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História Minha nova madrasta - A Casa do Terror!


Escrita por: hollyshit-

Notas do Autor


OLÁ PESSOINHAS DO MY HEART <3

Tudo bem com vcs?

Me desculpem pela demora, mas as provas finais estão chegando e tenho que me empenhar bastante nos estudos. Peço que tenham paciência comigo, principalmente nesses últimos dois meses que estão sendo bem difíceis para mim, e não desistam da fic meus mores <3

Para quem acompanha Dois cubos de açúcar, sabia que eu não desisti dela e amanhã atualizarei <3 Para os que não acompanham vou deixar o link nas notas finais e se quiserem deem uma passadinha lá meus lindos e lindas xD

Boa leitura, bjs mores e até as notas finais ;)

Capítulo 18 - A Casa do Terror!


Fanfic / Fanfiction Minha nova madrasta - A Casa do Terror!

 

 

Tiffany

 

 

– Tudo bem! Você pode vir nos visitar quando quiser, Taeyeon com certeza estará em casa amanhã! Claro, eu compreendo! Boa sorte Seohyun!

 

Encerrei a chamada e desliguei o celular conectando o aparelho novamente ao carregador. Malditos Iphones, descarregando a cada cinco minutos, e o homem da loja me garantiu que a bateria teria uma ótima durabilidade. Suspirei e desci as escadas. Estava sozinha; Taeyeon fora a mais um encontro com seu namorado afeminado e Jaewook ainda não havia voltado de Busan, por sinal, voltava esta semana.

 

Ao saber disso minha pequena anfitriã garantiu que não voltaria para casa esta noite. Mesmo sobre meus protestos e ameaças não havia nada que fizesse aquela baixinha cabeça dura desistir da ideia de passar a noite na casa de Baekhyun. Eu não estava com ciúmes nem nada do tipo, eu apenas não conseguia imaginar Taeyeon dormindo no mesmo espaço que Baekhyun, a antipatia entre os dois era visível a quilômetros, pelo menos, quando não haviam câmeras. Quando via fotos dos dois constantemente nos sites de fofoca (que eu não tenho o hábito de ler, que isso fique bem claro) poderia jurar que aqueles dois são os melhores amigos que já existiram na Terra!

 

Mas eram apenas fotos, se fosse avaliar as minhas e de Jaewook, poderia dizer que nunca houve casal mais feliz! Também não nego que visualmente fazíamos um casal bonito! Até porque é difícil existir um casal que não fique bonito desde que eu esteja nele! Não gosto de me gabar nem nada do tipo, mas sei a beleza que tenho! Tenho espelhos em casa e gosto muito da imagem que eles refletem todos os dias de manhã!

 

Antes de tomar banho mandei mais algumas vinte mensagens para Jessica, já esperava que ela não me respondesse, desde aquele fiasco com Yuri naquela noite Jessica e sua vítima não davam sinal de vida. Nunca duvidei do que minha amiga era capaz de fazer, mas sempre me preocupei mais do que ela com as consequências de seus atos impensados. Jessica era muito mais irresponsável do que eu.

 

Estava preocupada, não apenas por Jessica, mas por Taeyeon também, hoje de manhã acordei com uma ligação um tanto estranha de Soohyun. Ele me disse e confirmou que seus superiores ameaçaram demiti-lo pelo que fez, além disso ele perdeu alguns pacientes importantes e não é mais chefe de setor, claro que eu me senti culpada, mas, como se isso não bastasse, o próprio Jaewook ligou para ele ameaçando-o se não encontrasse os papéis que havia me dado. Havia pedido para Jihun levar em uma pasta com um pedido de desculpas e alguma compensação financeira por ter aguentado tudo isso.

 

Porém, uma coisa nessa história não batia! Por que Jaewook ficou tão irritado com isso? Sua filha adotiva apenas demonstrou interesse em encontrar seus pais biológicos, o que é normal, eu diria até mesmo correto. Mas o mais estranho nessa história toda é que Taeyeon foi adotada ainda bebê, porém, ela foi registrada como filha biológica de Jaewook, então só restam duas opções possíveis nessa confusão toda.

