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História Minhas Constelações - Trabalho é trabalho


Escrita por: BabiLennox

Notas do Autor


Me empolguei um tanto com o feriado do ano novo e demorei pra aparecer kkkkk, vou voltar a postar dia sim dia não como de costume!
Boa leitura meus amores ❤️

Capítulo 7 - Trabalho é trabalho


Fanfic / Fanfiction Minhas Constelações - Trabalho é trabalho

"Você pode ficar revoltado com o destino  pode praguejar, pode xingar aos deuses, mas quando chegar a hora, você tem que aceitar." - O curioso caso de Benjamin Button


       Aurora Grace

Manhattan, Nova York


Outubro havia chegado, trazendo de vez o outono na mala. A Editora estava a todo vapor. Haviam dezenas de documentos em minha mesa para serem conferidos e digitalizados, e, outra pilha estava á caminho para que eu pudesse fazer o mesmo.

— Deixei rosquinhas na sua mesa. – Stuart passou voando por mim com seu skateboard elétrico  

— Obrigada! –  respondi alto, rindo, me agachando para pegar as folhas que a impressora cuspia

Ele me olhou por cima dos ombros sorrindo e apertando os olhos.

Balancei a cabeça e com tudo em mãos voltei para minha mesa. Havia uma caixa média lá, meio aberta e um cheiro no de goiabada emanava dela. Empurrei-a para o lado e abri a sacola com vários marca textos pegando apenas o rosa e o verde.

Os dias em que estivemos em Malibu só serviram pra acumular trabalho mas eu não me arrependia de nada. Foi a primeira vez que eu saí de Nova York, então estava tudo bem.

Eu até havia conseguido uma corzinha, não parecia mais um fantasma de tão pálida.

Após conferir, minuciosamente, documento por documento juntei todos por ordem decrescente dos códigos e segui para digitalização – o que demorou quase uma uma hora e meia e meus tornozelos doíam de tanto que eu fiquei sentada sobre eles.

Quando voltei para minha mesa, um pouco depois das três, a Sra. Oberlin já estava em sua sala.

— Com licença. – dei leves socos na porta de vidro e entrei, percebendo Justin sentado no sofá de um modo desleixado enquanto mexia no celular — Sra. Oberlin.

— Tem alguma coisa para mim? – foi o que ela disse enquanto digitava no computador

— Hã….sim. A Loren mandou um convite para o chá de revelação dela, o Jonan pediu para que a Sra. ligasse para ele assim que possível e...ah! Anny Steele mandou um e-mail adiando a entrevista de quinta para a próxima quarta só que o horário bateu com a sessão de fotos daí eu liguei para o Forty sugerindo uma troca de dia, ele concordou, então está tudo certo. 

Minha chefe ficou em silêncio por um minuto então tirou o telefone fixo do gancho e digitou uma sequência de sete números antes de olhar para mim, com tédio banhando sua expressão.

— Recuse o convite para o chá mas compre um presente de 100 dólares e mande para ela com uma carta escrita a mão parabenizando-a pelo bebê. Cancele a entrevista com a Steele e remarque a minha sessão de fotos para a próxima quarta, como antes.

Franzi o cenho, comprimindo os lábios e girei os calcanhares.

— Tudo bem. – não consegui me mover para fora da sala por isso me virei novamente para ela — A Sra. tem certeza que quer cancelar a entrevista? Digo, Anny só remarcou por conta de problemas familiares e isso é muito importante para o trabalho dela.

Ela apenas suspirou e me olhou profundamente, a ligação que ela tentava fazer acabou caindo na caixa postal e ela devolveu o telefone para o gancho e então entrelaçou as mãos na frente do rosto.

— Me diga, essa entrevista vai fazer alguma diferença na sua vida?

— Bom... não. – sorri sem graça

— Então por qual razão está tão incomodada? Ela é só uma estágiáriazinha tentando fazer o próprio nome e além do mais não sou tão acessível assim. Não é meu problema se o emprego dela depende disso, também não deveria ser o seu. Mais alguma observação?

— Não Senhora.

— Ótimo, gosto assim. – minha chefe vasculhou a própria bolsa e tirou de lá as chaves de sua Lexus prata jogando-a em minha direção — Agora faça algo mais útil do que sentir pena de alguém e leve as roupas do porta malas para a lavanderia.

— Sim Senhora.

— E não esqueça das planilhas que Carl pediu. 

Assenti e me virei dando de cara com o muro de gelo que o olhar de Justin construiu bem atrás de mim.

Sorri minimamente para ele, que tinha um semblante cansado e olheira profundas, sendo ignorada completamente.

Provavelmente estava de ressaca e mau humor.

Antes de sair, peguei meu laptop para finalizar as planilhas. 

A caminho do elevador encontrando a assessora jurídica da Editora.

— Grace, Oi! – ela sorriu para mim, tocando meu ombro exalando simpatia enquanto eu, internamente e de modo secreto, invejava sua beleza. 

