História Minhas canetas (poesias) - O vírus me matará!

Vi meu mundo em caos,
Vi minha felicidade se desmanchar,
Vi meu mundo cair,
Vi meu constante sorriso sumir.

Agora que finalmente havia sido aceito na sociedade,
Agora que meus pais descobriram minha real verdade,
Agora que a vida havia se tornado uma beldade,
Agora que eu viveria com mais intensidade,
Agora que a vida parecia ser perfeita!

E este infeliz exame relatou,
Que não estou fraco apenas por uma infecção,
Talvez o mundo me amaldiçoou,
Talvez eu seja minha real decepção,
E por isso triste estou.

Agora eu sei que sou soro positivo,
Que a doença me corroerá,
Que o vírus me matará,
Ou já me matou, pois não me sinto mais vivo,
E o mundo agora comigo acabará.

Será que eu realmente merecia viver?
Por que não logo morrer,
Já que eu só posso me entristecer,
Já que eu só vou me corroer,
O que mais eu posso querer?

Se eu não terei um futuro,
Se eu não serei amado por alguém,
Se eu nunca construirei uma família,
Se eu não serei ninguém,
Por que me concederam a vida?

Então a única coisa que posso fazer é lastimar,
De qualquer forma eu não vou me matar,
Minha vida alguma hora, com certeza irá acabar,
Deixe-me apenas sonhar
Lá com certeza feliz irei estar.

Por enquanto, eu apenas quero sumir,
Talvez eu possa fugir,
Talvez um muro para a saúde possa demolir,
Por mais que outro mundo eu queira descobrir,
Eu sei que jamais poderei ir.

Pelo meu curto tempo saudável,
Deixe-me viver de forma amável,
Deixe-me ser adorável,
Agora entendo que isso é impagável,
Minha doce e curta vida admirável.

Eu sou queria respirar em paz,
Ter saúde já me satisfaz,
Mas agora sou incapaz,
Minha vida aos poucos se desfaz,
E eu apenas observo minha destruição, meu eterno caos.

Minha eterna ambição,
Deixe-me ser feliz então,
Talvez eu esteja sendo dramático,
Em meio à esse destino tão antipático,
Eu apenas não quero que minha vida seja em vão.

Nesse infeliz dia,
Me sinto solitário,
E essa situação me angústia,
Me cala na noite sombria,
Sinto agora que meu corpo está em situação precária.

É perigoso habitá-lo,
Agora tenho medo dele,
Agora tenho que cuidá-lo,
Proteger com muito zelo ele,
Antes que MEU CORPO se torne morto...