 

Ou Jaewook e Jungan são os pais verdadeiros de Taeyeon e mentiram para ele esse tempo todo por um motivo que u não conseguiria entender nem em um milhão de anos! Porque diabos eles diriam que ela é adotada se ela é filha biológica deles?? It makes no sense! Ou por outro motivo que eu não consigo entender eles falsificaram os registros para parecer que Taeyeon é filha biológica deles, porém dizem para a menina que ela foi adotada! Continua sem fazer sentido algum! Por que você adota uma criança e depois de falsificar os registros para dizer que ela é sua filha biológica você conta para ela que ela foi adotada? WTF?!

 

Era complicado demais para eu entender sem que me explicassem. Só Jaewook podia explicar o porquê disso tudo, e eu espero que ele explique hoje! Nosso contrato está quase no fim, mais um mês e meio vivendo juntos, depois vem nosso maravilhoso casamento, quer dizer, as preparações para ele, que não vai acontecer nunca.

 

Quando me propuseram esse contrato eu achei que seria uma ótima maneira de me promover, não estava errada, choviam contratos, minha agenda estava lotada, nunca fui tão chamada para programas de variedades como estou sendo agora. Com o anúncio do noivado fiquei realmente mais famosa. Porém, isso vai acabar, é apenas um contrato, como tudo é temporário. As vantagens que apareceram para mim vieram em dobro para Jaewook, que já estava um pouco esquecido, ele fará até mesmo um filme internacional, gravado nos Estados Unidos.

 

Isso lhe dará um status enorme, sem contar que as fãs loucas dele mandam presentes todos os dias para a empresa, (não que eu tenha surrupiado algumas guloseimas que estavam lá dando sopa). Ambos tivemos enormes vantagens com esse contrato e sequer precisamos encostar um no outro.

 

Não tive a mesma sorte de Taeyeon. Eu vi as fotos, ela me contou como aconteceu e eu quase morri de rir, Baekhyun deve ser uma figura. Gostaria de conhecê-lo, até sugeri que ela trouxesse seu namorado para cá, ao invés, de passar a noite na casa dele, mas não teve jeito de convencê-la a mudar de ideia.

 

Escutei barulho na porta, Jihun havia voltado. Perguntei como estava Soohyun e Jihun apenas disse que o moreno estava bem, mesmo tendo perdido seu cargo. Eu me senti culpada, achei que seria correto de minha parte ligar para ele e pedir desculpas direito, aquele bilhete que eu havia escrito e colocado no meio dos papéis não parecia mais suficiente. Subi, peguei meu celular e foi o que fiz.

 

 

 

 

 

 

Eu acabei dormindo. Estava cansada demais, com todas as promoções do drama, seções de autógrafos, coletivas de imprensa e eventos, além dos diversos programas de variedade, eu estava sem tempo para dormir e me alimentar direito. Esses dois dias livres antes de voltar a correria das promoções estavam sendo gastos em apenas uma coisa: descansar.

 

Eu não acordei, se dependesse de mim dormiria a tarde toda. Mas Jihun não estava ligando para isso quando ficou longos minutos batendo de segundo em segundo na porta do quarto. Juro que quando me levantei a abri a porta minha intenção era estrangular o rapaz.

 

– O que foi? – perguntei não me incomodando em ser ríspida e expressar minha insatisfação.

 

– Jaewook chegou e quer falar com você. – ele murmurou cumprindo muito bem sua função de ser discreto.

 

Enquanto descia as escadas fiquei matutando a quanto tempo Jihun trabalhava nessa casa. Seria pouco porque o apartamento era novo, mas o mordomo, motorista e faz tudo parecia conhecer Jaewook e Taeyeon muito bem.

 

– Você não disse que chegaria hoje! – exclamei me esforçando ao máximo para parecer feliz em vê-lo.

 

– Não teria vindo se você não tivesse metido o nariz onde não devia!

 

Ele foi ríspido. Grosseiro. Estava de mau humor, seu rosto estava contraído. Jaewook estava muito irritado. Eu sabia muito bem o motivo da sua irritação. Me sentei em silêncio no sofá ao lado do moreno. Jihun havia sumido. Não teria o apoio de Taeyeon nessa discussão.

 

– Eu entenderia se fosse Taeyeon a futricar por aí atrás dos verdadeiros pais! Mas você Tiffany! – a repugnância era explícita em seu rosto. – O que você ganha com isso?

 

– Eu fiz uma promessa. Disse que encontraria os pais biológicos dela. – confessei em tom nulo.

