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História Minha Salvação - Capítulo XII


Escrita por: Isabela07

Notas do Autor


OOI OOI

ANTES DE ME MATAREM LEIAM KKKKKK
DEIXEM PARA MATAREM A AUTORA NAS NOTAS FINAIS!

Obrigada pelo carinho meus amores, para quem ainda não sabe o que aconteceu eu irei falar nas notas finais.
No mais, vamos ao capítulo!

OBS.: ainda não está corrigido

Capítulo 13 - Capítulo XII


Troque suas folhas, mas não perca suas raízes.

Mude as suas opiniões, mas não perca seus princípios

Autora

Itachi olhava petrificado para a porta por onde Sasuke havia saído em um rompante há poucos segundos atrás.

—As coisas não são mais as mesmas desde que partistes Itachi. —Falou Shikamaru em suspiro pesaroso, chamando a atenção do Uchiha mais velho. —Sasuke foi o que mais sofreu com a sua ida repentina.

—Eu não podia ficar mais aqui. —Falou o mais velho com o olhar cheio de dor

—Eu entendo o motivo de ter ido embora. Não consigo me imaginar passando por algo do tipo, mas também precisa entender que a sua atitude covarde de fugir afetou a muitas pessoas e o fato de ter voltado agora não anula toda a dor que causou no passado.

—Vejo que continua o mesmo não é? Sempre usando palavras cruéis. —Falou Itachi sentando na cadeira ao lado da cama do Nara e abaixando a cabeça.

Estava frustrado, não tinha imaginado que Sasuke nutria tanta raiva de si desde a sua partida.

—Não são palavras cruéis, apenas sinceras. —Disse o Nara, apoiando-se melhor na cama, soltando um pequeno resmungo por causa do desconforto. —Sasuke ficou devastado com o seu sumiço, nunca entendeu o motivo do tão amado irmão ter desaparecido do dia para a noite sem ter dito um mísero adeus a ele. Fugaku se aproveitou da situação, sabes que teu pai sempre foi bom em manipular os outros e Sasuke ficou vulnerável depois que se foi. Não preciso nem mesmo dizer que seu pai o teve na palma de sua mão durante um bom tempo, não é mesmo? Seu irmão tem aquele ar inabalável, mas no fundo ele é apenas uma criança carente em busca de atenção.

—Eu achei que sumir seria a melhor opção para todos. —Disse Itachi com a voz rouca.

—Sei disso mais do que qualquer um, afinal te ajudei com o seu desejo. Não se pode mudar o passado Uchiha, mas sempre podemos aprender com ele, tente não cometer os mesmos erros novamente... —Shikamaru riu e levou uma de suas mãos ao ombro do mais velho, em um fraco aperto. —E não estou dizendo sobre quem você é e sim sobre se esconder, esse foi o seu erro e continua sendo. Converse com Sasuke, ele não é uma criança, merece saber a verdade.

 

 

 

Naruto

 

As coisas estavam relativamente calmas.

Neji estava conseguindo lidar com o conselho sozinho, mesmo estando puto por isso. Quando ele soube o que Gaara tinha feito com Shikamaru o Hyuuga surtou, querendo matar o Sabuku de qualquer forma.

Segundo o perolado ele não aguentava mais aquele bando de velhos em seu pé e estava a ponto de mandar todos para o inferno. Ele precisava de Shikamaru nas reuniões já que este tinha uma paciência infinita para lidar com as merdas que o conselho sugeria.

Mas tirando esse pequeno conflito, as coisas estavam indo de vento e polpa. Até mesmo a minha convivência com Hayla beirava o amigável, o que era surpreendente, no mínimo.

Ela é uma pessoa muito tranquila e não era assustadora como a loira que estava com Shikamaru, o que facilitava muito as coisas. Porém o que ela não tinha de assustadora tinha em vergonha.

A menina quase não falava e sempre pedia permissão para tudo o que quisesse fazer, deixando-me angustiado com essa situação. Foi um desafio convencê-la a não me esperar chegar para que pedisse comida ou fizesse o que queria. Ainda deixo a cozinha avisada sobre as refeições de Hayla, apenas para não correr o risco dela não comer esperando que eu a “permitisse”.

Outra coisa que notei era que ela não reclamava, por nada. Parecia que nada afetava aquela mulher.

