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História Minha nova madrasta - Jessica você não sabe que ligar depois das 22h é deselegante


Escrita por: hollyshit-

Notas do Autor


AINDA NÃO ESTOU MORTA!!!!

OLÁ PESSOINHAS DO MY HEART <3 <3

Como vocês estão meus cheiros? Eu não morri nem nada, como alguns devem saber eu já estou de férias, porém as coisas não melhoraram por aqui, pelo contrário, estou passando por problemas familiares que estão me abalando muito. Por causa disso não consegui postar antes por que não conseguia terminar o capítulo. Peço desculpas se esse capítulo ficar ruim, eu fiz meu melhor para mantê-lo no mesmo nível dos outros, não que os outros estejam tão bons quanto eu queria!

Quero agradecer a vcs de verdade, nesses dias que tem sido muito difíceis para mim eu reli os comentários de vcs e confesso que isso me deixou motivada a continuar a escrever. Sério muito obrigada mesmo pelo carinho que vcs me deram, eu não saberia como retribuir isso a vcs <3

Desculpem pela demora, vou fazer o possível para não demorar tanto com os próximos capítulos! xD

Para quem me pediu estarei deixando o link da minha nova fic nas notas finais, espero que gostem!

Boa leitura mores, até as notas finais <3

(O título ficou grande demais e o spirit não me deixou colocar a pontuação do título deste capítulo, então vamos imaginar que existe um lindo ponto de interrogação ali)

Capítulo 21 - Jessica você não sabe que ligar depois das 22h é deselegante


Fanfic / Fanfiction Minha nova madrasta - Jessica você não sabe que ligar depois das 22h é deselegante

 

 

 

+ Yuri +

 

 

 

 

Eu não pretendia queimar minha mão. Isso foi apenas uma consequência de meu ato impensado e totalmente sem sentido lógico. Eu sempre soube que não era uma boa cozinheira! Ao contrário da minha família que sobrevivia por causa de seus dotes culinários, eu simplesmente nasci desprovida dessa capacidade incrível que é cozinhar. Porém eu achei que eu não seria tão ruim na cozinha ao ponto de não conseguir preparar um mísero chá. Não é algo realmente desafiador e muito menos complexo de ser feito.

 

Por via das dúvidas pesquisei rapidamente no tirador de dúvidas da humanidade – o google – a forma mais rápida e fácil de se preparar um chá. Mas por alguma infelicidade setenta por cento dos sites ensinavam como fazer chás usando diretamente as ervas e não aquelas coisinhas que vem prontas dentro de saquinhos e você mergulha na água quente. Adorava brincar com aquilo quando pequena. Todavia acabei encontrando um site que me pareceu confiável: Delícias da Vovó Kim!

 

Um nome convidativo não? Ao terminar de ler a receita “Como fazer um chá deliciosamente nutritivo e de forma segura em um minuto e trinta segundos”, fiquei pasma com o quão estúpido de fácil aquilo era. Após me instruir coloquei a água para esquentar. Essa parte era a mais complexa de toda a operação; esperar a água esquentar. Segundo o Delícias da Vovó Kim, não podemos deixar a água ferver, pois a água estando muito quente pode comprometer todos os nutrientes presentes no chá. Não sabia disso. Vivendo e aprendendo não é mesmo?

 

Como eu estava dizendo, esperei a água esquentar, quando julguei que o líquido já estava suficientemente quente desliguei o fogo. Jessica tinha uma daquelas jarras bonitinhas para esquentar a água sem precisar ter o trabalho de ligar o fogão e toda essa parafernalha perigosa – sou um desastre com fósforos – porém a Vovó Kim deixava especificamente claro que devia-se usar uma chaleira para aquecer a água. Como eu não queria dar uma de rebelde obedeci a receita ao pé da letra.

 

Arrumei lindamente uma xícara em cima do pires, coisa que nunca fazia por achar desnecessário, eu estava com tempo de sobra e a casa de Jessica não é nem um pouco interessante sem Jessica nela, afinal o que eu posso fazer aqui sem ser ver TV ou degustar a cadeira de massagem que encontrei no escritório?

 

Voltando ao chá; peguei o pacotinho com o chá – de camomila porque não havia variedade alguma na dispensa da cozinha – e coloquei na xícara, exatamente como o passo 3 aconselhava. Peguei a chaleira e despejei a água em cima do pacote com o chá. Passo 4 completo. Deixei a chaleira em cima do fogão e fui atrás de uma colher para mexer aquele pacote de chá na água quente. Jessica não tinha me dito onde ficavam as coisas nesse apartamento. Eu sequer havia entrado na cozinha até hoje.

