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História Minha Salvação - Capítulo XIV


Escrita por: Isabela07

Notas do Autor


Não é alucinação!

Realmente é capítulo novo!

Espero que aproveitem, explico tudo nas notas finais!
Beijos de luz

Capítulo 15 - Capítulo XIV


 

E são tantas marcas que já fazem parte do que sou agora,

Mas ainda sei me virar

-Os Paralamas do Sucesso

 

Sasuke

Traído.

Não conseguia entender como Itachi nunca me falou sobre seu relacionamento com Deidara. Ele era o meu irmão! Deveria saber que independente de suas escolhas eu o apoiaria e o amaria da mesma forma.

Porra, eu até mesmo o ajudaria!

Mas ele escolheu me esconder a verdade e simplesmente jogou uma responsabilidade que era dele para cima de mim, sem nunca ter tido a decência de me explicar a razão para isso.

Não satisfeito, ele ainda foge, some do mapa por anos, deixando-me juntando os cacos que a sua falta me fez.

A ausência de Itachi foi como uma adaga cravada em mim, doendo toda vez que respirava.

Nos primeiros dois anos ainda tive a esperança de que ele voltaria, mas depois aceitei que talvez ele tivesse morrido, afinal, como ele sobreviveria? Meu irmão tinha sido criado para ser um Rei, não conseguiria se manter por muito tempo no mundo fora dos muros do palácio.

Mas, agora, todo o medo de nunca encontrar o seu corpo e toda a dor de ter sido abandonado se transformava em raiva.

Ele estava de volta.

Por quase seis anos escutei Fugaku dizendo que Itachi era uma desonra para o Clã e que o seu sumiço era a melhor coisa que ele poderia fazer por todos, afinal ter desistido do seu dever era uma afronta a todas as tradições da Família. Não ter que olhar mais para o seu filho mais velho era a melhor coisa que ele poderia ter feito depois de ter abdicado do trono em meu favor, e que covardes e traidores não mereciam a honra de carregar o nome Uchiha.

Foi um completo caos os anos que seguiram a sua partida.

Sempre soube que o meu lugar era a frente do exército, trazendo vitórias para Konoha e honrado o reinado do meu irmão. Ter me tornado Rei após a desistência de Itachi tirou-me da posição que deveria ocupar desde o meu nascimento, algo inconcebível dentro do meu Clã tradicionalista.

Isso me trouxe diversos problemas e até hoje luto contra o conselho e contra o meu próprio pai para ocupar a posição que estou agora.

Para mostrar a todos eles que eu era sim merecedor de estar onde estava, que mesmo tendo sido criado para ser um guerreiro eu era um excelente Rei e ninguém no meu lugar faria o que faço tão bem.

Eu era um Rei e um General, as duas melhores qualidades reconhecidas pelo meu Clã em uma pessoa só.

Liderança e Poder em apenas um trono.

Uma junção perfeita, se não fosse a mente fechada e arcaica dos que me cercavam.

Eu sabia que nunca orgulharia e honraria o meu Clã e ao meu pai estando a frente do trono, porém não era como seu eu pudesse mudar isso. Eu era o Governante, o líder do Clã e uma hora ou outra eles teriam que engolir isso, mesmo que a força.

A última palavra, mesmo que eles detestassem a ideia, era minha e eu a faria ser aceita. Não me importava os meios.

Fazer parte de uma Família tradicionalista e antiga como a minha era muito complicado e cansativo.

Regras, tradições e predestinação me seguiam desde que estava no ventre de minha mãe.

Os Uchihas sempre tentaram manter o sangue o mais puro possível, alegando que o Clã seria mais forte com o passar das gerações. Casamentos entre pessoas do Clã e até mesmo familiares mais próximos eram comuns e festejados entre os membros, porém casamentos ou relacionamentos com pessoas de fora eram vistos com maus olhos, abominados.

Para carregar o nome Uchiha o amor e o bem-estar não podiam vir de fora.

Lembro-me quando minha mãe tomou a decisão de adotar Sakura, mesmo sendo pequeno na época as lembranças eram claras como um cristal, afinal o jeito que minha mãe foi tratada pela própria Família tinha me mostrado o lado podre que tentavam esconder por de baixo de toda a grandeza que diziam ter.

