10 anos depois.
"Papai!!!! Max quebrou meu lápis novo." Rafael foi correndo para Alec, que agora já estava com 10 anos e não se dava tão bem com o irmão mais novo, Max de 9 anos.
Nesse tempo que se passou, Isabelle e Simon se tornaram grandes empresários, assumindo os negócios de Robert, que havia se aposentado cedo. Magnus estava trabalhando no ramo que queria, ele desenhava roupas para diversas lojas e isso lhe rendia um reconhecimento grandioso. Alec havia optado por ficar em casa cuidando das crianças, por conta de vários complicações em seu parto de Max, sua saúde havia ficado fragilizada e Magnus não achou ruim quando ele deu a ideia de ficar em casa, porém isso estava o tirando do sério, já que os dois irmãos não estavam se dando bem de uns tempos pra cá.
"Max Lightwood-Bane, vem aqui agora!" Falou em sua melhor voz autoritária, Magnus vivia falando para ele diminuir isso, mas quando os filhos brigavam, não conseguia segurar. "Por que quebrou o lápis do seu irmão?"
"Porque ele não quis me emprestar." Max era uma cópia exata de Magnus, enquanto Rafe era de Alec, mas a personalidade dos dois era bem ao contrário.
"Max, esse lápis era de Rafe usar no curso de desenho, não era para brincar com eles." Como sempre, quando Alec brigava com Max, ele chorava mas sabiam que não era para ter dó e nem que estava fazendo drama, ele só odiava se sentir culpado e ouvindo algo do tipo assim, parecia que estava totalmente errado e de fato, estava.
"Me desculpa, eu não sabia."
Olhou para Rafe mas ele nada falou, apenas saiu dali e foi para seu quarto. Se tinha algo que Rafael odiava era que mexessem em suas coisas e seu irmão era expert em fazer isso, o deixando cada vez mais chateado.
"Max, olha aqui." Alec se abaixou. "Eu compro os lápis pra você, pode ser? Mas você sabe que seu irmão odeia que mexam neles, então não faça mais isso, por favor." Secou as lágrimas que caíam de seus olhos. "Vamos comigo fazer o almoço? Seu pai já deve estar chegando, ai ele fala com Rafe."
"Ele não vai mais falar comigo, papai." Max lhe abraçou.
"Claro que não, deixa de ser bobo! Só está triste, mas logo passa."
Alec deu um beijo em sua testa e eles logo foram fazer o almoço, já que era sábado e Magnus logo chegaria. Demoraram uns 50 minutos pra deixar tudo e Rafe ainda estava no quarto, fazendo Max se sentir cada vez mais culpa e causando estranhamento em Magnus quando chegou em casa.
"Oi amor, oi Max!" Deu um selinho no marido e um beijo na testa do filho. "Onde está Rafe?" Perguntou, enquanto tirava sua bolsa e deixava todas as sacolas no sofá de cada, mesmo sabendo que Alec odiava isso.
"Ele brigou comigo de novo..." Max comentou baixinho e se escondeu atrás da perna de Alec.
"O que houve dessa vez?" Perguntou para Max, mas ao mesmo tempo perguntando pra Alec.
"Eu quebrei um lápis dele, mas não sabia que era do curso e já pedi desculpas, mas ele não quer me perdoar." Lágrimas escorriam de seus olhos e isso quebrou o coração de Alec, no quesito fragilidade, ele era idêntico à Isabelle quando criança.
"Entendi!" Magnus falou sério, mas logo sorriu. "Acho que tenho um sexto sentido, acreditam nisso?" Se levantou e foi até uma das sacolas. "Comprei uma caixa de lápis para vocês, mas por favor, dividam e não quebrem mais nada, ok? Você sabe que errou, então trate de se comportar ou então os dois vão ficar sem nada."
"Obrigado papai, você é o melhor." Max sorriu. "Mas será que Rafe vai me perdoar?"
"Claro que vai, vou conversar com ele e depois te chamo para ir lá, está bem? Agora continue ajudando seu pai, ele está ficando velho, precisa de ajuda." Magnus riu junto com Max.
