História Blood for Revenge (Reescrevendo) - Hello my old friend

—Oi gatinha. —Arrepiei ao sentir mãos gélidas sobre meu pescoço...espera... é quem eu estou pensando?

Drake, que saudades de você! —Eu tenho dó de todas as garotas que tiveram que aguentar um "ser humano" como esse, por que para mim, esse pedaço de estrume estava longe de ser uma pessoa. Por mais que meu desejo fosse cortar a língua daquele desgraçado ali mesmo, eu devia manter as aparências e pensar sigilosamente sem que ninguém perceba minhas verdadeiras intenções.

—O-oi! —Sorri, colocando uma mecha de cabelo para trás de minha orelha, enquanto encarava um sorriso malicioso e um olhar deverás faminto passear por todo o meu corpo.

—Sabe... —Se aproximou de mim, sem sequer tirar os olhos de meus seios, enquanto sorria descaradamente parou sua mão em minha cintura. —Eu gosto ainda mais das que fingem ser tímidas. —Aquele ser asqueroso piscou para mim e saiu sem dizer mais nenhuma palavra.

Duas semanas depois...

Pensei que seria extremamente difícil me enturmar com Debrah, mas ela sabia o que fazia, era extremamente cuidadosa com todas as suas palavras e de fato conseguia fazer diversas amizades em um piscar de olhos. Mas uma coisa é nítida, com todos os comentários sobre minha aparência ser extremamente parecida com a garota "morta", Debrah fez questão de se aproximar de mim mas eu sentia seu olhar pesado sobre minhas costas toda vez que me afastava. Porém, esse conto de fadas para a mesma se encerra hoje.

—Vamos Evelyn —A garota bufava enquanto apertava meu braço, eu sinceramente já estava de saco cheio com ela me arrastando por todo canto da escola.

Não demorou muito para que entrássemos na sala de aula, A morena havia entrado primeiro e logo um grito agudo e extremamente irritante saiu de sua boca, a garota estava perplexa ao se ver toda cheia de xarope. E eu já desconfiava que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde, E essa palhaçada tem nome: Ambre. Mas eu sabia que isso não era para Debrah, era para mim, digamos que era um trote para os novatos. Só que isso veio na hora errada, e Ambre sabia disso, encolhida na cadeira me olhava perplexa, enquanto um sorriso brotava em meus lábios, com passos lentos e calmos caminhei até a sua mesa.

—Ambre né? —Disse fingida como se não soubesse seu nome. Aproximei os lábios de seu ouvido. —Você sabe que minha fama nessa escola não é a das melhores, certo? E sabe também que nunca ninguém me viu desmentindo todos os comentários que as pessoas assustadas faziam sobre mim né? —Levei minha mão até seus fios loiros, fazendo um cafuné até chegar nas pontas de seus cabelos e puxar com toda a força que eu tinha, vendo a mesma fazer uma careta de dor. —Shh... Então... se eu dissesse que todos aqueles comentários são verdadeiros, você acreditaria? —Me afastei para encará-la. —Não quero ter que te colocar na minha lista Ambre...seja uma boa garota, hm? —Tirei minha mão de seus cabelos, tendo comigo um tufo loiro gigantesco. 

—M-me desculpa. —Disse quase em um sussurro e se levantou da cadeira, correndo imediatamente para fora da sala.

Depois de toda aquela confusão eu não havia visto mais Debrah. —Droga. —Pensei comigo mesmo pois havia perdido minha chance para fazer um convite. O professor havia se atrasado e eu como de costume sentei nas últimas cadeiras, lembro que amava esse lugar, eu tinha uma vasta visão da sala e podia simplesmente encostar a cabeça no vidro e ter a visão do campus. Era um paraíso.

—O lugar é meu. —Levantei meu olhar perplexa para o garoto de madeixas vermelhas que havia acabado de jogar todas as minhas coisas no chão, jogando sua mochila em cima da minha mesa.

Suspirei fundo e o encarei. —Não, não é. —Joguei sua mochila no chão e comecei a catar minhas coisas enquanto aquele infeliz continuava parado no mesmo lugar me fitando. —O que você quer?

—Que você saia. —Disse como se fosse o óbvio. É sério? Esse garoto estava me dando nos nervos. 

—Eu já disse que não vou sair, agora se você quer ficar perdendo o seu tempo plantado aí, que fique! —Fechei os olhos. —Agora... se você tocar um dedo em mim, vai estar pedindo para morrer. —Ouvi um riso do mesmo e abri os olhos furiosa, mas o mesmo já havia desistido e se sentado do outro lado da sala. Não demorou muito para que o professor chegasse na sala, junto de Debrah e Ambre, que por sinal deve ter levado suspensão. A morena sentou-se do meu lado enquanto arrumava seu cabelo.

