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História Minha Sorte é teu Amor! - Memories never die.


Escrita por: Mayyyyyy

Notas do Autor


Oiiii gatinhas! o/
Mais um cap gigante para vocês, espero que o desfrutem,
Minha Sorte é teu Amor, esta caminhando para o fim... Estamos seguindo com os últimos capítulos... 'choro KKK
Bem, agora tudo esta correndo para desmascarar de uma vez por todas a Mandy, tô louca por isso tanto quanto vocês... :D
Por favor, comentem, isso é muito importante e incentivador na escrita.
Para quem chegou agora : Sejam bem vindas! \o/
Um grande abraço a todas!
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Capítulo 33 - Memories never die.


Fanfic / Fanfiction Minha Sorte é teu Amor! - Memories never die.

Isadora

Eu corri apressada com a chave do meu carro nas mãos. O Mathieu e a Karen nem se quer perceberam que eu escapei de casa. Eles dois não entenderiam, mas eu precisava ver o Mesut com os meus próprios olhos para voltar a respirar tranquila. Mesmo que ele tivesse me pedido para ficar em casa, onde era mais seguro. Ele estava em uma situação terrível no momento, mas mesmo assim não tinha deixado de pensar em mim e no nosso filho. O que era uma atitude encantadoramente bela e, fascinante. Enquanto ao meu estado. Bem... Eu só estaria tranquila e segura quando estivesse ao lado dele. Ponto final!

Então não tinha nada a discutir. Já tinha tomado a minha decisão desde inicio, eu estaria ao lado dele sempre, nos bons e maus momentos. Portanto, era isso que eu estava fazendo agora, correndo para checar se ele estava realmente bem. As perguntas eram as mesmas dentro de minha cabeça. Será que ele estava sentindo muita dor? Será que foi bem alimentado? Ou bem agasalhado? Pois, esta fazendo um frio danado aqui fora; Ou a pior de todas elas. O quão machucado ele realmente esta? Ele não quis dar-me detalhes, mesmo que eu tivesse quase gritado com ele pelo telefone, ele apenas ficou com aquele voz mansa e cansada pedindo para eu não gritar com ele e, permanecer calma; como se isso fosse possível de acontecer. Ainda posso ouvi-lo perto.

Isadora, meu amor! Não grite comigo quando eu não posso correr e te calar com um beijo... Eu prometo a você que eu estou bem! E a proposito, eu também te amo, sereia... muito mesmo! Mas agora, você precisa ir dormir e relaxar. Desculpe! Eu não cumprir com o combinado...Mas assim que eu sair daqui vou te levar para comer seus doces... Eu juro!

Eu afoguei-me em lágrimas depois disso. Ele tinha quase morrido, e ainda assim arrumava tempo para ser fofo e, ao mesmo tempo chato. Ele tinha que deixar-me completamente louca por noticias, não entendia que isso era pior para mim. Eu simplesmente não podia deixa-lo sozinho naquele hospital, ainda mais depois de ter sofrido este maldito atentado. Minha garganta resseca só de pensar na danosa palavra... Atentado. Tenho um pulôver de tricô branco que cobre meus braços e vai até as minhas coxas vestidas em uma legging preta; um gorro cobrindo meus cabelos; botas de cano longo; luvas de couro preto; uma bolsa e, claro um guarda-chuva mega gigante. São três e meia da madrugada e eu passei as últimas meia hora, depois que falei com o Mesut, fingindo que estava dormindo; para enfim escapar. O tempo parece louco, a chuva é intensa junto com um frio massacrante de tão gelado, respiro fundo e solto o ar vendo meu hálito sair como fumaça de minha boca. Sorte que estou morando no centro e em torno de vinte cinco minutos estou entrando pelos portões do hospital.

- Boa noite, senhora! Em que posso ajuda-la? Uma moça alta de cabelos curtos sorrir timidamente para mim. Ela é bastante jovem para ser uma médica, provavelmente ainda estagiária. Respiro aliviada, pois acredito que ela dará meu passe sem fazer muitas perguntas. Seja boazinha, por favor! Penso sorrindo de volta e, rezando para que não barrem a minha entrada.

- Oi, boa noite! É sobre o sr. Özil! Eu vim acompanha-lo... Onde posso pegar a minha identificação? Eu falo baixinho e ela sorrir esperta como se compreende-se que eu gostaria de descrição. Logo ela pede meu dados e eu informo apressadamente.

- Desculpe! Mas a senhora é o que mesmo dele? Ela pergunta olhando-me por trás de seus óculos estilosos de lentes gigantes. Ai, merda!

- Eu... É... Bem.. Gaguejo nervosamente.

A porta do hospital é aberta e forma-se uma confusão de vozes ao redor. Um paciente vem em cima de uma maca gemendo de dor com um grande corte em sua coxa. A distração faz eu respirar aliviada buscando uma boa desculpa. Um rapaz passa segurado um dos lados da maca e olha em nossa direção com expectativa.

- Kylie! Sala um, segundo andar, assim que puder venha ao nosso encontro. Seja rápida, novata! Ele ordena com olhos inteligentes. A tal Kylie acena concordando e, começa a digitar rapidamente em seu teclado. Ela parece agitada. Bem, eu também ficaria se fosse novata e tivesse que enfrentar os grandões aqui e impor respeito no meu trabalho. Não demora muito para ela imprimir uma etiquetinha de visitante para mim. Isso, Kylie! Com seu problema, ela inconsequentemente ajuda-me a não ser barrada.

- Bem, ele esta no quarto do quinto andar, o quinze! Sorriu para ela em agradecimento e, colo a etiqueta em minha roupa começando a andar ligeiramente em direção ao elevador. Ouço sua voz chamar-me com entusiasmo. Droga! Viro-me bem dura esperando o pior.

- Srta. Lacerda? Ela diz.

- Sim? Respondo com um sorriso idiota.

- As próximas vinte e quatro horas ninguém pode sair do hospital! Uma nevasca vindo do norte chegará em uma hora... Apenas avisando, caso tinha intenção de sair. Sério? Eu penso franzido a testa. Caraca!

- Ah, tudo bem! Muito obrigada... Eu realmente não tinha intenção de sair mesmo, então obrigada. Sorriu de volta dando um tchauzinho a ela que retribui.

Emburaco dentro do elevador para evitar mais atrasos e, aperto o número do andar com força. As portas fecham-se e, eu solto o ar aliviada seguindo para o meu destino. Estou apreensiva e nervosa. Ah, meu amor! Será que você esta bem mesmo? Fecho os olhos com a sensação ruim de quase ter o perdido para sempre. A porta abre e, eu saio no corredor enorme buscando o quarto onde ele encontra-se. Finalmente estou abrindo a maçaneta da porta e, emburacando dentro do quarto. Vejo que o mesmo é amplo na cores cinza branco e, que possui uma janela enorme. Olho ao redor encontrando cortinas brancas, uma smart tv, frigobar e, é claro, duas camas que suponho ser a do paciente e a do acompanhante. Mais ninguém esta deitado em nenhuma delas. Cadê o Mesut? Ah, meu Deus! Será que ele passou mal? Penso já sentindo o desespero me dominar. Ou será que ele esta tão grave que o levaram para a UTI? Não, por favor! Mordo os lábios segurando as lágrimas.

Como se ouvisse meus pensamentos sombrios, vejo-o sair do banheiro segurando com dificuldade o suporte para o soro, seu braço esta enfaixado e ele possui um curativo envolta da cabeça. Ele ergue a cabeça e seus olhos espantam-se com a minha imagem. Imediatamente eu corro o abraçando entre lágrimas de alivio. Beijo seus lábios e seguro seu rosto com carinho. Meu amor!

- O que você veio fazer aqui, sua louca? Ele pergunta com aquele tom de voz que eu sei perfeitamente o quanto ele esta irritado.

- Eu vim ver você, é claro! Eu não conseguiria dormir sabendo que você esta aqui desse jeito... Você esta todo enfaixado. Deus, vem aqui, lindo! Eu o encaro e ele esboça um sorriso sincero fazendo-me distribuir vários beijos pelo seu rosto.

O levo até a cama o ajudando com o suporte de soro e ele senta-se com dificuldade.

- Você sabe que em poucas horas teremos uma puta nevasca ai fora, não sabe, Isadora?

Isadora? Meu nome completo... Merda! Se ele me chamou assim, esta mesmo irritado.

- Bem, eu não sabia, claro! E mesmo que soubesse, eu teria vindo do mesmo jeito... Eu enfrentaria qualquer tempestade por você, eu te amo!

Ele sorri mais uma vez e belisca minha cintura com brincadeira aceitando minha chegada.

- Fiquei com tanto medo... Eu sussurro o olhando dentro dos olhos. Ele concorda e eu o beijo outra vez. Faço carinho no pequeno tufo de seu cabelo por cima da faixa e ele geme encostando seu rosto em meu pescoço. Ficamos quietos apenas respirando um ao outro entre carinhos.

- Você vai curar logo? Pergunto baixinho.

- Acho que sim! Cerca de seis a oito semanas usando essa tipoia, mas alguns analgésicos para dor e pronto. Logo estou novo outra vez! Ele responde brincando com meus cabelos.

 A porta do quarto é aberta e, damos de cara com o Mutlu desligando o seu celular. Droga! Eu esqueci que ele poderia estar aqui. É obvio, Isadora! Sinto o Mesut tirar a mão com rapidez de meus cabelos e, gemer logo em seguida com dor. Olho para ele preocupada, mas ele nega com a cabeça quando tento ajudá-lo.  

- Isadora? O que ela esta fazendo aqui, Mesut? Mutlu pergunta olhando para o irmão com uma expressão chateada. Mesut suspira cansado.

- Ah, eu... É...

Droga, de novo não! Odeio que estou gaguejando outra vez.

- Fale baixo, Mutlu! Minha cabeça esta explodindo com dor e, a Isadora  esta aqui no hospital, pois passou mal... Ela teve pressão baixa! Mesut diz sabiamente. 

