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História Minha nova madrasta - O que é saudade?


Escrita por: hollyshit-

Notas do Autor


OLÁ PESSOINHAS DO MY HEART <3 <3

Eu tentei não demorar e confesso que pensei que terminaria esse capítulo só daqui a uns três dias por causa do meu maldito trabalho de geografia, mas eu comecei a escrever inocentemente e quando vi lá se foi a tarde! Possivelmente vou rodar em geografia, mas o capítulo tá aí xD

Bjs mores e até as notas finais :3

Capítulo 15 - O que é saudade?


Fanfic / Fanfiction Minha nova madrasta - O que é saudade?

 

 

+ Yuri +

 

 

Eu cheguei em casa após mais um dia de trabalho em que sequer avistei Jessica de longe. Para piorar tive uma das piores noites de sono da minha vida. E foi com alívio que escutei o som do despertador me avisando que estava na hora de levantar da cama. Estava acabando de entrar em baixo do chuveiro de água quente quando meu celular tocou. Praguejei enquanto me enrolava na toalha para catar o aparelho que havia largado em algum lugar do minúsculo apartamento.

 

O que eu não conseguia entender era como eu perdia tanta coisa em um espaço tão pequeno. A cozinha não passava de um balcão com uma pia pequena, um armário aéreo com duas portas, um cooktop de duas bocas que eu usava somente para esquentar água para fazer ramen e um frigobar, colocados estrategicamente em um canto do único cômodo a que se resumia o apartamento que eu chamava de casa.

 

O celular estava perdido no meio das cobertas da cama, vasculhei um pouco para achar o aparelho. Claro que eu perdi a ligação segundos após encontrar o aparelho. Mais um palavrão foi proferido, desta vez contra mim mesma, desbloqueei o aparelho. Ao contrário do que eu pensava a chamada não era de Taeyeon e sim de Jessica. Fiquei tentada a ligar de volta, essa não era a primeira vez que a castanha tentava entrar em contato comigo desde a nossa briga estúpida, porém decidi apenas ignorar. Voltei para o banho. Não gosto de assumir que fiquei matutando sobre o que a castanha queria durante todo o banho, essa insistência por parte dela ainda era u nova p mim. Claro que se desculpar pela sua atitude estúpida estava fora de questão. A Jung é orgulhosa demais para isso. 

 

Mal havia saído do banho escutei o celular me chamar de novo, desta vez atendi a ligação no segundo toque. Não evitei ficar um pouco desapontada ao escutar a voz de Taeyeon do outro lado da linha. Estava contando com uma segunda ligação por parte de Jessica.

 

– Taeyeon você sabe que horas são?

 

– Claro que eu sei, são sete horas, e eu também sei que você nunca consegue dormir direito depois de brigar com alguém. – Uma risadinha levemente prepotente acompanhou sua frase . – Estou certa não estou?

 

– O que você quer?

 

– Você tem como vir comigo hoje a tarde em um lugar?

 

– Taeyeon não quero ir a um puteiro! 

 

– Não é isso Yuri! Agora estou indo levar Tiffany e Jaewook ao aeroporto, quando voltar vou pedir para Jihun passar aí para te buscar! Por favor!

 

– Você vai ficar sozinha e tem certeza de que não vai ir para algum dos seus “clubes”?

 

– Porra Yuri! Eu não sou assim! Tiffany descobriu o possível hospital onde eu nasci e estou indo para lá! Queria que você fosse comigo, não vou conseguir ir sozinha!

 

– Aigoo! Tudo bem eu vou!

 

Ela comemorou e desligou logo em seguida afirmando que chegaria daqui a uma hora se não tivesse muito trânsito. Terminei de me vestir e fui até um supermercado comprar um monte de coisas consideradas não engordantes, Donghae me deu uma lista enorme das coisas que eu devia começar a comer de agora em diante por causa do meu novo emprego. Confesso que nunca pensei que viraria modelo. Voltava para casa quando recebi a terceira ligação do dia. Olhei na tela de bloqueio o nome de Donghae.

 

– Como vai minha modelo predileta?

 

– Olá Donghae!

 

– Preciso de você Yuri!

 

– Mas você me disse que eu tinha o dia de folga!

