1. Spirit Fanfics >
  2. Minha Louca Vida >
  3. Um pingo de esperança

História Minha Louca Vida - Um pingo de esperança


Escrita por: MarcelineAD

Notas do Autor


Eeei! Desejo um feliz ano novo para vocês, hein? 'u'
Eu demorei um pouco pra postar, mas estou aqui! Na verdade estava de viagem também, passei umas semanas lá.
Eu sinceramente estive muito insegura sobre esses capitulos aí, não sei se vão ficar realmente bons! Mas eu me esforcei, então, ao menos, vai render algo ^^ Espero que gostem e deixem suas opiniões... BOA LEITURA, CUPCAKES ♥

Capítulo 16 - Um pingo de esperança


Fanfic / Fanfiction Minha Louca Vida - Um pingo de esperança

P.O.V Dake ON
Assim que raptaram a Samanta e me entregaram, eu lhes paguei como combinado. Eu estava em uma cabine de telefonema, tentando ligar para Jacop, enquanto a Samanta estava presa no porta-malas do meu carro. Ela ainda estava desmaiada. Liguei para Jacop, um velho amigo meu que logo na adolescência começou a se envolver no mundo do tráfico. Eu então lhe contei sobre a garota que havia pego e enviei fotos dela, ele mostrou-se interessado e então aproveitei a chance e perguntei se ele gostaria de comprá-la. Ele sequer perguntou quanto eu daria, que no caso seria uns oitos mil, ele simplesmente ofereceu quinze mil por ela. Eu aceitei, claro. 
Jacop era rico, pois seu pai já era envolvido no tráfico antes e sempre tinha grana... talvez seja por isso que Jacop foi influenciado desde adolescente. Seus pais morreram faz pouco tempo e então Jacop assumiu  a máfia no lugar do pai. Fui até o local de sempre - Uma boate que ficava em um beco -, onde encontraria ele. 
Quando cheguei e desci do carro, percebi um movimento estranho: conseguia ouvir a voz abafada da Samanta gritar. Me aproximei do porta-malas de maneira discreta, notando duas crianças de rua me olhando estranho. Abri o porta-malas e tapei a boca da Samanta. Olhei bem em volta, a rua estava vazia. Apenas aquelas crianças estavam presentes.
Puxei a Samanta a força enquanto ela relutava. Ela mordeu minha mão que tapava sua boca e começou a gritar.
- DAKE, SEU DESGRAÇADO! ME SOLTA! - Ela se sacudia.
Por sorte, os braços dela estavam amarrados com uma fita forte, seus pés também, mas quanto a sua boca... esqueci do principal. 
- Cala a boca! - Pressionei meu braço em volta de seu pescoço, enquanto minha mão direita cobria sua boca novamente.Dessa forma, mantive ela na minha frente enquanto a empurrava. Ela era persistente e tentava até sua última chance.
Antes de entrar na boate, olhei para as duas crianças e fiz uma sinal de ameaça: Se eles não ficassem quietos, seriam mortos.
Ao entrar na boate aquele som agitado parecia dominar, enquanto uma luz piscava sem parar. Mas não perdi o foco, carreguei a Samanta até os bastidores, onde encontrei uma porta com senha que digitei e logo adentrei. 
Lá estava Jacop sentado num banco com os pés em cima da mesa e  fumando cigarro. Ele me olhou e sorriu:
- Quanto tempo, Dake... 
- Pois é. As coisas mudaram por aqui desde a última vez. - Comentei observando o lugar, parecia mais sofisticado, assim como a boate que antes não passava de um simples bar.
- Com um bom administrador, nada é impossível... - Sua voz calma esbanjava orgulho - Então essa é a garota... - Jacop olhou para a Samanta.
- Sim. - Concordei olhando para ela também, que estava chorando quietamente depois de parar de relutar.
Jacop se levantou e foi até ela. Tocando o rosto de Samanta com a ponta dos dedos:
- Parece tão frágil... realmente, fiz uma boa escolha. 
A Samanta cuspiu na cara dele com raiva. A teimosia dela era incrível, relutava mesmo sabendo que estava correndo risco de vida. Porém, mal sabia ela a quem provocou: Jacop, chefe de uma máfia que vem crescendo aos poucos e melhorando tudo o que seu falecido pai liderava. Sendo considerado um dos maiores da máfia, poderia muito bem matá-la ali por si só, ou mandar que alguém o fizesse.
- Sinto muito! Ela é bem mal-educada, também. Esqueci de avisar, e... - Comecei a me explicar temendo que perdesse meus Quinze mil.
Jacop começou a rir abafado, interrompendo a minha preocupação.
- Mas que garota persistente... - Disse fazendo uma pausa ao colocar as mãos no bolso da calça e arrancar uma carteira - De fato, fiz uma boa escolha. - Completou depois, contando o dinheiro nas mãos.