 

– Uma promessa que nunca poderá cumprir! – ele esbravejou. – Você e eu estamos cumprindo um contrato, apenas por acaso Taeyeon está no meio dele! Você sabe tão bem quanto eu que não tem obrigação alguma para minha…

 

– Filha? – murmurei a palavra que ficou suspensa no ar.

 

A expressão do Kim fechou-se. Ele parecia ainda mais irritado, era visível que se controlava para não gritar. Jaewook levantou, caminhou até a cozinha e suspirou profundamente antes de voltar a se sentar na poltrona, com o rosto mais leve, porém seus olhos não mentiam. Ele ainda estava muito irritado.

 

– Taeyeon foi adotada. Mas nunca a considerei minha filha.

 

Eu estava pronta para fazer uma das milhares de perguntas que afloravam em minha cabeça, porém Jaewook pediu que eu esperasse com um gesto leviano.

 

– Minha esposa sempre quis ter filhos, mas tinha uma saúde muito frágil, depois de muitas tentativas Jungan conseguiu um positivo no teste de gravidez, mas nunca chegamos a ver sequer um ultrassom da criança. – a culpa pesava em cada palavra que ele emitia. – O feto morreu depois de sete semanas de gestação. Jungan e eu decidimos não levar o fato a imprensa, não precisávamos de mais notícias ruins relacionadas ao nosso nome.

 

Jaewook ficou em silêncio. Durante toda a nossa conversa ele manteve os olhos escuros fixos nos meus, porém abaixou a cabeça. Sua voz havia mudado, estava mais solene e triste.

 

– Jungan se culpava pela morte da criança que sequer chegou a conhecer. Ela passava dias apenas chorando, sua carreira desmoronou, ela botou fora todos os contratos que tinha, desenvolveu uma forte depressão. Jungan estava enlouquecendo. – ele murmurou a última frase e engoliu a seco antes de continuar. – Decidimos adotar uma criança. Pensei que assim ela poderia esquecer um pouco o seu trauma. Mas ninguém permitia que uma pessoa perturbada psicologicamente se tornasse mãe adotiva de uma criança.

 

Mais um intervalo de silêncio. A história já se desenrolava em minha cabeça, eu sabia o que viria a seguir.

 

– Por isso você falsificou os registros? – ele me lançou um olhar venenoso, concordando com a cabeça.

 

– Mesmo que você seja um psicopata não há nada que te impeça de dar à luz a uma criança. – fiquei em silêncio, ele continuou, ainda sem me encarar. – Gastei uma quantia enorme para esconder tudo isso da imprensa e dos pais verdadeiros de Taeyeon.

 

– Você… – ele assentiu com um gesto mínimo. – Você comprou Taeyeon? – sussurrei, mesmo estando sozinhos tinha medo que outra pessoa pudesse escutar.

 

– Ninguém sabe disso! E espero que continue assim! – Jaewook não precisou gritar para me ameaçar. – Taeyeon não foi a cura para Jungan, foi o que faltava para ela afundar de vez. Jungan deu tudo para Taeyeon, mas sempre que olhávamos para ela, isso só servia para nos fazer lembrar que perdemos uma criança. Quando o acidente me tirou Jungan, eu achei melhor me afastar de Taeyeon.

 

– Mas e os pais verdadeiros dela? – murmurei mesmo sabendo que não era uma boa ideia perguntar.

 

Jaewook me observou impassível antes de responder sem muito interesse e com um desprezo mal disfarçado na voz.

 

– Não sei nada sobre eles. Sumiram depois de pegarem sua parte do acordo.

 

Eu estava em choque pelo horror daquilo tudo! Todos estavam cobertos pela mesma sujeira, Jaewook por mentir, os pais biológicos de Taeyeon por aceitarem abrir mão de sua filha por dinheiro. Todos estavam errados. Eu não sabia de qual sentia mais raiva e repugnância.

 

– Agora que sabe a verdade, você entende porque não pode cumprir sua promessa? – o encarei irritada.

 

– Eu não entendo porque você não conta a verdade para Taeyeon! – Jaewook me fitou surpreso.

 

– Contar? Você quer que ela me odeie? – ele arregalou os olhos, ri irônica com aquilo.

