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História Minha Vida Nada Fantástica - Não é da sua conta!


Escrita por: camilaleal

Capítulo 2 - Não é da sua conta!


Depois de ter passeado quase duas horas pela cidade com Michele, achei por bem voltar. Ela dormia profundamente em meu colo, garotinha pesada!
Quando subi as escadas do prédio, o pai estava sentado no último degrau, os cabelos negros tampando os olhos, cabisbaixo, pelo visto a mulher não estava lá. Respirou aliviado quando me viu.
- Obrigada pela ajuda, Mariana.
Não respondi e nem queria responder, apesar de estar sentindo pena dele. Entrei no apartamento, coloquei ela em sua cama, peguei um ursinho e coloquei entre seus finos braços.
Antes de entrar no meu apartamento, apenas me limitei a dizer:
- Não deixe ela ver esse tipo de cena, ela não tem culpa de nada.
Fechei a porta, me sentindo em alguma cena de novela mexicana perdida no tempo. Homens! Porque conseguem estragar tudo? Antes de ter conhecido meu falecido esposo fui noiva de um rapaz durante 3 anos, até o dia que descobri ter tantos chifres que nem devia passar pela porta, fiquei paranóica por um bom tempo.
Deixei a bolsa encima da mesa de madeira na sala e segui para a cozinha fazer um café. 
Olhei para o relógio, hoje era meu dia de entrar mais cedo para ajudar no estoque, sempre ganhava hora extra por isso. Tomei um banho, coloquei meu uniforme preto com detalhes vermelhos, uma calça jeans preta e meu velho all star de couro. 
Coloquei uma porção de sachê de atum para a gata e segui caminho para a lanchonete. 
O Sol ainda estava quente e pude sentir o suor escorrer da testa.
- Boa tarde, donzela.
Lucas, meu querido colega de trabalho sorriu. Ele era muito simpático e engraçado, mas nunca dei trela para suas investidas, era um conquistador nato, mas acabou desistindo quando viu que eu era a muralha da China. Não queria me envolver com ninguém nunca mais, já tinha tido minha cota de sofrimentos.
- Boa tarde, Don Juan - fui bem irônica.
- Caramba, fiz até café para você e isso que recebo em troca?
- Fique feliz de eu lhe dirigir a palavra.
Nem quis dar tempo de ele responder alguma coisa e entrei na cozinha. Fui direto para a garrafa com minha xícara azul de estimação. Forte e com açúcar na medida, pelo menos sabia fazer um bom café.
- Garota, não sei como ainda não ficou preta.
Augusto chegou, meu chefe. Fiquei feliz com o termo "garota", afinal, já estava com quase 30 anos, apesar de parecer ter bem menos. 
- Boa tarde seu Augusto, também tenho o senhor em alta estima. - respondi sarcastica e bebi mais um gole - Já chegaram as compras?
- Estão no carro, Lucas vai trazer para você.
Deixei a xícara na pia e fui para o estoque, se tinha uma coisa em que eu fazia bem, era organizar. Tudo etiquetado e em seus devidos lugares, seu Augusto trouxe até bolo de chocolate como incentivo. Era um bom chefe e eu gostava de lá apesar das investidas frustradas de Lucas.
- Porque você nunca solta o cabelo? - 
Disse enquanto me passava mais uma caixa com hambúrgueres congelados. 
- Caramba, você não desiste. - bufei, enquanto colocava a caixa no freezer - Cadê a Amanda? A Helena? Como era o nome daquela outra... Ah, sim, Patrícia.
- Já perderam a graça. 
- E eu tenho graça porque não dou bola? 
Parei o que estava fazendo e olhei para ele. Suspirei fundo e olhei dentro dos olhos verdes dele que devo alertar, nunca me abalaram.
- Não sou o seu tipo, não sou um troféu, tenho 29 anos, sou uma mulher viúva que tenta sobreviver dia após dia, perdi meu esposo e dois filhos e eu gosto muito desse emprego, então para de me encher o saco, não tenho paciência para isso. Fui clara?
Finalmente Lucas ficou mudo. Louvado seja Deus. Foi golpe baixo, ele não sabia que eu era viúva ou nada disso, mas isso acabou se tornando um coringa na manga quando alguém ultrapassava minha zona de segurança. Simples assim, a pobre viuva que tenta sobreviver.

 



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