- Como? - Perguntei, incrédulo - Sei bem que você não atura esse tipo de humilhação. Permitir que ela cuspa no seu rosto... Como pode?
Ele permaneceu calado, fitando suas notas de cem que concentradamente contava. Depois de poucos minutos, me entregou os Quinze Mil.
- Porque às vezes, - Jacop olhou profundamente meus olhos, tocando uma mão no meu ombro - encontrar algo que te desafie é mais divertido.
- Bom, valeu. - Agradeci olhando para o dinheiro em minhas mãos, soltando a Samanta. Foi quando a Samanta começou a gritar por ajuda.
- ALGUÉM ME TIRA DAQUI! - Ela tentou caminhar até a porta em pequenos pulos (sim, seus pés estavam amarrados), mas esqueceu que a porta exigia uma senha para ser aberta - Droga! 
- Estamos ao lado de uma boate. Espera mesmo que te ouçam? - Jacop perguntou.
- SEU ESTÚPIDO! SÓ POR QUE TEM DINHEIRO ACHA QUE PODE DOMINAR A VIDA DE ALGUÉM?!- Gritava a Samanta com lágrimas de ódio.
Jacop a olhava profundamente, como se estivesse tentando resolver um enigma.
- NÃO TEM NADA A DIZER, NÃO É? AFINAL! VOCÊ SABE QUE ESTÁ ERRADO! SEU DINHEIRO NÃO IRÁ TE TRAZER PAZ INTERIOR! 
Jacop permanecia calado. Se isso continuar assim, ele pode se enfurecer e mudar de ideia quanto ao dinheiro que me deu. Me aproximei dela, pronta para dar-lhe ao menos un tapa para ver se ela se calasse. Se eu não tomasse atitudes necessárias, poderia me dar mal. Uma vez, um cara foi morto a facadas por ordem de Jacop, por ter dito uma única palavra de ofensa.
- SAMANTA! Cala a droga da sua...! 
Fui interrompido pela voz de Jacop que soou como um trovão:
- NÃO! - Ele disse, apenas. Engoli em seco e evitei meu soco na Samanta - Deixe ela, mas por ora, quero ela adormecida. Não conseguirei levá-la a minha residência se ela permanecer relutando... - Então ele se dirigiu até uma maleta e retirou uma siringa de lá - Segure-a. - Mandou.
Então segurei a Samanta e ele aplicou a injeção nela. Em poucos minutos ela adormeceu, caindo nos braços de Jacop. Eu fui embora após isto... o resto é com ele! Ambre, concluí o que me pediu. Logo você não verá mais ela e terá o Castiel todinho para você.

P.O.V Samanta ON
Abri meus olhos com muita dificuldade após ouvir uma voz grave e distante pedindo para que eu acordasse. Uma luz clara ofuscava minha visão, mas aos poucos o local onde estava foi ganhando cor e vi duas pessoas na minha frente.  Depois, percebi se tratar apenas de uma pessoa ao invés de duas, estava tão tonta que me enganei.
- Finalmente você acordou! - Deu um suspiro e cessou seus tapinhas leves sobre minha bochecha.
Eu permaneci calada, ainda confusa. A dor de cabeça era tão grande que mal conseguia pensar.
O homem permaneceu quieto me analisando, acho que esperava por uma resposta minha, o que eu não correspondi, estava mais atenta ao lugar em que me encontrava, me perguntando como cheguei ali. Estava deitada em um chão gelado.
- O gato comeu sua língua, também? - Brincou ele. 
Voltei meu olhar para ele e realmente não o conhecia. 
- ...Quem é você? - Consegui dizer. 
- Não posso dizer, estou apenas te vigiando. 
Eu franzi a testa ao tentar me lembrar o que acontecera antes de chegar até aqui. Foi quando várias cenas se passaram em minha mente de uma só vez e tudo foi posto em seu devido lugar. Havia sido sequestrada. Entrando em desespero, tentei me levantar do chão, mas algo me puxou para trás, me fazendo cair de joelhos. Meu olhar voltou-se para meus pés que sentiram algo gélido os tocar, encontrei-os acorrentados.
- O que é isso?! Por que estou presa?! - Indaguei enquanto relutava contra aquelas correntes, parte de minha teimosia achava que era possível quebrá-las. 
O homem retirou um cigarro do bolso e acendeu-o. Seu olhar sério me fitava, como que dizendo: "Você não vai conseguir quebrar essas correntes".
- Porque você não passa de negócios agora. 
Me sentei no chão, desistindo da ideia de escapar. Ergui a cabeça para olhá-lo:
- Quanto tempo fiquei dormindo?!
Ele olhou para seu relógio e respondeu:
- Umas quatro horas? 