 

– Odeie você? – o Kim arqueou as sobrancelhas. – Mais do que ela já odeia? Veja bem, você exilou ela do mundo durante toda a infância dela, obrigou-a a me aceitar indiferente ao que ela sentia, arranjou um namorado de contrato para evitar que sua reputação fosse manchada, não concorda que mentir sobre suas origens seja algo que ela já espera que você faça?

 

Jaewook ergueu-se de supetão. Ele estava muito irritado, me levantei também.

 

– Essa conversa está encerrada. – murmurou entredentes.

 

Passava por ele para subir as escadas quando o Kim segurou-me de forma nada gentil pelo antebraço.

 

– Abra sua boca e considere isso como a última coisa que vai fazer.

 

Ele me soltou, eu subi as escadas devagar, não queria deixar transparecer que eu fiquei assustada com o tom sombrio de sua voz. Mandei uma mensagem para Taeyeon. Eu queria ter contado tudo, mas não o fiz. Ela não precisava saber, pelo menos não agora. Entrei no meu quarto e decidi que dormir novamente seria o melhor que eu poderia fazer.

 

Se eu ficasse acordada não conseguiria me conter e acabaria contando tudo para Taeyeon. Eu devia ponderar sobre isso. Parecia certo falar a verdade, mas escondê-la também era tentador. Eu estava nesse vai e volta de pensamentos quando meu celular tocou fazendo eu me assustar com o barulho repentino.

 

– Alô?

 

– Tiffany pelo amor de Deus venha me salvar desses loucos!

 

O desespero era quase cômico na voz de Taeyeon.

 

– O que aconteceu?

 

– Não dá tempo de explicar eu preciso que você venha agora!

 

– Tudo bem! Onde você está?

 

– Vou mandar uma mensagem com o endereço, mas por favor, venha logo!

 

 

Eu ri dessa situação. Não conseguia imaginar em que situação ela poderia ter se metido para pedir um “resgate” assim tão repentinamente. Troquei de roupa rapidamente, (não me julguem eu apenas gosto de ser estilosa) peguei algumas coisas que julguei necessárias como um spray de pimenta que ganhei para me defender de sasaengs loucas e meu batom novo, não sei porque mas pedi que Jihun me levasse até o lugar. Não sabia o que me esperava e é sempre bom ter alguém junto caso aconteça alguma coisa.

 

 

 

 

 

 

O endereço que Taeyeon me deu nos levou até um parque de diversões. Não era o tipo de lugar que eu esperava, estava de noite e eu conhecia um pouco a fama de devasso de Baekhyun. O parque estava iluminado e cheio de gente, desci do carro e pedi que Jihun me esperasse do lado e fora com o automóvel ligado, nunca se sabe quando precisaremos de uma fuga de última hora.

 

Tive uma pequena discussão com o bilheteiro que não acreditou na minha história e me forçou a comprar uma entrada para poder entrar. Mandei inúmeras mensagens para Taeyeon avisando que estava na entrada do parque mas não obtive resposta. Estava começando a ficar preocupada. Decidi perambular um pouco pelo local, na esperança de encontrá-la, mas o parque era enorme e havia uma quantidade grande de pessoas circulando.

 

Atravessei o parque inteiro, procurei nas filas dos brinquedos, até mesmo nos próprios brinquedos, mas não havia sinal dela. Mandei outra mensagem e cansada de não obter respostas liguei para a Kim desaparecida. Chamou algumas vezes antes que alguém atendesse.

 

– Taeyeon?

 

– Tiffany onde você está?

 

A voz dela tinha uma preocupação real.

 

– Estou na frente da barraca de pipoca. Mas por que isso importa? Onde você está?

 

– Eu estou presa na Casa do Terror.

 

– Presa?

 

– É uma longa história, mas por favor, venha rápido!

 

– Tudo bem, já estou indo!

 

Desliguei e apertei o passo. A Casa do Terror nada mais era do que uma daquelas atrações em que você paga para te assustarem, uma casa construída no meio do parque, quando cheguei à frente da mesma haviam vários avisos do tipo: Não entre! Em manutenção!

Havia até mesmo uma fita amarela proibindo as pessoas de se aproximarem da construção. Queria entender que merda Taeyeon estava fazendo ali dentro.