 

Com a colher em mãos mexi o chá até escurecer um pouco, não queria muito forte, retirei o saquinho de dentro da xícara e joguei fora. Até aí tudo correu bem, então poderiam me perguntar como queimei minha mão, simples. Eu voltava para o meu chá quando tropecei na porcaria do tapete – por que em nome de Jesus Cristo Jessica tem um tapete na cozinha??????? – bati no balcão onde estava a xícara com o chá e três coisas caíram. Eu, o chá e meu celular. Caiu uma coisa em cima da outra.

 

Primeiro eu me espatifei no chão, depois o chá virou em cima da minha mão e do meu antebraço, para finalizar o celular caiu exatamente na poça de chá fervente. Moral da história: eu não sirvo nem para fazer chá, a Vovó Kim é uma mentirosa por escrever que sua receita era segura e por último não se deve ter tapetes na cozinha!

 

A culpa disso tudo só podia ser de Jessica. Porque se fosse feita uma análise meticulosa do ocorrido (e eu fiz isso enquanto procurava desesperadamente por alguma coisa que aliviasse a dor na minha mão) se chegaria a conclusão de que tudo aconteceu porque alguma pessoa muito sem noção decidiu que seria uma ideia maravilhosa ter um tapete creme entre o balcão e o armário da cozinha.

 

Minha pele ardia muito onde o chá caiu, e estava vermelha, umedeci uma toalha de rosto e coloquei sobre a queimadura, havia lido algo assim em uma revista, procurei alguma coisa que eu pudesse aplicar para aliviar a ardência. Por sorte encontrei uma pomada cuja função era exatamente essa. Fiquei me perguntando o porque de Jessica ter algo assim em casa. E não foi apenas isso que eu encontrei, aparentemente Jessica tinha um hospital no armário do banheiro! Haviam medicamentos para as mais diversas doenças, bem no fundo do armário encontrei até mesmo, antidepressivos e alguns antialérgicos e antibióticos realmente fortes. Por que ela tinha tudo isso em casa ainda era uma incógnita para mim.

 

Passei a pomada e voltei a colocar a tolha úmida em cima do machucado. Milagrosamente isso fez efeito, cheguei a conclusão de que a queimadura não devia ter sido nada muito grave, caso contrário eu teria que ir ver algum médico. Limpei a sujeira de chá na cozinha e resgatei meu celular. Estava com a tela quebrada e não ligava mais. Ótimo! Esse dia estava indo de mal a pior. Pelo menos minha dor de garganta já não era mais torturante e eu não parecia ter uma batata na garganta quando falava. Ainda estava com a voz rouca e um pouco esganiçada, pelo lado bom eu não estava mais fanha e conseguia respirar bem por uma narina, a outra estava entupida. Minhas dores de cabeça praticamente haviam sumido.

 

Eu só precisava permanecer em repouso, embora, por mim eu poderia estar trabalhando nesse momento, mas convencer Jessica disso era uma tarefa muito difícil e desgastante. A castanha havia colocado na cabeça que eu não pisaria naquele prédio até Donghae ser demitido e toda aquela baixaria ser resolvida. Eu não a condenava por isso. Os hematomas no meu corpo desapareciam devagar, mas as marcas dessa experiência horrível durariam muito tempo. Eu lembrava da cara daquele homem, eu lembrava da forma asquerosa como ele escolheu com quem se divertiria.

 

Liguei a TV para espantar aquilo da minha mente. Mesmo sentindo dores de cabeça era melhor do que lembrar daquele rosto. Olhei o relógio na estante. Já estava tarde, Jessica já devia ter chegado. Mais uma vez fiquei divagando sobre o motivo de sua demora. Ela havia me dito que hoje conversaria com seu pai sobre as falcatruas e toda a sujeira que acontecia por trás dos panos, não sabia que rumo essa conversa podia tomar. Porém esperava que tudo corresse bem, Jessica assegurou-me que tudo daria certo e Donghae perderia o cargo. Eu esperava que isso realmente acontecesse. Porém não estava tão confiante assim.