Os anciões do Clã deixaram bem claro que nunca aceitariam que aquela menina de cabelos rosas e olhos verdes carregasse o sobrenome Uchiha. Ela não tinha aquele direito e nunca seria reconhecida como uma Uchiha, ela seria uma bastarda para todos.

Porém se engana quem acha que minha mãe apenas abaixou a cabeça e aceitou a ordem, Mikoto não era conhecida por desistir de algo e fez com que todos engolissem o fato de que ela iria sim adotar Sakura, independente deles a aceitarem como uma Uchiha ou não. Ela seria a sua filha diante a todos e que se isso não acontecesse ela deixaria o Clã, pois no final, em suas palavras, carregar e honrar um Clã orgulhoso e mesquinho como o nosso era a pior ofensa que se poderia ter e se livrar deste fardo seria o melhor.

Foi uma discussão acalorada, até ameaças contra a vida de Sakura foram feitas caso Mikoto continuasse com a ideia absurda de adotar a criança e largar seu lugar de Rainha e Companheira de Fugaku.

Obviamente minha mãe ficou furiosa e alguns dos anciões saíram bem machucados após essas ameaças.

Na época, mesmo meu pai sendo contra a adoção, resolveu não ir contra os desejos da mulher e, como a palavra final sobre o assunto era dele por ser o líder do Clã, optou por aceitar a decisão da esposa e a adoção foi feita legal.

Hoje percebo que meu pai não fez aquilo por amar a esposa, mas pelo medo de ser o primeiro regente de toda a história do Clã a passar por um divórcio. Aquilo mancharia para sempre sua imagem e seu orgulho nunca permitiria isso.

Com a adoção, as coisas mudaram.

Fugaku, estranhamente, apegou-se muito a Sakura e fazia de tudo por ela.

Sakura conseguia fazer Uchiha Fugaku perder a pose, derretendo-se inteiro sempre que ela arregalava aquelas duas bolotas verdes em sua direção.

No início foi muito estranho ver meu pai, aquele homem tão frio e distante, torna-se mais presente a família e mostrar seus sentimentos por nós.

Fugaku nunca foi um pai ruim ou um esposo terrível, apenas rígido demais e muito ligado as tradições do Clã para que se permitisse fazer mais do que era esperado dele. Ele precisava garantir que os destinos traçados ao meu nascimento e ao do Itachi fossem seguidos com perfeição e para isso exigia muito de mim e do meu irmão, desde muito cedo.

Depois que Sakura entrou para nossas vidas a rigidez dele diminuiu, até ia contra imposições do Clã, assim como passou a aceitar melhor ações que eram contrárias as tradições da Família.

Foram anos bons e saudosos.

Pela primeira vez eu podia dizer que tinha um pai.

Eu, Itachi, Fugaku, Mikoto e Sakura erámos uma família completa e entendíamo-nos, mesmo que as obrigações dificultassem um pouco a nossa convivência diária.

Quando Sakura foi sequestrada junto com as irmãs dos meus amigos, minha família se partiu.

Fugaku foi o que mais mudou, voltando a ser o homem frio e ignorante de antes, se não pior. As exigências sobre mim e Itachi aumentaram exponencialmente e minha mãe não pôde fazer muito sobre isto. Não adiantava conversar com ele e tentar colocar-lhe um pouco de juízo e, aos poucos, ele deixou de ser um pai e passou a ser um ditador.

As brigas entre meus pais eram constantes, minha mãe não aceitava as atitudes do marido e Fugaku estava longe demais em seu próprio mundo para prestar atenção em algo além do que deveria ser feito para que o Clã continuasse em seu caminho de glória.

As únicas pessoas a quem pude me apoiar no meio daquela confusão toda foram Itachi e Naruto.

Mas os dois me traíram.

Itachi se foi, sem se importar em como me sentiria e eu nunca soube o motivo.

Naruto, o meu melhor amigo e aquele que ficou ao meu lado e me apoiou mais que tudo após a partida do meu irmão, escondeu de mim a verdade.