- Sim, eu passei mal, estava na emergência na ala para gestantes, então avisei ao Mesut que...

- Isso mesmo, que tinha passado mal! E eu comentei sobre o acidente e, como ninguém pode sair daqui por causa da tempestade, a Isadora veio me visitar, porque ela já teve alta... Fique tranquilo! Mesut diz rapidamente e eu encaro fascinada. Ele é mesmo bom nisso!

- Sei, parece que estamos todos tendo uma noite de cão! Mutlu fala sem muito entusiasmo. – Então, você fica conosco mesmo, Isadora! O Mesut esta pagando seu plano?

- Estou Mutlu! Você sabe disso, apenas relaxe! O tom da voz do Mesut agora é um pouco severa calando o irmão. Mutlu acena com a cabeça e ignora-me sentando na poltrona e depositando sua atenção na tela de seu celular. Olho para o Mesut e ele faz uma careta de que vai me matar quando puder. Sorriu timidamente e mordo os lábios com a cara mais inocente possível.

- Você precisa de alguma coisa? Pergunto o vendo inquieto. Ele acena que sim franzindo a testa confuso e bastante fatigado.

- Preciso encostar minha coluna nesses travesseiros. Você ajuda? Diz emburrado.

- Claro, amor!

Assim que termino de falar arregalo os olhos nervosa. Merda, olha só a porcaria que eu disse! Mutlu levanta a cabeça nos olhando com desconfiança, mas o Mesut fingi não ouvir nada. Então posiciono os travesseiros organizadamente encostando o Mesut devagar sobre eles. O silêncio estende-se entre nós três quase enlouquecendo-me. Deus, que situação! Sento-me na poltrona encostada a cama e pego meu celular. Mesut faz o mesmo.

“Amor, Isa? Por que apenas não conta logo ao Mutlu? Você se arriscou demais vindo aqui a essa hora da madrugada, logo depois do que aconteceu comigo. Deveria estar em casa embrulhada nos lençóis!”

“Desculpa, amor! Foi a força do hábito... Eu nem pensei sobre isso e, para de reclamar, porque se continuar a resmungar desse jeito. Eu saiu agora mesmo desse hospital com neve e tudo lá fora... Você sabe que eu faço!”

Ele olha-me irritado e bufa impaciente.

“Sua teimosa e malcriada! Grrrrr”

Sorriu satisfeita vendo ele esconder um sorriso.

- Como esta o bebê, Isadora? Mutlu quebra o silêncio.

Relaxo com a menção de meu filho.

- Muito bem, obrigada! As vezes eu tenho essas quedas de pressão, mas ele ou ela esta bem sim... É coisa de gravida!

- É mesmo, lembro da Esra que também tinha muito isso... Fico feliz que vocês estejam bem! Ele diz sem jeito apontando ligeiramente minha barriga. Aceno concordando e acaricio minha barriga com carinho.

- Você quer um café? Mutlu pergunta levantando-se com ar cansado.

- Ela prefere chocolate quente! Mesut responde por mim distraído e desta vez sou eu a olha-lo zombeteira. Ele engole seco preocupado, mas seu irmão não percebe nada. Eu acho!

- Ok, vou descer para comprar.

Assim que o Mutlu sai do quarto; eu encaro o Mesut que faz o mesmo comigo.

- Você não acha que deveria ir a uma delegacia? Isso foi grave demais, Mesut! Eu digo apreensiva.

Ele nega com a cabeça e depois faz uma expressão de dor com o movimento.

- Não Isa, eu não posso deixar você correr risco, ou qualquer outro da minha família... A pessoa que fez isso só tinha a intenção de brincar comigo e assustar. E sinceramente amor? Ele ou ela conseguiu! Eu fiquei apavorado com a ideia de morrer... Eu falei para o meu irmão que eu dormir no volante, melhor assim, não quero causar um caos jogando essa bomba na família, ou alimentar a mente doentia dessa pessoa para ela fazer isso outra vez. Agora sabemos que a rosa turca não foi para você e, sim para mim. Foi um tipo de aviso!

- Então você vai ficar quieto e não fazer nada a respeito? Você sabe todas essas historias sobre fãs malucos... Não sabemos com quem estamos lidando Mesut e, isso deixa tudo ainda mais assustador. Essa pessoa quase te mata com essa “brincadeira” de mal gosto. Olha só pra você, amor! Todo machucado... Temos que fazer algo, não podemos simplesmente ignorar isso. Por favor! Não quero ter que receber outro telefonema seu daqueles, ou outra pessoa dizendo que você se foi... Eu te amo muito, e agora não é apenas eu entende? Nós estamos esperando um filho... Ele não pode ficar sem pai, e eu não posso ficar sem você.

Volto a chorar apavorada com a situação. E o Mesut segura minha mão trazendo-me para mais perto dele.

- Shhh Isa, esta tudo bem! Eu estou vivo, nada vai acontecer! Essa pessoa pegou-me desprevenido... Não vou mais sair na madrugada, vou ficar atento agora. Não chora, sereia. Eu não vou a lugar nenhum... Esta tudo bem.

Meus pelos ficam arrepiados só de pensar em perdê-lo. Nos beijamos intensamente sentindo o gosto salgado de minhas lágrimas em nossas línguas.

- Você promete? Pergunto fungando forte.

- Prometo... Eu te amo!

- Eu sei. Eu digo manhosa o fazendo rir.

De repente a porta abre e um homem alto de cabelos prateados entra usando jaleco e segurando alguns papeis nas mãos.

- Desculpem-me, não queria atrapalhar o casal! Ele diz sem jeito nos vendo abraçados. Sorrimos um para o outro e nos largamos para ouvir o que ele tem a dizer.

- Então, como se sente agora sr. Özil? Foi um grande susto, não foi?

Mesut bufa. Eu apenas observo tudo enxugando minhas lágrimas com o meu gorro.

- Sinto-me bem inútil agora. Não diria que estou pronto para outra, mas vou superar. Espero que esteja tudo bem comigo, pois estou sentindo uma dor de cabeça dos infernos, e também sonolência... E ainda tem essa luz do quarto incomodando meus olhos... Ele responde emburrado outra vez.

 O médico concorda e, tira o exame da tomografia o observando. Eu olho para o Mesut o repreendendo por não ter dito nada a mim sobre essas queixas.   

- Não foi tão grave, meu rapaz! Você teve uma concussão e esses sintomas estão corretos. Você pode sentir daqui para frente: confusão mental, falta de coordenação motora, náuseas, perda de memória, tontura, vômitos, zumbidos nos ouvidos, fadiga, e esses outros que você mencionou. É ruim, mais vai curar! Com alguns remédios e, bastante repouso, você estará novinho em folha outra vez.

- O senhor falou sobre perda de memória, mas ele pareceu lembrar de tudo enquanto conversávamos. Isso pode mudar?

Eu comento preocupada.

- Sim! Pode acontecer do paciente não lembrar de fatos ocorridos antes ou depois do acidente... Esses sintomas podem ocorrer todos de uma vez, ou vir chegando nos próximos dias. Por isso que indicamos bastante repouso e, restrição de atividades. Fique tranquila! As  memórias perdidas surgiram de acordo com o tempo de tratamento, alguns casos demoram, mais outros as memórias podem voltar até mesmo, no mesmo dia. Não fiquem assustados, apenas tentem relaxar para não causar mais estresse ao paciente. No caso do sr. Özil, não foi tão grave assim, então tudo indica que ele vai se recuperar logo se fizer tudo certo.

O médico responde e eu suspiro um pouco aliviada olhando para o Mesut que tem uma expressão confusa.

 - Vou prescrever seu atestado sr. Özil. Vou lhe dar quinze dias de repouso, ok?

Mesut arregala ainda mais seus belos olhos e geme com o movimento. Na mesma hora o Mutlu entra segurando dois copos da Starbucks.

- Não posso! Eu tenho dois jogos importantíssimos. Não posso mesmo ficar todos esses dias em casa... Por favor, diminua os dias, doutor!

Mutlu entrega-me o chocolate quente olhando fixo para o médico.

- Não posso fazer isso, sr. Özil! Seu estado de saúde pede repouso, pois isso é o melhor para a sua total recuperação. Precisa evitar qualquer tipo de esforço físico e mental, até que os sintomas acabem. Não é permitido treinar ou voltar a jogar enquanto os sinais ou sintomas de uma concussão estão presentes. Recomenda-se que o atleta não volte às atividades até que seja avaliado por profissionais de saúde treinados. Além do mais, o senhor tem a clavícula com uma leve fratura.

- Mas... Eu não posso mesmo! Eu... Doutor?

- Seja sensato, rapaz! Se quer continuar a fazer seu trabalho bem feito, precisará dar um tempo a si mesmo, pois se não seguir as regras, essa concussão pode se tornar algo muito grave... Você teve sorte! Algumas pessoas costumam não chegar ao hospital com vida, é uma lesão séria em uma parte muito sensível, requer cuidados e muita atenção. Então, aproveite esse tempo com sua mulher e seu filho em casa e, descanse o necessário. Logo você estará com a saúde intacta!

O médico termina apontando a mim e minha barriga com entusiasmo. Fico vermelha de vergonha quando tenho todos os homens da sala olhando para mim. Tomo um gole do chocolate tentando esconder-me atrás do copo. Sua mulher e seu filho! Mutlu parece querer dizer algo a respeito, mas logo desiste.

Mesut olha para o irmão desesperado. Eu mordo os lábios nervosa com a sua aflição. Posso sentir o que ele esta passando agora, o campo e o futebol são o seu trabalho, mas antes de tudo, sua vida e paixão.

- Mais doutor, eu jogo com a pernas! Desculpe-me por falar assim, mas eu não preciso de todo esse tempo, não. Mais que droga!