"EI!!! Não estou velho coisa nenhuma!" Alec se pronunciou. "Você vai ver o velho mais tarde, Magnus Bane!" Grita para o marido, que estava indo em direção ao quarto de Rafe.
"Filho? Posso entrar?" Magnus pergunta.
"Já entrou, né pai?" Rafe dá um pequeno sorriso mas seus olhos estavam vermelhos. "Aposto que foi Max que pediu para vir aqui."
"Não foi, mas fiquei sabendo o que aconteceu. Quer me falar?"
"Eu nem sei o que dizer, Max sempre mexe nas minhas coisas e hoje só porque eu não emprestei os meus lápis favoritos, ele quebra??? Eu odeio ele!"
"Não fale assim de seu irmão, Rafael!" Magnus se alterou. "Você sabe o quão curioso ele é, não fez por mal. Mas também já falei com ele e não quero ninguém brigado aqui não, vocês são irmãos e isso não é bom para ninguém." Assim que falou isso, Max apareceu na porta.
"Raf, me desculpa? Eu prometo não quebrar mais nada seu." Falou em um tom baixo, com os olhos vermelhos por ter se segurado para não chorar.
"Tá, mas se você quebrar eles de novo, não vou te desculpar mais."
"Vocês vão é parar de brigar, isso sim." Magnus falou. "Agora se abracem e vamos almoçar."
Saiu do quarto e foi em direção a Alec, que estava terminando o almoço. Ele parecia cansado, Magnus sabia que todas as brigas dos meninos lhe causava um estresse que poderia ser evitado.
"Sabia que fica lindo enquanto cozinha?"
"Eu sou lindo de qualquer jeito, Magnus." Respondeu sem tirar os olhos do que estava fazendo.
"Está andando muito com o Jace, precisa parar." Magnus riu.
"Vai lá dizer pra ele o quão velho também está." Alec falou sério e tentou se livrar dos braços de Magnus, que estavam em sua cintura. "Aliás, pode se afastar? Preciso terminar o almoço daquelas ferinhas."
"Primeiro, não fale assim de nossos filhos. Segundo, desculpe! Eu não quis te chamar de velho. Terceiro, quero um beijo digno!!! Fiquei a manhã inteira pensando em você..."
Magnus fez um biquinho, mas Alec se segurou para não beija-lo.
"Estou ocupado, Bane!" Se soltou de seus braços e continuou a cozinhar, ouviu Magnus reclamar enquanto ia tomar banho e sorriu, mal sabia ele o que o aguardava.
Quase 20 minutos depois, estava tudo pronto e já na mesa, Rafe e Max estavam no quarto ainda e como não escutaram, Alec teve que ir até lá para chamá-los.
"Vocês fizeram as pazes? Senão não vão comer." Falou assim que entrou no quarto e sorriu quando viu os dois desenhando em algumas folhas no chão.
"Sim, papi!" Max respondeu. "Ele me perdoou." Sorriu para Rafe.
"Menos mal, assim nós podemos almoçar e depois naquela sorveteria, o que acham?"
"Não quero ir, quero desenhar." Rafael falou.
"Mas vai, não quero saber." Magnus chegou no quarto. "Você está muito rebelde, menininho, então vai sim e vamos nos divertir como sempre. Agora vamos almoçar."
Magnus estava bravo, Alec não entendia bem o porquê já que estava brincando, mas não parecia ser aquilo que estava o deixando assim e era seu dever descobrir o que tinha acontecido.
"Vão indo lavar a mão e sentar para comer, vou conversar com seu pai e já vou." Alec mandou e assim eles foram, sabendo que quando ele usava esse tom de voz autoritária, era porque tinha acontecido alguma coisa grave.
"O que houve com você? Por que está bravo assim?" Perguntou, olhando no fundo dos olhos de Magnus.
"Eu só estou cansado, Rafael está desobediente demais e estou pensando, seriamente, em tirar essa aula de desenho pra ver se deixa de focar somente em uma coisa." Tentou disfarçar, mas não conseguiu bem, não era apenas isso que estava acontecendo.
"Magnus, não mente para mim." Fechou a porta. "O que houve??"