Sou muito hiperativo e pessoas iguais a Hayla sempre me deixavam inquieto, não entendia como ela conseguia passar tanto tempo sentada em um único lugar sem ficar irritada, eu surtaria se fosse ela, isso era algo que me incomodava tanto que no segundo dia de convivência a arrastei em um passeio noturno para a tirar daquele quarto, mas mesmo ela gostando e me agradecendo pelo passeio, disse que eu não precisava me preocupar, que ela até que gostava de ficar no quarto sozinha.

—Hayla? —A chamei ao entrar no quarto.

Já no primeiro dia percebi que ela se assustava muito fácil, então sempre a chamava quando entrava no cômodo, para evitar certas situações.

No dia que a colocaram no meu quarto sai para buscar comida e a deixei aqui para que tomasse um banho, quando voltei abri a porta de uma vez e apenas escutei um grito e depois o som de algo caindo no chão. Hayla estava sentada na minha cama totalmente distraída e assim que entrei no cômodo ela se assustou, saltando do colchão e caindo no chão. Ela acabou arranhando o braço com a queda e tive que limpar o ferimento antes de alimentá-la. Senti-me culpado por ter a assustado e não queria que a pele dela ficasse com alguma cicatriz ou que o ferimento infeccionasse.

Mais tarde, ela acabou por me contar que vivia com sua família, mas que ficava muito tempo sozinha em casa já que seus pais não a deixavam sair por medo de o sol machucar a sua pele extremamente alva. Seus pais e irmãos eram lavradores e viviam viajando para trabalharem em plantações. Estava acostumada há passar muito tempo sozinha e por isso se assustava com facilidade.

Daí conseguiu compreender o motivo dela não se incomodar de ficar em seu quarto sozinha, tinha o hábito de ficar dessa forma. Isso ainda o incomodava bastante, então foi logo em busca de algo que ela pudesse fazer no palácio.

Ainda não tinha pensado em algo.

Ela era delicada demais e dava a impressão que quebraria com qualquer serviço mais pesado que fizesse.

Acabei tendo uma conversa com a senhora responsável pela cozinha para descobrir se precisava de mais mão de obra e ela acabou aceitando que eu enviasse Hayla para lá. Disse que cuidaria da menina e a ensinaria os serviços da cozinha. Seria bom ter outra pessoa para ajudá-la com o enorme serviço.

Imaginei que seria um bom serviço, já que a mais nova já tinha me dito ter o hábito de realizar tarefas domésticas, tanto que ela me pediu —milagrosamente, diga-se de passagem— para que pudesse ficar responsável pela arrumação e limpeza do meu quarto, assim a ajudaria matar o tédio.

Porém enquanto ela não começava o seu trabalho junto a Chiyo, continuaria em meu quarto e a permiti fazer o que o zelasse. Não queria a pôr em um quarto na ala dos empregados, a queria por perto para poder vigiá-la melhor. Tinha medo que algo semelhante à tentativa de fuga acontecesse novamente, mesmo às coisas estando diferentes agora.

—Estou no banheiro, já saio!— Gritou em resposta.

Balancei a cabeça com uma pequena risada.

Segui até a minha escrivaninha e suspirei.

Sentia a exaustão tomar conta de cada fibra do meu corpo. Gaara tinha me pedido para ajudá-lo a treinar os novatos que ingressaram no exército e como não tinha nada mais para fazer acabei aceitando e digo que se arrependimento matasse eu estaria a sete palmos de baixo da terra já.

Nunca imaginei que treinar novos integrantes seria tão complicado. Os novatos mal sabiam empunhar uma espada tão menos técnicas básicas de combate. A maioria dos jovens mal tinha saído das fraldas direito.

Era um desafio discipliná-los.

Agora entendia por que Gaara ficava responsável por aquelas pestes ambulantes. O Sabuku conseguia se impor, fazendo com que os jovens o temessem e respeitassem.

O Cabeça de Fósforo era bom no que fazia, tinha que admitir. Nunca em sua vida tinha imaginado que era tão trabalhoso assim treinar novatos.

Eu não conseguia lidar com eles, estava acostumado a ter as minhas ordens acatadas pelos guardas assim que as dava. Não era a pessoa mais paciente do mundo e ter que repetir a mesma coisa milhares de vezes me irritava.