 

– Você teria, mas os patrocinadores da próxima edição pediram para conhecê-la, e se tudo der certo teremos seu rosto estampado na capa das exemplares da próxima edição.

 

– Está brincando?

 

– Não, eu quero você na capa da revista, Jessica foi contra, mas consegui a permissão da maioria dos acionistas que não se importaram desde que venda.

 

– Quando tenho que estar na empresa?

 

– Estou esperando em frente a sua casa, a propósito você não está nela! 

 

– Como sabe onde eu moro?

 

– Eu sei de muitas coisas a seu respeito.

 

– Daqui a pouco eu chego.

 

– Estou esperando.

 

O moreno desligou, eu estava um pouco confusa. Era óbvio que a empresa tinha fichas de todos os funcionários, custava apenas uma ordem para sua secretária e Donghae teria acesso a ela. Porém sua segunda frase não foi muito tranquilizadora. Não queria que ele soubesse de “muitas coisas a meu respeito”. Quando dobrei na esquina da rua onde morava, um carro preto estava estacionado em frente ao meu humilde prédio. O moreno desceu do veículo mal eu havia me aproximado. Após eu explicar rapidamente que precisava colocar as coisas que havia comprado lá em cima e trocar de roupa ele voltou para o carro.

 

Deixei as compras em cima do pequeno balcão da pia, vesti meu uniforme, que mesmo após a promoção continuava o mesmo, mandei uma mensagem a Taeyeon explicando que não teria como acompanhá-la e pedindo mil perdões por isso. Frisei que queria tanto quanto ela achar seus pais, porém não teria condições de fazer isso hoje. Ela respondeu segundos depois com palavrões e palavras ofensivas, frisando que eu nunca ajudava quando ela pedia. Revirei os olhos e desci as escadas digitando furiosamente que a culpa era de Donghae.

 

O moreno me recebeu com um sorriso em seu carro. Chegamos rápido no prédio da empresa, afinal ele dirigia como se estivesse no meio de uma corrida. Pensei que vomitaria meu café da manhã em alguma curva. Nunca me senti tão aliviada como quando saí daquele carro. Chegando na empresa fui direto ao setor dos estúdios, onde passei todo o resto da manhã e parte da tarde sendo fotografada. Achei que seria um trabalho fácil, porém era mesmo muito cansativo. Além disso o fotógrafo não sabia o que queria e Donghae não ficava satisfeito com nada. Tive que refazer diversas vezes para por fim o moreno se agradar com as fotos. Mesmo sendo muito exigente ele não deixava de ser gentil, me deu diversos concelhos e Tenho que concordar que o resultado ficou lindo.

 

– Acabou? – indaguei esperançosa assim que terminamos de conferir todas as fotos.

 

– Por hoje terminamos o ensaio.

 

– Ainda bem, já estava cansada, esse casaco é muito quente! – dei um leve tapa na peça ao meu colo que eu havia acabado de tirar.

 

– Você não tem nada hoje não é? – seu sorriso galanteador me irritou, mas evitei ser grossa.

 

– A princípio não.

 

– Ótimo, seria um incômodo ter que desmarcar agora. – falou como quem não queria nada.

 

– Como assim? – perguntei curiosa.

 

– Temos um jantar com os patrocinadores, ou você já esqueceu? – ele sorriu claramente se divertindo com a minha confusão.

 

– É hoje? – Donghae sorriu largamente.

 

– Hoje à noite. – respirei fundo. – Você devia estar feliz, se tudo der certo essa será a oportunidade da sua vida!

 

– Vou trabalhar duro! – sorri. – Obrigada por hoje! Não teria conseguido sem você! – o moreno sorriu.

 

– Donghae eu estava te procurando! – a voz de Jessica ressoou a centímetros atrás de mim. – Por que não atendeu as minhas ligações?

 

– Eu estava ocupado com o ensaio de Yuri!

 

Ambos não estavam gritando, sequer elevaram a voz, mas a agressividade naquelas frases, em especial as de Jessica me assustou. Acho que entendi o motivo pelo qual ambos apenas transavam. Esses dois jamais conseguiriam morar juntos.

 

– Ótimo! Pelo visto conseguiram bons resultados, espero que não perca o contrato como da última vez! – pensei em oferecer alguma coisa pra Jessica limpar o veneno que escorria do canto de sua boca a cada palavra.