Há algumas meses, Magnus havia descoberto que seu tempo em coma havia lhe deixado sequelas, não eram graves, como seu nariz sangrar sempre mas não se atentou aos motivos e com certeza, Alec iria ficar extremamente preocupado... Não queria isso, porém, não havia conseguido esconder tanto assim.
"E-eu descobri que por conta daqueles meses que fiquei em coma, e por conta do que me levou a isso, eu tenho anemia falciforme..." Alec o olhava confuso, não se lembrava bem do que era isso. "Eu perdi muito sangue naqueles anos, Alexander, meu nariz ainda sangra muito por conta da rinite e tudo mais."
"Ahn... Mas isso não é tão grave assim, é?" Alec não estava entendendo bem e Magnus tinha medo de o assustar falando tudo que o médico lhe passou, mas não tinha jeito.
"S-se eu não me cuidar, isso pode virar leucemia..." Alec levou um choque ao ouvir isso, seus olhos se encheram de lágrimas. "Não precisa ficar assim, meu amor! Eu vou me cuidar, fazer tudo que o médico me passou e vou melhorar."
"M-mas como isso tão de repente?? Magnus, já se passou uns 11 anos desde o dia que se cortou pela última vez!!! Como ninguém diagnosticou isso antes? E o que precisa fazer para melhorar?" O tom de Alec se alterou, ele sentia tantas coisas juntas que a única coisa que conseguiu transmitir foi irritação.
"Eu não sei! Troquei de médico recentemente, lembra? Ele me pediu uns exames para começar a me acompanhar e alguns deles deram alterados..." Magnus estava triste, triste por saber que isso poderia se transformar em algo sério e que ninguém havia conseguido ver isso antes.
"Aquela irresponsável!!!!" Alec gritou. "Como conseguiu não ver isso??? Pelo Anjo!" Seus olhos ardiam, tanto pelas lágrimas que desciam quanto pela raiva.
"Amor, por favor! Se acalma..." Magnus foi o abraçar, tentando acalma-lo.
"E-ela tinha que cuidar de você!!!" Ele o abraçou de volta. "Eu não quero que fique doente."
Magnus lhe deu um selinho e sorriu, ainda era tão apaixonado por ele quanto sentiu quando acordou do coma.
"Eu vou me cuidar, meu amor! Vai dar tudo certo."
Eles voltaram a se beijar, agora com mais vontade e acabaram se esquecendo que a porta estava destrancada e foram interrompidas por Rafe.
"Ops..." Ele riu, envergonhado por ter interrompido os pais.
"Incrível como desde cedo você consegue nos atrapalhar." Alec comentou rindo enquanto lembrava das vezes em que o choro de Rafe atrapalhou ele e o marido em seus momentos de prazer.
"Desculpa... É que Max está com fome..." Ele comentou hesitante, como quem procura as palavras certas para falar.
"Então vamos comer." Magnus sorriu e puxou o marido pela mão, sendo seguido por Rafe.
6 anos depois.
"Pai, eu posso falar com o senhor?" Rafael foi até o escritório de Magnus, onde ele trabalhava fixamente agora e que ficava perto da escola dos filhos.
"Pode sim, o que aconteceu? Cadê seu irmão? Por que está aqui tão cedo?" Perguntou Magnus, já que não era hora ainda de buscá-los na escola.
"É que uma professora minha faltou, então eles nos liberaram mais cedo." Sentou em um dos sofás que havia ali e ficou admirando os desenhos do pai, que eram maravilhosos ao seu ver.
"Ahn.. Sei!" Magnus se sentou no sofá que era um pouco menor que o de Rafe e logo percebeu que ele estava abatido. "O que aconteceu?"
"E-eu..." Começou a ameaçar chorar e isso fez Magnus se alertar. "E-eu... Gosto de uma pessoa."
Magnus achou aquilo amável, seu filho estava gostando de alguém pela primeira vez!!! Porém... Quem seria para que ele ficasse daquele jeito?
"Isso é ótimo Rafe!!! Mas por que está assim? Não vai me dizer que ela namora?"
"N-não é isso..." Levantou os olhos para encarar o pai e se sentia pedido, como se fosse revelar um crime terrível. "Não é e-ela..."