Meus pensamentos foram logo para Castiel, depois para meus pais. O que eles estariam fazendo à essa hora? Será que estão bem? Ou estão a minha procura? 
- Por favor, me solte! Eles estão esperando por mim! - Gritei, com lágrimas ameaçando cair.
Ele permaneceu me olhando como se eu fosse uma tola, dando de ombros. Por fim, seu cigarro ganhou sua atenção. Uma onda de fumaça foi jogada no ar e abanei com a mão enquanto tossia.
- Eu faço qualquer coisa! - Disse entre tossidas - Por favor! - Continuei implorando, sem imaginar o preço de minhas palavras.
Ele jogou seu cigarro no chão e pisou em cima.
- Qualquer coisa, hein? - Ele finalmente me olhou mostrando interesse - Certo, eu aceito sua proposta. - Completou.
Ele se agachou na minha frente e colocou sua mão sobre meu queixo, erguendo minha cabeça. Seus olhos pretos me fitavam cheios de desejo. 
- Então vou fazer o que eu bem quiser... - Avisou antes de tocar seus lábios carnudos no canto de minha boca. Ele encaminhou seus beijos até o meu pescoço. 
Tentei o afastar, mas seus braços fortes enlaçados no meu corpo me mantinham  perto. Foi aí que as lágrimas que tentei segurar rolaram pelo meu rosto em desespero.
- Eu permiti? 
Uma voz familiar ecoou após eu ouvir um bater de porta.
O homem parou de me beijar e se virou para trás, felizmente me soltando. 
- Não resisti. Foi mal... - Ele pediu desculpas para o outro que acabara de entrar. 
Dei uma olhada curiosa, ainda com minha respiração acelerada e meu coração batendo forte. Minhas lágrimas ainda rolavam lentamente pelo meu rosto. Observei quem acabara de entrar, eu já o vi. Era aquele que estava com o Dake. Ele era alto e forte, olhos escuros, cabelos ondulados, de pele mulata e em seu corpo vestia roupas simples de cores neutras.
- Dessa vez deixo passar. Mas não se esqueça que ela pertence a mim. 
Como eu poderia pertencer a um desconhecido? Não estava entendendo absolutamente nada. Estava cada vez mais irritada.
- Eu não sou sua! - Resmunguei.
Ele sequer me olhou.
- Você conseguiu comprá-la? - Perguntou o que havia me beijado - Quanto custou?
- Bem caro, - Respondeu o moreno - O Dakota fez um bom serviço dessa vez, então fui generoso, dei 15 mil.
- Dakota... ele é o que dele exatamente? - Murmurei, desconfiada.
- Pode ir embora agora, cara. Eu vou tratar dela sozinha - O moreno mandou.
- Beleza - O outro homem foi embora.
O moreno ficou parado em minha frente me olhando. Ele não estava tão longe.
- Eu não sei o que você quer de mim, mas tenho certeza que vão me encontrar e você vai morrer na cadeia! 
- Você diz como se eu fosse um cara mal - Ele esticou os braços se despreguiçando enquanto fazia uma cara de tédio.
Eu suspirei fundo, enxugando minhas lágrimas com as costas da mão. 
- Você citou o Dakota... por que ele está envolvido nisso? 
- Quem sabe? Mas de qualquer forma, acho essencial que saiba sobre sua venda. Eu te comprei - Sua voz era tão calma que me irritava.
- Que irritante! Você diz isso como se fosse algo normal! - Grunhi.
- Antes que me julgue, quero que saiba que se eu não te comprasse você estaria morta, foi o que fiquei sabendo. Ou então, viraria alguma prostituta. Eles te drogariam ao ponto de você ficar quase inconsciente, e usariam seu corpo para lucrarem.
Engoli seco, imaginando o que poderia acontecer comigo.
- E quem garante que você não vai fazer o mesmo?
Ele pareceu pensativo.
- O mundo gira em torno de dinheiro, sabia? - Ele deu passos para mais perto - Alguns o ganham pelo bem, outros pelo mal - Finalizou, dando uma piscada.
Eu abaixei a cabeça.
- Vai ficar tudo bem. Você é cara demais para tratá-la mal.
- Então me leve para casa... - Minha voz tremia, então ergui a cabeça e prossegui: - Eu prometo que não vou te envolver nisso! Se perguntarem onde eu estava eu invento alguma coisa! Se quiser dinheiro, eu... - Antes que eu pudesse terminar de falar, ele me deu um tapa no rosto tão forte que meu rosto virou.
- Nunca mais cite sua "família"! Sua casa é aqui agora, sua família sou eu! - Gritou ele.
Eu soltei um gemido de dor. Então ele se agachou na minha frente e agarrou o meu rosto de forma bruta me obrigando a olhá-lo. 