 

Pelo pouco que eu sabia sobre o pai de Jessica, o temido CEO que ninguém nunca viu, o falado Chefe Americano, ele não era muito flexível a mudanças e estava pensando em se desfazer da sede na Coréia. A dor de cabeça venceu mais uma vez e eu desliguei a televisão. A luminosidade excessiva somada ao barulho incômodo não me fazia bem. Ao desligar o aparelho a sala mergulhou no escuro. Perfeito! Eu ainda não havia memorizado onde ficava o interruptor da luz, sua localidade exata ainda era confusa para mim, sabia que focava próximo à TV e ao quadro de arte cubista que se fosse meu já teria sido queimado há muito tempo.

 

Tateei no escuro para evitar possíveis quedas e acidentes envolvendo os móveis de Jessica em especial o abajur, objeto o qual a Jung aparentava ter uma tremenda estima e com toda a certeza do mundo odiaria ver em pedaços. Achei o interruptor e me livrei do escuro. Caminhei até o quarto. Por causa da gripe e da dor de garganta não sentia fome, comer era até mesmo penoso e não jantar era algo que eu poderia fazer sem me culpar por isso. Passei no banheiro antes de me deitar. Tomei um banho morno, não queria água quente em contato com minha pele tão cedo. Passei mais pomada no meu antebraço e nas costas da minha mão. Enrolei o mesmo em outra toalha úmida quando me deitei.

 

Confesso que não tive tanta dificuldade em dormir quanto pensei que teria. Eu estava exausta de não fazer nada. Fato que sempre acontecia quando me encontrava doente, o simples ato de respirar tornava-se pesaroso, ainda mais só com uma narina descongestionada o processo passava a ser ainda mais cansativo. Porém uma coisa que eu acho legal quando estou com o nariz entupido é o ruído singelo que emito quando respiro. Adoro dormir embalada por esse som. E foi exatamente o que aconteceu. Cogitei por alguns minutos esperar Jessica acordada, já estava de noite, mas não se passava das nove e meia, eu poderia esperar até as dez desperta.

 

Esse pensamento morreu no instante em que me deitei na cama. Mesmo sem o perfume da castanha a cama ainda era extremamente confortável, dormir parecia muito mais convidativo do que esperar acordada pela Jung. Ela não se importaria certo? Claro que não, se fosse Jessica no meu lugar ela não pensaria duas vezes antes de dormir. Adormeci ainda pensando se era a coisa certa a se fazer.

 

 

 

 

++++

 

 

 

Eu sempre tive o sono leve, – menos quando bebo demais – não foi surpresa acordar com o som da porta sendo destrancada. Escutei o som seco dos saltos caminhando pelo apartamento. Ela não havia tirado-os no vestíbulo, ou estava muito cansada, ou muito irritada. Logo os passos se aproximaram, nervosos, a luz do corredor foi acesa, escutei os saltos serem jogados de qualquer jeito no banheiro. Em seguida a porta do mesmo se fechou com um estrondo. Pensei em me levantar e ir ter com ela. Porém decidi não intervir. O chuveiro foi ligado. Impacientei-me com a demora da castanha no banheiro. Estava a ponto de me levantar e derrubar aquela porta quando escutei a porta abrindo novamente. As luzes distantes apagaram-se mais uma vez.

 

Em seguida enxerguei a silhueta de Jessica. Estava escuro, ela não ascendeu a luz, enxerguei seu vulto dando a volta na cama. A Jung sentou na cama. Ela não disse nada e eu sequer me mexi. Eu estava deitada de lado, de costas para a castanha, ela se aproximou. Sua mão estava fria quando encostou na minha testa.

 

– Yuri? – Jessica chamou baixinho, com medo de me acordar. – Yuri? – ela acariciou meus cabelos.

 

Decidi não responder. Sua mão e seu carinho abandonaram-me, senti Jessica se deitar ao meu lado porém virada de costas para mim. Fechei os olhos mais tranquila. Alguns minutos se passaram para que eu escutasse claramente que eu não era a única fazendo ruídos ao respirar. Porém Jessica não estava com o nariz entupido, ela estava chorando. Um choro baixinho, que implorava para não ser ouvido. Nunca pensei que fosse vê-la chorar desse jeito. Me virei para o seu lado. Ela ainda estava de costas para mim, o contorno do seu corpo no escuro entregava que a castanha estava com o rosto enterrado no travesseiro.

 

Me aproximei dela, abraçando-a pela cintura, depositei leves selares em seu ombro. Jessica acalmou suas lágrimas, evitando derramá-las quando percebeu que eu não estava dormindo. Sua voz saiu estranha por causa do nariz congestionado.

 

– Te acordei?

 

– Eu já estava acordada desde que você chegou. – admiti apertando ainda mais contra mim.

