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História Minhas Constelações - Intimidada


Escrita por: BabiLennox

Notas do Autor


E tudo começa por aqui....
Bom pessoal, último capítulo do ano. E vou fazer o possível pra continuar a postar os capítulos rapidamente, como tenho feito, em 2020. E que esse ano que está por vim seja repleto de coisas maravilhosas pra cada um de vocês que lêem minha história! Boas festas e boa leitura!

XOXO♥️

Capítulo 6 - Intimidada


Fanfic / Fanfiction Minhas Constelações - Intimidada

Aurora Grace

Malibu, mesmo dia – 06:57 PM

  Muitos dizem que é impossível mudar o destino, mas todos o dias fazemos escolhas que pode influência-lo. Perdemos pessoas, coisas e sentimentos tão rápido quanto os ventos que sopram as areias desérticas.

   O número de pessoas em minha vida sempre foi limitado, não tinha muito há perder. Mas quando eu perdi, soube que a dor não iria diminuir por conta desse limite.

  A verdade é que mesmo depois de muito tempo eu ainda não havia superado a falta de Wess em minha vida. Até a traição era mais fácil de aceitar, mas, eu não iria ficar correndo como uma cadelinha atrás de alguém que me deixou tendo total conciência dos seus atos.

 O livre arbítrio explica tudo, já que foi ele quem determinou o futuro. Um no qual eu viveria plenamente sem o cara que achei ser o amor de minha vida.

Estava tudo bem. De verdade.

Eu só precisava resolver o meu problema sério de apego as lembranças.

— Então… – Stuart estou a bolha que isolava-me do restante do mundo — Convidei Justin para sair com a gente.

Enrruguei o nariz, observando-o mexer no mouse de notebook e as fotos do desfile começaram a passar diante dos meus olhos.

— Que tipo de tentativa forçada de simpatia é essa?

Ele me empurrou com o cotovelo e por ter sido pega desprevenida, com toda moleza, a minha perna sobre a cadeira acabou se juntando a outra no piso macio do quarto.

— Não é simpatia forçada, ele é um cara legal.

— E você julgou isso durante os 20 minutos de conversa que tiveram hoje?

— Geralmente eu sou bom em primeiras impressões.

— Ae? Geralmente? – arqueei as sombrancelhas

— Eu acertei sobre você.

— E qual foi o palpite?

Ele me olhou com os olhos castanhos cerrados por um instante e eu jurei ver uma pitada de malícia passar por seu sorriso.

— Esquece, nem quero saber pois de qualquer forma você está errado.

— É o que veremos.

Voltei os olhos para a tela do computador analisando e selecionando as fotos que conseguimos dos bastidores pós desfile. As modelos foram super gentis e ainda me puxaram para uma foto em grupo.

Quando terminamos escolhemos um estabelecimento, que ficava mais ou menos meia hora do hotel, para nós divertimos um pouco.

Vi Stuart mandar a localização para Justin e passei a chamá-lo de interesseiro só de brincadeira.

Depois de ajudar Sra. Oberlin a arrumar suas malas, segui até a recepção informando que já poderiam mandar uma arrumadeira para o quarto de minha chefe, qual, estaria em um jantar com o pessoal de outras editoras e revistas. Ou seja, eu teria a noite livre, sem interrupções.

E cá entre nós, precisava disso mais do que em qualquer outro dia.

                                    09:55 PM


Garden's Wine Pub. – li o nome escrito no letreiro, me debruçando sobre a jenela do táxi – É aqui mesmo? 

Espiei o estabelecimento através das janelas de vidro e olhei para Stuart por cima dos ombros vendo o assentir.

— Sim. Santa Mônica, 281.

Depois de quase meia hora sentada naquele estofado duro, eu saltei do veículo e esperei que Stuart fizesse o mesmo para que pudéssemos entrar na Pub.

O local tinha uma iluminação fraca e estava cheio de pessoas – que deduzi serem turista por estarem falando algo parecido com espanhol.