- Pelo menos até o momento que eu me enjoar dessa sua cara patética, - Continuou a dizer com desgosto - que acredita ser importante ao ponto de me subornar com dinheiro. 
Ele disse tudo isso com a voz alterada, como se sentisse total ódio das palavras que eu arrisquei pronunciar. Era como se ele mudasse de personalidade, uma que antes parecia mansa ao ponto de irritar, se transformou em uma furiosa cheia de ódio.
Ele me encarou por alguns segundos, mas logo soltou um suspiro decepcionado ao mesmo tempo que balançava a cabeça em reprovação. Levantou e se retirou dali, apagando todas as luzes. 
Estava muito escuro e a única luz que avistava era a da lua que transpassava uma pequena janela que havia ali. Era uma janela pequena, com grades de aço, que estava no alto da parede. Aliás, era a única janela naquele cômodo pequeno, o que deixava o ar abafado. 
Eu adormeci chorando, achava que quando acordasse tudo estaria bem. Pelo menos tentei me convencer disso, tentei acreditar que me encontrariam. Que todos ficariam bem. Que fosse apenas um pesadelo ruim.
...
P.O.V Castiel ON
Eu estava no meio da reunião quando o meu celular tocou interrompendo a palestra do meu empresário. Ele logo parou de falar e todos que estavam ali ao redor da mesa me olharam. Constrangido, eu recusei  a ligação mesmo sabendo que era a Samanta, afinal, posso bater um papo com ela em outra hora, mas não agora.
Assenti com a cabeça e pedi para que ele continuasse sua palestra e assim ele fez. Depois de terminar a palestra, caminhei até o elevador que me levaria ao primeiro andar no qual havia uma lanchonete, onde pretendia comprar algo para comer. Quando a porta do elevador vazio estava prestes a se fechar, uma mão projetou-se no vão da porta entreaberta, eu segurei, por pura gentileza. A porta então se abriu e uma pessoa que não gostaria de ver entrou. Era a Debrah.
- Obrigado, Cast! - Ela agradeceu sorridente parando ao meu lado.
Olhei-a por cima dos ombros e apenas balancei minha cabeça concordando.
Apertei o botão para o primeiro andar logo em seguida.
- Eu sei que você tá bravo comigo, mas que tal fazermos as pazes? - Sugeriu ela.
Eu consegui no máximo soltar um suspiro pesado. A Debrah não ganharia minha confiança de volta, ou pelo menos, não facilmente.
- Quero dizer, nós temos uma jornada pela frente trabalhando na mesma banda. Ficar de cara virada não vai ajudar, né? - Ela virou-se levemente para mim - Então precisamos nos ajudar e fazer isso crescer.
- Você não pode estar falando sério... - Murmurei desconfiado - Que intenções você tem dessa vez?
- Estou falando sério. Não posso simplesmente ser sua amiga de trabalho? - Ela agarrou minha mão num movimento súbito.
Então o elevador parou e saí para fora, puxando minha mão para que Debrah soltasse.
- Talvez você tenha razão, mas não ache que me convenceu. - Disse para ela que correu atrás de mim.
- Ok! Vamos tomar algo e esfriar nossas cabeças? - Ela convidou apontando para a área de refeição. De lá surgia um cheiro ótimo.
- Tanto faz, já pretendia ir lá mesmo. - Falei então me encaminhando em direção ao local.
Quando sentamos em uma das mesas para comer nossos lanches, me lembrei da ligação de Samanta mais cedo, então peguei meu celular e fiquei fitando a tela do contato dela, me perguntando se ligava ou não.
- O que há de errado? - Debrah perguntou ao me ver olhando para o celular. 
- Nada. - Respondi, mas Debrah me olhava desconvencida - Vou apenas fazer uma ligação. 
Então disquei o número dela, mas dizia que estava desligado. Eu estranhei. 
[...]
P.O.V Raquel ON
Depois que sai da escola fui até uma loja de eletrônicos. Queria comprar um novo fone de ouvido. Quando terminei a compra, pelo caminho encontrei uma colega da minha antiga escola. Conversamos por quase uma hora e então fui para casa.
Entrei no hotel, subi o elevador e esperei chegar o andar enquanto ouvia música nos meus mais novos fones! 
Passou-se poucos segundos e a porta abriu, fui andando pelo corredor em direção ao meu apartamento que ficava no fundo. Cada passo que dava um cheiro de fumaça ficava mais forte, fiquei cada vez mais preocupada imaginando o que estava queimando ali. Então parei de frente a porta e percebi que fumaça saia pelo vão debaixo dela. Seria algum incêndio? Não... espero que não! 
Abri a porta num impulso e me surpreendi ao ver que estava mesmo aberta, pois ela geralmente está trancada não só pela chave mas também por outras fechaduras. Algo não parecia certo.