Ele sempre soube que a partida de Itachi me destruiu, sempre soube das tentativas falhas em descobrir o porquê de isso ter acontecido.

ELE SABIA!

Mas escolheu esconder de mim a razão que sempre busquei.

Mas uma vez sentia o gosto amargo na minha boca, assim como a dor angustiante que se alojava no meu peito.

Itachi não confiou em mim e se foi.

Naruto escolheu me trair.

A cada passo que dava em direção ao meu quarto, sentia meu corpo tremer cada vez mais.

Eu sentia como se ele fosse ceder a qualquer momento e que minha mente se quebraria em milhares de fragmentos irregulares e difusos.

Tentava me concentrar no ar entrando em meu pulmão e na sensação do meu coração batendo.

Precisava focar em algo além da dor que sentia.

Eu ainda estou vivo, apesar da dor.

No fim, eu sabia que a dor não me mataria.

Eu continuaria vivo, apesar das cicatrizes.

Mas ser traído pelas pessoas mais importantes da minha vida me dava a sensação de estar morto por dentro.

A última vez que tinha me sentido assim foi ao perder Sakura e, agora, eu sabia que não poderia correr para o colo do meu irmão ou ir até Naruto, afinal, foram eles que me mataram dessa vez.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gaara

Tinha conseguido dormir a noite inteira, um milagre por si só.

Acordei um pouco antes das oito horas da manhã.

Mesmo tendo dormido poucas horas, sentia-me bem e revigorado.

Inaha ainda ressonava ao meu lado e não aparentava que acordaria tão cedo.

Na noite anterior ela estava muito suja para que eu conseguisse notar os detalhes de seu rosto, sem contar que estava nervoso pela conversa que tive com Shikamaru e de como tudo tinha virado um caos depois daquilo.

Sentia-me culpado por ter o machucado tanto a ponto de ele precisar ficar de repouso por duas semanas.

Eu precisava aprender a ser menos impulsivo e violento, sabia que machucar os outros sempre que algo não saia como eu queria era errado, porém era um hábito tão antigo e enraizado em mim que o fazia sem ter noção do estrago que causaria até me acalmar e ver o resultado da minha ira desenfreada.

Ontem machuquei um amigo e, no fundo do meu ser, sei que se ele continuasse com aquele plano por mais um tempo eu teria o matado.

Eu era totalmente capaz de fazer isso quando perdia o controle.

Já tinha muito sangue em minhas mãos por causa da minha incapacidade de controlar minha raiva.

Não era saudável para mim e nem para as pessoas ao meu redor esse comportamento agressivo e impensado.

Se eu continuasse desse jeito chegaria há um ponto sem volta e todos a minha volta estariam em perigo caso algo assim acontecesse.

Precisava resolver isso, mas não sabia nem mesmo por onde começar.

Shikamaru estava certo quando disse que descontar minha raiva nos outros não melhoria nada.

Eu me sentia um lixo agora e minha garganta queimava pela culpa.

Sabia que precisava superar o passado e parar de me culpar por toda a merda que tinha acontecido, não precisava das palavras do Nara para entender esse fato.

Mas era dificil fazer isso quando seu próprio pai fazia questão de incrustar essa culpa cada vez mais em meu ser.

Fazendo questão de a cada oportunidade me lembrar que a culpa de Temari não estar conosco era minha, que a culpa de sua mãe ter que viver dopada para não tentar se matar novamente era minha e que a família estava destruída do jeito que estava por minha culpa.

Eu era uma criança quando tudo aconteceu.

Eu amava e amo minha irmã e nunca quis que algo de ruim acontecesse com ela.

Rasa era o adulto da situação, mas ele não conseguiu lidar com o que acontecia e na busca de achar um culpado para aquilo tudo ter acontecido ele me viu e decidiu que por não ter achado nada que pudesse trazer sua filha de volta o melhor seria colocar a culpa em seu filho, uma criança.

Toda sua raiva, dor e angústia foram depositadas em mim, sem chances de defesa.

Eu sei que ele me amava, mas a dor o fez afogar esse sentimento e tudo o que recebi dele ao longo dos anos foi o seu desprezo.

Muito do que sou hoje é culpa dele.