 

– Seria tão bom para você me ter rastejando pelo meu emprego não é mesmo? – ele sorriu malicioso.

 

– Então acho bom que não precise fazer isso, porque não vou te dar mais uma chance! – ela cuspiu impassível antes de se virar sem sequer fazer menção de olhar para mim.

 

– Jessica é um amor de pessoa se você dá algumas centenas de chances para ela. – o moreno sorriu enquanto observava a castanha gritar com um fotógrafo que deixou um tripé próximo demais a porta. – Ela precisa apenas de tempo para perder o orgulho.

 

Nós dois encaramos a castanha por mais alguns segundos, até a mesma dar-se conta de que era alvo de nossos olhares nada discretos e comentários acompanhados de risos leves. Jessica esbravejou uma ameaça de demissão para todos no estúdio e finalmente retirou-se, juntamente, com o suspiro de alívio por parte dos presentes no local. Donghae riu um pouco e eu não consegui segurar também, até mesmo alguns fotógrafos nos acompanharam nas gargalhadas que o ataque de fúria da Jung causou.

 

Donghae ficou controlando o resto das fotos e mandou eu ir me arrumar para o tal jantar, uma maquiadora apareceu juntamente com um rapaz magrela que arrumou meu cabelo em um penteado para o lado. Eu definitivamente não gostei do vestido que me mandaram usar. Era um branco estranho, parecia mais um tom diferente de dourado que virava branco conforme a iluminação. Donghae ao contrário de mim ficou encantando com o vestido, e durante todo o caminho até o restaurante onde seria realizado o jantar, o moreno ficou me bombardeando com elogios.

 

Quando chegamos já haviam várias pessoas no local, e para minha surpresa, não encontrei Jessica entre os presentes. Fato esse que me chamou atenção, afinal esperava que ela estivesse presente na reunião, logo, isso me soou estranho. Fui apresentada a um número considerável de pessoas, todas ou grandes acionistas ou empresários que patrocinavam as edições da revista. Eu estava sentada em uma das mesas conversando animadamente com um rapaz moreno que devia ter a minha idade quando Donghae me chamou com um gesto de cabeça.

 

Me levantei e caminhei devagar até o moreno. Ele estava sentado sozinho em uma mesa à minha direita, quando eu me aproximei ele se levantou e fez menção para segui-lo. Caminhamos os poucos passos que nos separavam da área dos fumantes. Esta ficava ao ar livre, algumas mesas dispersas e vários bancos espalhados por um luxuoso terraço. Nos sentamos em um dos bancos.

 

– Yuri, preciso que você me responda francamente.

 

Assenti convicta. O moreno passou a mão arrumando os cabelos em um topete antes de continuar, acompanhando o gesto com um sorriso nervoso que não me passou confiança.

 

– O diretor Lee mostrou muito interesse em você, em troca de um pequeno favor teremos seu rosto em todos os comerciais dos próximos três meses.

 

– Pequeno favor? – indaguei desconfiada.

 

– Você sabe. Ele quer… bem.. – Donghae se enrolava e parecia desconfortável com suas palavras. – Como posso dizer? Bem... aquilo, sabe? – disse depois de muita enrolação.

 

– Você está me pedindo para transar com ele? – elevei o tom de voz incrédula.

 

– Não fale alto! – Donghae me repreendeu no mesmo instante. – É apenas uma troca de favores! Você joga algum charme e dá um pouco de atenção para ele, em troca terá sucesso na sua recente carreira, com um bônus de ser a capa não apenas da nossa revista como de muitas outras.

 

Eu estava em choque! Como Donghae tinha a cara de pau de me pedir isso? Em um lugar e em uma circunstância em que ficava quase impossível dizer não sem fazer um escândalo. Se para eu conseguir ter uma carreira sólida precisaria me submeter a puta de luxo estava começando a ver essa promoção com outros olhos. O moreno não calava a boca dizendo que seria uma oportunidade única, não me custaria nada, seria até mesmo divertido. Donghae teve a insensibilidade de jogar essas palavras na minha cara. Claro que ele prometeu uma quantia gigante em dinheiro. Se eu concordasse em passar algum tempo com o cineasta chinês, com certeza, surgiriam diversas propostas tentadoras para gravar filmes e doramas.

