Pela manhã, estava sentado na mesa, tomando meu café. Meu filho passou correndo, dizendo que estava atrasado... Quando perguntei para onde, recebi um:
- Você não se importa
Cheguei a pensar um pouco, mas não fui muito longe, pois questões do trabalho estava me mantando. Ao pensar nisso, minha consciência surge em forma humana, parecia muito mais real do que uma simples imaginação.
Ela me levou para um passado que jamais gostaria de lembrar. Quando criança, meus pais por serem muito ocupados, nunca se importaram comigo, nem com meus irmãos... Nem todos tinham o mesmo raciocínio, alguns eram mais dependentes. Meu irmão Pedro, encontrou na rua, o que não encontrava dentro de casa: Atenção. Se perdeu nas tentações, e após alguns anos, faleceu. Meus pais, sentindo-se culpados, passou a nos dar mais amor, que talvez, tenha sido tarde demais... Eu encontrei esse amor ausente, nos meus sonhos, que foram perdidos pelos caminhos da minha vida. Eu os perdi, pelo fato de querer optar pelo caminho mais fácil, mas eu sabia que era capaz de chegar mais longe, e até cheguei, mas muito diferente do que imaginava.
Ao retornar para o presente, senti a mesma culpa que meus pais sentiram, e percebi que meu trabalho estava desestruturando minha família. Fui atrás do meu filho, mas não o encontrei, fui até sua escola, perguntei para amigos, e nada... Esse sentimento de culpa estava me perturbando, até que voltei para casa, fui até o quarto dele, e encontrei uma foto de nós dois, rasgada em cima de sua cama... Me dei a liberdade de chorar, coisa que a muito tempo não fazia. Até que... Meu filho entrou, revoltado por eu estar em seu quarto.
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