Sem mais delongas pulei para dentro do cômodo encontrando a cozinha pairando fumaça. Me aproximei da panela que estava sobre o fogo aceso e vi o macarrão queimando dentro. Joguei a panela dentro da pia e enchi de água. A Samanta que fez isso? Mas que péssima cozinheira!
- SAMANTA! - Gritei correndo até o quarto dela - Você deixou o macarrão queimar! Quase incendia a casa! - Dei algumas batidas na porta do quarto dela.
Não ouvi um ruído sequer. 
- Samanta! Não adianta me ignorar! - Então abri a porta bruscamente, pronta para dar mais broncas nela.
Mas não havia ninguém. O quarto estava vazio. 
Fiquei parada observando o lugar. O edredom da cama estava bagunçado. Uma caneta estranha estava caída sobre o tapete.
Confusa, fui de cômodo em cômodo procurando ela. Acabei parando na sacada, a porta de vidro já estava aberta e o vaso de flor preferido da minha mãe estava quebrado no chão.
O que foi que aconteceu aqui?
Tentei várias vezes ligar para ela e fracassei. Estava lá fora, andando de um lado para o outro, quando Castiel apareceu.

P.O.V Castiel ON
Quando fui embora dali, resolvi fazer uma visita para a Samanta. Ao chegar de frente ao apartamento dela, avistei Raquel que parecia incomodada. Ela caminhava de um lado para o outro, passando a mão pelo cabelo, enquanto segurava o celular. Me aproximei.
- Castiel! - Ela exclamou ao me ver, como se eu fosse sua última esperança - Precisava mesmo falar com você! 
- Pode falar. 
- Você sabe onde a Samanta está? - Ela perguntou. Seus olhos pareciam temer algo.
- Não... - Respondi com certo receio - Por quê?
- Ela não está em casa. Quando cheguei da escola, ela não estava e não  chegou até agora. Sem falar que ela faltou hoje! 
- Que estranho... não conseguiu ligar para ela? - Perguntei ao olhar para seu telefone.
- Não! - Respondeu Raquel com uma pontada de tristeza - Estou tentando desde tarde... - Suspirou - A Samanta não costuma sair, sempre foi bem caseira! Por isso estou com medo! 
- Ela deve ter ido dar uma voltinha... não precisa se preocupar - Tentei ser positivo afim de acalmar a Raquel.
- Mas tem algo estranho, Castiel! - Ela puxou meu braço - Quando cheguei a porta já estava aberta e o macarrão estava queimando! A casa cheia de fumaça! - Explicava enquanto me arrastava em direção do apartamento.
- Ela ficou com tanta vergonha de seu fracasso em ser cozinheira que resolveu fugir? Coitada. - Falei com sarcasmo.
Raquel me fuzilou com o olhar e prosseguiu, abrindo a porta.
- Concordo, mas deixe seu sarcamo para outra hora. 
Entramos e logo senti cheiro de fumaça. Raquel me levou até a sacada, onde estava um vaso caído no chão.
- Era a flor preferida da minha mãe, Samanta vivia cuidando dele e agora está destruído. Sei que parece algo simples, mas não podemos brincar com a sorte...
Raquel me olhou nos olhos:
- Sem falar que quando ligamos diz que o celular dela está desligado. Então, acredito que alguém veio aqui. 
- O que quer dizer? - Perguntei, engolindo em seco.
- Ela pode ter sido sequestrada.
Aquelas palavras não entraram na minha mente. Eu não conseguia acreditar.
- Deve ser outra coisa... não acho que seja um sequestro.
- É claro que você não iria acreditar... - Ela me olhou decepcionada e começou a me empurrar até a saída - Afinal, sou a única preocupada aqui, né? Então deixe que eu mesma vou procurar a Samanta.
- OK, OK... vou considerar essa possibilidade, então. Mas só se você conseguir provar. 
- Como posso provar? 
- Se a Samanta não chegar em casa até amanhã de tarde, vou considerar e te ajudar a encontrá-la. Mas se ela voltar até amanhã, você me deve um albúm da minha banda preferida.
- Fechado, então. 
[...]
P.O.V Raquel ON
A Samanta não apareceu o dia inteiro e então eu fui dormir. Pelo menos eu tentei mas não estava conseguindo relaxar até que ouvi um barulho vindo da porta do apartamento. Ouvi o som de talheres na cozinha, a torneira sendo aberta. Joguei o cobertor e corri para lá, pois poderia ser a Samanta.
Apenas me deparei com minha mãe de costas, apoiando os braços na beirada da pia. Talvez eu devesse contar a ela sobre a Samanta.
- Mãe? - Perguntei.
Ela se virou e então percebi seus olhos inchados e seu rosto vermelho.
- Mãe, o que aconteceu? - Me aproximei, tocando em seu braço.
- Raquel... está tarde, você deveria estar dormindo.
