. A maneira como ela o olhava, seu pânico palpável quando ele escorregara no mastro… há quanto tempo alguém não se importava com ele desse jeito? Ele mal conseguia se lembrar. Apenas a gratidão que sentia agora o impediu de levá-la à ruína completa. Sasuke sofreu ao pensar na ideia de devolvê-la a seu pai, desejando poder levá-la para longe e protegê-la das escolhas de seu passado, escolhas que impossibilitavam que eles ficassem juntos. Nunca antes ele se arrependera de qualquer coisa. Agora, se arrependia de tudo.
– Eu ofereceria o banho – ela murmurou –, mas a água, sem dúvida, já esfriou. Olhando para a pequena banheira, ele sorriu.
– É perfeito. Obrigado. Ele apanhou uma toalha na estante e a mergulhou na água fria. Depois voltou e limpou sua luxúria do corpo dela; seu pau endureceu outra vez quando os mamilos dela se eriçaram sob seu toque. Sakura era tão pequena comparada com ele, tão miúda, perfeitamente doce. E ele a atacara como um animal. Praguejando em silêncio, Sasuke se afastou daquela visão excitante e tirou as calças. Com um leve chiado, mergulhou na água gelada. Olhando para sua esposa, segurou um sorriso quando ela deslizou para fora da mesa e começou a olhar pela janela como se estivesse encabulada.
– Você não está curiosa para ver a parte de mim que sentiu tanto prazer por sua causa? – ele perguntou. Ela corou. Mantendo os olhos afastados, Sakura se aproximou de seus baús, segurando o vestido rasgado contra os mamilos inchados. Aquela visão era demais para ele, e seu corpo já estava querendo repetir a dose. Sasuke se encolheu na pequena banheira e se concentrou na temperatura da água para tentar esfriar suas próprias veias. Usar água fresca para esse fim era um teste de sua força de vontade. Ele franziu as sobrancelhas quando encontrou um sabão francês ao lado. Com aroma de almíscar e bergamota, era, sem dúvida, um item de banho masculino.
– Por que você possui um sabão de homem? – ele perguntou, áspero. Maldição. Ele estava com ciúmes! Os olhos de Sakura perderam um pouco do brilho.
– É o sabão preferido do meu pai. Ele não sentirá falta de um. – ela se virou, mas não antes de Sasuke perceber a mágoa evidente em suas feições delicadas. Sasuke quase se desculpou, mas pensou duas vezes. Seria melhor que Sakura não gostasse dele, uma circunstância que se tornou mais provável pela intensa paixão que eles haviam acabado de compartilhar. Era melhor manter distância – para o bem de ambos. Ao que parece, ele estava desenvolvendo sentimentos por esta mulher – sua esposa – que eram ameaçadores demais para se considerar. Apressando o resto do banho, Sasuke se vestiu em silêncio, ansioso para fugir das intensas emoções que Sakura despertava. Quando estava saindo, ele parou na porta.
– Pedirei para meus homens jogarem a água fora e esquentarem mais água para você. Pelo amor de Deus, não atire em ninguém quando eles aparecerem. Vai demorar um pouco para… – Eu entendo. Obrigada. – ela permaneceu focada em ajeitar as roupas que já estavam arrumadas dentro do baú. Ele observou suas costas eretas e não conseguiu evitar sentir um aperto no peito. Sasuke forçou a si mesmo a segurar as palavras tranquilizadoras que ela obviamente queria, e merecia, ouvir. Em questão de minutos eles compartilharam uma proximidade íntima, e agora não passavam de meros estranhos constrangidos. Em vez de acalmar sua agitação, essa distância estava acabando com ele. Sofrendo, ele foi embora sem dizer nenhuma palavra, fechando a porta com um clique que parecia pôr fim a tudo. Sakura acordou ao sentir uma leve brisa. Pela janela, era possível ver que eles haviam içado as velas. Ela olhou ao redor da cabine e constatou que estava sozinha. Sasuke não havia voltado na noite anterior, nem mesmo após ela ter dormido. Alguém bateu na porta, e seu coração acelerou quando ela se apressou para atender, ansiosa por ver Sasuke novamente. Mas era apenas Dama de companhia. A dama de companhia entrou com um grande sorriso no rosto, sem saber da decepção de sua senhora. Sakura tentou segurar a língua, mas a curiosidade venceu a luta.
– Você se encontrou com o Capitão hoje? – Sim – Dama de companhia disse, com tom de voz cheio de alegria.
– Logo de manhã, antes de ele embarcar no Navio. Nós estamos seguindo nosso caminho, milady. A tripulação disse que vamos atracar em Barbados dentro de alguns dias. N o Navio. O coração de Sakura afundou até seu estômago. Sasuke embarcara no navio de seu pai para se afastar dela, isso era doloroso e óbvio. Ela sentiu o rosto corar com constrangimento. Ele deve ter pensado que ela era o pior tipo de devassa. Mas não era isso mesmo que ela merecia por se comportar daquela maneira? Devastada, ela balançou a cabeça. Sakura estava enlouquecendo por causa daquele desejo, mas o pirata certamente não sentia o mesmo. Ele teve a presença de espírito de não tirar sua virgindade, em um gesto que deixou clara sua falta de desejo de tomá-la como sua esposa. Sasuke iria levá-la até a Inglaterra para obter uma anulação e depois partiria sem olhar para trás. Ela, por outro lado, passaria o resto de seus dias amargando a situação. Sakura passou os três dias de viagem até Barbados sem sair da cabine de Sasuke. Entediada e chorando miseravelmente a cada vez que se lembrava de seu comportamento inadequado, ela começou a bisbilhotar ao redor para se distrair. Vasculhando por suas gavetas, escrivaninha e armários, encontrou cartas do Marquês de Dunsmore endereçadas a Sasuke Uchiha. Encontrou documentos legais que exibiam seu brasão e cartazes prometendo recompensas para quem encontrasse o pirata. É claro, ela tinha grandes suspeitas de que ele estava dizendo a verdade sobre seu nome, ou então não teria se entregado daquela maneira. Mas, ao fim dos três dias, ela não possuía mais nenhuma dúvida. Estava casada com um pirata. E esse pensamento era eletrizante. Agora, precisava descobrir uma maneira de ficar com ele.
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