 

– Não queria fazer barulho. – murmurou se virando de frente para mim, estava escuro e eu não conseguia enxergar seu belo rosto, porém o imaginava.

 

– Você quase quebrou a porta! – observei rindo fraco.

 

– Não foi intencional. Já está melhor da garganta? – abracei a castanha novamente.

 

– Poderia sair cantando ópera. – ela riu nasalado. – Não acha que eu seria uma ótima cantora lírica?

 

Apertei Jessica em um abraço e distribuí diversos beijos pelo seu rosto, ao beijar as maças de seu rosto senti um gosto salgado, ela derramava lágrimas novamente.

 

– O que houve Sica? – indaguei.

 

Minha pergunta só fez a castanha chorar mais. Eu não sabia o que fazer, até agora quem chorava era eu e quem consolava era Jessica. Os papéis se inverteram e eu me senti impotente por não conseguir fazer nada que a acalmasse. Permanecemos deitadas no escuro. Abraçadas, até que o pranto da castanha diminuísse para, por fim, cessar novamente.

 

– Ele me expulsou da empresa.

 

Ela disse simplesmente quando parou de chorar. Meus dedos encontraram a pele úmida do seu rosto, sequei delicadamente com a ponta do lençol. Jessica começou a mexer na gola da minha camiseta, distraindo-se enquanto continuava seu relato sem se esforçar para disfarçar seu incômodo e o pesar que estava contido naquelas palavras.

 

– Depois de conversarmos a respeito de Donghae e toda aquela palhaçada de vender as modelos meu pai perguntou sobre você.

 

Jessica suspirou pesadamente antes de terminar.

 

– As fotos que Donghae tinha estavam com ele, o desgraçado contou tudo que achava que sabia. Meu pai não acreditou nele. Mas quando ele me perguntou o que eu tinha com você… eu não queria mentir, mas tinha medo de contar a verdade… eu não sabia o que dizer.

 

– O que você disse para ele? – insisti mesmo sabendo não ser a coisa certa a se falar julgando o estado de Jessica.

 

– Eu falei a verdade. Que você estava morando comigo, que estávamos juntas… – Jessica voltou a soluçar. – Ele gritou comigo; Seohyun disse que podiam escutar de fora da sala… ele me xingou, foi horrível, nunca pensei que seria tão humilhada pelo meu próprio pai…

 

Jessica perdeu o controle mais uma vez sobre seus soluços. Minha mão caiu em concha sobre a cabeça dela, tentava protegê-la de algo que não estava ali. O choro da Jung prosseguiu, até parar mais uma vez.

 

– Eu estou proibida de manter qualquer contato com a minha família. Fui expulsa da empresa, estou deserdada, tenho uma semana para sair desse apartamento porque o imóvel foi um presente do meu pai quando me mudei para Seul. Você foi demitida também, pelo que eu entendi não vamos ser aceitas em empresa alguma do ramo em que trabalhávamos nos próximos oitenta anos. – Jessica cuspiu tudo de uma vez.

 

Aparentemente depois de falar tudo o que tinha para esclarecer a castanha parecia mais calma. Dividir seu fardo lhe fez bem, mesmo que ela ainda estivesse péssima.

 

– Algo sempre me fez pensar que a carreira de modelo não era para mim. – ponderei em voz alta. – Vou voltar a ser a garçonete gostosa do restaurante. – suspirei melancolicamente arrancando um riso fraco e nasalado da menor. – Você pode trabalhar lá também.

 

– Dispenso, não sou párea para a garçonete gostosa do restaurante. – podia desenhar seu rosto nesse momento, Jessica se continha para não rir. – O que fez hoje de tarde?

 

– Chá. – murmurei sem dar maiores explicações, a última coisa que ela precisava era se preocupar com coisas sem importância como a queimadura na minha mão.

 

– Sua voz melhorou. – ela constatou fungando. – Viu como eu tinha razão em não querer que você saísse de casa!

 

– Você tem sempre razão! – Jessica depositou um beijo na minha bochecha em sinal de aprovação.

 

– Vamos nos mudar Yuri. – ela anunciou aninhando-se contra mim. – Aquele seu apartamento ainda está com você?

 

– Não. Fui expulsa por não pagar o aluguel antes de ser contratada. – assumi um pouco encabulada. – Você tem alguma ideia de onde podemos ficar?

 

– Na verdade, tenho sim, porém seria temporário. – Jessica murmurou suspirando pesadamente.

 

– Podemos resolver isso amanhã, não acha melhor? – sugeri puxando o coberto no intuito de cobrir os ombros da castanha.