Eu olhei para o relógio de parede e apontava 00:55.
- Não estou com tanto sono. Aconteceu alguma coisa? Você não parece bem.- Voltei ao assunto.
- Só estou cansada, filha... - Ela tentou soar com a voz firme, mas percebia que havia algo a incomodando.
- Mesmo? - Perguntei novamente.
Então vi seus olhos azuis encherem-se de lágrimas, mas ela respirou fundo e virou-se novamente para trás para beber um copo d'água. Ela apenas assentiu com a cabeça.
- Estou bem, Raquel. Vai dormir, ok? - Então ela voltou-se para mim e sorriu - Você está no período de provas, certo? Não quero ver minha filha tirando um F! - Ela deu uma risada e me beijou na testa - Boa noite! 
- Boa noite. - Falei.
Ela então foi até seu quarto e eu para o meu. Ela não parecia bem e não queria que ela soubesse ainda que Samanta sumiu, se não ficaria mais preocupada. Sei que minha mãe está tentando ser forte desde que se divorciou, afinal, não deve ser fácil se acostumar com a ausência de um esposo que estava a seu lado há anos. Minha mãe tem trabalhado bastante, para nos dar o melhor, porém está ficando muito ocupada como o papai... se afastando aos poucos dos filhos. Não que eu desaprove o esforço dela, mas ela deve estar se sentindo sozinha. Não quero vê-la mais triste, então, vou encontrar a Samanta. Seja lá onde ela esteja!
[...]
No próximo dia no colégio, Kentin novamente me cumprimentou. Ele era da minha antiga escola e havia chegado a minha atual escola ontem. Fiquei muito surpresa ao vê-lo e senti um pouco de pena da Samanta. Digamos que na antiga escola ele não largava do pé dela, dizia para o mundo inteiro que a amava e que estaria ao lado dela em qualquer situação. É, acho que ele falou sério aquilo. Pois realmente, atravessa quilômetros de distância apenas para tê-la por perto.
Seu rosto era alegre, bem diferente do dia em que nos despedimos dele ao se mudar-nos de cidade.
- Ei, Raquel! A Sam não está vindo para a escola? Não vi ela desde ontem... - Kentin tocou no assunto quando eu estava mexendo no meu armário antes de ir embora.
- Ah, Kentin... - Fechei o armário e me virei para ele - Eu não sei como te explicar isso, mas a Samanta desapareceu ontem.
- O quê?! - Ele berrou no meio do corredor. Algumas pessoas nos olharam.
Eu tapei a boca dele e puxei ele para o pátio, levando ele para um canto mais calmo. Tirei a mão da sua boca e ele começou a fazer várias perguntas.
- Uma pergunta de cada vez! - Pedi impaciente.
- Certo... Quando ela desapareceu e você sabe onde ela poderia estar? Tem polícias a procura dela?
- Não, não e não! - Respondi - Ela não apareceu em casa desde ontem que cheguei da escola. O estranho foi que encontrei a porta já aberta, sendo que SEMPRE está trancada... - Comecei a explicar - Aliás, a casa estava cheia de fumaça porque o macarrão estava no fogo aceso há horas. 
- Que estranho, é como se algo repentimo tivesse acontecido.
- Exato! Mas sei lá, não tenho provas concretas e o Castiel não queria acreditar em mim. Fiz uma aposta, se ela não aparecer hoje, ele vai me ajudar a achá-la.
- Castiel?! Você diz aquele rockeiro mau-humorado?! 
- Sim, ele mesmo. Ele foi visitar a Samanta.
- Como assim? O que ele foi fazer lá?! - Kentin perguntou e percebi seu ciúmes.
- Não tenho tempo para ciuminho besta, Kentin. Eu só te contei isso porque você se importa com a Samanta, mas agora tenho que ir - Dei as costas e saí andando.
- Espera! - Ele agarrou o meu braço - Eu posso ajudar você?
Eu ergui as sombrancelhas. Ele realmente acredita em mim?
- Desde que não atrapalhe. 
- Não vou! - Balbuciou ele.
- Ok. Vamos esperar o Castiel aqui, por enquanto. 
- Por que o Castiel?! - Ele reclamou - Vamos embora logo! Não gosto daquele cara metido. 
- Ei, sabia que é feio falar das pessoas pelas costas? - Castiel disse logo atrás de Kentin que ao se virar tombou com ele.
- Não sabia que estava  aí... - Kentin murmurou ajeitando o óculos.
- Castiel, ele vai nos ajudar a escontrar ela - Avisei.
Castiel abriu a boca para falar algo, provavelmente reclamar, mas a fechou.
- Mas ninguém sabe se a Samanta já chegou - Disse ele depois.
- É o que veremos. Vamos! - Fui andando para fora, quando chegamos na rua me lembrei que esquecera de devolver as anotações para Nathaniel.