 

Sabia que não conseguiria nunca entrar ali sozinha, então chamei o rapaz que operava o carrossel ao lado, ele estava com cara de cu e parecia mascar um eterno chiclete. O moço usou um walk talk para chamar alguém da manutenção. Alguns minutos depois um senhor de meia idade com cara de sono abriu a Casa do Terror para mim. Eu fiquei apenas esperando do lado de fora, nem se meu celular estivesse ali dentro eu entraria naquela coisa. Veja bem eu tenho medo até da sombra dos outros, não tenho meu psicológico preparado para esse tipo de coisa.

 

Passaram-se alguns segundos desde que o senhor havia entrado ali. A Casa do Terror estava em manutenção depois que uma pane nos circuitos queimou toda a fiação do imóvel. Sem os efeitos sonoros e os bonecos mecânicos que são programados para pular na sua frente a Casa do Terror foi desativada, pelo menos, foi essa história que o homem da manutenção me contou, se na verdade alguém foi morto e torturado ali dentro a fim de realizarem um ritual satânico de magia negra eu nunca vou saber. Por esse e outros motivos eu me recusei a entrar naquela casa.

 

Comecei a suspeitar que estavam demorando demais quando escutei um grito do senhor. O homem havia berrado, como a boa covarde que sou fiquei com meus sentidos em alerta e uma vontade enorme de sair correndo se apoderou de mim. Aproximei-me relutante alguns pequenos passos em direção da casa, a porta estava aberta, reunindo toda a coragem que eu encontrei dentro de mim espiei cautelosamente o ambiente lá dentro, estava absurdamente escuro e eu não conseguia ver nada.

 

– Tem alguém aí?

 

Não falei muito alto. Se tivesse alguém ali não queria que me visse ou percebesse a minha presença. Escutei um barulho estranho e suspeito, pareciam pessoas caindo. Logo em seguida mais gritos, porém desta vez eu distingui a voz de Taeyeon. Ela estava xingando alguém.

 

– TAEYEON!!!

 

Gritei para o escuro, os barulhos pararam e quando percebi a Kim estava correndo de dentro da casa em minha direção.

 

– Taeyeon o que você

 

Não terminei minha frase, o homem da manutenção surgiu de dentro da Casa do Terror com uma aparência terrível. Ele parecia ter sido espancado. Mancava com a perna direita. Se eu não tivesse visto-o antes com toda certeza teria saído correndo nesse exato momento.

 

– VOCÊ!!! – a loira exclamou apontando para o homem. – FIQUE ATRÁS DE MIM TIFFANY ENQUANTO EU LIDO COM ESSE PERVERTIDO!!

 

O quê? Taeyeon iria bater no homem da manutenção? Por quê? 

 

– Taeyeon espera! – peguei o braço da menor. – Esse homem entrou lá para buscar você!

 

– O quê? Como assim? – a confusão era palpável em seu rosto.

 

– Eu pedi para ele buscar você! A Casa estava em manutenção por isso eu não poderia entrar. – dar essa desculpa era bem melhor que explicar minhas teorias doidas a respeito do que pode ter ocorrido nesse lugar.

 

Ela encarou o homem, um pouco acanhada pediu desculpas por ter espancado-o, aparentemente Taeyeon o confundiu com algum pervertido, e pelo que me contou, bateu nele com alguma coisa que encontrou na casa, a Kim suspeitava que fosse um abajur ou um atiçador de lareira.

 

– Você podia ter matado o cara!

 

– Mas não matei.

 

Ela parecia cansada. Perguntei se queria ir para casa, mas Taeyeon negou urgentemente, disse que queria aproveitar um pouco o parque de diversões. Como eu não tinha nada para fazer em casa, e gastar meu precioso dia de folga em um parque de diversões com Taeyeon não parecia uma má ideia dispensei Jihun. Voltaríamos de táxi.

 

Esperávamos na fia da roda gigante comendo pipocas quando eu trouxe novamente a tona o assunto que eu mais queria conversar com Taeyeon: o que ela fazia dentro daquela casa que estava com a entrada proibida para qualquer um que não fosse um funcionário do parque?

Taeyeon suspirou pesadamente antes de responder.

