" M i n h a s T e o r i a s "
D e : V e r o n i k a R i b e i r o
@GratidaoLerigou
- É sério que o seu ego é tão grande que você prefere acreditar que em meio de uma galáxia enorme só existe vida no planeta terra!? - Disse impaciente, me sentando na grama, sentindo uma brisa gélida chocar-se em meu rosto.
- Você bebeu, garota? Te ofereceram drogas e você aceitou? - Ele disse também impaciente sentando-se também, mas desta vez sem sentir brisa alguma.
- Eu não bebi! Estou sóbria! Apenas tenho uma ótima imaginação! - Tentava convencê-lo inconformada com suas acusações.
- ET's não existem, sua louca! - Ele disse me empurrando de leve e eu revirei os olhos.
- São teorias, meu querido, TEORIAS! - Disse dando ênfase na palavra "teorias".
- E agora você vai me dizer que acredita em vida após a morte? - Disse irônico enquanto revirava os olhos.
- Na verdade... - Fitei meus pés. - Eu acredito sim em vida após a morte. - Ele me olhou espantado me achando mais louca ainda. Com certeza vai tentar me internar n'um hospício!
- Destino? - Disse agora se entregando a curiosidade. Sorri por ter conseguido o fazer ceder as minhas teorias "mirabolantes".
- Com todas minhas forças! - Disse alargando o sorriso e agora o encarando.
- E tem teorias sobre, certo? - Arqueou uma de suas sobrancelhas meio que em tom de desafio.
- Duvida? - Imitei seu gesto fazendo-o rir.
- Prossiga. Quero saber mais sobre essas suas teorias loucas! - Disse agora deitando na grama úmida pela garoa da madrugada.
Acompanhei sua ação, sentido o frescor percorrer meu corpo, causando-me uma sensação de leveza.
Logo pensei por onde começaria: teoria, exemplos, opiniões... ou tudo junto?
Tudo junto!
- Tipo... - Já estava a me enrolar, nem eu mesma me entendia! - Acho que tudo na vida tem um porque. - Eu fitava o céu estrelado e aos poucos ia me dispersando da realidade, viajando para meu mundinho alternativo.
- Tipo, essa nossa conversa com certeza vai influenciar no futuro? - Disse interessado, me encarando. Continuei a fitar o céu, de maneira indiferente. Sim, eu já estava no meu mundo próprio, com todas minhas opiniões, todos pensamentos, sonhos e etc.
- Sim. - Disse ainda indiferente. - Tipo, a menina que tropeçou na rua... - Comecei a exemplificar. - Pode estar prometida a entrar na sua vida, n'um futuro próximo. - Encarei-o de volta e vi que ele também estava n'um mundo longe da realidade, encarando o céu, a lua e as estrelas. - Ou n'um passado longe, talvez em sua infância, um encontro desastroso n'um parque que gerou um grande bate-boca entre duas mães nervosas que defendiam seus filhos um do outro, mesmo que estes não ligassem e até já tivessem se desculpado. - Pela primeira vez na noite, nos encaramos de perto, sem timidez, sem vergonha, como se nos conhecêssemos a anos e tivéssemos intimidade para o fazer.
- Você... Eu estou deitado na grama, do lado de fora de uma festa, ouvindo teorias loucas de uma louca e... não conheço esta louca. - Sentou-se e fitou seus pés com o pensamento longe. - Seria precipitado demais dizer que já sinto por ela? - Perguntou meio que p'ra si mesmo e olhou para mim, de soslaio, me fazendo ruborizar rapidamente. Minha sorte é que estávamos no escuro, então não seria possível perceber minha "leve" corada.
- Eu não sei... - Sentei e encarei minhas mãos com vergonha de o fazer com ele. - Seria precipitado demais se eu também sentisse? - Tirei força e coragem de meu interior para dizer isso, sem ao menos gaguejar, e, graças aos céus, consegui o fazer.
- Talvez. - Disse simples ainda olhando para o nada.
- É, talvez. - Concordei agora também olhando para o nada, que talvez, fosse tudo.
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