A decoração meio rústica com móveis de madeira e quadros de astros do Rock dos anos 80. Sorri com as mãos enfiadas no bolso traseiro e bati com a ponta da bota no piso de madeira antes de me sentar em um banquinho de frente para o balcão.

— O que você vai querer? – Stuart se virou para mim e eu o enxerguei misturado com todas aquelas pessoas

Diferente de mim, que usava um Jeans Skinny, botas e uma blusa preta com gola branca, Stuart parecia bem mais relaxado com seu short de tactel e as sandálias de dedo.

— Gim tônica. – respondi entrelaçando os dedos e olhei rapidamente para a TV em minha esquerda que passava um jogo de basquete, provavelmente reprisado

— Uma cerveja e um gim tônica. – ele levantou o indicador, atraindo a atenção do bartender que assentiu rapidamente se virando para preparar as bebidas

— Então...– girei no assento deixando as costas apoiadas no balcão como as demais pessoas dali — Seu amigo não vem?

— Ele já deve estar chegando. – O vi olhar em direção a entrada rapidamente — Aliás, você tem algo contra ele?

Nossas bebidas foram empurradas contra nós e eu me virei para poder apanha-la.

O que? Por quê acha isso? 

— Toda vez que falamos sobre ele você tenta me fazer enxerga-lo como um garoto com más intenções. – tomei um gole da minha bebida

— Stuart, você é um garoto com más intenções. Justin é só um tipo de encrenca que eu acho melhor nos mantermos afastados, já que pode custar nossos empregos.

Ele jogou a cabeça pra trás rindo.

Você é tão ingênua Aurora Grace. – um perfume forte e masculino adentrou em minhas narinas e eu girei levemente o pescoço para ter certeza de que aquela voz rouca era de quem eu achei que fosse 

— Justin, meu chapa. – Stuart se levantou fazendo um rápido cumprimento com Justin, eu apenas balancei a cabeça em sua direção e sorri sem graça

Mas não era como se retirasse tudo o que havia dito. Eram apenas verdades.

— Conhaque. – foi o que ele pediu e se sentou ao meu lado

Distraída, me inclinei para pegar o cardápio enquanto ouvia ambos homens ao meu lado trocarem informações sobre o jogo que passava na TV.

— Que tal pedirmos uma porção de camarão frito e batata frita? Só pra começar.

Intercalei o olhar entre Justin e Stuart e os dois concordaram com um aceno.

— Tudo bem. – respondi me sentindo animadinha e chamei a bartender que acabará de contornar balcão

Meia hora depois a comida chegou, provocando uma pausa na discursão árdua que tínhamos sobre os Lakers serem melhores do que os Knicks com um pessoal da mesa a nossa frente.

— Foi um prazer. – me despedi dos mesmos, pulando do assento com o copo na mão

Arrastamos as bebidas e comidas para o fim do balcão afim de jogarmos tiro ao alvo.

— Tudo bem, um dólar pra começar. – vasculhei meus jeans e puxei uma nota de um dólar completamente amassada, jogando a em cima do balcão. 

— Melhor de três. – informei pegando os dardos do alvo e voltei vendo Justin improvisar um linha no chão com sal — Eu começo.

Deixei os dardos sobre a mesa escolhendo três para mim. Com a ponta do dardo posicionada levemente para cima me mantive reta para frente e para trás. Foquei em um ponto específico do alvo e sem usar nenhum pingo de força, em um ato suave, lancei o dardo para frente.

Juntei as mãos, olhando com esperança para o dardo e vibrei quando o mesmo caiu na parte interna da secção vermelha. 

Os pontos triplicaram. 

— Nada mal para uma míope. – Stuart me zoou, enquanto mastigava um pedaço de camarão

— Faz melhor, seu vesgo. – devolvi a piada e nós rimos sabendo que no fundo era apenas o espírito competitivo falando por nós

Me virei novamente para frente e soprei os dardos em minha mão, os jogando em um movimento assiduamente contínuo.

Meus ombros caíram ao ver que eu não havia me saído tão bem quanto na primeira vez, marcando apenas 38 pontos. No final, acabei acumulando 92 pontos.