Foi ai que Magnus finalmente entendeu, seu filho era gay e estava com medo de contar por conta da sua reação.
"Rafe... Está tudo bem, não fique assim." Ele se sentou ao lado do filho e o abraçou. "Me conte mais sobre isso, pode ser? Quero saber tudo de meu filhote, que está crescendo."
"E-eu beijei ele..." Ele colocou as mãos no rosto e isso levantou sua camiseta do uniforme, fazendo Magnus ver uma mancha roxa e imaginar o que poderia ter acontecido.
"Rafe... Me diz que ele não fez o que eu imaginei." Estava tenso, seu filho parecia estar mais que triste.
"Ele me bateu." Soltou de uma vez e olhou para o pai, que parecia estar a ponto de ter um ataque nervoso.
"Tire a camiseta, deixa eu ver." Rafe não parecia estar a vontade com isso, era nítido para Magnus mas ele precisava ver. "Agora, Rafael." Com seu tom autoritário, Rafe resolveu obedecer e quando tirou, viu o pai encher os olhos de lágrimas, seu peito e costas estavam cheios de manchas roxas. "Ele fez isso com você?" Ele só assentiu. "Você não saiu mais cedo por não ter professor, não é?"
"N-não... E-eu estou com dor, papai..." Rafael começou a chorar, era um choro de dor mas Magnus conseguia ver o desespero ali também, seu filho estava sofrendo tanto e ele só conseguia pensar em ligar para Alec, procurar ajuda com alguém.
"Ei! Vai ficar tudo bem, ok? Eu vou te levar no hospital, vão te dar remédio para dor e amanhã vou na escola..." Rafe se alertou. "Não adianta ficar assim, por mais que talvez tenha sido por conta do beijo, mas ele te agrediu dentro da escola e isso não tem desculpas, nem motivos."
Após essa conversa, Magnus pegou Max na escola e foi com eles para o hospital, onde Catarina, que ainda era médica dos meninos, examinou Rafe e lhe mobilizou, já que tinha trincado uma costela e deu um remédio para dormir, estava em estado de choque focado em sua dor emocional.
Quando Alec chegou, estava desesperado! Mas após Magnus lhe contar exatamente o que tinha acontecido e ver que Max estava deitado ao lado do irmão, se acalmou. Não era algo fácil, ele sabia que o filho estava sofrendo e com certeza isso não ficaria assim, até porque sabia que esse menino que havia beijado era o melhor amigo do filho, Mark era o nome dele, se não se enganava.
"Você vai na escola?" Alec perguntou.
*Tenho que ir, Alexander. Apesar do motivo, olha como ele ficou, foi uma agressão forte e o diretor vai concordar comigo."
"Eu vou falar com esse menino, o Mark."
"Como sabe o nome dele?"
"Já tinha visto Rafe falar algumas coisas sobre ele, sabia que tinha algo mais que amizade."
"Como nunca percebi isso?" Magnus se sentia meio mal por isso.
"Eu fico mais tempo com eles, né amor? Isso acontece... E eu também vi um desenho dele, claro que ele não sabe disso, mas o desenho é ótimo e eu preciso falar com esse menino, pelo menos para que a amizade dos dois não se afete."
"Não seria melhor deixa Rafe falar? Ele vai acabar brigando com a gente por ter ido falar com ele."
Alec pensou melhor, seu filho que precisava conversar agora e até deixaria a ideia de lado, se não fosse pela pessoa que viu entrando no hospital no mesmo instante. Acompanhou todo o seu trajeto até a recepção, parecia desesperado e quando viu a recepcionista apontou para ele, se preparou para não falar tudo que queria.
"Mark, que surpresa!" Falou de um modo meio rude e Magnus o segurou pelo braço.
"Co-como ele está??" Perguntou e olhou para dentro, vendo Rafe dormindo e Max deitado à seu lado.
"Machucado, triste e assustado. Esqueci algo?" Alec virou para Magnus, que negou e começou a falar.
"Você é o menino que fez tudo aquilo?" Ele assentiu. "Podemos conversar a sós?" Novamente, só assentiu. "Então vamos! Amor, leve Max para comer alguma coisa."