 

– Fiz uma aposta com Baekhyun. Nós fomos trazidos para cá para sermos “flagrados” nos divertindo juntos no parque, como qualquer casal, mas a bicha trouxe seu macho, aquele poste orelhudo, ele não gosta nem um pouco de mim. – a loira cruzou os braços e bufou ao se referir ao “poste orelhudo”. – Fomos “flagrados” pelo fotógrafo e íamos voltar para casa quando o Channyee – Taeyeon fez questão de ridicularizar o apelido do namorado de Baekhyun – duvidou que eu entrasse na casa e escrevesse meu nome na parede, até a caneta o desgraçado me deu!

 

– Como você conseguiu entrar lá? – ela comeu algumas pipocas antes de responder.

 

– Baekhyun e seu namorado maquiavélico me ajudaram a entrar pela janela dos fundos. – um suspiro seguido por mais uma porção de pipoca levada à boca. – Quando fui sair os dois filhos de uma prostituta corna me trancaram ali dentro. Eles só queria se livrar de mim para poderem transar a vontade essa noite.

 

Evitei rir. Taeyeon não gostaria que eu fizesse troça do que aconteceu com ela. Mas era cômico e um pouco estúpida. Era o tipo de história que você guarda para contar aos amigos em uma noite acampando. Nunca acampei com meus amigos.

 

– Por que não respondeu minhas mensagens? – indaguei pegando o saco de pipoca das mãos de Taeyeon, se não fizesse isso ela comeria tudo sozinha.

 

– O sinal do celular dentro daquela casa era muito ruim, só funcionava em algumas peças e mesmo assim o sinal falhava.

 

– Mas você escreveu seu nome mesmo? – Taeyeon sorriu sacana.

 

Pegou seu celular do bolso e mexeu nele por alguns segundos antes de me entregar o aparelho. Era uma foto, uma parede branca e escrito nela, com uma caneta azul e uma caligrafia apressada estava seu nome.

 

– Tirei a foto para aqueles viados me pagarem o que devem.

 

– Apostaram dinheiro nisso? – a Kim balançou a cabeça concordando enquanto pegava mais pipoca.

 

– Vamos a fila andou. – ela indicou o espaço livre à nossa frente.

 

Tivemos que esperar mais um pouquinho até ser nossa vez de andar na roda gigante, mas valeu a pena a espera. A vista lá de cima era linda, a cidade iluminada, o parque, ao longe as pontes iluminadas com os carros passando ininterruptamente sobre si. Uma paisagem inesquecível. Taeyeon estava em silêncio, apenas contemplando a belíssima noite, estávamos descendo, ela estava séria, porém aparentava tranquilidade, seus lábios formavam um quase sorriso. Fui pega de surpresa quando ela me chamou.

 

– Tiffany. – olhei para ela, pedindo que continuasse. – Aquele dia, quando eu bebi demais e você me trouxe para casa, bem, – ela parecia insegura e desconfortável. – Você me beijou naquele dia?

 

Permaneci alguns segundos encarando-a sem saber o que dizer. Sim eu havia feito isso, a razão por trás de meu ato nem eu ainda havia descoberto. Ela estava tão bonita naquela noite, talvez eu pudesse ter bebido um pouco demais, mas os lábios de Taeyeon eram tão convidativos. Eu realmente não esperava que ela lembrasse. Mas eu lembrei. Todos os dias que passaram depois daquilo eu lembrei, por mais que tentasse não conseguia tirar aquilo da cabeça, sentia seus lábios finos contra os meus como se nunca tivéssemos quebrado aquele contato. Por me perder tanto pensando nisso é que eu esperava que Taeyeon não lembrasse.

 

– Como assim? – ri nervosa, agradecendo aos céus pela baixa claridade, assim não teria como Taeyeon enxergar meu rosto corando.

 

– Eu só… – ela se calou mal havia dito aquelas palavras, estávamos subindo novamente, a segunda volta da roda gigante, Taeyeon pareceu tomar fôlego antes de continuar, mas como estava escuro não saberia dizer se realmente fez isso. – Eu não consigo tirar aquilo da minha cabeça. Aquele beijo foi um sonho? Não foi?

 

Estávamos no ponto mais alto novamente, direcionei um olhar breve para a cidade antes de fitá-la de novo. Eu poderia dizer que foi um sonho, gostaria que fosse, evitaria muitos problemas que poderiam surgir, esqueceríamos desse acontecimento em nossas vidas, Taeyeon sequer se preocuparia com isso, cá entre nós ela tinha mais com o que se preocupar.