Mas não era uma inveja do tipo:  "Ah meu Deus, tomara que os cabelos loiros e sedosos dela caiam e sua pele leitosa apodreça." 

Não.

Eu admirava ela. 

Não só por sua beleza externa mas também por todas as conversas rapidamente interessantes dentro do elevador. Ela era horrivelmente boa e eu gostava de todas as vezes que nos esbarravamos por aqui.

— Oi Abigail. Como vai?

— Tudo ótimo. Fiquei sabendo sobre a viagem, o que achou da conferência? 

— Formidável. Ampliei meu ponto de vista sobre diversas coisas e foi uma honra estar no mesmo lugar que o Pembroke, ele é maravilhoso.

— É sim. – sorriu tombando a cabeça para o lado  — Bom, preciso falar com a chefa. Devíamos sair qualquer hora para tomar um café ou fazer yoga juntas.

— Marque o café. – enrruguei o nariz e ela balançou a cabeça rindo, voltando a caminhar na direção contrária da minha com seus Louboutins chiques.

No caminho lembrei-me das rosquinhas que Stuart havia deixado para mim e meu estômago roncou, castigando meu cérebro que inchou de arrependimento.

Com tanto trabalho eu sequer tinha saído no meu horário de almoço. Por isso, atravessei a rua correndo em direção ao restaurante Taco Bell que Stuart e eu frequentamos regularmente.

Pedi meia porção de batata frita, um burrito de carne e chá gelado. Iniciei o laptop e abri o numbers olhando as planilhas. Meu espírito perfeccionista sorriu por se sentir satisfeito e fazer surgir uma cosquinha interna de alívio.

Verifiquei as datas importantes marcadas no calendário do meu celular enquanto afundava as fritas no molho de tomate. 

Digitei um e-mail para Anny com pesar e usei "Sinto muito" três vezes no último parágrafo.

Frustrada, escorreguei pelo banco de couro vermelho quando um alerta de bateria esgotada apareceu na tela e eu me lembrei que não havia trago o carregador.

Paguei a conta e vesti o blazer saindo de lá com o burrito em uma das mãos e a outra segurava minha bolsa e o laptop. Corri em direção do carro fugindo dos respingos fracos de chuva e dirigi até a lavanderia próxima ao meu prédio.

                                   ~

Meus sapatos ensopados faziam um barulho estranho de acordo com os passos que eu dava. A blusa de seda agora quase transparente atraia olhares furtivos que me deixavam enjoada de modo que o sangue subia para as bochechas.

Mas Sra. Oberlin não pareceu se importa com nada disso ou qualquer coisa que não se tratasse da revista e Justin — o último em especial, mais uma vez, parecia ter irritado-a. 

Eu definitivamente não estava surpresa.

— A parti de amanhã você  vai acompanhar Justin até um grupo de apaio ao tabagista e levá-lo para minha casa. Uma vez por semana e já sabe o que acontece se eu descobrir que ele não está frequentando.

— Eu não preciso da porra de uma babá! – ele gritou furioso — Já sou bem grandinho para ir e vim sem sua empregadinha ficar no meu pé.

Eu me encolhi no meio dos dois, sem saber se ia embora ou ficava.

 — Não foi o que demostrou da última vez que eu lhe dei o derradeiro voto de confiança. – a calma com que ela discutia com ele e movia a mão por entre os papéis em sua mesa era impressionante e pareceu deixar Justin mais irritado por não ter a atenção que desejava — Estou cansada de você trazendo as merdas dos seus problema para o meu trabalho Justin, vá para casa. Conversamos mais tarde.

Ele resmungou alguma coisa em italiano enquanto ia embora e a Sra. Oberlin levantou o rosto meio chocada com o que quer que ele havia dito.

Pigarreei

— Mais alguma coisa?

— Estou esperando meu jantar e a ligação de Adrian.

— Claro. – Me escondi do seu olhar vazio e digitei o número do restaurante que ficava a oito quadras da li enquanto via todos os outros funcionários indo embora


Quando joguei minhas chaves em cima do balcão do apartamento já passava da meia noite, liguei a TV e apoie os pés nas costas do sofá. Um programa de perguntas e repostas me fazia cochilar até que a porta se abriu.

— Hey Mackenzie. – vi ela vim em minha direção, com a expressão contorcida como de costume porém seus ombros caidos — Achei que estivesse de plantão hoje.

— A cirurgia foi um fracasso, o paciente morreu.

Compri os lábios entendendo a falta do ânimo que ela se quer possuía.

— Sinto muito Mack, deve ser uma droga.

Ela suspirou, os braços caídos entre as pernas.

— Pelo menos ele não tinha família.

Ponderei sobre aquilo por longos instantes. Não ter uma família não fazia da vida daquele homem menos valiosa, porém descidi n compartilhar minha opinião. Estava cansada demais pra isso e só percebi o quão longo o dia tinha sido quando senti minhas pálpebras pesarem, anulando qualquer possibilidade de um lanchinho da madrugada.



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