"Eu vou participar da conversa também." Disse sério, fazendo Mark tremer.
"Por favor, Alexander." Magnus pediu, calmamente e só ouviu um resmungo do marido, que entrou para o quarto.
"Vamos?"
Magnus não pretendia dar sermão, como Alec com certeza daria, queria entender o que estava acontecendo e por isso deixou o marido por fora. Levou Mark até uma sala de descanso que tinha no quarto andar do hospital, era afastado e no momento, não tinha ninguém.
"Sr. Bane, eu juro que não queria ter batido nele daquele jeito, por favor não briga comigo." Mark mal sentou e começou a falar, se segurando para não chorar pela terceira vez naquele dia.
"Não vim brigar com você." Magnus sorriu minimamente. "Eu só quero entender tudo isso, afinal meu marido sabia que Rafe gostava de você e eu não, então acho que seria a melhor pessoa pra me ajudar nisso."
Mark o olhou surpreso. Mas agradeceu mentalmente, já estava se sentindo péssimo e não queria ouvir mais coisas sobre como ele era um monstro. Sim, ele se sentia culpado.
"Rafe sempre foi diferente, todas as vezes que falávamos sobre mulheres e coisas do tipo, ele ficava quieto. No começo, achei que era timidez, mas ai parei para observa-lo e percebi que ele ficava muito desconfortável falando sobre isso, então tentava amenizar essas coisas e passei a olhar mais para ele..." Magnus percebeu que enquanto falava isso, os olhos de Mark brilhavam. "Mas eu nuca pensei que ele fosse gostar de mim... Logo eu, que não tenho nada de bom para oferecer." Sorriu tristonho.
"Você gosta dele, Mark?" Magnus foi direto ao ponto, já havia entendido tudo.
"E-eu? Não!!!" Mark se levantou irritado. "Como consegue pensar isso??? Eu não sou gay, sr. Bane!"
" Não?" Magnus perguntou calmamente. "O que veio fazer aqui então?"
"E-eu vim ver como ele está!" Mark chegava a estar vermelho de tão alterado que estava. "Max me mandou mensagem falando que ele estava aqui, pediu para eu vir vê-lo."
"E você veio só porquê ele pediu?" Ainda estava calma, assustando Mark cada vez mais.
"S-sim! Só por isso." Respondeu, sério.
"Então desça e vá até o quarto." Magnus se levantou e ia saindo do quarto quando Mark perguntou.
"Não vai mesmo brigar comigo?"
"Você se engana, Mark. Logo vai saber do que estou falando." Saiu da sala, deixando o futuro genro, assim como ele esperava, pensando em tudo que disse.
Magnus foi até a cantina que tinha no térreo, encontrando Alec e Max conversando sobre a escola, se sentou com eles e recebeu um olhar desconfiado de Alec.
"Como foi lá?"
"Mark está em negação, mas logo irá se resolver." Alec levantou uma sobrancelha. "Eu te deixei de fora porque ia brigar com ele, sei disso!"
"Eu só ia tentar entender ele, Magnus."
"Tá bom, né gente? Vocês não vão brigar aqui, por favor!" Eles se assustaram com a atitude de Max, as vezes ele parecia ter mais que 15 anos.
"Tudo bem, já acabamos." Alec falou. "Mas o Mark vai descer para ver Rafe?"
"Espero que sim." Magnus suspirou.
Enquanto isso, Mark estava no impasse de ir ou não ver Rafe... Ele não estava apaixonado, não! Era impossível ele ser gay, não é mesmo? Bom, antes acreditava nisso mas agora, as palavras de Magnus não saíam de sua cabeça. Por fim resolveu descer para o quarto, se arrependendo ao ver Rafael acordado e chorando.
"Mark??? O que faz aqui?" Perguntou, mesmo com medo.
"Eu vim ver como você está!" Respondeu meio receoso.
"Bem, está vendo? Agora pode ir." Mesmo com dor, Rafael virou para o outro lado.
Apesar de não querer, algo dizia para Mark ficar ali, tentar resolver o mau entendido.