 

Foi então que eu finalmente entendi o motivo para terem somente os investidores, patrocinadores e pessoas influencientes em um geral, sendo todos do sexo masculino. Alguns acompanhados, porém a maioria solteiros, o resto das pessoas presentes se resumiam em modelos calouras e atrizes pouco conhecidas. Isso não era um jantar de negócios, era apenas um harém de luxo. Onde os magnatas decidiam com quem queriam transar e conferiam diversas vantagens temporárias a essa pessoa. Isso não passava apenas de contratos para ser a escrava sexual de algum milionário. Não queria isso para a minha vida, não queria passar o resto dos meus dias dependendo dos outros. Encarei o moreno que ainda não havia calado a boca.

 

– Chega Donghae! – ele se surpreendeu com a dureza das palavras. – Não vai me fazer virar uma das suas putas de luxo! Dê você o rabo para esse maldito produtor!

 

Me levantei e virei na direção contrária a Donghae. Estava dando o primeiro passo, quando senti a mão gelada do moreno segurando firme meu braço, impossibilitando que eu me movesse. Com um gesto brusco Donghae me fez cair novamente no banco. Sentia meu braço pulsar tamanha era a força que o moreno usava para me prender ali. Podia imaginar os vergões no outro dia. O hálito quente do moreno encostou em meu ouvido me fazendo ter calafrios.

 

– Não é assim que funciona Yuri. – ele riu rouca e debochadamente. – Você assinou um contrato de cinco anos, terá que cumprir. – com desprezo senti seus lábios colarem de vez em minha orelha. – Você vai me obedecer, como a boa cadela que é!

 

– Sinto muito incomodar o casal!

 

Nunca antes fiquei tão feliz em escutar a voz de Jessica reverberando raiva e ódio. A Jung estava irritada, muito irritada. Podia-se ler em cada linha de sua expressão o desprezo e o ódio que sentia pelo que estava vendo.

 

– Mas Yuri está sendo chamada! – de forma rude (porém maravilhosa) Jessica me puxou para fora do banco e das garras de Donghae. – Deixem para brincar depois! Temos um jantar para comparecer agora! Entendeu?

 

– Sim senhorita Jung! – o moreno respondeu prontamente mas em tom de deboche.

 

Jessica metralhou Donghae com os olhos, um simples olhar expressando os mais diversos palavrões e xingamentos. Com alívio tremendo me vi de volta a mesa em que estava sentada antes. Mas no lugar do empresário jovem e simpático Jessica estava sentada ao meu lado. Sua feição era de pura insatisfação. Ela parecia odiar com todas as suas forças cada pessoa presente naquele saguão, inclusive eu.

 

– Jessica Jung! – um senhor baixinho e um pouco fora de forma exclamou do outro lado da mesa, Jessica revirou os olhos. – Por que não apareceu mais?

 

– Diretor Lee! – ela se levantou sorrindo cinicamente enquanto fazia uma reverência. – Como está?

 

– Ficaria bem melhor se a sua modelo pudesse fazer parte da nossa campanha de verão! – o velho riu escandalosamente, sendo acompanhado por seus subordinados que ficavam na sua volta como moscas em torno da carne ao sol. – Não acha que faríamos um bom acordo?

 

– Lamento Diretor, mas já temos planos para ela! – ela sorriu ainda mais falsamente. – Mas podemos chegar a um acordo referente aos patrocínios da empresa do Senhor Min!

 

Conversa vai conversa vem, Jessica conseguiu desviar o assunto da conversa de mim e para quem eu deveria dar no fim desse maldito jantar. Durante a refeição com um gesto imperceptível a Jung mandou que eu a seguisse. Discretamente fui guiada até a cozinha, de lá foi fácil sair para o elevador de serviço e descer os cinco andares que correspondiam ao restaurante (o jantar estava sendo realizado no quinto andar).

 

Chegamos rapidamente ao térreo, onde, Jessica passou horas brigando comigo. Me culpou por ser tão iludida em acreditar que Donghae não tinha segundas intenções, gritou comigo por aceitar tudo que o moreno falava sem nunca contestar o porquê, me xingou por ser tão fácil de manipular e esfregou na minha cara que a culpa disso era minha por não ter lido o contrato antes de assinar.