 

Jessica não disse nada, mas senti sua cabeça se mover em concordância. Não lembro ao certo se a Jung demorou para pegar no sono, fato que duvido muito ter acontecido, o mundo pode estar acabando, mas dormir seria sempre um prazer para Jessica.

 

 

 

 

+Taeyeon+

 

 

 

– Comigo? – repliquei mais uma vez encarando as orbes escuras de Jaewook.

 

Tentei ler o que se passava em sua mente. Porém essa era uma tarefa impossível. Os olhos escuros não davam nenhum sinal que poderia ser interpretado. Nem uma faísca, absolutamente nada.

 

– Sim, tenho que conversar com você. Tiffany, querida, você não se importaria de nos deixar uns minutinhos a sós se importaria? – ele perguntou educadamente indicando com um gesto sútil de cabeça uma mesa a bons metros de distância de onde estávamos, Nick estava sentado nela, com um sorriso simpático e dois copos lhe fazendo companhia.

 

Ela sorriu com cortesia deixando a mesa logo em seguida, não consegui acompanhá-la com o olhar pois o caminho que a morena tomou ficava às minhas costas, fora do meu campo de visão. Jaewook pigarreou para chamar minha atenção.

 

– Você sabe porque veio para cá?

 

Ele tomou um gole da bebida que estava até então abandonada em seu copo.

 

– Para enaltecer sua imagem de ator bem sucedido que mesmo após a morte da esposa tem uma família estável e feiz? Não espera! Lembrei, para você conseguir mais dinheiro na conta! – respondi ironicamente sem me preocupar em esconder meu desprezo.

 

– Você é terrível sabia? – permitiu-se sorrir antes de virar o copo. – Mas sua hipótese tem um fundo de verdade, eu vou mesmo ganhar mais dinheiro.

 

Evitei lançar um olhar furtivo para a mesa onde Tiffany deveria estar sentada. Não queria estar sozinha e não gostava de conversar com Jaewook sem ter outra pessoa por perto.

 

– Não diga. – murmurei, o moreno encarou-me sério, havia algo em seu olhar que me fez sentir extremamente desconfortável.

 

– Você está com alergia Taeyeon? – sua pergunta era aleatória demais, ao entender minha confusão Jaewook direcionou um olhar discreto ao meu pescoço. – Em baixo da sua orelha, no seu pescoço, está vermelho.

 

Levei a mão ao local descrito. Quando pressionei minha pele senti uma fisgada, estava dolorido, devo ter esquecido de esconder mais uma marca.

 

– Não posso usar roupas de lã. – soltei a desculpa mais descarada que me veio à mente, Jaewook somente assentiu concordando. – Mas, o quê você queria conversar comigo?

 

– Acho que você já sabe que seu emprego na empresa da amiga de Tiffany está ameaçado. – franzi as sobrancelhas. – Ela foi demitida, estão reorganizando os funcionários, pedi sua demissão.

 

– Se você pediu minha demissão então porque dizer que meu emprego estava ameaçado? – ele deu de ombros.

 

– Isso não importa. O quê importa é que consegui uma bolsa de estudos para você aqui. Quando voltarmos decidirei mais alguns detalhes, trouxe você junto para conhecer a instituição.

 

– Quanta bondade! – meu comentário foi preenchido de maldade e irônia, Jaewook me olhou feio, ele detestava ser interrompido.

 

– Amanhã à tarde Nick te acompanhará, tenho uma reunião e durante o resto do dia estarei ocupado com as promoções do meu novo filme. Tiffany irá comigo. E mais uma coisa. – direcionei meus olhos aos dele pela primeira vez durante a nossa conversa. – Seu namoro com Baekhyun está oficialmente acabado.

 

– Por quê? – eu estava realmente surpresa e mascarar isso foi difícil, Jaewook sorriu.

 

– O bastardo fugiu. – arqueei as sobrancelhas. – Fugiu. Ele e o motorista. Fugiram, não sabemos onde ele está e tudo indica que nunca vamos tornar a vê-lo. – o tom divertido de Jaewook me fez rir.

 

– Quem diria! – exclamei arregalando os olhos. – Sou viúva e nem casei.

 

– Uma pena, o casamento de vocês dois seria uma bênção para mim.

 

“Imagino, uma bênção para o seu bolso.” pensei irritada. Jaewook lançou um olhar atento para algum ponto atrás de mim. Supus ser a mesa onde Tiffany se encontrava, não estava errada, instantes depois a morena ressurgiu sorrindo.

