História Minhas canetas (poesias) - Como eu poderia fazer isso?

O vazio no meu dedo me entristece,
A cada dia que passa esse vazio passa a ser mais e mais melancólico,
Essa grande melancolia me aborrece,
Me deixando num estado deprimente e mórbido.

Eu me lembro de todas as juras de amor,
De como sua presença me fazia sorrir,
Me lembro da sua cara fofa quando queria que eu te fizesse algum favor,
Me lembro das nossas falhas tentativas de fugir.

Me lembro do seu sorriso,
Me lembro do seu olhar,
Eu me lembro de absolutamente tudo,
Como se eu não lembrasse as memórias fossem se apagar.

A única coisa que consigo sentir é melancolia,
Me sinto uma idiota e fria,
Me sinto uma boba por lembrar de você noite e dia,
Eu apenas penso em você e na sua família.

Eu meu odeio por ter jogado a aliança na sua cara!
Quando simplesmente queria falar que estou grávida,
Mas como eu poderia te falar que não sabia quem era o pai,
Já que fui estuprada.

Como eu poderia te dizer que seu irmão me estuprou?
Como eu poderia dizer que esse filho pode ser dele?
Você com certeza negaria e defenderia ele,
Já que você sempre o apoiou.

Só queria que voltássemos a ser cúmplices,
Porque essa palavra sempre definiu nossa relação,
Eu sempre amei essa sensação,
Mas de repente as coisas ficaram tão difíceis.

Nós tínhamos tudo que era necessário,
Nós tínhamos a cumplicidade,
Nós éramos como um casal extraordinário,
Mas seu irmão acabou com a minha seriedade.

Eu só queria falar que estou esperando um filho seu,
Mas não posso falar,
Você me apoiaria  ou pediria para eu abortar?
Mas também não quero te enganar.

Quando essa criança nascer,
Eu vou ter que te dizer,
Eu vou ter que fazer o exame de DNA,
Mas eu não consigo essas palavras expressar.

Podemos ser cúmplices ao menos mais uma vez,
Eu sinto sua falta,
E vou continuar sentindo,
Até essa criança nascer