 

– Eu avisei para não ficar perto dele Yuri! – ela ainda falava sem parar para respirar. – Eu não estarei sempre lá para evitar que te usem, felizmente tenho como desfazer esse contrato que você assinou.

 

– Obrigada! – sorri fraco, estava sentindo uma necessidade crescente de chorar.

 

– Por que está chorando? – ela indagou surpresa. – Vamos! Não aconteceu nada! Yuri!

 

Agarrei Jessica, na entrada do restaurante mesmo, a apertei forte contra mim, afundando meu rosto na curva de seu pescoço, tentando impedir que as lágrimas caíssem.

 

– Desculpe por me oferecer pro porteiro, por ficar brava, desculpe por não atender suas ligações, desculpe por ficar com ciúmes de Donghae, me desculpe…

 

Eu estava chorando, silenciosamente, mas chorando. A castanha retribuiu o abraço. Senti suas mãos confortarem-me acariciando meus cabelos, o que só me fez chorar mais forte.

 

– Aigoo Yuri! Vamos! Pare de chorar! O rapaz está nos olhando estranho! – ela sussurrou. – Hei você! Perdeu alguma coisa? – desta vez ríspida para o possível observador indesejável.

 

Sua agressividade repentina me fez rir. Limpei minhas lágrimas, mas não queria sair daquele abraço .

 

– Vamos Yuri! Eu te levo para casa! Não precisamos voltar. – ela murmurou.

 

Sorri involuntariamente. Soltei Jessica e a fitei profundamente, ela sorriu. Me puxando pelo pulso, mas sem a brutalidade de antes, a Jung me conduziu até seu carro. Eu estava nutrindo um amor tão grande por aquele carro. Mal entramos a abracei novamente.

 

– Obrigada Sica. – ela não se mexeu. – Me desculpe por causar problemas.

 

– Não. – Jessica pousou suavemente suas mãos em meus ombros. – Sou eu quem te deve desculpas, se eu não tivesse mudado você de setor, nada disso teria acontecido.

 

Ela suspirou pesadamente.

 

– Eu te amo, você sabe disso. – me aconcheguei em seu peito.

 

Jessica acariciou de leve meus cabelos, depositando um beijo rápido e delicado no topo da minha cabeça.

 

– Você também sabe. – encarou-me séria, porém gentil, selei nossos lábios, um beijo calmo e doce. – Vamos para casa Yuri.

 

Ela sorriu e eu apenas concordei com um gesto mínimo de cabeça.

 

 

 

 

+ Taeyeon +

 

 

 

Yuri podia ser minha melhor amiga, mas isso não anulava o fato de que ela tinha a péssima mania de sempre evitar me ajudar. Parecia que alguma magia sobrenatural impedia que a morena pudesse estar comigo em momentos que eu realmente precisava dela ao meu lado. Na morte de minha mãe adotiva Yuri estava em casa com uma virose violenta, quando fui despachada para meu primeiro colégio interno a Kwon havia quebrado o braço quando tropeçou nas escadas do prédio onde morava e não pode vir se despedir, até me assusto pelo fato de ter conseguido sua ajuda para pregar aquela peça em Tiffany.

 

Pelo visto não conseguiria ir com ela até o hospital. Como eu não mantive minhas amizades do colégio interno em Seul eu realmente tinha apenas Yuri e Tiffany como amigas. Estava em meu facebook pensando em alguém que pudesse ir comigo sem ser Jihun, lembrei-me da minha superior comilona e vendedora de ótimos filmes. Mandei uma mensagem para Sooyoung sem esperanças de que ela respondesse. Mesmo trabalhando juntas a pouco tempo nos entendíamos surpreendentemente bem. Sooyung havia me emprestado ótimos filmes que eu definitivamente não conseguiria encontrar sozinha.

 

Alguns minutos após eu enviar a mensagem obtive uma resposta, porém não era das mais incentivadoras. Aparentemente Sooyoung não poderia me acompanhar por hoje ser seu aniversário de namoro. Não queria ir sozinha, mas já estava ficando sem alternativas. Enrolei mais um pouco pensando em quem poderia ir comigo. Jimin havia arranjado um namorado e havia passado a me ignorar constantemente. Mas não custava tentar. Liguei para o ruivo.