—Droga, não acredito que vou ter que lavar o cabelo de novo por causa daquela vagabunda. —Murmurou irritada.

—Relaxa...ela já teve o que merece. 

—É verdade.  —Disse sorrindo ladino. —A diretora deu suspensão de uma semana pra aquela ali. —Apontou para a loira que estava de cabeça baixa.

—Acho que não estávamos falando da mesma coisa. —Sussurrei para mim mesma.

— O que ? —Disse Debrah confusa, provavelmente sem entender o que havia dito. Quando fomos interrompidas pelo professor que começou a distribuir uma folha em nossas mesas. —Que isso ?? Teste surpresa?  —A morena arregalou os olhos enquanto olhava para a folha. Que não se passava nada mais que um mero trabalho, e sinceramente isso foi perfeito.

—Então.. —Me virei para encará-la. —É em dupla, quer fazer comigo? —Perguntei inocente. —Você sabe que eu não tenho muitas amigas né. —Suspirei "triste".

—É claro que faço com você né sua boba! —Sorriu me abraçando. Sinceramente, não sabia quem de nós duas estávamos sendo mais argilosa ali, eu ou ela.

—Hmm, okay! Pode ser hoje na minha casa? Meus pais saíram e aí a gente pode comprar vários doces e ficar vendo série até mais tarde depois de terminar o trabalho. 

—Beleza. —Falou arrumando seu brinco. —Mas que horas? 

Não havia pensado ainda nisso, mas tinha que ser o mais tarde possível, seria uma lástima ser pega por vizinhos indesejáveis e ter que escolher o destino dos mesmos. 

—Não sei.. —Coloquei o dedo no queixo, pensando no melhor horário para que pudesse executar tudo em paz. —Já sei! Pelo que eu entendi da conversa dos meus pais, eles vão comemorar o aniversário de casamento num jantar, então acho que umas 22:00 eles já vão estar saindo de casa, o que acha?

—Perfeito! Esse horário meus pais estão dormindo e não vou ter que me preocupar com isso. —Sorriu animada, e retribuí na mesma animação, mas tenho certeza que não estamos animadas pela mesma coisa.

(...)
O horário da aula já havia acabado e todos já estavam indo embora, inclusive eu. Debrah disse que iria mais cedo para arrumar sua bolsa e eu havia dito que não precisava, e realmente iria ser inútil, sendo apenas mais um peso para que eu me livrasse. —Estava indo em direção ao campus enquanto vi aquele cabelo nada chamativo vindo em minha direção, revirei os olhos e comecei andar na direção oposta. 

—Hey! Garota mau educada, puta merda! —Bufei e parei no meio do caminho, me virando para encará-lo. —Que cara é essa? Eu venho na boa vontade te entregar bosta e você me olha assim. —O garoto com um sinalizador na cabeça me encarou como se eu tivesse feito o pior crime do mundo.

—O que foi? Devolve logo se é meu, eu estou sem tempo. —Cruzei os braços levantando a cabeça para fitar seus olhos.

—Você deixou isso aqui cair. —Tirou do bolso uma fotografia, onde nela continha meu pai e minha mãe, era a única foto que havia dos dois, não sei como não senti falta. Num piscar de olhos arranquei da mão do mesmo e saí sem dizer mais nenhuma palavra. Eu realmente não tinha tempo pra ficar alimentando seu ego de feito uma boa ação com um simples "obrigada". 

Saí em disparada para fora daquele lugar, indo direto para casa, onde precisava arrumar tudo o que iria usar.

(...)
Já estava exausta de tanto arrastar coisas para o porão —Suspirei colocando as mãos nas costas e olhei o relógio.

—Puta merda! —Já eram 21:45 e eu precisava rapidamente tomar um banho e me arrumar.

Alguns minutos a mais se passaram e tudo estava pronto, havia posto um pijama e me dirigi para a cozinha, enquanto colocava GHB, ou melhor dizendo Boa noite, Cinderela em uma bebida especial para Debrah, Nem havia percebido o horário passando quando escutei a campainha ser soada, e corri até a mesma abrindo a porta e me encarando com uma garota de semblante calmo e meigo. —Até parece.

—Oi Debrah! —Olhei o relógio. —Você é muito pontual. —Elogiei a mesma a abraçando.

—Não sei como, sai correndo de casa. —Riu retribuindo o abraço e logo se desfazendo do mesmo.

—Vem entra. —Deixei a porta aberta esperando que a morena entrasse.

Aproveite bem, seus últimos minutos de vida.