— Minha vez! – Stuart saltou com uma animação não tão exagerada, pois estávamos todos um pouco zonzos

Voltei para o balcão encontrando dois shots de tequila e empurrei um em direção a Justin. Imitando os atos do mesmo, lambi a pele entre o polegar e o dedo indicador jogando um pouco de sal na mesma área.

— Vai lá Mallmann! – incentivei lambendo o sal de minha mão e virei o copo de tequila de uma vez só, prometendo a mim mesma que aquela seria a última dose pesada da noite

Stuart jogou os dardos ignorando intervalos e o mesmo não se saiu tão mal assim, acumulando o total de 97 pontos.

— Que vesgo mais filho da mãee! – ergui as mãos e ele bateu com as suas

— Mandei ver, gatinha. – rolei os olhos enfiando uma batata frita na boca e vendo-o fazer o mesmo com camarão

Justin se posicionou atrás da linha de sal com três dardos na mão e olhou pra trás sorrindo.

Um ato que dizia claramente "é assim que se faz".

Pisquei fazendo uma dancinha com os braços quando "Unbelievable" começou a tocar bem baixinho.

Observei todos seus movimentos, o modo com que ele mexeu os ombros como se tentasse relaxar até que na ação mais suave, que eu jurei ter visto, ele acertou na mosca dupla.

Bati palmas rindo.

— Ficou quietinho todo esse tempo escondendo o jogo. Esper...– Stuart se alto interrompeu, tapando a boca e nos olhando com os olhos meio esbugalhados — Ow pessoal, tem alho nesses petiscos?

Franzi o cenho

— Acho que os camarões são empanados com ele. Por quê?

Droga. – foi o que ele resmungou apenas, encolhendo os ombros e correndo em direção a placa que apontava para os sanitários

Justin e eu compartilhamos olhares confusos.

— Tequila demais. – ele deu de ombros, caminhou até o balcão e virou o copo com licor rosa 

O observei

— Já experimentou? – perguntou jogamos o peso do corpo em uma perna só e cerrou os olhos como se tentasse me enxergar melhor

Neguei

— Não tenho costume de beber então é melhor não abusar.

— Tem razão. –  ele sorriu meio bobo e deu uma espiada no alvo antes de erguer a mão e lançar o dardo sem mexer muito o corpo

— Aaaaa! – viramos o rosto na direção do gemido de dor e minha boca se abriu em choque ao ver um cara barbudo e alto segurando seu braço que havia sido atingido pelo dardo

O mesmo usava uma regata, calças jeans desbotadas e uma bandana.

— Oh merda. – endireitei a postura quando vi o mesmo puxar o dardo da sua pele  avermelhada sem muito esforço e se aproximar de nós, o cheiro forte de bebida atingindo minhas narinas e me deixando alerta

Tu mocoso está loco!? – gritou cuspindo e indo pra cima de Justin

Aconteceu tudo tão depressa – ainda estava tentando entender o que o cara havia dito – que Justin nem teve tempo de se defender do golpe que tomara no meio da sua face.

Os copos que estavam sobre o balcão se espatifaram no chão, chamando atenção de quem ainda não tinha notado a briga que se iniciava desse lado do bar.

Soltando um urro, que eu não consegui distinguir se era de dor ou raiva, Justin avançou na direção do homem que caiu no chão em um baque e os dois começaram a trocar socos.

Os caras com quem havíamos conversado momentos antes se levantaram e partiram pra cima dos corpos que se atacavam, mas a iniciativa só colocou mais lenha na fogueira. 

— Alguém me ajude aqui! – berrei meio desesperada, tentando me aproximar de algum modo para puxar Justin pela camisa

O bartender pulou o balcão e eu me afastei vendo-o se meter no meio da briga, mas tudo que ele conseguiu foi um soco na garganta.

Choraminguei quando vi o cara barbudo tomar o controle da situação, empurrando Justin contra uma mesa com umas mulheres, que saltaram de lá soltando gritinhos histéricos.

Como eu iria explicar isso para Sr. Oberlin?