 

O celular chamou mas Jimin não atendeu, tentei mais duas vezes, continuava caindo direto na caixa de recados. Frustrada desisti. Estava ao ponto de chamar Jihun e pedir que me levasse ao endereço que Tiffany havia me dado quando escutei meu celular tocando em cima da minha cama. Rapidamente peguei o aparelho atendendo sem sequer parar para ver quem me ligava. A voz de Tiffany do outro da linha realmente me surpreendeu.

 

– Taeyeon!

 

– Sim?

 

– Você já foi ao hospital?

 

– Não, estava pensando em ir hoje mesmo.

 

– Ainda bem!

 

Ela suspirou aliviada do outro lado da linha.

 

– Por que ainda bem?

 

– Soohyun não estará essa semana no hospital, ele tem um congresso no japão e só volta na quarta feira da semana que vem.

 

– Você está brincando?

 

– Lamento muito Taeyeon, mas você vai ter que esperar.

 

– Esperar?! Sabe o quanto eu já esperei? Não tenho mais tempo para esperar Tiffany!! 

 

– Taeyeon não é minha culpa! – ela quase gritou, se defendendo de algo que não precisava se defender. – Eu também quero que você descubra quem são seus verdadeiros pais, mas Soohyun não está no país!

 

– Tudo bem, me desculpe, eu falei sem pensar.

 

– Eu volto para Seul na terça de noite, se quiser podemos ir juntas.

 

– Você não vai chegar cansada?

 

– Não tem problema,afinal  também estou curiosa.

 

Ela riu um pouco antes de desejar boa noite e desligou. Como não tinha mais o que fazer, acabei passando o resto do dia em casa vendo os últimos episódios do drama anterior de Tiffany. É. Definitivamente Tiffany fica bonita com qualquer cor de cabelo, mas eu ainda a prefiro ruiva.

 

 

++++

 

 

Confesso que esperar dez dias não me parecia grande coisa quando Tiffany me ligou na segunda feira de noite, porém era recém, quinta feira e nem mesmo o trabalho fazia o tempo passar mais rápido. Ficar em casa chegava a ser degradante, não havia a voz aguda e quase sempre presente de Tiffany, muito menos as reclamações graves e periódicas de Jaewook. Jihun não era de falar muito. Conversávamos muito pouco.

 

 

O silêncio me dava as boas vindas quando eu chegava do trabalho e me desejava boa noite todos os dias. Mas confesso que duas ou três vezes imaginei a cabeleira negra de Tiffany surgindo pela porta com seu sorriso único no rosto para me dar bom dia, fato esse que ocorria com frequência. Chegava até mesmo a suspirar de frustração por ter sempre a companhia do silêncio e não reclamar mais pelo falatório da moradora do quarto de hóspedes que não me deixava dormir aos sábados.

 

 

 

++++

 

 

Quinta feira quando voltei do trabalho e encontrei um bilhete amarelo de Jihun em cima do balcão da pia me avisando que o mesmo havia ido ao mercado comprar algumas coisas que começavam a escassear na despensa, lembrei-me imediatamente de um objeto que fora esquecido por mim.

 

Ao passar pela frente do quarto de Tiffany, (odeio admitir que isso se tornou um hábito, passear pela casa vazia, inclusive – detesto ainda mais em admitir – pelo escritório de Jaewook) um urso rosa deixado de lado em cima da cama me fez adentrar na peça. Meus olhos piscaram bastante para acostumar com a luminosidade amarelada do sol da tarde que entrava pelas cortinas quase transparentes, dando ao cômodo um ar tão leve e tranquilo, diferente do resto da casa que parecia mergulhada em uma escuridão causada pelas cortinas cinzas.

 

– Como aquela megera pôde te esquecer aí Senhor Taengoo? – indaguei me sentando na cama sobre minha perna direita. – Acredita que ela nem liga para perguntar de você?

 

O urso continuava sem me responder. Olhei em volta e não evitei sorrir com a organização em que aquele quarto se encontrava. A cômoda branca com vários frascos de perfumes perfeitamente organizados em ordem alfabética; algumas pelúcias dispersas organizadamente sobre a cama com o edredom rosa; os sapatos muito bem distribuídos na última prateleira do roupeiro; as toalhas dobradas e empilhadas e duas torres com duas toalhas em cada. Tudo ali estava em seu devido lugar, porém o Senhor Taengoo parecia tão deslocado no meio daquela cama enorme, ocupada parcialmente por almofadas e outras pelúcias aleatórias, porém rosas também.

