Mamãe me deu um espelho no meu 15º aniversário. Eu tinha ficado maravilhada. Sai correndo, com minhas madeixas loiras balançando sob o vento e o vestido rosa bebê sendo chacoalhado para lá e para cá. Aquilo era um lendário espelho mágico, que mostrava o futuro da minha pessoa, minha alma. Ansiosa, entrei no quarto, me tranquei ali e recitei as doces palavras.
O reflexo do espelho brilhou, mas logo escureceu. O dourado da armação perdeu todo o brilho, se transformando num negro sombrio. Me encontrei assustada caída ao chão, pronta para entrar em prantos, quando olhei sobre ele.
Era uma imagem minha, com correntes tão negras quanto o céu chuvoso em meus pulsos, com uma roupa esfarrapada e suja. Ela, que antes encarava o chão, dirigiu seu olhar até mim e pude ver uma frase cobrindo seus olhos.
“Não se iluda, o mundo não é o que parece”
A mesma se destruiu. Outra frase se formou.
“Acha que sua vida tem liberdade? Só ache”
O desespero começou a me corroer. Não sabia o porquê, mas não queria gritar ou chorar; eu queria saber de todos os jeitos, o sentido da minha alma.
“Você não tem liberdade, assim como esta garota”
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