História Minhas canetas (poesias) - O céu chora assim como eu

Minhas lágrimas se aprofundam em meus pensamentos,
Se misturam ao barulho da chuva,
As gotas que caem do céu são aperfeiçoamentos,
E as que caem dos meus olhos são entrestecimento.

O céu chora,
Assim como eu, juntos nos lastimamos,
Dessa forma a dor me devora,
E não tenho mais controle sobre meus pensamentos insanos.

A insanidade me consome,
Ela com tudo me engole,
Com todas as forças me absorve,
E depois não dissolve.

Essa loucura, insana me deixou,
Agora parece um drink que estou viciada,
Mas do vício, a vida me privou,
Apenas com uma dose me sinto extasiada.

É que chuva me lembra tristeza,
Pois parece que o mundo está chorando,
Porque eu me sinto calma nessa frieza,
Por mais que louca, esteja ficando.

É que nessa limpeza,
Minha mente vai esvaziando,
A cidade se ampliando,
A chuva se torna então pura incerteza.

Coitada da minha triste inocência,
Que achava que chuva era benéfica,
Mas eu sou tola por ter essa exigência,
De cobrar até da chuva ética.

É que nessa solidão estou enlouquecendo,
É nessa escuridão que vou enfraquecendo,
E a noção vou perdendo,
Sinto que aos poucos estou morrendo.

E de novo eu choro,
E de novo eu sofro,
E de novo sou trouxa,
E de novo me entristeço.

É que eu tenho medo do escuro,
É que eu tenho medo das vozes na minha cabeça,
É que parece que entre eu e o mundo, há um muro,
E as vozes gritam 'desapareça!'

E eu me molho com a tristeza dos deuses,
E eu estou no meio da chuva á chorar,
E eu com cautela estou a procura das luzes,
Que podem vida ao meu corpo dar.

Enquanto isso aprecio essa lastimável sensação,
A água gelada escorrendo pelo meu corpo  quente,
E as lágrimas salgadas escorrem com emoção,
Causando incômodo, aquele que a mesma coisa que eu sente.

E de repente não me importo mais com essa loucura que me cerca,
Não me importo mais com as pessoas ao meu redor,
Só quero acabar com essa merda,
Só quero que minha vida ganhe cor.

Olho para os lados,
as ruas,
as pessoas,
Tudo isso consegue ser tão perfeito?

As luzes que refletem no asfalto molhado, 
O cheiro de terra molhada substituída por asfalto queimado,
As pessoas que caminhavam sem rumo, agora estão todos apressados,
E porque me sinto estupefata?

Porque me choca o mundo ser assim?
Já estou acostumado não estou?
A tristeza já não me alcançou?
Porque eu me sinto tão ruim?

Essas incógnitas ecoam em minha mente,
Elas acabam com os vestígios de sanidade,
Elas somente me repreendem,
E eu sou arrastada e aprisionada na minha triste realidade.