 

– Você está sozinho não é? – fiz o urso balançar a cabeça concordando. – Eu também estou.

 

Agarrei o urso e o carreguei até meu quarto, que em contraste com o de Tiffany, parecia tão desorganizado, sem vida ou cor, em algum lugar li que seu quarto reflete diretamente a sua pessoa. Suspirei me sentando em minha cama com o Senhor Taengoo. Acabei adormecendo rapidamente. Acordei com o som da TV alguns minutos mais tarde. Jihun havia voltado e estava assistindo a um jogo de baseball. Perguntei a ele se havia problema em apenas pedir uma pizza, com um aceno mudo de cabeça e um sorriso fraco ele concordou.

 

Após o jantar Jihun foi dormir no seu pequeno quarto que ficava no andar de baixo, na verdade, o pequeno quarto de Jihun era muito confortável e pelo que eu me lembrava da última vez em que estive lá, tinha a melhor vista da cobertura, pois ficava em um ângulo privilegiado que dava de frente para uma das muitas pontes que dividem Seul.

 

Subi para o meu quarto como vinha fazendo desde que todos foram viajar, escovei meus dentes e dei início ao meu pequeno passeio noturno pelos quartos. Mas uma vez sorri ao contemplar a organização e o uso excessivo de rosa do quarto de hóspedes, contive um espirro ao entrar no quarto de Jaewook e inspirar o eterno cheiro de colônia masculina que ficava impregnado ali, fechei as cortinas do escritório. E mais uma vez me senti melancólica ao contemplar as luzes da cidade sozinha. Solidão nunca foi um problema para mim. Me considerava resistente a esse sentimento que muitas vezes desola alguns e causa crises histéricas em outros.

 

Me deitei em minha cama abraçando o Senhor Taengoo. Fiquei conversando com Yuri pelo celular antes da morena ficar off-line e ir deliciar-se nos braços de Jessica. Estava feliz por Yuri. Ela realmente merecia esse amor estranho, ciumento e possessivo que Jessica estava mais do que disposta a lhe dar. Era até mesmo cômico acompanhar aquelas duas no trabalho, viviam brigando e ficando emburradas pelos corredores da empresa, porém somente nessa semana Seohyun já havia reclamado umas três ou quatro vezes de “sons estranhos” vindos da sala de sua chefe.

 

Pluguei meu celular à tomada para carregá-lo, me deitei e envolvi carinhosamente o Senhor Taengoo em um abraço, como se ele fosse vivo de verdade e pudesse se machucar se eu o apertasse demais. Tentei dormir, porém algo estava me incomodando, não conseguia pegar no sono e sentia que algo estava errado, me sentia levemente abatida, mesmo não havendo razão para isso.

 

Cansada de revirar para lá e para cá na cama me levantei, meus pés me levaram até o quarto de hóspedes por algum motivo desconhecido. As cortinas claras deixavam a fraca claridade dos prédios ao redor passar, evitando que o quarto ficasse completamente entregue à penumbra. Com a baixa iluminação externa encontrei facilmente a cama, me sentei apenas para passar o tempo. Senhor Taengoo estava sentado onde eu havia o encontrado nesta tarde.

 

– Você sabe o que é saudade Senhor Taengoo? 

 

Encarei o urso para abraçá-lo em seguida. Deitei de lado sobre o edredom rosa, ainda abraçada ao urso, brincava com suas orelhas quando me dei conta do que estava me impedindo de dormir. Era um sentimento novo para mim, nunca antes experimentado, já tinha escutado muito sobre ele, porém nunca havia presenciado. Acariciei a cabeça do urso rosa enquanto fechava os olhos. Murmurei antes de me entregar ao sono que finalmente havia decidido aparecer.

 

– Então isso é o que chamam de saudade. 

 

 


Notas Finais


ENTÃO FOI ISSO PESSOINHAS DO MY HEART <3 <3

Teve mais yulsic pq sim, mas eu pessoalmente gostei bastante de escrever esse cap, espero que vcs gostem de ler ele também xD bjs e até o próximo mores :3


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