- Calma, Mesut! Você sofreu um acidente grave e não uma queda boba de bicicleta. Então vai ouvir o medico e descansar! Chega de tentar mudar isso... Você é um homem de carne o osso, e não de ferro! Eu digo firme segurando seus ombros que estão tensos. Ele olha-me severo no início, mas depois com vergonha percebendo que esta fazendo o papel de uma criança birrenta. Então eu seguro sua mão entrelaçando nossos dedos e lhe dou o apoio necessário. Ele abaixa a cabeça e devolve o aperto concordando comigo.

- Sim, sua mulher esta certa! Ouça com atenção as suas palavras... E se não percebeu, você tem um corte na coxa esquerda próximo a virilha. O vidro da janela do carro causou isso, mas não fique preocupado, não foi profundo e não haverá cicatriz.  Mesut franze a testa angustiado.

- Ela não é... Mutlu começa a falar para logo calar a voz quando o Mesut o interrompe chateado. – Cala a boca, Mutlu! Para com isso! Ele diz nervoso.

- Deus! Eu gemo bastante nervosa com a sua aflição. Ele realmente se machucou sério. – Viu, Mesut? Você precisa de cuidados, não há desculpas... Vai ficar tudo bem! Eu falo suavemente tocando sua testa com carinho. Ele fecha os olhos aproveitando o meu gesto.

Mutlu toma um gole do café calmamente e suspira demonstrando chateação.

- Obrigado, doutor! Mais alguma coisa que precisamos saber? Ele pergunta em voz baixa.

- Sim, ajustaremos a temperatura do quarto e, ninguém sai do hospital, ok? Nevasca acontecendo lá fora! Bem, qualquer coisa é só tocar a campainha ao lado da cama. Vou pedir para uma enfermeira trazer um remédio para sua dor de cabeça sr. Özil, vai conseguir dormir melhor depois que tomá-lo. Tenham uma boa noite, pessoal!

- Obrigada, o senhor também, doutor. Eu falo agradecida.

O médico retira-se e o Mesut começa uma ladainha sobre ter quer ficar todo esse tempo em casa. Deus, que homem teimoso! A enfermeira chega e, eu pego o remédio de suas mãos quando vejo seus olhos brilhando maliciosos em direção ao Mesut; então a dispenso com um olhar duro. Ele é meu!

- Mesut, por favor, já chega! Seu irmão diz passando a mão nos olhos. – Aproveite para descansar, ok? O time também tem outros bons jogadores e sabemos que o Sánchez tem feito um ótimo trabalho. Relaxe!

Eu o entrego o comprimido e ele toma prontamente. Agradece-me com um sorriso cínico. Eu não sei, mas estou vermelha outra vez. Por que será?

- Ok, eu vou parar! Você tem razão, assim como a Isadora. Obrigado.

Eles mudam de assunto. Eu apenas observo os dois conversarem, achando lindo o quanto eles dois se adoram e, o quanto o Mesut admira seu irmão mas velho. Depois de um tempo ficamos em silêncio, até o mesmo voltar a falar.

- Mutlu? Você ainda esta acordado?

- Sim, cara! O que foi? Mutlu responde tomando outro gole do café. Vejo que ele sorri.

- Você contou a mãe? Mesut pergunta acanhado. Eu mordo os lábios escondendo um sorriso. Ele parece um menino assustado.

- Não, seu medroso! Você esta bem agora, não precisamos assusta-la, tudo bem?

- Sim, tudo bem, obrigado.

- Aham.

- Porra!

- Eu sei, foi um grande susto, ainda bem que você esta aqui com a gente. Você quase me mata de susto quando ligou... Não faz mais isso, ok? Mutlu diz e sinto sua voz embargar. Meus olhos lacrimejam vendo a cena.

- Certo, não vai ter uma próxima vez... Desculpe!

- Mesut, cala a boca! Não precisa pedir desculpas. Você sabe, não foi sua culpa. Agora dorme!

- Eu sei, desculpe. Eu sinto muito, tipo muito mesmo... Não sei... Estou confuso, minha cabeça esta girando. Vou ficar quieto... É.

Eu e seu irmão trocamos um olhar cúmplice. Mesut esta tendo os sintomas que o medico falou.

- Isa deita aqui do meu lado? A cama é espaçosa e você esta com frio. Ele diz calmamente e um pouco rouco de sono. Fico petrificada na poltrona sem saber o que fazer. Eu vou, ou não vou, gente?

Mutlu pigarreia três vezes.

- Tem outra cama aqui, Mes! A Isadora pode deitar nela, que eu ajeito-me na poltrona ao lado. Certo?

Sinto um balde de água fria ser jogado em meu rosto. Sério Mutlu? Não é por nada não, mas eu prefiro mil vezes o seu irmão, do que a cama fria! Penso com cara de poucos amigos.

- Não Mutlu! Você fica na poltrona e, a Isa na minha cama... É, quer dizer na cama do hospital... comigo. Ela sente muito frio... Você pode ir embora se quiser, mas ela fica! Ele diz atrapalhando nas palavras.

Mutlu ergue as sobrancelhas e rir junto comigo.

- Ok, como se você fosse gordo o suficiente para esquentar o corpo dela...Tudo bem pra você, Isadora? Desculpe-me por isso! O médico falou sobre confusão mental, talvez ele acha que ainda namora você... Se você não quiser, tudo bem, pois o remédio fará efeito logo e, logo ele vai dormir. 

- Ah, tudo bem! Ele esta doente agora, não vou negar isso a ele... Não negaria a qualquer um nesse estado... É claro! Falo tentando não demostrar meus verdadeiros sentimentos. Mutlu acena concordando e, agradece. Se ele soubesse que o pedido do irmão não tem nada a ver com confusão mental, acho que ele piraria.

Mesut olha-me bobamente e, eu deito com cuidado ao seu lado para não machuca-lo. Ele presenteia-me com seu sorriso intoxicante e eu sinto-me feliz de vê-lo sorrir. Mesut usa a mão do seu braço bom para acariciar a minha barriga de levinho; logo nosso filho começa a mexer em uma dança maluca lá dentro, seus movimentos são tão intensos que a minha barriga chega a ficar torta. Ual, moleque!

- Mutlu, vem aqui ver isso! Mesut o chama alegremente. Seu irmão aproxima-se curioso e Mesut levanta o meu pulôver quentinho mostrando minha barriga branca com veias azuis. Nossa, que vergonha, sério!

Então ficamos os três observando os movimentos, o Mutlu demonstra empolgação e começa a filmar. Até que o meu bebê faz uma manobra louca criando uma especie de “onda” sobre minha barriga.

- Nossa! Vocês viram isso? Mutlu diz surpreso e começamos os três a gargalhar da sua idiotice. É obvio que vimos, seu palerma!

Logo os movimentos param; para logo vir um grande chute causando-me um leve desconforto. Putz!

- WOW! Os dois gritam empolgados. Ponho minha mão no ventre e sugo  o ar com força, o soltando logo em seguida.

- Ok, isso foi um pouco selvagem! Vamos apenas ficar quietos? Ele ou ela ficou bem empolgado com as vozes de vocês dois. Mais agora, é hora de o por na cama, o horário de criança estar dormindo já passou faz tempo.  Eu brinco com eles cobrindo a barriga ligeiramente.

- Isso foi legal! Mutlu diz voltando para seu acento olhando o vídeo em seu celular. Mesut concorda com um resmungo sonolento.

- Você pode apagar a luz, por favor, Mutlu? Ele pede ao irmão que faz prontamente.

Nos ajeitamos melhor entre as cobertas e o Mesut cheira os meus cabelos gemendo baixinho.

- Desse jeito você vai acabar nos entregando! Eu cochicho em seu ouvido.

Ele suspira cansado de toda loucura da noite. Olho em seus olhos  demostrando todo o amor que sinto por ele.

- Eu te amo tanto! Sussurro.

- Eu te amo mais ainda, Isa! Ele sussurra de volta.

- Vou cuidar de você, até que você fique totalmente recuperado. Eu prometo!

- Eu mal posso esperar por isso, sereia. Ele sussurra fechando os olhos com um sorriso lento nos lábios. Enfim, ele dorme. Fico um tempo velando seu sono, para logo dormir tranquila ouvindo as batidas permanentes de seu coração, e o som dele ressonando baixinho.

 

Mesut

 

Abro os meus olhos lentamente sentindo uma sonolência terrível dominar o meu corpo. Olho ao redor com bastante dificuldade de permanecer de olhos abertos e, encontro o Mutlu dormindo ao meu lado em uma cama esquisita. Mutlu? O que ele esta fazendo aqui? Franzo o cenho e tento mover meu braço sem conseguir. Meu corpo esta pesado e, meus movimentos estão lentos, volto a fechar os olhos para me concentrar. O que esta acontecendo comigo? Onde eu estou? Movo minhas pernas com cuidado descobrindo um peso quente enroscado a meu corpo. Tento mover os braços e percebo que um deles esta preso a algo apertado, respiro ofegante; minha mão livre sobe agitada para os lados parando meus movimentos quando toco algo suave e, macio. Seguro entre meus dedos e puxo para logo ouvir um gemido baixo e, feminino. São cabelos! Viro minha cabeça de lado dando de cara com a Isadora. Nossos rostos estão colados, sua respiração quente em meu rosto, e a minha agitando fios de seu cabelo ruivo para longe de seus olhos fechados. Perco uma batida de meu coração com a surpresa. O que ela esta fazendo aqui? Porque estamos deitados na mesma cama? O que aconteceu? Minha cabeça dói bastante com as perguntas surgindo em minha mente confusa. Ela enrosca-se ainda mais apertada em mim respirando fundo; quase encostando nossas bocas uma na outra. Eu fecho os olhos angustiado lembrando-me de nossa briga no restaurante. Nós acabamos e ela agora esta com o Danilo. Mas onde esta a Mandy minha noiva? Algo esta estranho, ela não permitiria a Isadora de jeito nenhum aqui comigo. Fico quieto para não acorda-la e, olho para o Mutlu do outro lado.