No momento que mais precisei da minha família, do seu amor e acolhimento, ela não esteve lá por mim.

Fui posto de lado e só era lembrado quando eles precisavam de um escape da dor.

Minha mãe adoeceu logo após o desaparecimento da filha, então não pôde fazer nada para me proteger. Mas ainda hoje me pergunto se ela me protegeria ou se ficaria ao lado de Rasa.

Doía pensar nisso, mas era a verdade.

Estava tão machucado que penso que as vezes minha mãe ter estado incapacitada durante esse tempo foi o melhor, assim eu não teria que ver a mulher que me deu à luz me renegar e me odiar, assim como foi com meu pai.

Nem mesmo Kankuro, meu irmão, esteve comigo.

Por mais que eu gritasse, eles não me escutavam. Eu apenas ouvia suas ofensas e tentava seguir com a minha vida, tentando, ao menos, dar-lhes um pouco de orgulho ou ser reconhecido por algo além de um erro.

Hoje, meu irmão está ao meu lado e se culpa por tudo o que aconteceu e pelo que falou e fez. Eu posso ter falado que o perdoava, mas sei que essa ferida ainda está aberta e escorrendo sangue.

Eu ainda sinto a dor que ela me causa.

A verdade é que nunca procurei cuidar das feridas abertas, apenas deixei que elas crescessem e que, com sorte, no fim me matassem.

Mas isso não estava mais ferindo apenas a mim mesmo, as pessoas a minha volta também estavam sofrendo com a minha decisão.

Eu não queria causar mais dor em quem eu amava.

Por mais complicado que possa ser, preciso aceitar a mudança.

Eu perdi a mim mesmo no meio dessa tempestade toda, eu não sabia mais onde estava o verdadeiro Gaara e nem conseguia dizer se um dia ele conseguiria voltar. Porém eu precisava tentar me desfazer das amarras que ainda me prendiam.

Estava na hora de me libertar da dor que me deixei carregar, assim como a culpa que assumi por todos esses anos.

Eu tinha que me tornar o melhor que conseguisse.

Mas como fazer isso?

Por onde eu começaria?

—Por que está me encarando?

Levei um susto e dei um pulo para trás.

Pisquei meus olhos para tentar focar a visão e dispersar-me dos meus pensamentos e encontrei os olhos azuis de Inaha em minha direção.

—Como? —Perguntei atônito.

—Por que estava me encarando? —Repetiu a pergunta. —Acordei e quase infartei ao dar-me de cara contigo me olhando tão fixamente. Parecia um psicopata.

Desviei o olhar para o relógio que ficava ao lado da cama e me assustei.

Eram dez horas da manhã.

Como me distrai tanto dessa forma?

—Eu estava apenas pensando, acabei me distraindo. —Respondi depois de um tempo de silêncio.

—Bom, então da próxima vez distraia-se olhando para uma parede! —Respondeu-me a loira.

Senti a movimentação dela na cama, mas não olhei em sua direção para ver o que fazia.

Eu tinha perdido a metade da manhã já, talvez a melhor decisão seja me dar uma folga hoje e fazer algo que goste.

Precisava começar o meu processo de cura, e o que seria melhor do que tirar um tempo para mim?

Fazia anos que eu não tirava uma folga de toda a correria do meu dia a dia, com medo do que meu pai acharia ou faria.

Talvez eu devesse começar com isso, parando de sentir medo e receio do que as minhas ações acarretariam a opinião do meu pai sobre mim.

Não iria mais deixar que ele tivesse tanto poder assim sobre mim e minhas escolhas.

Eu era o Rei, eu tinha poder sobre ele e não o contrário.

Por mais dificil e trabalhoso que fosse eu abandonaria a influência que ele tinha sobre mim. Pode demorar o tempo que for, mas eu farei isso.

—Ei, você fez de novo esse negócio de ficar olhando fixamente para algo! —Disse Inaha balançando as mãos na minha frente e me tirando do transe. —Pare de fazer isso, é realmente assustador!

Bufei irritado e me encostei na cabeceira da cama, cruzando meus braços.

—Esse é o meu quarto, posso olhar estranho para tudo o que está aqui dentro e não será da sua conta. —Falei.