"Olha Rafe... Podemos conversar?" Ele fechou a porta atrás de si e caminhou até a cama. "Eu sei que errei, e muito ainda. Mas olha... E-eu não queria ter feito isso, me desculpa!" Rafael virou para seu lado. "Você é meu melhor amigo, nunca pensei que fosse gostar de mim assim. Fiquei surpreso."
"Quando me bateu, eu também fiquei. Sabe o que mais me doeu? Não foi a surra que me deu, mas sim saber que enquanto fazia aquilo, não tinha um pingo de dó." O tom de Rafe era ferido, estava doendo muito.
"Eu sei, me desculpa por isso também. Nem sei como me recompensar."
"Deixa eu me recuperar em paz, já seria ótimo..."
"M-mas Rafe, eu não posso ficar sem falar com você..." Mark estava começando a se sentir mais culpado ainda.
"Não foi o que pareceu quando me bateu." Rafael foi rude, mas não estava com paciência para se compassivo com quem o machucava, por mais que ficar longe de quem ele gostava era péssimo.
"Eu já pedi desculpas, já disse que não queria ter feito aquilo. O que preciso a mais???" Mark se alterou novamente.
"Precisa ir embora." Rafe o olhou bem nos olhos.
"Rafe... Por favor!"
"Por que faz tanta questão?" Se alterou. "Já não me machucou o bastante??? Te ver aqui, me faz lembrar do seu rosto enquanto me batia, isso me destrói."
"Eu faço questão porque eu te amo!!!!!" Mark gritou. "Eu amo você, Rafael! Amo mais do que gostaria, amo tanto que depois que te bati, quase me joguei na frente do carro que vi porque doía demais. Eu faço questão porque depois do que o seu disse para mim, acordei pra vida e percebi que eu estou apaixonado por você." Ele continuava a gritar. "Eu não posso te perder, Raf..." Mark começou a chorar tendenciosamente, estava desesperado mas finalmente tinha entendido o que sentia, ele amava Rafe e não era como amigo, muito menos como irmão... E então doeu, doeu saber que tinha magoado tanto a pessoa que amava.
"E-eu... M-me desculpa..." Ia se levantando para sair quando sentiu alguém segurar sua mão.
"Eu também amo você, Mark." Rafe disse e o beijou, ignorando toda a dor que sentia, ignorando quem pudesse entrar no quarto e agora, sem medo.
Eles beijaram apaixonadamente, as mãos de Mark foram para a cintura de Rafe e as dele, foram para o cabelo de Mark, que suspirou com o toque.
Quando eles se separaram, sorriram um para o outro, mesmo sem entender muito o que tinha acontecido ali, estavam felizes por isso.
"Me desculpa por ter te batido, eu juro que não entendo o que me deu e me arrependo tanto..." Mark começou a chorar, doía tanto saber que Rafe só estava ali por conta do que tinha feito.
"Mark... Tudo bem! Já passou." Mas era mentira, seu corpo todo doía e ele sentia que o remédio não tinha feito efeito. "Não chora, por favor... Nunca gostei de te ver triste..." Rafe o abraçou e logo seus pais entraram no quarto.
"Vejo que se resolveram!" Magnus comentou sorrindo, segurando as mãos dos marido e com Max logo atrás.
"Eu gostaria de pedir desculpas à vocês, fui um completo idiota e espero que um dia possa recompensar isso." Mark pediu, vendo Alec dar um sorriso mínimo.
"Sei algo que pode fazer para começar a compensar isso."
"O que?" Todos o olhavam curiosos para ele.
"Lydia está em casa e ela vai uns bolos maravilhosos, o que acha de ir tomar café em casa e dormir lá? Amanhã te levo para escola."
Rafe não conseguiu se segurar e sorriu apaixonadamente para Mark, ia amar ficar ao lado dele por mais tempo.
"Claro, seria ótimo!" Mark falou. "Só tenho que arrumar minhas coisas e avisar minha mãe."
"Deixa que eu aviso. Preciso ir até o escritório, ai já faço tudo junto." Magnus se pronunciou. "Amor, leva eles para casa ok? Rafe já teve alta."
Magnus saiu e deixou Alec com os meninos, que logo foram em direção a saída, Mark tomava um cuidado especial com Rafe, todos ali percebiam e isso alegrava o coração de Alec.