 

– Conversados? – ela sentou ao meu lado, agradeci mentalmente por isso.

 

– Amanhã teremos um jantar com algumas pessoas importantes da Companhia. – Jaewook anunciou encarando a morena com um olhar meticuloso, seus olhos passeavam dos olhos dela para o decote, isso me irritou e me enojou ao mesmo tempo. – Pediram sua presença, meu agente disse que eles tem uma ótima proposta para você, e também iremos decidir algumas coisas a respeito do nosso noivado. – o moreno riu debochado no final da frase.

 

– Não vejo a hora. – o entusiasmo da frase de Tiffany era tão forçado que chegava a parecer real. – Vou ter que experimentar um vestido de noiva?

 

Jaewook sorriu. Seu sorriso não me aspirou nenhuma intenção casta. Pelo contrário, era um sorriso maldoso, associe-o imediatamente a um lobo. Se lobos sorrissem, seria desse jeito.

 

– Não vejo a hora. – o moreno levou o copo aos lábios em um gesto displicente.

 

 

 

++++

 

 

 

O jantar seguiu sem que eu falasse mais. Na mesa apenas escutava-se a voz de Tiffany e Jaewook. Os dois discutiram sobre a reunião e o jantar de amanhã. Logo após comer pedi para subir e me deitar. Era irritante vê-los se dar tão bem e saber que no fundo ambos se detestavam. Ainda não entendia a que nível o cinismo daqueles dois andava. Era algo sobre humano o nível da falsidade no interesse de um no outro.

 

Não houve discordância por parte de Jaewook, Tiffany porém, implorou com o olhar para que eu reconsidera-se meu pedido. Mas eu realmente não estava com um pingo de paciência para ficar ali. Nick me acompanhou de volta ao quarto em silêncio. Ao contrário de Tiffany, eu não tinha nenhum assunto em comum com o rapaz. Desejei-lhe um seco “boa noite” e fechei o quarto.

 

Liguei as luzes, quando saímos haviam roupas espalhadas pelo quarto, as malas (minhas malas) estavam uma bagunça sem falar na cama que estava desarrumada. Haviam duas camas no quarto, mas usamos apenas uma para dormir, na outra estavam todas as malas. Suspirei, aparentemente a camareira arrumou somente a cama sem nada em cima, quanto as roupas seja lá quem limpou o quarto limitou-se a jogá-las de qualquer jeito na cama com as malas. Dormir me parecia uma afronta. Então dei-me por contente em organizar aquelas roupas. Não estava em meus planos mexer nas coisas perfeitamente organizadas da mala da Hwang. Porém era tentador e por culpa da minha curiosidade eu não resisti. Não! Eu não estava em busca de nada, queria apenas alguma coisa para me distrair.

 

Achei um acervo interminável das mais diferentes peças de roupas. Tiffany trouxe tantas peças que poderia abrir uma loja sem problemas. Cheguei ao cúmulo de encontrar três blusas do mesmo modelo, mudando apenas a cor. Vamos admitir, Tiffany é excêntrica. Encontrei também algumas coisas curiosas, como por exemplo, uma roupa de cachorro. Não estou brincando. Era um daqueles macacões com tema de animais. O cachorro, seguindo à regra “Tiffany Hwang só compra coisas rosas” o macacão também era rosa. Um macacão de cachorro rosa. Nunca imaginaria Tiffany usando algo assim.

 

Por algum motivo estranho, eu coloquei aquela coisa, talvez fosse a solidão me fazendo perder o bom senso ou eu apenas queria matar o tempo. Confesso que usar aquela roupa não foi nada muito desapontador, só meu orgulho seria ferido eternamente se alguém me visse com aquilo, porém era confortável e quentinho.

 

Depois de bastante tempo acabei de organizar aquelas roupas. Minha mala estava tão arrumada que se não fosse a cor preta juraria ser a de Tiffany. Obviamente eu havia colocado as coisas de Tiffany em ordem novamente. Peguei meu celular e me surpreendi com o horário. Já havia se passado uma hora desde que eu subi. Indagava comigo o quê aqueles dois tinha para conversar tanto assim. Caminhei até o banheiro sem ânimo. Escovei meus dentes e tomei um banho rápido sem lavar os cabelos, estava muito tarde para isso.