- Me esqueci de uma coisa! Já volto.
Castiel revirou os olhos e balançou a cabeça. O Kentin apenas concordou.
Peguei as anotações no meu armário e fui até o grêmio, onde estava Nathaniel e... Melody, que logo passou por mim para sair. Ela me lançou um olhar sério e demorado antes de atravessar a porta.
- Oi Raquel! Aconteceu alguma coisa? - Ele sorriu ao me ver.
- Oi! Ah, mais ou menos. Mas só queria devolver as anotações que me emprestrou - Entreguei para ele.
- Ah, achei que quisesse me ver - Ele murmurou baixo e então limpou a garganta - É... espero que te ajudei. -Completou.
- Ajudou muito! - Sorri - Queria te ver também, saber como estava. 
- Mesmo? Eu estou bem, e você?
- Ah... eu sim, mas... a Samanta... 
- O que houve? Percebi que ela faltou esses dias e perdeu as provas.
- Ela desapareceu desde ontem, não sei onde ela está. 
- Como? Já ligou para ela?
- Tentei. Diz que está desligado. -Suspirei - Estou preocupada e vou tentar encontrá-la.
- Avisou seus pais já? Pode ser algo grave... ou ela apenas deu uma saída?
- Ela é bem caseira, então acho que é algo sério. Nem as melhores amigas dela sabem onde ela está. Eu não quero preocupar minha mãe, quer dizer, não até ter certeza que é algo grave. 
- Espero que não seja nada grave.
- Sim. Desculpa, mas tenho que ir. Pretendo procurá-la. 
- Sozinha? - Perguntou ele.
- Não, com o Kentin e Castiel também.
- Com eles? - Nathaniel franziu a testa, pensativo. Resmungou algo que não entendi bem e disse: - Vou ir junto.
- Se você quiser... mas não vai atrapalhar?
- Claro que não, estou desocupado. Vamos? 
- Vamos!
[...]
O Castiel ficou murmurando o caminho inteiro para mim, dizendo que não era para ter chamado o Nathaniel, que o Kentin já era demais. Mas quando chegamos em casa e percebi que Samanta não estava, mostrei o lugar exatamente como estava quando cheguei ontem. Todos disseram que acreditavam na hipótese dela ter sido sequestrada, menos Castiel, que disse que era poucas provas, mas como perdeu a aposta teria que me ajudar.
- Mas como vamos encontrá-la? - Perguntou Nathaniel.
- Ela pode estar em apuros! - Kentin estremeceu.
- É melhor contatarmos a polícia - Castiel sugeriu.
- Se o Castiel acha que é provas insuficiente, quem dirá a polícia... 
- Mas o que vale é tentar! - Nathaniel falou.
- Podemos tentar rastrear o celular dela, talvez? - Castiel deu outra sugestão.
- Boa ideia. - Confirmei.
- Mas como?  - Nathaniel perguntou.
- O meu pai é militar. Tem acesso a esses aparelhos capazes de rastrear celulares. - Kentin disse.
- Ótimo! - Castiel falou empolgado - Até que está sendo útil você por aqui. 
Kentin sorriu amarelado e disse:
- Isso ajuda bastante... mas, era pra ela estar sendo procurada desde ontem. Demoramos muito. 

P.O.V Castiel ON
Samanta me ligou ontem por volta do horário em que foi sequestrada. E eu não atendi, estava tão preocupado com a reunião que deixei para lá. Se eu tivesse atendido, talvez saberia onde ela está e como ela está. De fato, demoramos. Estou com raiva de mim mesmo por não ter evitado essa tragédia. 
- Ela é esperta quando quer! Aposto que está bem! - Raquel interrompeu aquele silêncio assustador com suas palavras positivas.
- Sim... ela vai ficar bem. - Nathaniel disse.
- É o que espero... - Murmurei - Nos leve até seu pai, Kentin. 
- Certo.
Quando chegamos no pai dela explicamos a situação, ele pareceu muito preocupado e percebi uma forte ligação da família do Kentin com a da Samanta. Ele parecia mesmo se preocupar com a segurança dela. Ele falou que só poderia rastrear o celular mais tarde, isso se conseguisse permissão pois o mesmo se encontrava no seu local de trabalho, e só funcionários poderiam usá-lo e em seu horário de trabalho. Então ele sugeriu um plano enquanto isso: colocar notas de desaparecimento. Mas ele precisava de uma foto dela para imprimir, logo me lembrei de umas que tinha no meu celular. Sim, eu tinha foto dela aqui. Umas duas dela distraída e outra que peguei pela rede social. Ele disse que no papel colocaria um número de contato, para telefonarem, eu pedi que colocasse o meu, e ainda pedi para que colocasse um valor de recompensa. De fato, serei eternamente grato a pessoa que encontrar a minha tábuazinha. Ele então imprimiu vários papéis e nos entregou fita crepe também. 