—Boa tarde, já almoçou Senhor? —A voz de Hayla o tirou de seus pensamentos e os fez virar em sua direção.

Ela vestia uma de minhas camisas que mais parecia um vestido nela e a deixava com a aparência mais fofa ainda.

Precisava pedir para trazerem roupas mais adequadas para ela. Não seria bom para a minha sanidade ter essa mulher vestindo apenas uma camiseta minha com as suas lindas pernas para fora... Era tentação demais para um mero homem.

—Ainda não, acabei de fugir do campo de treino. —Falei com um pequeno sorriso. —Não aguento mais aqueles pirralhos. Se alguém aparecer aqui me procurando fala que eu morri.

Hayla deu uma pequena risada e se sentou na minha cama, cruzando as pernas e jogando um travesseiro por cima.

—Precisa comer e descansar um pouco. Quase não o vi nesses últimos dias e aposto que não tem dormido direito. —Disse ela, fazendo com que eu aumentasse o sorriso.

—Quer dizer então que está preocupada comigo? —Indaguei-lhe

O rosto alvo pigmentou-se de vermelho e ela quase caiu para trás por causa da vergonha.

Não aguentei e soltei uma gargalhada.

Pela primeira vez em anos estava leve.

Shikamaru estava certo. As minhas atitudes eram nocivas demais, não poderia machucar os outros apenas para que eu ficasse protegido atrás do meu muro pessoal.

Depois da lavada de cara que o Nara me deu decidi que mudaria, voltaria a ser um Uzumaki decente. Se Kushina ao menos sonhasse o que eu tinha feito nos últimos anos seria um homem morto.

Ela era e é uma mãe amorosa apesar de tudo.

Depois da perda da minha irmã, ela deu uma pequena surtada e se tornou extremamente protetora. Ela sempre tentava estar ao meu lado e me apoiar, tinha brigado com o conselho quando descobriu que queriam me forçar a casar e quase matou Rasa quando soube que a ideia tinha partido dele. Ela sempre me defendia, mas nunca fechava os olhos para as minhas merdas. Dona Kushina ficava assustadora quando era contrariada e sempre vinha para cima de mim quando eu aprontava algo. Mesmo estando à frente do trono eu a temia e sabia que ela me comeria vivo se soubesse de algo.

Minha sorte era que ao assumir o trono tinha convencido meus pais a viajarem e curtirem a vida sem o peso da responsabilidade em suas costas. Obviamente minha mãe foi extremamente contra a ideia e bateu o pé que não deixaria os seus bebes para trás em um ninho de cobras criadas. Foram meses para convencê-la que tudo ficaria bem comigo e Deidara e que caso algo acontecesse ela seria a primeira a saber.

Fazia quatro anos que eles viajavam pelo mundo e sempre que chegavam a um lugar novo nos mandava noticias. Sentia falta dos dois, mas estava feliz por eles. Meu pai sempre quis levar minha mãe para viajar e ela sempre quis passar um tempo longe desse palácio. Eles estavam realizando um sonho.

Era claro que eu e meu irmão não contávamos tudo para eles. Omitíamos algumas coisas para não acabarmos por atrapalhar o retiro dos dois. Eu  não os queria no meio da confusão em que o Reino estava. Iria deixar sua mãe louca de preocupação e provavelmente ela enfartaria se descobrisse que eu ia para batalhas com uma certa frequência.

—Estou brincando, Hayla. —Disse depois de controlar a gargalhada. —Não fique assim tão encabulada, garota. Parece que terá um treco a qualquer momento.

Ela apenas me deu um pequeno sorriso e escondeu seu rosto usando as mãos.

Mesmo estando ocupado na maior parte do tempo, Hayla tinha se tornado uma boa companhia. Sempre que chegava do treinamento ou de outros deveres ela estava acordada e perguntava como tinha sido o meu dia e a conversa fluía.

Mesmo tendo três dias de convivência com ela, sentia-me bem ao seu lado. Ela era tranquila, compreensiva e sempre escutava o que eu falava, por mais estranha que as minhas divagações fossem. Ela também era bem insistente quando queria e nunca me deixava dormir sem tomar um banho e comer e sempre que me encontrava acordado na madrugava revisando alguns documentos me arrastava de volta para cama com um belo sermão.