 

Mas algo muito forte dentro de mim não queria deixar que Taeyeon acreditasse que aquilo era um sonho, algo gritava para que eu contasse a verdade. Procurei seus olhos, estavam fixos no meu rosto, tentei enxergá-los mas estava escuro, descíamos novamente, a terceira volta, a placa do brinquedo ao lado iluminou nossa cabine. Consegui, por poucos segundos, fitar os olhos escuros de Taeyeon. Foi rápido demais, apenas um instante, mas eu tomei minha decisão. Eu não queria apagar aquilo, pelo contrário. Eu queria que fosse real.

 

– Não. – ela cruzou as mãos em seu colo. – Aquilo não foi um sonho Taeyeon, naquele dia eu beijei você, aquilo aconteceu de verdade.

 

Taeyeon permaneceu em silêncio, estávamos quase no topo novamente, era a última volta. Eu sentia que se nós duas não chegássemos a um consenso antes que a roda gigante parasse nunca mais resolveríamos esta questão. Mas eu queria resolver isso de uma vez por todas. Não aguentaria mais um dia nessa confusão que estava a minha cabeça.

 

– Eu sabia. – Taeyeon sorriu fraco. – Não podia ter sido um sonho. – murmurou logo em seguida virando o rosto para a paisagem.

 

Sentei ao seu lado, trocando o banco em que estava. Ela apenas virou o rosto para me enxergar. Já havíamos passado do topo, estávamos descendo novamente, pela última vez. Vendo-a desse jeito, as palavras de Jaewook ecoavam em minha mente. Eu queria contar a verdade.

 

– Por que você apareceu e deixou as coisas ainda mais confusas? – Taeyeon perguntou um pouco tímida.

 

– Confusas? – ela assentiu. – Você é que está me confundindo.

 

– Eu?

 

– Sim você! Eu nunca sei o que se passa na sua cabeça! Talvez por isso você não saia da minha.

 

Ficamos em silêncio de novo, senti Taeyeon se aproximar, mas não recuei como de costume. Ela estava muito próxima, da mesma forma que aquele dia na cozinha me perdi nos detalhes de seu rosto. Por que você me deixou assim? Ela ameaçou se aproximar mais. Sabia que estávamos quase chegando de volta no chão. Usei esse fato como desculpa para encaixar nossos lábios.

 

Achei que não teria retorno por parte de Taeyeon. Mas a Kim retribuiu. Foi um beijo afoito, quase desesperado. Mas ao mesmo tempo único. Eu não queria parar, e não teria parado se o solavanco na cabine quando a roda gigante parou tivesse me feito perder o equilíbrio e quase cair do banco. Taeyeon riu até demais para o meu gosto.

 

Saímos da roda gigante e após andar e mais dois ou três brinquedos cansamos de ficar esperando em filas e chamamos um táxi para voltarmos para casa. Taeyeon estava muito cansada, tanto que até cochilou no caminho. Enquanto a loira dormia eu me perdia em pensamentos que preferiria evitar. Não queria ser eu a contar sobre toda aquela sujeira a Taeyeon.

 

– Chegamos. – dei dois tapinhas leves em seu ombro para que abrisse os olhos.

 

Ela bocejou e desceu do carro. Paguei a corrida e subimos até o último andar. Taeyeon trocou algumas palavras com o porteiro ruivo antes de entrarmos no elevador. Durante a rápida subida me explicou brevemente que o porteiro (agora identificado como Jimin) era seu amigo de infância. Quando entramos no apartamento Jaewook nos esperava na mesa com ares de poucos amigos. O cumprimentei quando entramos, ele por sua vez, sem dirigir sequer um olhar para Taeyeon, disse simplesmente.

 

– Arrumem suas malas, vamos para Nova Yorque amanhã à tarde.

 

Taeyeon olhou para mim. Eu olhei para ela. Nem eu e muito menos ela aparentava saber o que estava acontecendo naquele instante.

 


Notas Finais


ENTÃO FOI ISSO PESSOINHAS DO MY HEART <3 <3

Espero que vocês tenha gostado desse capítulo, foi feito com muito amor :3
Não tenho previsão de quando vou conseguir atualizar, mas vou tentar fazer o possível para que não demore xD

O link de Dois cubos de açúcar:
https://spiritfanfics.com/historia/dois-cubos-de-acucar-6944884

bjs mores e até o próximo capítulo <3


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