 

Conferi o relógio antes de me deitar, já eram quase duas da manhã, suspirei colocando o capuz na cabeça, eu estava usando novamente a roupa de cachorro rosa. Não me julguem, era confortável e servia como um ótimo pijama. Eu ainda nem havia apagado a luz quando escutei barulho na porta. Olhei imediatamente para a mesma. Tiffany entrou tropeçando um pouco. Notei ao enxergar seus olhos, avermelhados, e pela forma desajeitada que ela caminhava, que a mais velha havia bebido. Não estava completamente bêbada, mas “alegrinha”. Ainda em pé próxima à porta retirou os saltos com um gemido de alívio ao se ver livre dos sapatos.

 

– Isso estava me matando e eu nem fiquei de pé. – resmungou caminhando para a cama.

 

– Você demorou bastante. – constatei olhando de soslaio para o celular em cima da cômoda. – Quanto você bebeu?

 

– Não sei. – ela sorriu envergonhada. – Só bebi para aturar o papo dele.

 

– Que motivo nobre senhorita Hwang. – debochei.

 

– Por que está com essa roupa Taeyeon? – ela perguntou após me encarar por longos segundos.

 

– Porque lã me dá alergia. – dei a melhor desculpa que me veio em mente.

 

– Sério? – ela duvidou.

 

Eu sorri me aproximando. Tiffany tinha um cheiro forte de fumaça de cigarro em seus cabelos. Imaginei que Jaewook estivesse esperando eu sair para poder fumar. Durante todos esses anos sempre foi assim. Ele nunca fumava em minha presença, mas não escondia que fazia tal ato fora de casa e quando eu não estava. Não era por nada que haviam cinzeiros na sala e em seu escritório.

 

– Não. Eu estava arrumando suas coisas e encontrei isso. – disse me referindo à roupa incomum que usava, encaixei minha cabeça no ombro da mais alta abraçando sua cintura, Tiffany segurou minhas mãos. – Jaewook fumou?

 

– Três cigarros, antes de eu parar de contar. Eu estou fedendo não é? – ela riu fraco. – Deixe eu tomar um banho Taeyeon. – pediu tentando se soltar, mas eu apenas a apertei ainda mais.

 

– Não vá. – repliquei manhosa. – Você já me deixou muito tempo sozinha hoje. – fiz bico.

 

– Mas eu preciso tomar banho para tirar esse cheiro de cigarro.

 

– Sabe Tiffany, cheiro de cigarro é o meu segundo cheiro preferido! – ela gargalhou alto, seus olhos viraram dois belos risquinhos em seu rosto.

 

– Tudo bem. – a morena se rendeu sentando melhor na cama, mais para o meio, me roubando um leve selar de lábios.

 

– Você está com um gosto estranho, bebeu o quê? – indaguei franzindo as sobrancelhas. – Vinho? – lhe dei um beijo rápido. – Não é vinho. – outro selar, desta vez mais longo, nos separei novamente.

 

– O que é então? – ela perguntou provocativa.

 

A beijei de novo. Dessa vez não me contentei em apenas um selinho. Com seu rosto entre as mãos, aprofundei-me em um beijo lento, saboreando calmamente cada segundo, Tiffany moveu suas mãos para a minha cintura, buscou apoio em minha nuca. Senti meu peito acelerar e uma sensação estranha na boca do meu estômago aos poucos tomou conta de mim. Tiffany mexeu a cabeça, aprofundando ainda mais nosso contato, não queria parar por nada no mundo, mas meus pulmões imploravam por ar. Chupei seus lábios lentamente, anestesiada pelo sabor único que eles tinham, deixei selos demorados antes de nos separarmos. Tiffany estava ofegante. Sua testa encostou de leve na minha, senti sua mão segurar meu pulso.

 

– Então? O que eu bebi? – seus olhos alternavam entre meus lábios e minhas orbes.

 

– Uísque? – Tiffany sorriu malandra. – Não?

 

– Você não queria descobrir? – sorri entrando no seu joguinho.

 

– Eu tenho outra chance? – perguntei me sentando no seu colo, as mãos dela passaram a dedilhar calmamente minhas costas.

 

– Sua última chance, se errar será castigada. – Tiffany abocanhou de leve meu queixo, apenas um leve aviso para que eu não errasse.

 

Seus lábios encostaram novamente nos meus. Desta vez um arrepio percorreu meu corpo, sua língua invadiu minha boca, ofeguei sentindo meu corpo ser preenchido por completo por um calor inexplicavelmente bom. A sensação dos lábios macios da morena contra os meus era indescritível. Suas mãos que antes estavam nas minhas costas agora apertavam minha cintura. Segurei seu rosto delicadamente. Usando a outra mão para apertar ainda mais meu corpo contra o seu, nossos rostos moviam-se mais rápido, ambas tentando sentir o máximo uma da outra.