Ia abrir minha boca para falar quando a porta do meu quarto foi arrombada, batendo com força na parede.

Hayla soltou um grito e pulou, escondendo-se entre os lençóis e travesseiros da minha cama.

—Mas que porra é essa Sasuke? —Indaguei puto da vida levantando da cadeira em um rompante. —Perdeu o resto da noção que tinha?

O Uchiha parecia estar transtornado. Os seus olhos estavam vermelhos e não só por causa da raiva, mas parecia que ele esteve chorando, já que estavam inchados também.

—O Itachi está de volta, Baka! —Gritou Sasuke enfurecido.

Retesei meu corpo inteiro.

—É o que!? —Eu só podia ter escutado errado.

—Além de burro é surdo? —Respondeu irritado. —Itachi está de volta, Uzumaki!

Sentei na cadeira em choque.

Não acredito que esse filho da puta voltou!

—Como sabe? —O perguntei em voz baixa.

Sasuke pareceu se acalmar e se sentou na minha cama, mas logo se levantou com um pequeno grito.

—Que porra é essa na sua cama? —Perguntou assustado.

—É a Hayla, você a assustou quando entrou no quarto daquele jeito. Ela acabou se escondendo embaixo das cobertas.

Hayla colocou o topo de sua cabeça para fora e olhou em minha direção com suas bolotas peroladas arregaladas.

—Fique tranquila, é apenas o idiota do Sasuke, está tudo bem. —Respondi a sua pergunta muda.

Ela olhou na direção do moreno e percebi o seu corpo ficar um pouco tenso.

Hayla ergueu seu corpo e encostou-se à cabeceira da cama. Ela ainda não tinha largado as cobertas e deixava apenas o seu rosto para fora.

—Estás bem? Parece estar chateado. —Disse a morena para o Uchiha.

Sasuke apenas revirou seus olhos e ignorou Hayla, voltando sua atenção para mim novamente.

—Fui até o quarto do Shikamaru mais cedo para conversar com ele. —Começou ele.

—Por conversar quer dizer brigar não é mesmo? Sei que Shikamaru escondeu Sayumi de você.

—Isso não é da sua conta, realmente. —Respondeu cortante.

—Pelo amor, Uchiha! —Bradei irritado com ele. Quando Sasuke queria era um verdadeiro escroto, e eu não tinha paciência para isso. —Pare de agir como se estivesse com um pato enfiado na bunda e seja descente. Se veio até aqui foi por escolha própria então seja legal e pare de agir feito um escroto, caso contrário a porta é serventia da casa. Não estou com paciência para lidar com o seu mau humor hoje.

Sasuke bufou e andou pelo quarto, até sentar em uma poltrona que tinha no canto da parede e se afundar no assento macio.

—OK, tudo bem. —Falou derrotado, passando a mão em seu cabelo nervosamente. —Eu só estou puto da vida, Naruto. —Desabafou ele. —Itachi simplesmente apareceu do nada no meio da minha discussão com Shikamaru, ele agiu como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse sumido e ido para a puta que pariu depois que assumi as responsabilidades que eram dele. —Sasuke começou a rir histericamente. Ele estava muito abalado. —Tem noção disso, Baka? Como ele é capaz de voltar depois de tudo e ainda agindo como se tivesse algum direito de opinar em minhas ações?

—Teme... —Comecei tentando controlar a minha raiva. Eu entendia Sasuke, sabia o quanto tinha sido difícil para ele o sumiço do irmão mais velho e no que isso tinha acarretado. Isso o irritava? Claro. Sasuke era um grande amigo e faria de tudo por esse Teme mandão. Mas o que o deixava possesso era o que o Uchiha mais velho tinha feito com o seu irmão Deidara. Ele jurou que se o visse novamente iria matá-lo. —Não adianta ficar dessa forma. Não temos como entender a cabeça dele e tão menos o porquê de ter voltado.

—Sei disso, mas em nada muda o que estou sentindo. —Respondeu. —Eu jurava que ele tinha morrido, meu pai mesmo disse que seria o melhor a acontecer. Mas ele está vivo e eu não entendo o motivo dele ter ido, em primeiro lugar. Ele me jogou aos cães! Ele prometeu estar do meu lado e quando precisei dele ele não estava aqui, estava em só Deus sabe onde fazendo sei lá o que. Ele me abandonou, abandonou a família dele e eu nunca soube o motivo.