- Essa quantia já dá... - Ele disse entregando um tanto de papel para cada um - Preguem eles até onde conseguirem, de preferência em lugares mais lotados. E não deixem tudo num só lugar, quanto mais distante essa notícia for, mais fácil será encontrá-la. - Sua voz era firme e esbouçava esperança.
[..]
Então nos despedimos e saímos da casa do Kentin. O Nathaniel tinha compromissos e teve que partir, restando apenas eu, Raquel e Kentin.
- Vocês vão pregar os papeis ainda hoje? - Perguntei curioso, o dia estava ensolarado e ninguém gostaria de ficar nesse calor andando pelas ruas.
- Claro! - Disseram em uníssono.
Sorri com a empolgação deles.
- Vamos nos separar então e cada um vai para um lado. - Kentin disse.
- Ok... - Então olhei para a Raquel e me vi receoso ao pensar que poderia acontecer o mesmo com ela - Raquel, faça dupla com o Ken. Eu vou sozinho. 
- Hm? Por mim tudo bem. - Respondeu.
- Ok. 
Então cada um foi para um lado. 
P.O.V Samanta ON
A noite de ontem foi a mais longa e solitária que já tive! Dormir naquela chão gelado foi uma luta sem fim, até o momento que as luzes foram acesas e me levantei em um movimento súbito. Ouvi a porta ser destrancada, logo o moreno de ontem adentrou. Ele segurava uma bandeja nas mãos que tinha um copo d'água, um pão de forno com manteiga e uma metade de maçã.
- Bom dia! - Ele saudou ao entrar - Trouxe seu café da manhã - Colocou a bandeja do meu lado no chão.
Eu olhei faminta para o alimento, mordendo os lábios.
- Eu não vou comer isso. - Virei o rosto para o lado, cruzando os braços.
- Não tá com fome? - Ele perguntou.
- Pode estar envenenado. 
- Novamente me menosprezando? - Ele soou irritado - Se eu quisesse já teria te feito algum mal! - Ele aumentou a voz.
- E você já fez ao me manter presa aqui! - Peguei o copo d'água num impulso e joguei na cara dele.
Eu só percebi o que havia feito quando vi ele me olhar profundamente furioso. Esperava que ele me batesse ou me xingasse, mas ele se controlou.
- Não vou te soltar dessas correntes até você aprender a se comportar.
Então ele se retirou, deixando a bandeja lá do meu lado. As luzes estavam apagadas novamente. Eu comecei a comer o pão, estava com fome demais para rejeitar.
Vi um celular em cima de uma mesa. Eu poderia usá-lo caso não estivesse acorrentada. Mas como soltaria meus pés? Não tinha como... Aquele cara disse que eu não me soltaria até que eu me comportasse. Talvez se eu me comportar...
P.O.V Castiel ON
Caminhei por horas até meus papeis acabarem. Eu estava exausto demais, deveria estar beirando para umas 18 horas. Tenho que ir tomar um banho e descansar. Amanhã posso imprimir mais papeis... ou apenas esperar milagrosamente por uma ligação de alguém que a encontrou.
Quando cheguei em casa fui direto para o banho. Despi-me e deixei a água fria do chuveiro me refrescar. Enquanto a água percorria meu corpo e meu olhos estavam fechados, meus pensamentos voavam. Todas as minhas preocupações me corrompiam. 
Eu sempre disse a mim mesmo que protegeria a Samanta... eu sempre me senti bem ao ver ela sorrir. Sempre amei poder fazê-la rir, na maioria das vezes irritar, em outras, abraçar e beijá-la... de ter ela firme em meus braços. Mas agora, não faço ideia de onde ela se encontra. Se está com medo, sentindo frio e sozinha. Se está com a esperança que a encontrem. Não sei se ela está bem ou está machucada. Se ela está sendo abusada por algum desgraçado. Eu simplesmente não sei se ela está longe ou perto, ou então... morta.
- DROGA! - Gritei e dei um soco na parede - Eu vou te encontrar, Samanta!
Neste mesmo momento ouvi meu celular vibrar em cima do armarinho do banheiro. Desliguei o chuveiro, peguei minha toalha e enrolei-a na cintura. Sequei as mãos antes de pegar no celular e então vi na tela: "Número Desconhecido". Eu fiquei parado por segundos pensando: pode ser alguém que encontrou a Samanta! Talvez ainda hoje eu veja ela! 
Uma pequena esperança, misturada com medo de receber uma notícia ruim, brotou em meu coração. Mas só atendendo saberia o que se passava. 
- Samanta... - Murmurei antes de clicar em Atender Ligação.


Notas Finais


Ei, o que acharam? Espero que tenham gostado, haha ^^ até a próximaaa! ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...