História Minha Namorada Virtual (Imagine Taehyung - V) - Thirteen.

Minha Namorada Virtual — Capítulo 13

__________ — Point of View.

 Já não via mais á hora de chegar em Seul, minha bunda estava até quadrada por culpa daquela poltrona. O chato de fazer um voo direto era isso, o avião não parava em nenhum lugar e você era obrigado a ouvir pessoas barulhentas comendo seus alimentos nada saudáveis de forma escandalosa.

E pra aniquilar totalmente a minha ideia de querer dormir durante a viagem, eu tive a sorte de ver que meu assento era ao lado de uma mulher com um garoto pequeno. Devia ter seus 2 anos e chorava ou fazia birra por qualquer coisa.

Eu adorava crianças, mas eu já estava quase gritando um cala a boca para aquele moleque. Já tem alguns dias que eu não durmo direito, por conta das festas de despedidas de (SuaAmiga). Ela havia tirado a semana toda para se despedir de mim me arrastando para boates e clubes. Eu poderia muito bem dizer não e ficar em casa, mas ninguém conhece o poder de persuasão daquela lá.

Mal havia ido e já estava com saudades daquele ser humano que me fazia rir de qualquer coisa. Infelizmente, havia ficado com a última vaga do intercâmbio para a Coreia. O lugar mais "próximo" que havia restado era a Ucrânia, mas digamos que (SuaAmiga) não quis. Não era tão perto assim e ela preferiu ficar no Brasil.

Eu passei os últimos três dias fingindo que não me importava por estar sendo ignorada por Kim Taehyung. Ele simplesmente não respondia minhas mensagens e muito menos atendia minhas ligações.

Me questiono o que deve ter acontecido...

Lembro-me vagamente de ter chegado em casa na madrugada de terça pra quarta quase caindo pelos cantos, meu corpo estava sendo basicamente sustentado pelo homem que insistiu em me levar pra casa. Esse homem era simplesmente o ex-namorado que eu não via há 2 anos, graças a um intercâmbio que o mesmo havia feito para os Estados Unidos.

O meu celular vibrava insistente no bolso da minha jaqueta e a televisão estava com o volume consideravelmente alto demais para uma madrugada silenciosa. Me amaldiçoei internamente por ter esquecido ligado aquele aparelho.

— __________, atende logo essa porcaria. 

A voz grossa do homem ao meu lado soou, quase me fazendo lhe dar um tapa por dizer próximo ao meu ouvido.

Minha cabeça dava altos giros e eu estava quase perguntando quem era ele e quem era _________, mas fiquei no meu mundinho de contas de fadas e permaneci calada, resmungando um baixo "não", tropeçando nos meus próprios pés e caindo de qualquer jeito no sofá.

Eu ouvia uma conversa alheia ao meu redor e perguntava como e quando ele havia conseguido pegar meu celular. Meu cérebro estava desligado de tudo e eu só pude escutar uma risada nada discreta da parte dele, o que quase me fez jogar o sapato nele por fazer tanto barulho. Segundos depois senti alguém me cutucar.

— _________, _________. — O ouvi me chamar, chacoalhando-me. Ergui a cabeça e o encarei com uma cara nada boa, resmungando um o quê. — Tem um tal de Kim querendo falar com você. — Deixou o aparelho em minhas mãos, sorrindo.

Eu só me lembro de ter xingado meu ex de algumas coisas. Sinceramente, não me lembro se o atendi ou não. Mas as chances de eu não o ter atendido eram bem altas e eram mais altas ainda as chances de ter o atendido e ter sido extremamente grossa ou simplesmente ter desligado na cara dele ao mínimo "A" pronunciado; digamos que eu não seja a pessoa mais educada sobre o efeito do álcool. 

A verdade é que esse meu ex-namorado resolveu surgir do inferno e foder mais um pouco com a minha vida, que já era bem fodida por sinal. Como é que pode a pessoa sumir por dois anos nos Estados Unidos, nem sequer dar sinal de vida e voltar esperando que eu estivesse o esperando feliz da vida? Fico espantada com a cara de pau dessas pessoas.

Eu deixei bem claro quando o revi que tudo estava acabado há muito tempo. Não havíamos terminado quando ele se foi. Eu gostava dele e na minha mente eu poderia muito bem o esperar por 2 anos, sobrevivendo com ligações ou chamadas por vídeo. Acontece que ele nunca me deu notícias suas e depois de 2 meses desde que ele se foi, eu sozinha e por conta própria coloquei um fim em tudo. Não era como se eu fosse ser trouxa desse jeito e esperar por uma pessoa que nem sequer me mandou um olá em 2 anos.

Mais voltando... O “desaparecimento” repentino de Kim fez com que chegasse às minhas próprias conclusões. Provavelmente eu não fui nada legal com ele. E eu quase me bati no outro dia por causa disso, e ainda mais por abrir a conversa com Kim e ver um lindo: “Ei, kim” e um “Precisamos conversar”. Me pergunto quando foi que mandei isso.

Acontece que passei o resto da semana lhe enviando mensagens e sendo ignorada. Eu havia lhe contado que em algumas horas estaria chegando em Seul, mas minhas esperanças de que ele fosse vir me ver eram quase zero e eu acho que realmente não merecia toda essa perda de tempo da parte dele.

Eu só queria me jogar de um prédio.

Só fui acordar do meu transe quando a aeromoça cutucou meu braço e disse que já havíamos pousado. Não faço a mínima ideia de quanto tempo fiquei parada ali, mas meu cérebro interpretou como um longo tempo. Eu já não queria me levantar como antes, mas eu tinha e foi o que eu fiz, depois de recolher meus pertences. Eu só esperava encontrar logo a família com quem eu ficaria e conhecer minha nova casa.