Minha garganta apertou.

Eu odiava guardar segredos, com todas as minhas forças, e ver Sasuke tão abalado assim me feria. Ele era como um irmão para mim e eu sabia que no fundo ele se culpava pela ida de Itachi.

Fugaku foi um homem cruel e se aproveitou de todas as chances que teve para menosprezar Sasuke e diminuí-lo. Depois do escândalo de Itachi abdicando do trono em nome do irmão mais novo, as coisas pioraram, mas Sasuke se apoiava em Itachi para passar por aquele momento difícil. Ninguém dentro do clã Uchiha aceitava Sasuke como o novo regente. O Clã Uchiha era muito tradicional e não aceitavam as mudanças muito bem, cada um ali dentro nascia com o seu destino traçado e tinham a obrigação de o seguir. Guerreiros eram guerreiros, mulheres eram mulheres e reis eram reis, não podia ser diferente.

Eu sabia o motivo de Itachi desistir do trono, mas só soube disso depois que peguei Deidara chorando copiosamente em seu quarto depois de ter o arrombado. Ele ficou devastado com a partida do Uchiha mais velho e se trancou por mais de uma semana dentro do quarto, fiquei tão preocupado com ele naquela época que não o deixei sozinho um minuto se quer, levando todas as coisas dele para o meu quarto e levando ele comigo para cima e para baixo. Aos poucos ele se recuperou da perda, mas eu sabia que ele ainda amava aquele Uchiha maldito.

Não deixaria que meu irmão fosse machucado novamente, mesmo depois de longos anos.

—Acho que você e Itachi têm muito o que conversar. —Disse com a voz mais grossa.

Sasuke me olhou desconfiado, erguendo uma de suas sobrancelhas. Desviei o olhar do dele.

Ele me conhecia bem demais e sempre conseguia me ler. Sasuke sempre brincou falando que eu era muito transparente com os meus sentimentos e pensamentos.

—Você sabe de algo. —Afirmou ele.

O olhei com espanto e soltei uma risada, mesmo que fosse um pouco nervosa.

—Como eu saberia de alguma coisa?

—Não sei, diga-me você.

Suspirei frustrado.

Era uma merda ele me conhecer tão bem

—Não acho que seja algo para eu te dizer, Sasuke. —Disse me levantando da cadeira e indo para a sua direção. —Precisa conversar com seu irmão.

Ele me encarou furioso e levantou.

—Eu não acredito... —Falou chegando mais perto de mim. —Durante todo esse tempo você sabia o motivo do meu irmão ter sumido e nunca te passou pela cabeça que eu merecia saber!? —Berrou irritado.

Respirei fundo e tentei me acalmar.

Sabia que ele tinha um pavio curto e estava certo, o certo teria sido eu o contar a verdade desde o começo, mas simplesmente não dei conta. Primeiro pela raiva que sentia, depois por apenas querer esquecer o que tinha acontecido e depois porque acreditei que o assunto estava morto e não seria bom desenterrá-lo.

—Sasuke, tente me entender. Esse assunto me deixa puto da vida e sei que entre mim e seu irmão, tu iria até o inferno por ele. Não quis criar atrito entre nós dois.

—E por que caralhos isso aconteceria? —Indagou chegando ainda mais perto de mim. Conseguia sentir a sua respiração pesada batendo no meu rosto. —Hein porra, por que!? —Gritou na minha cara.

—Por favor, apenas fale com ele...

—Não, não vou. —Falou me cortando. —Eu só vou sair daqui quando me explicar o motivo de ter me escondido isso por tantos anos. Porra! Foi você que me ajudou a passar por toda aquela merda. Você é o meu melhor amigo, mas teve coragem de esconder isso de mim. Você me apunhalou, Naruto! Já não bastava o meu irmão!? —Ele me deu um empurrão fraco, apenas para me irritar. —Não saio daqui até me contar o que sabe.

—Sasuke, eu realmente acho melhor conversar com Itachi. Isso é um assunto pessoal e não acho que ele gostaria que você soubesse por outra pessoa... Na verdade nem sei se você gostaria de saber sem ser por ele. Ao menos uma vez na vida, deixe ser cabeça dura e me escute, sou seu amigo e não quero te prejudicar.