 

Senti uma mordida no lábio inferior e suspirei contra os lábios da Hwang. Tiffany sorriu satisfeita consigo. Suas mãos desciam e subiam pelo meu corpo, ociosas. Diminuí gradativamente a velocidade do beijo, me focando ainda mais em provar seu gosto, Tiffany ofegou me puxando para mais perto de si. Senti suas mãos procurarem desesperadas pelo fecho da minha roupa. Prevendo isso segurei as mãos da maior. Recebendo um misto de gemido e resmungo emitido pela mesma ao separar nossos lábios falei ofegante. Meu corpo parecia latejar por inteiro.

 

– Uísque. Com certeza é uísque. – Tiffany sorriu com um olhar superior que me fez perder o fôlego.

 

Pressionou seus lábios calmamente em meu pescoço, trilhando um caminho de beijos até minha orelha. Fechei os olhos aproveitando todos os “arrepios” que aquilo me proporcionava.

 

– Errou. Eu tomei margarita.

 

– Então. – segurei sua nuca, arranhando de leve sua pele com as unhas. – Eu vou ser castigada? – fiz manha, apelando para minha cara fofa.

 

Tiffany selou meus lábios contra os seus. Ela havia achado o fecho da minha roupa, este foi aberto e senti suas mão invadirem a peça, meu corpo todo se arrepiou. Suas mãos desciam perigosamente pelo meu corpo enquanto seus lábios não paravam de se mover contra os meus. Eu teria gemido alto se não tivesse sido arremessada para fora da cama.

 

Alguém bateu na porta, Tiffany me empurrou, eu caí da cama. A morena deu um salto se levantando e quando fui ver já estava abrindo a porta. Minha cabeça doía e meu joelho que já estava machucado pelo tombo de hoje de manhã latejava.

 

– Ok thanks! – escutei a morena conversar com alguém, não ousei me mexer, embora meu corpo implorasse por isso.

 

Deus ouviu minhas preces e poucos segundos depois escutei a porta ser fechada novamente. Me levantei, sentei novamente na cama, a Hwang andava de um lado para o outro com um telefone em mãos. Escutava baixinho a voz de alguém que falava do outro lado da linha ininterruptamente, Tiffany parecia nervosa e, pelo seu jeito de andar, um pouco irritada.

 

– Jessica você não sabe que ligar depois das dez horas é deselegante? – Tiffany disse em um tom agressivo. – Mas já são duas horas passadas aqui, pense antes de ligar… Não, é que… me desculpe…. Sim eu entendo.

 

Agora sentada na cama Tiffany continuou conversando, porém mais calma. Me aproximei sentando ao seu lado. Escutei apenas alguém desejando um boa noite antes da morena desligar.

 

– Quem era? Jessica?

 

Tiffany concordou em silêncio.

 

– Ela foi demitida e queria um lugar para morar, estava me perguntando se poderia ficar no meu apartamento até encontrar outro para si.

 

Assenti. Não evitei pensar em Yuri, a última vez que a Jung me permitiu vê-la ela estava doente e acamada, motivos esses que foram suficientes para a castanha proibir Yuri de receber visitas, eu apoio muito o relacionamento dessas duas, mas as vezes Jessica agia de forma um tanto quanto, não sei qual seira o melhor termo, exclusiva. Vamos colocar assim. Tossi fraco. Minha roupa estava toda aberta e eu começava a ficar com frio, peguei o fecho e puchei até o topo. A morena encarou-me perplexa.

 

– O quê você está fazendo? – arregalei os olhos surpresa.

 

– Como? – Tiffany sorriu, encarando-me fixamente, seu sorriso me fez estremecer.

 

– Não vamos continuar de onde tínhamos parado?

 

Senhor! Acho que estou definitivamente apaixonada por esta mulher! 

 

 


Notas Finais


ENTÃO FOI ISSO PESSOINHAS DO MY HEART<3 <3

Espero que tenham gostado! Ficaram com saudade da história? De mim? Não? Nem um pouco? Tudo bem... eu demorei demais mesmo :/ Vejo vocês no próximo capítulo, deixarei aqui o link da minha outra fic que se tudo der certo será atualizada amanhã! Espero vcs lá meus lindos e lindas :)

https://spiritfanfics.com/historia/eu-tenho-um-pequeno-problema-7202307

Bjs mores e até o próximo capítulo <3


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