História Minhas canetas (poesias) - Meus olhos

Quando eu olho nos meus olhos,
Eu vejo vida, vejo brilho,
Quando eu olho nos meus olhos,
Vejo futuro, vejo sonhos,
Quando eu olho nos meus olhos,
Vejo toda a determinação que tenho.

Mas então eu olho de novo,
Vejo medo, vejo pavor,
E olho de novo,
Vejo raiva, vejo rancor,
Não aguento e no fundo deles olho para o que para mim é novo,
Vejo tristeza, vejo dor.

Então eu olho para o reflexo,
Não me vejo mais,
Vejo outro mundo,
Não me vejo mais!
Vejo outra pessoa,
Não me vejo mais!

O que é isso na minha frente?
Vejo meu pior lado,
Vejo tudo o que tenho de ruim,
Vejo tudo o que é errado,
Vejo somente o meu fim,
O que é isso na minha frente?

Como eu me tornei isso?
Meus olhos não refletem mais luz,
Meus olhos não refletem mais brilho,
Meus olhos não refletem mais sonhos,
Meus olhos não parecem mais meus,
Como surgiu isso?

Agora nesse espelho só consigo ver incertezas,
Só consigo ver angústia,
Só consigo ver tristeza,
Só consigo sentir agonia,
Só consigo perder minha gentileza.
Agora eu não sei mas o que vejo.

E agora meus olhos estão normais,
Apenas globos oculares que não demonstram emoção,
Que não demonstram meus pensamentos,
Que não revelam meus sentimentos,
Que para quem os vê, não gera nenhuma sensação,
Eles estão apenas normais.

Até que eu não aguento mais ficar cara a cara comigo,
Até que eu vi o bem e o mal,
Virando duas pessoas idênticas a mim,
Uma revelando cada lado, cada sentimento vivido,
E a outra revelando o meu 'eu' totalmente sem moral,
Eu não aguento ver esse meu fim.

Eu quero fugir do meu lado ruim,
Eu não preciso me sentir assim!
Ou preciso?  Sou tão má a ponto disso?
Não quero ter que ME causar um sumiço!
Deixe eu viver, Maldade!
Eu preciso ser uma pessoa normal que também tem uma dignidade.