—Você não é ninguém para achar que sabe o que é o melhor para mim! —Respondeu ele me empurrando mais forte que da última vez. —Quando decidiu me esconder à verdade perdeu o direito de me chamar de amigo. Amigos não escondem nada um do outro, se realmente de importasse comigo não teria feito isso.

Se ele queria me irritar tinha conseguido.

—Controle a sua língua, Uchiha! —Disse com a voz baixa e séria.

—E se não o fizer? Vai fazer o que? —Zombou acidamente. —Já me apunhalou pelas costas, Baka. Nada vai superar isso.

—Nem mesmo o fato do seu querido irmão ter fugido por ser Gay?

Porra.

A mudança na expressão e postura de Sasuke foi automática

—Está mentindo. —Falou o moreno se afastando de mim em choque.

—Não estou, é a verdade. —Respondi tentando me acalmar. Droga, não queria que ele soubesse dessa forma, mas acabei de jogar a merda no ventilador e estragar tudo.

—Poupe-me Naruto, como quer que eu acredite nisso? Itachi me contaria se ele fosse homossexual, ele nunca esconderia algo assim de mim. —Disse convicto.

—Ele escondeu, Teme. —O respondi tentando ser mais compreensivo. Não queria piorar a situação, não mais do que já tinha feito.

—E como você saberia disso? —Perguntou-me com soberba, tentando recuperar-se do baque.

—Ele e Deidara tiveram um caso. —Um gosto amargo subiu por minha boca. Isso sempre acontecia quando me lembrava de tudo o que meu irmão tinha sofrido por causa desse homem. Ele amava o Uchiha com todas as suas forças. —Quando seu irmão fugiu largou o meu, falando que nunca conseguiria seguir adiante com o relacionamento dos dois e terminou com ele. Eles namoravam há anos, desde a adolescência Sasuke, e Itachi simplesmente destruiu Deidara por causa do medo que sentia. Ele preferiu ser covarde e fugir a enfrentar seu pai e o Clã. Foi por isso que ele renunciou a seu favor, ele sabia que nunca conseguiria cumprir com algumas das obrigações que vinham junto com a responsabilidade de se sentar naquele trono.

Sasuke parecia um fantasma de tão pálido que estava.

—Não pode ser verdade. —Falou consternado. —Itachi me contaria sobre isso... Não tínhamos segredos um com o outro.

—Sinto muito, Teme. —Falei chegando perto dele e colocando a mãe me seu ombro em sinal de apoio.

Sasuke se afastou brutalmente do meu toque.

Seu olhar brilhava em vermelho vivo. Um calafrio atravessou meu corpo.

Foram poucas as vezes que o vi nervoso desse jeito e nunca antes tinha sentido sua irá direcionada a mim.

—Você é um bastardo, Naruto! —Falou gritando. —Apenas não te arrebento em respeito à amizade que tínhamos.

Ele me deu as costas e senti como se ele tivesse me dado um soco no estômago.

—Sasuke, não seja precipitado dessa forma. Você está nervoso e magoado, nada de bom é decidido desse jeito.

—Não me importo, Uzumaki. —Disse virando-se para mim novamente. —A única coisa que me importa agora é que você omitiu isso de mim por anos... Não tinha o direito de o fazer.

—Entenda, não era o meu segredo e sim do meu irmão, não podia traí-lo!

—E, então, decidiu me trair. —Disse sarcasticamente. —Ah, isso eu entendi Naruto, acredite.

Só consegui raciocinar quando escutei o barulho da porta batendo.

Eu consegui foder com tudo, para variar.

Cai sentado de uma vez na cama, colocando minhas mãos na cabeça.

Senti um toque em minhas costas e saltei assustado, mas não sai do lugar. Olhei para trás e dei de cara com um par de olhos perolados.

—Assustou-me Hayla. —Disse com um pequeno sorriso sem graça. —Esqueci-me que estava aqui, desculpa.

—Tudo bem. —Respondeu com um pequeno sorriso e se sentando ao meu lado, segurando minha mão direita que repousava, agora, em cima do meu colo. —O Senhor está bem? Parece-me meio mal com a briga. —Falou a pequena mulher apertando um pouco mais o enlace em meus dedos.