- Mutlu? Mutlu? O chamo baixinho e ele parece não me ouvir. Merda! Volto meus olhos para a Isadora. Ela é tão linda que parece um anjo; seus lábios estão rosados e tão convidativos que quero beija-los para sentir de volta a sua suavidade. Mas espere o que houve comigo? Vou observando devagar o lugar e começo a ter pequenos flashes em minha mente, como vestígios de memórias. Lembro-me de uma Lamborghini perseguindo-me em uma noite chuvosa, e então, as imagens ficam confusas. Isso aconteceu depois do restaurante? Foram fãs? Paparazzos? Mais quem fez isso, afinal? Olho mais uma vez o rosto da Isa, pois eu não consigo entender o porque dela esta aqui comigo desse jeito tão carinhoso; na última vez que nos vimos eu agi como um louco e, um pouco cruel com ela. Eu lembro da última vez, a noite no restaurante; a noite em que eu e a Mandy “comemorávamos” nosso noivado. Um sentimento agridoce surge deixando-me nervoso. Eu lembro de algumas coisas a mais ficando bastante confuso. Isa ressona baixinho e, eu toco seu cabelo com as pontas dos dedos os esfregando. Eu sinto magoa por ela, mas não quero que ela vá embora daqui, é tão bipolar. Não sei o que pode ter acontecido, mais pelo jeito nos entendemos por hora, não sei, talvez ela só esta sendo boa comigo por causa do meu estado. Meu corpo doí muito, é como se eu tivesse sido atropelado, ou amassado por um rolo compressor, não é nada bom para mim. Fui literalmente machucado, não foi nada leve. Fecho os olhos suspirando todo dolorido. Solto uma tosse seca e sinto muita sede.

 Ela esta gravida do Danilo!

Ouço a mim mesmo berrar cheio de raiva dentro de minha cabeça. Porra, isso doí pra caralho! Minha cabeça quase explode. Ela fez isso comigo? Estou em estado de negação outra vez. Espere... Outra vez? Eu estou ficando perdido nas memorias e meu coração aperta tomado de angustia. São tantos sentimentos de uma vez só, é como esta levando pancadas fortes. Eu só consigo lembrar que eu tenho raiva da Isadora. Ela aqui comigo é tão errado, errado de todas as maneiras, e ao mesmo tempo tão certo que eu quero beija-la forte e difícil, ou gritar para ela desaparecer da minha vida; ou quem sabe fazer os dois ao mesmo tempo. Porque quando é sobre ela tudo fica deliciosamente complicado; costumo sentir-me manso, excitado, possessivo, selvagem, nervoso, vulnerável as vezes, impaciente, com vontade de quebrar a cara de qualquer um que chegue muito perto dela, pois estou constantemente com o maldito ciumes, as vezes ela é uma dor no c*, age como uma cadela sem coração, mas é tudo sobre ela e sua bonita essência, pois eu sei que isso é temporário quando ela esta suave comigo e, é toda carinhos e amor. Sinto tudo e quero tantas coisas quando é sobre ela. Eu sou um idiota! Tudo é tão complicado e, fodidamente confuso. Olho seu rosto e suspiro pesado. Ela simplesmente é a garota, e cada vez mais eu afundo nesse lago brilhante, limpo, e bonito que é a alma da Isadora; sua mente e, toda a sua forma delicada e malditamente sexy. Estou falando dela como se já não a odiasse o tanto que eu deveria odiar. De repente fecho os olhos com força quando flashes chegam invadindo meu cérebro. Luzes de faróis; barulhos de pneus rasgando no chão; cheiro de borracha queimada; e ainda mais forte da gasolina; então tudo vai girando muito mais rápido ao redor, vidros quebrando; sinto enjoo e logo uma pancada forte. Ai!

Vejo o rosto de meu irmão próximo ao meu. Ele observa-me com uma expressão preocupada no rosto.  

- Mesut? Esta se sentindo mal, mano? Ele pergunta chegando mais perto.

O barulho volta a acontecer outra vez dentro de minha cabeça, só que ainda mais forte. É demais para mim. Ponho a mão no rosto e percebo ele molhado. Estou chorando. A lembrança é tão forte que meus sentidos apuram.

- Mutlu? É muita dor de cabeça! Muita mesmo, não consigo levantar a minha vista, é demais... É demais, irmão! Eu explico desesperado. Percebo mãos suaves segurarem meu rosto. Não preciso abrir os olhos para saber quem seja, sinto seu perfume suave invadir o meu sistema como um verdadeiro bálsamo. Isadora!

- Mutlu toca a campainha, vai! Ela ordena firme mais assustada.Sua voz treme um pouco. Ouço os passos agitados de meu irmão. Isa põe minha cabeça no travesseiro de volta, pois eu estava praticamente em cima dela. Fico com medo de que ela vá embora, então seguro seu pulso com força sem me importar em estar sendo gentil ou não.

- Por favor, fica aqui comigo! Sussurro ofegante.

Em resposta ela beija meus lábios e faz carinho em meus cabelos. Infelizmente isso não faz passar a dor, e ela volta latejando.

- Ai! Eu grito chorando.

- Calma, meu amor! Você vai ficar bem logo, essa dor vai passar. Eu te prometo! Isadora diz chorosa.

Então tudo fica embaçado e, eu caio em um mundo escuro.

(...)

Abro meus olhos com dificuldade novamente. Estou no meu quarto de hospital e, dessa vez só o Mutlu esta sentado na poltrona.

- Mutlu? Eu o chamo sentindo-me sonolento. Minha voz sai rouca e minha garganta esta bastante irritada. Ele percebe meu estado e, trás um copo descartável com água e um canudo para mim. O bebo sentindo o alivio das minhas cordas vocais.

- Hey cara! Como esta se sentindo agora? Ele diz passando a mão em meus cabelos.

- Sonolento! O que houve? Pergunto confuso.

Ele suspira demonstrando cansaço e a porta do quarto abre revelando para minha total surpresa a Isadora. Ela entra devagar e aproxima-se de mim sorrindo.

- Isadora? O que você esta fazendo aqui? Eu pergunto com dificuldade.

Mutlu suspira pela segunda vez.

- Olha Mesut! Você esta tendo um colapso de memória, porque você sofreu um acidente... Dormiu ao volante e por conta disso machucou-se feio, mas agora esta tudo bem, irmão. Mutlu explica calmamente.

Algumas imagens voltam a minha cabeça. Eu não dormi ao volante, mais que historia é essa?

- Eu lembro um pouco do acidente! Foi um carro perseguindo-me na estrada, e não essa historia de dormir ao volante... Mais quem foi que disse isso? Pergunto agitado.

Isadora coloca as mãos sobre a boca assustada e o Mutlu franze as sobrancelhas confuso.

- Espere! Você esta dizendo-me que não dormiu ao volante? Mesut, vamos com calma, ok? Pode ser outro lapso de memória, pois você falou que dormiu ao volante.  

- Não, eu fui perseguido! Onde esta a Mandy, eu quero vê-la! Ela se machucou? E a minha filha? Pergunto agitado. Vejo a Isadora afastar-se da cama e sentar na poltrona um pouco nervosa cruzando os braços.

- Fique calmo, irmão! A Mandy não estava com você no carro, portanto ela esta bem e em segurança. Temos uma nevasca acontecendo lá fora e ninguém pode sair de seus abrigos. O medico falou que esse lapso pode passar em torno de alguns dias ou um mês no máximo, você esta um pouco confuso, mas os medicamentos vão ajuda-lo a ficar bom logo. Não fique preocupado com isso. Vai sarar rápido!

 - É verdade, ela não estava mesmo comigo... Tudo ainda é muito confuso em minha mente. Falo mais calmo. – Isadora? Eu a chamo vendo seu estado de agitação. – Deixe-me a sós com ela, bro! Precisamos conversar.

O Mutlu acena positivamente e troca um olhar diferente com a Isa antes de sair do quarto. Ela aproxima-se com os olhos em lágrimas.

- Mesut, você não lembra de nada, meu amor? Ela pergunta docilmente fazendo meu coração apertar. Não gosto de vê-la chorando, mesmo que não estejamos juntos; eu ainda me importo com ela.

- De você? Eu pergunto segurando uma de suas mãos. – Nós brigamos naquela noite no restaurante, e só consigo lembrar... As lágrimas da Isa descem pelo rosto silenciosamente. – Nós seguimos nossas vidas, não é isso? Eu estou feliz com a Mandy e você com o Danilo... Não é assim? Eu não quero mais ter raiva de você, desculpe-me por aquilo, eu espero de verdade que você seja muito feliz com seu filho e com o Danilo. Eu não sei o porque de você esta aqui, mas obrigado por prestar-me solidariedade. Eu estou ainda muito confuso, sabe? Mais obrigado, não irei esquecer de seu gesto bonito comigo... Eu acho! Sorrio tentando fazê-la rir também, mas ela continua com a expressão triste; então eu paro e aperto sua mão na minha. Isa tira a mão com delicadeza e, eu sinto um vazio enorme dentro de mim. Por que?

Ela coloca as duas mãos na boca tapando um soluço e acena com a cabeça. Olho sua barriga ficando terrivelmente confuso. O que aconteceu? Ela esta maior do que antes, muito maior mesmo. Franzo a testa tentando entender isso. Meus pensamentos voam em outra direção. Sua beleza.

Como ela esta bonita, meu Deus, ainda mais linda com essa barriga maior!

Então, a imagem da Mandy surge em minha mente. Eu preciso dela aqui para explicar tudo. Na verdade eu preciso da minha casa, da minha cama e que meu corpo para de doer tanto como  agora.

- Você precisa descansar! Ela diz limpando os vestígios de lágrimas. – Apenas descanse, esta bem? Vou deixar você a vontade... Fica bem logo, Mesut! Ela pega a bolsa e sai fechando a porta. Fecho os olhos e adormeço outra vez.