—Bom, Vossa Majestade que gosta de olhar estranhamente para as coisas. —Falou ela de forma irônica mantendo seu olhar no meu. —O senhor não está sozinho nessa droga de quarto, então aprenda a conviver em sociedade e pare de dar uma de louco encarando as coisas assim!

—Maldita hora em que te colocaram aqui! —Disse colocando minha mão direita em minha têmpora.

Eu não era a pessoa mais sociável do mundo e aparentemente essa loira não consegue ficar com a boca fechada um minuto.

—Eu que deveria dizer isso, seu maldito! —Gritou ela em minha orelha.

Juro que senti meus ouvidos latejarem.

—Aqueles seus brutamontes simplesmente me jogaram aqui, e pode acreditar, eu preferia estar em qualquer outro lugar do que no mesmo ambiente que você. Acho até mesmo que o inferno seria uma opção mais viável.  

Paciência Gaara, lembre-se que está tentando ser uma pessoa melhor e se você fizer algo contra essa loira escandalosa, Tahine irá te esfolar vivo.

Aparentemente as loiras possuem um temperamento bem pior, maldita hora em que concordei com a ideia de Sasuke e Naruto.

Malditos.

—Vamos deixar uma coisa clara por aqui, Inaha. —Falei olhando seriamente para ela. —Você pode não aceitar, mas eu continuo sendo um Rei, então, se for inteligente para isso, sugiro que me respeite um pouco mais.

—Se não irá fazer o que? —Desafiou-me ela, erguendo uma sobrancelha para mim. —Já me colocou no inferno mesmo, o que de tão ruim poderia acontecer além disso?

Respirei fundo e contei até três.

As loiras realmente eram temperamentais e sem papas na língua. Kami que me dê paciência para passar por isso.

—Esqueci de falar-te que a sua posição aqui dentro do palácio mudou, então ouça com atenção, não irei repetir. Não a quero mais para me servir de forma sexual, irei designar uma nova função a você. No momento ainda não pensei em nada, porém assim que eu souber onde te colocar irá sair do meu quarto e começará a trabalhar para pagar a dívida da sua família. —Falei da forma mais clara e objetiva que consegui, não queria que ela me questionasse depois. —Então, sugiro que me trate bem durante o período que estiver dividindo os aposentos comigo, seria péssimo se você parasse como podadora da grama do palácio, não é? Já viu o tamanho dos jardins reais? Garanto-lhe que quando terminar de podar a grama de todos teria que retornar ao primeiro por ela estar tão alta que bateria na metade de suas canelas.

Inaha olhava-me com desconfiança, quase como se uma segunda cabeça fosse nascer a qualquer segundo em meu corpo.

—Sendo sincera, Majestade. —Disse ela por fim. —Acho que mesmo que eu tivesse que coletar merda todos os dias e precisasse me afundar até os ombros nela, eu preferiria isso do que ter que conviver com o senhor.

Dizer que as palavras dela não doeram seria mentira, porém não é como se eu pudesse demonstrar que ela tinha me afetado.

Ela não era a única que preferia qualquer outra coisa do que ter que conviver comigo.

—Posso pensar nessa sua consideração se a prefere. —A respondi.

—Eu faço qualquer coisa que me peça se isso significa que não precisarei me deitar contigo ou passar mais tempo em sua presença. —Falou dando de ombros.

Respirei profundamente e me levantei da cama, indo em direção ao banheiro.

— Fico feliz de estarmos de acordo então. —Falei com a mão na maçaneta da porta. —Também não gostaria de passar o pouco tempo que tenho em sua companhia, assim será melhor para nós dois. Garanto-lhe que encontrarei algo para que faças o mais rápido possível.

Abri a porta em um rompante e entrei no banheiro, fechando-a rapidamente.

Tomei um banho rápido e me vesti da mesma forma, não queria passar mais tempo na companhia de Inaha.

Odiava a sensação de não ser querido em um espaço.

Conseguia entender o motivo dela não querer minha presença, eu tinha a ferido e feito mal e não querer olhar para minha cara era o mínimo que ela deveria desejar fazer comigo.

Estou surpreso por não ter levado um murro ou algo parecido.