—Sasuke é uma pessoa complicada de se lidar.

—Percebi, mas essa não foi a minha pergunta. —Disse ela um pouco mais séria. —Você está abalado e não quero que recrimine o que sente.

—Obrigada pela preocupação, Hayla. —Falei com certa vergonha. Ela se parecia com minha mãe quando falava dessa forma e uma sensação de conforto me aquecia por dentro. —Mas estou bem, não posso culpar o Sasuke, de um todo, por estar puto comigo.

—Bom, já que não quer saber de se abrir irei fazer com que se sinta melhor. —Disse ela com o sorriso mais doce que tinha visto até hoje e se levantou da cama, indo em direção a porta.

—Aonde vai? —Indaguei-lhe.

Ele usava apenas uma blusa minha e não seria seguro ela sair no corredor desta forma, ainda mais não sabendo andar por aqui.

—Irei pedir para preparem um belo bolo de chocolate com morangos, um suco e alguns salgados. —Falou enquanto abria a porta e chamava por um dos serviçais que passava pelo lugar. Assim que terminou o seu pedido fechou a porta e deu um pequeno saltinho enquanto batia as mãos em comemoração. —Agora que a comida foi encomendada, o Senhor está sendo convocado a uma tarde sem trabalho e preocupações, tem apenas o direito de se divertir fazendo algo que gosta!

Hayla colocou a mão na cintura quando terminou de falar e me encarou seriamente, mostrando que falava sério sobre isso. Não aguentei a ação e acabei rindo.

Seria bom me distrair um pouco.

—OK, Senhorita. —Disse levantando as mãos em rendição. —Já que não tenho escolha e ficarei aqui preso junto a ti que tal vermos alguns filmes? Faz tempo que não faço isso.

—Combinado, mas antes vá tomar um banho. —Falou fazendo uma careta engraçada. —Está fedendo a suor.

—Acho que eu preferia quando era tímida, ao menos não reclamava que estava fedido. Eu sou lindo. —Entrei na brincadeira e fingi bagunçar meus cabelos.

—Tudo bem, Senhor Lindo, vá para o banheiro antes que te confundam e te mandem para o chiqueiro real, porquinho.

—É acho que realmente preferia quando era tímida. —Resmunguei baixinho enquanto entrava no banheiro.

—Eu escutei isso! —Gritou ela assim que fechei a porta atrás de mim. —Se continuar reclamão dessa forma não  te deixo comer o bolo!

—Você é má! —A respondi contrariado, mas ligando logo o chuveiro.

E eu achando que ela era menos pior que Tahine. Era maldade mexer com a comida de um homem.


Notas Finais


Naruhina são tão fofos que eu não aguento, mas não vão achando que a relação deles será só flores... Ainda tem muita água para correr.
Sasuke como sempre metendo os pés pelas mãos...

Quero que alguém entenda as referências a cultura pop que coloquei no texto...
Desafio valendo em: três, dois, um.... VALENDO.

Amorzinhos, eu perdi a criatividade e estava tendo muito bloqueio criativos.
No segundo semestre do ano passado estava passando por muitas crises pessoais e não conseguia focar em nada, tanto que sai do Spirit por mais de três meses em uma época.
Outra coisa que me atrapalhou muito foi a mudança na minha forma de escrever e foi muito dificil concluir esse capítulo sem que ele parecesse ser feito por outra pessoa.... Espero que tenha dado certo.

O que me fez voltar?
Em primeiro lugar sempre me senti muito culpada por não conseguir atualizar as histórias aqui no Site, tanto que exclui duas histórias minhas.
Em segundo lugar, eu sempre gostei de escrever e sabia que isso seria uma boa terapia então me esforcei para voltar, mesmo sendo um pouco dificil ainda.

Por isso quero agradecer muito ao carinho e compreensão de vocês, são as melhores pessoainhas que conheço, serio mesmo.

Tenho duas outras Fics em andamento, para quem ainda não conhece:
Espécies: https://www.spiritfanfiction.com/historia/especies--livro-um-18885952
In The Other Side: https://www.spiritfanfiction.com/historia/in-the-other-side-5055459
Se tiverem interesses deem uma passadinha nelas, aposto que irão gostar.

Beijos amores, irei tentar atualizar mais a história daqui para frente (e responder os comentários também kkkkkkkk


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