 

Isadora

 

Saio do quarto em pedaços pelo fato do Mesut ter esquecido de tudo que nós vivemos nesses últimos meses. E agora? Esfrego os meus olhos afastando as lágrimas e quando levanto a vista vejo o Mutlu encostado a parede olhando-me curioso. Merda! Sorriu disfarçadamente e ele aproxima-se devagar.

- É, que tal um chá quente? Você não comeu nada até agora, precisa alimentar-se logo, por você e pelo bebê ai dentro. Vamos? Ele aponta. Eu aceno positivamente e descemos para o restaurante do hospital.

Eu sinto-me desanimada mexendo o açúcar no fundo da xícara de porcelana branca, enquanto o Mutlu morde o seu pão. Sinto seus olhos especulativos em cima de mim, mas fico quieta para não complicar ainda mais as coisas.

- Você ama meu irmão, Isadora? Ele pergunta subitamente. Sua pergunta causa-me um grande susto tirando meu foco do chá. Eu não sei se respondo a verdade e digo que o amo sem limites, ou apenas minto, eu não sei o que eu faço agora, eu estou tão perdida sem ao menos o apoio do Mesut aqui comigo.

- Você ama meu irmão, Isadora? Ele repete a pergunta. Eu mordo meus lábios nervosa e tateio as palavras. Mutlu suspira balançando a cabeça.

- Merda, você o ama! Posso ver em seus olhos e em toda sua linguagem corporal. Na verdade acho que qualquer um seria capaz de ver isso, pois esta estampado em todo seu rosto. Você o ama! Vocês dois mal conseguem ficar longe um do outro, se tocam o tempo todo, é como malditas imãs. Eu percebi... Vocês podem estar separados agora, mais isso não muda nada, não é mesmo? Eu conheço meu irmão, por ele eu sei que a resposta é negativa.

Suspiro nervosa. Eu não consigo mais ficar calada sobre nós dois. Eu não sei o que vai acontecer daqui para frente, então eu preciso ser verdadeira comigo e sobre os meus sentimentos.

- Mutlu eu... O seu irmão é a coisa mais maravilhosa, linda, e perfeita que já me aconteceu. Ele é, e sempre será a melhor parte de mim! Tudo o que eu não sou e, tudo o que eu nunca imaginei que precisaria tanto na vida. E sim, você esta certo, eu o amo e não é pouco... Eu continuo o amando, não importa mais nada, apenas isso. Eu digo enfim.

Ele pigarreia. Eu não sei, ele parece um pouco constrangido. Talvez, tenha se arrependido de todas aquelas palavras sobre mim que ele cuspiu no Mesut, sem saber que eu estava escondida no closet ouvindo tudo. Ele olha o relógio gigante na parede do restaurante. Parece até que é britânico! Eu penso sorrindo irônica. Ficamos em silêncio por uns minutos até que ele quebra este silêncio encarando-me.

- O Mesut as vezes parece um homem forte e, completamente seguro de si, mas não é assim, não quando estamos falando de você, nisso ele continua sendo só um garoto inconsequente... Eu tenho que dizer que ele ama você também, ama tanto que esta sendo muito irracional em relação as suas atitudes. Isadora você não é uma mulher boba, pelo contrario você é muito esperta, em todos os sentidos. Entenda-me, ok? Você é, como posso dizer, uma menina culta, tem uma conversa inteligente...

Eu o interrompo sabendo que essa conversa não esta indo para um caminho muito bom. Eu não posso acreditar nisso!

- Mutlu, eu não estou entendendo onde você quer chegar. Seja objetivo! Falo fria lhe dando uma segunda chance para acabar com esse papo de merda dele. Tomo um gole do chá observando a neve cobrir o vidro da janela.

- Você sabe que é linda, com todo respeito! E que qualquer homem em sua sã consciência desejaria você, e até mesmo apaixonaria-se completamente se você quisesse isso. Meninas bonitas usam sempre a beleza a seu favor, sempre!  Bem, eu quero chegar no ponto em que você sabe que desde que você chegou na vida do meu irmão, ele já não é mais o mesmo. Você o enfeitiçou, o deixou cego para a vida, e isso é muito perigoso.

- O que você esta falando Mutlu? Você pensa que eu sou a culpada pelo acidente, é isso? Pelo amor de Deus! E que papo machista é esse, sobre meninas bonitas? Você não sabe de nada sobre mim e seu irmão, não abra a boca para sujar o que temos. Isso eu não vou aceitar!

Ele sorrir de lado e ergue a mão em um gesto tranquilizador tentando amenizar suas palavras.

- Não, calma! Eu jamais disse isso Isadora. Eu só quero dizer que eu vi o modo como ele agiu com você ontem, meu irmão é louco por você, mais isso precisa acabar. Ele sofreu um acidente grave, antes de ligar para o seguro do carro, eu dei uma passada onde aconteceu o acidente, o carro ficou todo amassado... Foi horrível! Ele não precisa de mais problemas como esse... E você precisa  ir embora da vida do meu irmão, aproveite esses acontecimento para rever as coisas, e deixa-lo em paz. Se você o ama tanto como diz amar, deixe-o. Você sabe o quanto que o Mesut precisa continuar sua vida!

Eu pisco os olhos rapidamente sem acreditar que o Mutlu esta pedindo-me um absurdo desses.

- Você e o bebê não ficaram desamparados, eu prometo! Mas será um negocio apenas entre nós dois. Vou cuidar de tudo! Vamos Isa, confesse que a criança não é dele, você mudou de ideia... Falou que era do meu irmão no inicio, depois disse que era do outro rapaz, então voltou atrás com o Mesut. O que houve, afinal? O Danilo não quis assumir as responsabilidades? Ele é um moleque ambicioso, disso eu sei! Foi ele que obrigou você a dizer que é do Mesut, para arrancar dinheiro do meu irmão? Vamos, pode dizer, se você ficar longe do Mesut, eu não conto a ele.

- Chega! Eu digo cheia de raiva.  – Eu não quero seu maldito dinheiro, ou o do seu irmão. Eu não quero o dinheiro de ninguém, Mutlu! E enquanto a mim e ao Mesut deixe que nós dois resolvemos nossas vidas, ok? Eu te pergunto se você ama mesmo seu irmão, o Mesut sabe o que é melhor para ele, e ele não merecia isso de você. Essa criança é seu sobrinho ou sobrinha, você a trata com descaso, como um negocio sujo que precisa ser escondido. Sério Mutlu, o que foi que eu te fiz? Você esta agindo como um louco, e não esta medindo o tamanho da sua crueldade comigo, com meu filho e, com seu irmão. Você quer separar uma família! Não consegue ter compaixão? Você também tem uma filha, apenas coloque-se em meu lugar.

Ele suspira demostrando um pouco de compreensão e encara-me objetivo.

- Desculpe-me, eu não sinto-me bem fazendo isso, Isadora. Acredite! Mas infelizmente agora é o ideal para todos, e lamentavelmente ele não pode ter você agora e vice-versa. Desculpe se a ofendi, não era meu proposito. Eu só quero dizer que infelizmente as coisas saíram dos eixos... Agora temos a Mandy grávida! Ele e ela são pessoas publicas, e precisam manter-se firmes e intactos, eles tem uma carreira a zelar, pessoas que dependem deles, e um trabalho importante; falo mais pelo meu irmão, é obvio. Espere por ele em outro tempo, talvez! O casamento pode ser desfeito depois de um ano, ou quem sabe meses, mas nesse momento Isadora, eu sinto muito por você, mas o que ele precisa é que você afaste-se o quanto antes da vida dele. Não estrague mais as coisas!

Meu coração aperta só de pensar em tudo. Então me vem o acidente, a rosa negra, a briga no boliche e todos os outros vexames que o Mesut vem passando por causa do nosso amor. Talvez não seja o certo. Fecho os olhos. Talvez ele tenha razão. Eu odeio pensar assim, mais são tantos, e se, e talvez, em minha cabeça. Eu odeio o estado do Mesut agora e, sinto tanto por ele. Tenho medo por nossa família, talvez, eu precise afastar-me mesmo, pela sua segurança. Ele cuidou de mim e, agora é a minha vez de cuidar dele, mesmo que para isso, eu precise afastar-me de sua vida.

- Bem, agora é com você! Já falei tudo que tinha para falar, estou defendendo meu irmão e cuidando dele. Não pense por um segundo que eu quero o seu mal, ou de você e seu filho, pelo contrario, estou ajudando vocês. Pense com carinho, Isadora! Mutlu paga a conta e levanta-se deixando-me a sós com os meus pensamentos perturbados. Três minutos depois estou ficando tonta com tudo e, sentindo-me fraca de tanto pensar sobre o assunto. Volto ao quarto e vejo que o Mesut ainda dorme sossegadamente; toco seu cabelo sedoso, aliso seu rosto em cima do corte na testa e, fico um tempo o dando carinhos. A situação que ele esta parte-me o coração. Odeio vê-lo assim.

Já é noite e eu estou na janela vendo a nevasca indo embora e trazendo de volta a visão da cidade. O Mutlu isolou-se em seu celular e não dirigiu-me mais a palavra. Ouço os sons dos lençóis e viro-me vendo o Mesut levantando devagar. Nossos olhos encontram-se.

- Preciso ir ao banheiro, estou muito apertado, você ajuda? Ele diz com um sorriso preguiçoso. Eu devolvo o gesto e mordo os lábios. Eu amo o seu sorriso. Vou ao seu encontro e, o ajudo a levantar o levando ao banheiro.

- Caramba, eu dormir o dia todo, sereia! Ele comenta carinhoso. Fico eufórica com o meu apelido de volta em seus lábios. Sinto vontade de beija-lo, mas permaneço quieta.

- Sim, você dormiu mesmo, o medicamento é muito forte. Mas pelo menos você descansou. Comento olhando para ele que parece mais corado. Mesut posiciona-se no vaso e eu dou as costas com rapidez. Ouço sua risada abafada e, fecho os olhos envergonhada.