2 anos depois.
Hoje era aniversário de Magnus e ele não estava conseguindo lidar com o fato de estar velho, nem o fato dos dois filhos estarem namorando. Sim, Rafe estava namorando Mark há 2 anos, vencendo todas as complementações que tiveram e Max estava namorando uma menina chamada Teresa, que preferia que a chamassem de Tessa, há 1 ano.
"Amor? O que houve?" Ele e Alec estavam deitados em seu quarto, a casa estava silenciosa demais e isso apertava o coração de Magnus.
"Eu estava pensando em como esse meu aniversário está chato... Os meninos não estão aqui, não ligam mais para mim..."
"Pode parar, Magnus Bane!" Alec se alterou, sem necessidade pois a festa surpresa de Magnus já estava pronta.
"Vai dizer que não? Eles estão longe de mim justo hoje."
"Então está bem, se levanta, vá tomar banho e coloque uma boa roupa, nada de pijamas." Alec mandou e quando viu que Magnus continuava a ficar deitado, o puxou da cama e foi o empurrando até o banheiro.
"Alec, pra que isso???"
"Sei que está chateado, mas ainda tem eu ao seu lado e seu querido marido está lhe convidando para jantar, agora vai se arrumar."
Depois de quase 1 hora se arrumando, Magnus saiu do quarto impecavelmente lindo, aos olhos de Alec e isso o fez ver, como sempre pensava, que era o homem mais sortudo do mundo. Apesar de já estarem atrasados, não resistiu em levantar e lhe dar um beijo.
"Vamos?" Perguntou ele.
"Onde vamos mesmo?" Magnus ainda não estava animado, mas Alec logo mudaria isso.
"Surpresa!"
Alec foi dirigindo, a festa seria no salão do restaurante preferido do marido e sua animação já não cabia em si, mas a cara de Magnus lhe deixava meio bravo.
"Será que pode mudar essa cara só por enquanto??"
"Desculpe... Mas nossos filhos esqueceram do meu aniversário, Alexander."
Para evitar briga, Alec ficou quieto e dirigiu um pouco mais rápido, enquanto Magnus começou a se sentir culpado... Alec só estava tentando anima-lo.
"Olha amor... Desculpa!" Magnus começou a falar novamente mas Alec logo o interrompeu.
"Deixa, Magnus! Só vamos comer porque estou com fome." Alec estava um pouco bravo sim, mas orgulhoso por se sair um ótimo ator.
O restante do caminho foi mais silencioso que antes, mas por sorte, não estavam longe. E assim que desceram, Alec colocou uma venda nos olhos do marido.
"Alexander!!! Pra quê isso?? Eu já sei onde estamos e..." Alec colocou um dedo na boca de Magnus.
"Shiii, só me acompanhe e relaxe, não vou te deixar cair."
Mesmo com medo, Magnus resolveu se deixar levar, tropeçou algumas vezes mas ouviu quando Alec abriu as portas e quando parou por completo, se assustou quando ouviu e viu todos presentes ali.
"Surpresa!!!!!"
As luzes se ascenderam e então ele viu que estavam ali, Rafe e Max, junto com Mark e Tessa, Clary e Jace, com sua pequena Hellen, Isabelle e Simon, Robert e Maryse, Lilith e Lydia, todos que eram importantes para ele... Todos tinham lembrado de seu aniversário... Não aguentou as lágrimas e elas começaram a escorrer.
"Viu, meu amor! Ninguém se esqueceu de nada." Alec o abraçou por trás.
"Você sabia de tudo, não é? E me deixou depressivo daquele jeito."
"Era surpresa, Magnus." Alec riu.
Todos foram cumprimentar e entregar os presentes. Magnus estava tão feliz que nem se lembrava de anos atrás, toda aquela escuridão que vivia se esvaiu e agora, só queria viver ao lado de sua família, que só estava crescendo cada vez mais.
O sorriso dos filhos o fazia tocar o céu, Alec sorrindo aquele jeito o fazia ter vontade de chorar de tanto orgulho. Eles estavam bem, depois de todas as complicações, eles estavam bem.
Estavam em casa.
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