Não conhecia muito a mulher, mas sabia que ela seria capaz de fazer algo desse tipo, ainda mais depois das ações que tive com ela.

Porém não deixava de ser doloroso para mim.

Convivi com esse sentimento por muitos anos e agora tê-lo em meu próprio quarto era como se eu realmente não tivesse um lugar onde pudesse ficar sem atrapalhar ninguém.

Depois de pronto, sai e fui ao meu quarto.

Peguei algumas coisas que precisaria para passar o dia fora e segui até a porta, sobre o olhar atento de Inaha.

—Pode usar o banheiro se quiser. —Falei sem olhar em sua direção, com o olhar fixado na porta do quarto. —Tem roupas no closet, pegue-as se quiser. Irei deixar avisado para que tragam seu desjejum e as outras refeições do dia. Não mexa nos documentos que estão na mesa e tente não destruir meu quarto.

Abri a porta e apenas coloquei um pé para fora quando escutei a voz de Inaha.

—Aonde vai?

Virei-me surpreso para ela.

Por que diabos ela queria saber disso?

—Isso não é realmente da sua conta, por que deveria te falar? —Perguntei na defensiva.

Ela deu de ombros.

—Apenas queria saber se corre o risco de te ver hoje novamente ou se posso dormir tranquila sem a sua presença. —Disse com um sorriso irônico no rosto.

Outro soco.

—Fique tranquila, não pretendo voltar hoje para cá. Pode dormir sossegada, não terá a minha desagradável presença para lidar hoje. —Disse saindo do quarto e batendo a porta com força.


Notas Finais


Sim, eu sei que sumi.
Explicações e desculpas não vão mudar o fato de que tem um pouco mais de um ano que não atualizava a Fic.
Minha vida durante a pandemia foi caótica e tive que conciliar minha faculdade com minha saúde, tanto física quanto mental.

Não foi um processo fácil e não está sendo, muitas coisas ainda estão acontecendo, porém as coisas estão menos piores e aos poucos eu estou voltando a ser o que eu era antes.

Peço desculpas a todos pelo Hiatos sem aviso, porém foi algo que não tive controle sobre e no fim acabou acontecendo e de verdade, peço perdão a todos por que eu entendo o que é acompanhar uma história e ela simplesmente parar e você não saber se ela vai continuar ou não.

Tem alguns meses que voltei a acessar a plataforma e aos poucos fui criando a vontade e a coragem de voltar a postar.
Confesso que chorei um pouco escrevendo esse capítulo e demorei bem mais do que eu esperava, mas deu certo e eu espero que esse seja um passo na direção certa.

Eu amo escrever e amo várias outras coisas, e estou tentando voltar a fazer tudo o que amo, sem ter culpa e sentimentos conflitantes relacionados a isso.

O que quero dizer com tudo isso galera é que, mesmo sentindo muito por ter me afastado daqui e ter deixado muito de vocês ansiosos e sem resposta, foi algo necessário para minha saúde e eu espero que esses meses que passaram fiquem apenas como uma memória ruim, porém que me fez crescer e encarar os problemas que fugi durante minha vida toda.

Tentarei postar sempre que conseguir e também tentar não demorar tanto, mas não vou ficar me forçando além do meu limite. Não é hora para isso.

Eu espero que todos vocês estejam bem e se cuidando hein?
Eu amo vocês e quero que saibam que ter sumido assim doeu em mim, pois não queria decepcioná-los.
Mas decidi me colocar em primeiro lugar e realmente cuidar de mim em um todo. Não é um processo fácil ou indolor, mas foi necessário e agora eu estou aqui pronta para voltar, mesmo que diferente de antes.

Espero que o capítulo tenha sido bom e explicado como Sasuke e Gaara se sentem, eles são os personagens mais frios e distantes, mas também um dos mais complexos e estou dando o meu máximo para que vocês consigam entender a todos os personagens e ver além de suas ações.
A partir do próximo capítulo o relacionamento entre os personagens serão abordados de forma mais concisa, assim como pretendo começar a desenvolver o drama que gira em torno do desaparecimento das meninas.

Estou ansiosa para aparecer aqui novamente, então beijos e até lá!


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