- Ruiva? Não acredito que você esta com vergonha do seu brinquedo favorito. Ele  gargalha agora. O meu Mesut voltou. Bem, ele não falaria isso se estivesse com raiva, ou querendo distância; como fez antes. Essa perda de memória dele esta deixando-me completamente confusa também. Só quero que ele sare de uma vez por todas.

- Engraçadinho! Só pensei que você gostaria de um pouco de privacidade, não sei. Eu cochicho sem jeito e ele dar-me um beijo cheio de saudades. - Gostaria de nossa cama agora, apenas isso... Sussurra misturando nossas respirações ofegantes. – Estou com fome! Diz do nada fazendo-me sorrir.

Saímos os dois do banheiro. Eu o ajudo a sentar na poltrona por que o Mesut reclama de estar na cama o tempo todo. Meia hora depois seu jantar chega. Mesut come tranquilo e o Mutlu apenas pergunta se ele esta bem; em seguida mostra um vídeo da Mira que desenhou o tio. Mesut rir feliz e olha-me apaixonado. A enfermeira entra trazendo o remédio e o dopa novamente. Em questão de vinte minutos o Mesut pega no sono. Demoro um tempo sentada na poltrona pensando sobre minha conversa com o Mutlu, olho mais uma vez o Mesut sereno ao meu lado e, penso que ele poderia estar morto. Dói admitir que o Mutlu esteja certo. Mesmo sabendo que a causadora real das confusões foi sempre a Mandy, e depois o Danilo; eles dois são os únicos culpados. Mas agora ela esta gravida e noiva do Mesut. Eles precisam dar satisfações de suas vidas ao mundo, mesmo que seja difícil para mim. Eu estando distante, pelo menos agora, evitaria muitas outras confusões, precisamos de um descanso de toda essa loucura; preciso pensar mais em mim mesma e, no meu filho; enquanto que o Mesut tem o seu trabalho e a Mandy grávida para lidar. Suspiro pesado. Enfim, pego no sono tendo sonhos com rosas negras e acidentes de carro.

Acordo muito cedo com o suor escorrendo pela minha testa. O sol brilha constante lá fora, mostrando um dia iluminado e de céu limpo. Londres e sua bipolaridade. Meu estômago ronca de fome e, percebo que dormir sem jantar. O Mesut ainda dorme e o Mutlu também. Tomo um banho rápido; prendo o cabelo em um rabo de cavalo e, desço para o desejum. Depois de comer penso em ir para casa. Preciso de minha cama, e sei que o Mesut estará bem cuidado e, que terá alta logo. Pego minha bolsa, e beijo sua testa com amor. Será que ele vai lembrar de mim quando acordar? A pergunta surge em minha mente do nada. Afasto o medo bobo. Se isso acontecer, eu permanecerei calma, pois o medico disse que ele estaria mesmo muito confuso, mais que em torno de três dias ele estaria bem, se seguisse todos os cuidados direitinho. Eu daria esses dias de descanso total a ele, esperaria por sua volta em casa. A balconista sorri educadamente para mim, retribuo pedindo um suco de laranja com cenoura e, um sanduíche natural; mecho na bolsa em busca do meu celular e percebo que o deixei no quarto. Droga!

- Você pode embrulhar para viajem, por favor? Acabei de esquecer meu celular no quarto. Comento distraída.

A menina acena que sim simpaticamente. Em cinco minutos estou pagando e subindo para buscar meu celular, ao chegar no corredor ouço risadas e algazarras vindo do quarto do Mesut. Franzo o cenho estranhando tanto barulho. Diminuo minhas passadas aproximando-me devagar. Vejo balões azuis, o Mesut sentado sorrindo com a Mira ao seu lado na cama, na ponta esta a Dugyu tirando fotos, o Mutlu abraçado com a Esra e os dois gargalham observando a cena. Então do banheiro sai a Mandy usando um vestido nude e saltos altos, ela tem seus cabelos soltos. Meu ciume cresce dentro de mim desejando apenas que ela suma para bem longe do Mesut. Ela sorrir, um sorriso que parece ser sincero; Mesut abre os braços e ela joga-se neles lançando beijos doces sobre seu rosto. Meu coração aperta e as lágrimas descem sem permissão. Descido não entrar, eles não viram-me aqui  e, não precisam ver-me dessa forma aos prantos. Volto rapidamente pegando o elevador e, logo estou dando partida em meu carro. Estou aflita e desnorteada. Ele voltou a esquecer-me e no meu lugar colocou a Mandy. Pensei que fosse ser fácil, mas vê-lo com ela sempre quebraria todas as minhas defesas.

 

Mesut

 

- Dugyu? Pega meu casaco, por favor! Eu peço a minha irmã que esta sentada olhando as suas redes sociais. Estou pronto para ir pra casa e, sinto-me feliz por isso. Meu irmão falou que ando tendo lapso de memória, mas que logo estarei curado. Isso assustou-me muito. Olho ao redor sentindo-me ansioso, não quero esquecer mais nada e, ninguém de minha família. Estou morrendo de medo de esquecer alguém; seria horrível se acontecesse; mesmo que não lembre de algumas coisas agora, isso continua sendo a pior de todas as sequelas. O Mutlu foi para casa mais cedo com a sua família e, com a Mandy que eu não tinha ideia de que estava gravida e que iriamos nos casar no final do mês. A barriga dela estava enorme. Sinto-me tão estranho em relação a isso de uma forma que não sei explicar. É como se essa parte da minha vida fosse uma grande mentira; como um pesadelo. Frustrante! Minhas emoções estão bagunçadas e preciso ir para casa para sentir-me mais seguro de mim.

- Vamos maninho... Eu odeio hospitais! Dugyu faz uma careta engraçada.

- Ok, eu também odeio. Vamos logo! Digo com um sorriso mais animado. – Tenho que saber quando será o treino do real. Não tô conseguindo lembrar agora, preciso conversar com o Mutlu sobre isso.

 Andamos pelo corredor e, eu manco um pouco por causa do corte na minha coxa.

- Do real? Dugyu gargalha escandalosamente deixando-me envergonhado.

- Mano? Você esta mesmo meio lelé da cuca, hein? É Arsenal, estamos em Londres!

Arsenal? Porra! Como eu não lembro disso? É terrível essa falta de memória. O que  mais será que eu esqueci? Coloco a mão no bolso e sinto falta do celular.

 - Espere! Eu esqueci meu celular. Volto rápido!

- Não, deixa que eu pego para você. Vamos polpar esforços! Ela diz ainda rindo de mim.

- Não precisa, eu posso fazer isso, ok? Não estou invalido! Falo firme seguindo meu caminho a deixando para trás. Claro que eu posso, que saco! Volto devagar para o quarto passando a vista pelo ambiente e, vendo meu celular na poltrona entre as almofadas. Ótimo! Seguro ele nas mãos e faço o desbloqueio. Uma foto de uma menina linda aparece no protetor de tela. Seu sorriso é largo segurando um sorvete sentada em um café. Cabelos soltos; vestido amarelo fazendo contraste com seus cabelos ruivos. Mais quem é essa? Tão linda! Fico alguns minutos olhando para a foto impressionado com sua beleza.

- Achou, mano? Você vem? Eu tomo um susto com a voz da Dugyu na porta. Eu penso em entregar na recepção o celular, mas eu não consigo; estou enfeitiçado pela mulher da foto. Merda, o que deu em mim? Ela é realmente linda, nada de muita maquiagem no rosto, apenas sua pele clara e limpa; tudo ao natural. E esse sorriso? Coloco o celular rápido no bolso, e passo meu olhos rapidamente pelo quarto encontrando finalmente o meu celular no travesseiro. Destravo a tela vendo mesmo que é o meu, pois tem a foto da Mira na tela.

- Sim, achei sim...Vamos! Eu digo atônito com a imagem da mulher. Será que isso é roubo? É obvio que é, seu idiota! Eu não vou devolver para o hospital, vou procurar a dona do aparelho eu mesmo para entrega-lo a ela. Isso! Preciso vê-la de perto; por curiosidade mesmo, nada demais. Tento convencer-me que é apenas curiosidade, pois tem que ser. Preciso ver se ela é real e, se é tão linda quanto a foto mostra. Sorrindo de meus pesamentos eu saio do quarto um pouco mais tranquilo.

 (...)

É noite e eu estou sentado no sofá da casa do Mutlu sentindo um pouco de dor de cabeça. Mira esta sorrindo vendo um desenho infantil; a Dugyu esta deitada no tapete em um conversa com o seu ex-namorado. E eu estou mega curioso para olhar o celular da ruiva.

- Mandy vem jantar conosco? Esra entra na sala direcionando a pergunta a minha irmã.

- Sim, ela vem. Daqui a pouco ela chega!  Dugyu sorrir. – Falar nisso! Como você esta se sentindo, Mesut?

- Estranho! Eu pensava que estava em Madrid, no real e que a Mandy estava fazendo seu shows. Eu falo confusamente. Dugyu sorrir compreensiva.

- Vamos recapitular, ok mano? Bem, estamos em Londres, você é titular do Arsenal. Esta na sua melhor fase, o que é muito bom! A Mandy como você viu esta gravida e vocês serão pais de um menininha linda chamada Kerem. Isso mesmo que você esta pensando, um nome turco! Mandy escolheu, achamos fofo... E teremos uma cerimonia linda no final do mês e, daqui a quinze dias teremos um brunch de noivado com familiares e, amigos para oficializar o noivado e, claro, comemorar a chegada do grande dia. E então, lembrou de algo?

Dugyu fala com ânimo e a Esra sorri na mesma vibe. E eu? Bem, eu fico terrivelmente pior do que estava.

- Nossa quanta coisa! Como eu posso ter esquecido de tudo isso? É muito frustrante...Bem, eu vou deitar um pouco, quando a Mandy chegar vocês podem me chamar?