O fato de Justin ser quem era causou um surto de adrenalina em mim. Por isso, peguei um banquinho de madeira e bati contra as costas largas do homem grande que cambaleou para o lado, dando espaço para Justin levantar

Os dois caras que antes brigavam ao lado de Justin seguraram os estrangeiros que fumaça pelas ventas.

— Que merda tá acontecendo? – olhei por cima dos ombros e vi Stuart em cima da linha de sal

— Vamos dar o fora daqui!

Hotel, 00:51

— Agora dá pra explicar o que aconteceu lá? – Stuart pediu, jogando os braços no ar

Dei de ombros, abrindo a caixa de primeiros socorros procurando por gaze

Bebidas demais para uma noite. – respondi, recebendo um olhar incrédulo de Justin

— Agora a culpa é minha?

— Eu não disse isso.

— Aquele cara que veio pra cima de mim, eu só me defendi.

— Violência não é a resposta mais sábia para um desentendimento.

Ele riu irônico.

— Eu devia ter deixado ele me bater então.

— Tudo bem, eu vou para meu quarto tomar um antialérgico e dormi. – Stuart tropeçou no tapete mas se segurou na mesinha próxima a porta e riu me olhando por cima do ombro – Por pouco. Boa noite pra vocês.

Fiz pressão no hematoma no braço de Justin afim de interromper o sangramento, assim como eu havia feito em seu rosto.

Me afastei e o espiei através de minha visão periférica. O mesmo estava sentado na cama sem camiseta deixando a mostra as poucas tatuagens no abdômen. 

O cabelo desgrenhado, jogado sobre a testa e ele tinha um olhar meio sombrio enquanto encarava um ponto fixo.

Depois de um tempo, eu disse:

— Você não entendeu a questão, Justin. Toda situação toda poderia ter sido evita. Agora me diz, como vamos explicar esses ferimentos para sua mãe? – voltei para perto dele, ficando de pé para jogar álcool iodado no ferimento

— É com isso que está preocupada? Relaxa, eu não vou citar seu nome mesmo sem dever explicações a senhora minha mãe.– estiquei o pescoço, apertado com força a bisnaga 

Quando o álcool caiu sobre sua carne exposta ele gruniu baixo e agarrou minha cintura, apertando-a com as pontas dos dedos.

 — Que merda, essa porra arde pra caralho! – pisquei sentindo uma coisa estranha no local em que ele apertava

Por fim, enfaixei seu braço rasgando a ponta da gaze e fiz um nó.

— Como está sua mão? – guardei as coisas que havia usado na caixa de primeiro socorros e travei a mesma, levando-a de volta para o armário do banheiro

— Nada que água e sabão não resolva.

— Tudo bem, então...eu vou indo.

Apontei pra porta e ele assentiu.

Andando no escuro, toquei a maçaneta e o ouvi dizer meu nome.

— Espera. 

Virei-me vendo se aproximar com algo nas mãos e estender para mim.

—  Pelo conteúdo acho que isso é seu. – tateando o objeto no escuro, eu soube do que se tratava

— Minha agenda...como você encontrou?

— Estava no táxi que eu peguei quando vim pro hotel. Você deve ter esquecido do jeito que é atrapalhada. – ri fraco

— Obrigada, você me poupou de uma grande dor de cabeça.

Justin deu um passo á frente e seus olhos queimaram no escuro.

— Parece que você está me devendo mais uma.

— Você quem está sempre dando um jeito de me livrar de boaa frias.

Dei dois passos para trás girando a maçaneta e  a luz do corredor iluminou parte do rosto dele.

— Boa noite. – sussurrei com as unhas raspando na porta ao ser fechada e fujo do seu olhar pesado e furtivo

A verdade oculta e imperceptível até alguns segundos atrás era que ele me intimidava, mas eu jamais admitiria isso.

"Estou distante porque não quero ser alcançado" - Don't check on me


Notas Finais


KKKKK ALGUÉM MAIS SENTIU ISSO?
Continuem a comentar, estou amando ♥️


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