- Claro maninho, pode ir sossegado, descansa um pouco, ok? Aceno e caminho afastando-me.

Eu chego ao quarto que estou hospedado e sento na cama passando a mão na cabeça tentando lembrar-me de algo. Forço, forço e nada me vem a cabeça. Ajusto-me na cama e olho minha mala encostada a parede, totalmente distraído. Lembro do celular e o pego.

- Ela é linda e doce! Eu digo em um cochicho. Desbloqueio rapidamente. Sigo para a galeria e abro a pasta de fotos. A primeira foto é ela sentada em um sofá branco com uma barriga de grávida sorrindo para a pessoa por trás da câmera; vou passando as outras fotos admirando-a cada vez mais e, então na decima imagem; eu paro totalmente chocado. Não posso acreditar.

- Sou eu! Falo alto com a surpresa.

Continuo a passar as fotos. Encontro uma foto minha em uma piscina; na próxima estamos como uma foto de casal com ela em meu colo; em outra uma selfie em que eu seguro o aparelho. Como assim? Eu estou traindo a Mandy? E  esse bebê? Outra foto; estou beijando a sua barriga e, depois a beijo na próxima imagem. Parecemos totalmente apaixonados.

- Não pode ser... Merda! arregalo meus olhos. Clico em outra pasta da galeria, mas essa pede senha. Digito uma senha aleatória deixando-me surpreso quando ela surte efeito. Fico impressionado. Como foi que lembrei dessa sequência de números assim tão rápido? A ruiva aparece novamente em fotos intimas, em alguns nudes. Puta que pariu! Ela é incrivelmente linda e sexy... E eu sou um puto safado que estou traindo a minha noiva. E que estou adorando fuçar o celular e descobri mais sobre a ruiva bonita. Pego meu celular e vou nas minhas mensagens do whatsapp tentando descobrir mais coisas, mas  quando estou prestes a abrir o app ouço um barulho vindo da porta.

- Mesut? A voz da Mandy chega perto de mim. Engulo seco. – Como esta se sentindo, meu amor? Viro-me devagar na cama sorrindo sem graça. Estou te traindo com uma ruiva...Bastante impressionante, por sinal! Penso sentindo-me malvado.

- Estou bem! Respondo incerto. Ela beija-me suavemente nos lábios e eu baixo a cabeça afastando-me dela.

- O que foi, amor? Eu quero te mimar. Hoje vou dormir aqui com você!  Não, é ótimo? Ela diz animada.

Nossa, que vergonha! Eu levanto com dificuldade e tento outro sorriso. Mandy espreguiça-se na cama sensualmente e, eu percebo que não consigo sentir mais nada por ela. É como se eu olhasse uma pessoa desconhecida e sem importância. Estou sentindo-me perdido, sujo e um tremendo de um canalha. Como posso engravidar duas mulheres ao mesmo tempo?

- Mandy quantos meses você esta mesmo? Eu coço a cabeça desconcertado.

- Ah, quase nos sete! Seis e duas semanas para ser exata. Precisamos nos casar logo, Mesut, pois a mídia esta começando a cair em cima e os fãs também. É tão cansativo, essa gente é tão grudenta! Ela diz mexendo em seu cabelo agindo totalmente fútil. Ela esta diferente de antes! Penso a olhando com outros olhos. Esta mais amarga!

Suspiro pesado.

- Acho que você esta com fome, vamos jantar? Eu tento disfarçar meu embaraço. Mandy acena que sim e descemos juntos. Na mesa Mutlu sorrir animado com a Mira, que come fazendo uma bagunça terrível na mesa. Estou sem apetite revirando a comida no prato. Tudo parece errado comigo, não consigo dividir da mesma felicidade de todos. Estou sentindo-me melancólico com falta de algo que não sei explicar. É estranho demais. Eles não parecem perceber enquanto falam empolgados sobre o casamento e o tal brunch que a Mandy esta organizando.

- O papai vem te ver amanhã! Mutlu diz olhando-me.

- Eu voltei a falar com papai? Nossa, quanta coisa aconteceu! Eu falo com um sorriso irônico.

- Não vai comer? Mandy segura minha mão carinhosamente. Eu tiro minha mão da sua com cuidado.

- Estou sem apetite e dor de cabeça... Eu vou me deitar um pouco, ok? Eu digo baixinho.

- Tudo bem, Mes! Vai indo que quando eu terminar aqui eu subo esta certo? Eu aceno sem muito entusiasmo. Por mim, eu ficaria sozinho em meu quarto.

Abro a porta do quarto entrando devagar e, seguindo em direção da cama. Deito-me com cuidado soltando um grande gemido de insatisfação. Puxo o celular da ruiva do meu bolso e, encaro seu sorriso bonito do outro lado da tela. O que eu faço? Meu celular toca tirando-me de meus pensamentos. Olho visor vendo o nome do Mathieu. Sim, eu lembro-me dele! Meu cérebro é uma bagunça.

- Alô? Eu falo um pouco tímido.

- Porra, seu filho da mãe! Você quer nos matar ou quê? Ele berra do outro lado da linha. Sorriu, sim eu me lembro dele.

- Mathieu meu amigo, eu juro que não era esse meu proposito... Você pode vir me visitar agora? Eu estou esquecido de algumas coisas e acho que você é a pessoa certa para fazer-me recordar de algo importante.

Ouço sua risada do outro lado.

- Obvio que sim! Você esta no seu irmão, não é mesmo?  

- Sim, estarei te esperando. Vai!

Desligo a ligação sentindo uma pontada leve na cabeça. Tenho que parar de força a vista na tela do celular. Fecho os olhos  pondo a mão sobre eles.

 “Eu  amo você Mesut... Eu sempre vou te amar.

A imagem da ruiva surge em minha mente. Ela esta sorrindo deitada na cama enrolada entre os lençóis brancos. Eu olho profundo em seus olhos e sorriu beijando-a. Sua risada melodiosa explode em minha cabeça. Ouço a mim mesmo falar.

     “Eu te amo muito mais Isa, minha sereia.

- Isa? Eu chamo em voz alta abrindo os olhos dando de cara com o teto a minha frente. A frustração atinge-me forte. Eu estou no quarto na casa do meu irmão e não com ela, seja lá onde for esse outro quarto que estávamos. Eu podia jurar que senti ela aqui comigo; seu cheiro e até mesmo seu toque suave em minha pele. – Isa! Digo outra vez sussurrando; experimentando seu nome em minha boca.

- O que tem a Isa? Mandy pergunta em um tom severo atrás de mim. Levo meu terceiro susto do dia. Solto a respiração percebendo que estou suando frio e que tenho as minhas mãos geladas. Fico meio zonzo e enjoado. Puxo meu casaco para fora de meu corpo devido a minha pele pegajosa. Estou desnorteado por um tempo sem saber o que dizer a ela.

- Não sei, foi que veio na cabeça esse nome! Você sabe quem é essa Isa? Pergunto cheio de incertezas. Será que ela sabe sobre a ruiva e eu?

- Não tenho a minima ideia! Ela responde ríspida aproximando-se para depositar um beijo em meus lábios. Eu afasto-me negando seu toque. – Mandy, eu gostaria de saber como eu te pedi em casamento. Eu quero saber de tudo entre nós dois antes de você engravidar. Eu preciso saber e você pode começar a falar... Vamos, eu estou esperando!

Falo ríspido com ela devolvendo o tom que ela usou comigo. Não sei o que esta havendo com o meu humor, mas com toda certeza é culpa dos remédios ou mesmo do meu estado de saúde. Estou perturbado morrendo de medo de esquecer tudo de uma vez. Minha cabeça volta a latejar. Acho que ela percebe que não estou sentindo-me muito bem, então aproxima-se com um ar preocupado.

- Mesut... Tente relaxar querido! Você fica se esforçando e isso só vai te fazer mal. Vou trazer seu remédio, ok? Ela diz suavemente mudando de assunto.

- Não! Você vai contar agora. Vamos Mandy! Esbravejo em sua direção. Ela olha-me demorado; percebo um brilho diferente em seu olhar, como uma pequena sombra, mas logo desaparece.

 Então a dor insuportável volta a minha cabeça. Tenho mais imagens novas surgindo rapidamente. É como um maldito filme em que alguém apertou o botão para adiantar as cenas e agora elas correm soltas em minha cabeça. Estou com a Isa outra vez; estamos felizes; depois muda para ela chorando angustiada. Então a Mandy aparece; estamos brigando feio e não somos mais um casal; volta para a ruiva nua na cama; ela esta ofegante gemendo meu nome; percebo pelos movimentos que estamos transando enlouquecidos. Tudo vai tornando-se uma confusão de vozes cada vez mais altas em minha cabeça. Agora estou em uma briga; as vozes aumentam machucando-me; ouço meu nome ser chamado por alguém; a Isa chora olhando-me assustada; então vejo-a desmaiar em meio a uma multidão. Logo estou dentro do carro; chove muito e outro carro avança atras de mim. Pneus riscam o chão; o motor acelera... Uma batida ensurdecedora acontece.

- Aiii... Porra! Eu grito afundando minha cabeça em algo macio. Minha respiração é rápida e ofegante.

- Ai meu Deus! Vou buscar seu remédio, Mes! Ouço a voz da Mandy abafada e seus passos ligeiros no chão. A dor vai diminuindo aos poucos, a agonia vai indo embora; agora só restam apenas as lembranças “novas” flutuando em minha mente. E um nome feminino. Isadora!

 

 

Isadora

- Tenho certeza Bruna! É o melhor para ser feito. Eu digo pelo telefone de casa ao lado da cama. – Estou bem, só preciso dormir mesmo... Ok, almoço com você sim! Sim, eu te ligo, tudo certo, beijo... Tchau! Desligo o telefone e levanto-me da cama indo ao banheiro. Encaro meu rosto no espelho. Urg! Meus olhos estão inchados de tanto chorar e tenho uma expressão melancólica quase fantasmagórica. Abro a torneira da pia e em seguida molho meu rosto demoradamente com a água fria. Levanto a vista encarando meu reflexo no espelho sem ficar satisfeita; logo volto a molhar meu rosto outra vez. Demoro mais um pouco com a água fria na pele. Dessa vez quando levanto a cabeça para olhar o resultado levo um grande susto; um daqueles que te deixa de pernas bambas e coração quase pulando da boca com batidas frenéticas. Meu coração aperta terrivelmente o deixando minusculo. Ainda ouço um gritinho sair de minha garganta para logo ser abafado com minhas mãos molhadas. Jesus Cristo! O que ele esta fazendo aqui a essa hora? E nesse estado!

O Mesut esta na porta do banheiro usando um suéter bege, calça preta e, sua tipoia azul escuro. Viro-me rapidamente em sua direção. Ficamos quietos nos olhando. Seus olhos queimam em meu corpo que ele faz questão de não esconder a sua aprovação. Não sei o que ele vê de tão impressionante com a barriga de gravida chamando toda a atenção para si. Então ele da um passo forte e faz uma careta de dor olhando para sua perna. Lembro-me de seu corte na virilha e aproximo-me mais um pouco dele.

- Meu Deus, Mesut! Como você chegou aqui? Eu ponho a mão na boca assustada. Ele suga o ar fortemente e volta a encarar-me demostrando ansiedade. Então ele passa a analisar-me dos pés a cabeça com atenção bastante redobrada. Fico tímida com todo essa sua curiosidade em mim, ponho o pé em cima do outro e passo alguns fios de cabelo para trás da orelha. Mesut ergue as sobrancelhas assistindo meus movimentos; mordo os lábios; ele segue observando tudo. Isso é muito sexy, eu tenho que admitir. Estou vestida com o babydoll de seda, sem conseguir esconder meu desejo por ele. Meus mamilos dão o seu show particular roçando o tecido suave só para seus olhos curiosos. Ele parece gostar olhando fixo ali.

- O Mathieu trouxe-me aqui. Sua voz rouca preenche o ambiente. Tenho vontade de jogar-me em seus braços, mas eu permaneço quieta esperando por ele.

- Vem aqui, quero te ver de perto! Preciso disso... Isa? Ele diz mostrando necessidade. Mesut aproxima-se devagar sem desgrudar seus olhos do meu. Eu faço meu caminho até ele, que ergue o braço rodeando minha cintura trazendo-me para mais perto de si. Sinto sua respiração fazer cocegas em minha bochecha; seu cheiro invade meu sistema enlouquecendo-me. Fecho os olhos tocando seus cabelos e moldando meu corpo ao seu. Em segundos ele me toma em seus braços beijando-me com intensidade e ardor. Sua mão sobe tocando meus cabelos e segurando forte entre seus dedos. O beijo torna-se duro e cheio de necessidade por ambas as partes.

- Mesut! Eu gemo em seus lábios totalmente mole. Ele solta-me ofegante encarando meus lábios inchados e vermelhos de seus beijos.

- Porra, que merda de confusão! Eu não consigo lembra de nada sobre nós dois, Isadora. Eu quero muito lembrar, desculpe-me por isso. É tão confuso, mais... Ele diz aturdido.

- Mais? Eu pergunto ansiosa buscando seus olhos.

- Eu passei o dia inteiro sentindo falta de algo, não sabia explicar ou adivinhar o que era, foi como uma dor angustiante no peito, sabe? Mais agora esta tudo claro em minha mente. A falta, o vazio... Era você... É você! Eu acho que sou louco por você, garota! Estou sentindo-me quente, feliz, completamente feliz, e também inseguro, eufórico. São tantas sentimentos misturados! Ele diz soltando um sorriso nervoso. Fico emocionada com sua confissão puxando-o para mim e o beijando novamente. Mordo seus lábios atrevidamente ouvindo seu gemido baixo.

- Era para você esta em casa recuperando-se. Logo você estará melhor e vai lembrar de tudo, amor. De tudo! Eu digo olhando para os seus olhos enquanto ele procura meus lábios.

- Eu também sinto que não existe outro lugar melhor que não seja aqui com você... Eu não estava bem lá com todos eles, na verdade a Mandy. Ela ficou o jantar inteiro falando sobre nosso casamento, e um tal de brunch que ela esta organizando para comemorar nosso noivado. Eu não sei direito... Ele diz impaciente. - Como foi que nós dois nos conhecemos? Estamos juntos como amantes? Por quanto tempo? Quantos anos você tem? Você parece ser tão menina...  Quem é você e o que fez comigo? Tô maluco, só quero te beijar por horas... Sentir você perto! Ele encara-me perdido e cheio de duvidas. Eu baixo a vista. O que eu fiz com ele? Eu pergunto-me mentalmente o afastando de mim e saindo do banheiro. Ele segue-me de perto.

- É nosso?  Ele pergunta abruptamente. Eu viro para ele confusa. - O quê? Ele aponta para a barriga. Eu solto um grande suspiro. Lá vamos nós de novo. Aproximo-me e seguro sua mão colocando em meu ventre. Ele entende balançando a cabeça em compreensão. É claro que sim. Ele parece emocionado então acaricia minha barriga com carinho.

- Eu quero muito lembrar! Ele diz segurando meu rosto. – Você é tão linda!

- Obrigada, você também é lindo, Mesut! Eu digo sorrindo. – Nossa historia é longa e muito complicada... Não fique preocupado, não fizemos nada de errado e não estamos traindo ninguém... Aos poucos você vai lembrar! Tem que ficar de repouso, tomar os remédios nos horários certos e relaxar o máximo que você puder e, então logo você estará de volta. E nós não somos amantes! Fomos namorados, eu engravidei, acabamos, voltamos... Viu? Muito confuso!

- Sim, é mesmo! Ele sorrir brincando com meus cabelos. – Mas e a  Mandy? Eu sento na cama e ele acompanha-me.

- Meu amor, eu não posso te explicar, é muito complicado! Acaricio seu rosto. – Você não pode forçar as memórias assim de uma vez, isso vai te fazer mal, ouvir sobre tudo... É muita coisa, é sério!

- Talvez, seja bom! Eu penso que você poderia ajudar-me a lembrar. Ele diz inocentemente.

- Você vai lembrar, amor! Eu sei que é difícil, mas você precisa ter paciência com tudo. O médico deu uns três dias para você começar a recordar, então apenas tente cuidar de você mesmo durante esse tempo. E vamos esperar, ok? Agora, e o Mathieu onde ele esta? Pergunto olhando em direção a porta do quarto.

Ele levanta e passa a mão no rosto.

- Ele foi dar um volta e vem pegar-me daqui a uma hora, vai ligar assim que estiver aqui! Ele achou que eu vindo ver você eu lembraria de tudo, ou qualquer outra coisa. Mas esta tão difícil, eu não consegui nada. Ele coloca a mão no bolso e tira um celular de dentro entregando-me.

- Acho que é seu! Ele sorrir leve. Eu solto uma risada aliviada que foi ele quem achou.

- Que bom que foi você que achou... Obrigada! Você olhou as fotos nele? Temos videos juntos também, se você quer saber, ou ver.

- Sim, eu olhei, mais não consegui ver tudo! Ele diz passando a mão na nuca envergonhado.

- Tudo bem, amor! Eu digo carinhosa.

- Ok! Então... É menino ou menina? Ele volta a sentar ao meu lado passando a mão em  meu ventre.

- Não sabemos! Ele ou ela não quis nos mostrar na ultrassom. Você quer ver o vídeo? Eu converti para o celular! Ele acena empolgado. – Mesut? Eu só quero que você saiba que eu te amo muito, muito mesmo, infinitamente! Engulo seco olhando em seus olhos. Ele sorrir e leva uma mecha de cabelo atras de minha orelha.

- E eu... Gagueja inseguro.  – Eu acho que estou apaixonando-me por você outra vez...É muito louco isso! Eu devo te amar muito, Isa... Posso te beijar de novo? Pergunta chegando mais perto. Solto uma risadinha adorando o que ele acabou de falar.

- Sim, é claro que você pode! Nos amamos muito e, logo você vai descobrir isso... Logo vai lembrar de nós dois! Sussurro obcecada pelo brilho infinito de seus olhos. Então ele beija-me apaixonadamente deixando seu gosto em mim.

- Acho que não vai demorar muito para isso acontecer, Isadora... Já estou começando a lembrar como é estar apaixonado por você e ser completamente correspondido. Ele sussurra rouco em meu ouvido puxando os fios de cabelo em minha nuca. Seus toques são possessivos e até mesmo rudes, mas eu amo cada um deles; pois só em ele esta aqui comigo, indica  um bom sinal em sua recuperação.

- É? Então mostra! Falo sentindo-me mais atrevida do que nunca. Ele tornar-se eufórico ouvindo minha voz em um tom mais intimo.

Arranho sua nuca o ouvindo gemer excitado. Começamos uma sessão de amassos desajeitados, devido a minha barriga e a tipoia em seu braço. Começo a sentir calor com os movimentos. Coloco minha mão em sua perna para apoio, então ele pula afastando-se com um gemido dolorido. Droga, eu esqueci sua perna machucada!

- Amor, desculpa! Peço ajoelhada na cama próximo a ele.

- Tudo bem, já esta passando... Não doeu tanto assim! Ele diz tentando camuflar a sua dor sem sucesso. Rimos juntos. Ele vem de mansinho tentando mais um beijo. Mais quando estamos quase nos tocando outra vez, seu celular toca acabando com nosso tempo. Ficamos quietos olhando um para o outro sem querer nos afastar. Logo estou o vendo entrar no elevador. Ele sorri; eu sorriu de volta. Então ele acena despedindo-se. As portas cobrem sua imagem de meus olhos. Já sinto sua falta, Mesut.  Penso fechando a porta de casa.



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