História Minhas Teorias Sobre James Sirius Potter - Potter Detenção Castigo de Merlim

O ciúme é o meio-termo entre o amor e o ódio. —Philibert Commerson

Abri os olhos devagar, nada á nada mais estranho para mim que acordar com o silêncio. Quando estou em casa, sempre tem um motivo que me faz acordar. Seja Scorpius pulando na minha cama, seja Lolla aparatando no meu quarto,  ou ainda meus pais esmurrando a porta querendo falar comigo "AGATHA PRECISAMOS SAIR, CUIDA DA SUA IRMÃZINHA", "AGATHA, VOCÊ FICOU DE IR AO MINISTÉRIO HOJE PARA MIM, LEMBRA?", "AGATHA, SUA CORUJA CHEGOU E NÃO PARA DA PIAR, PELO AMOR DE MERLIM!" .

Quando estou em Hogwarts, as coisas pioram mais ainda, quando não é o despertador é uma das meninas tacando um travesseiro em mim, ou então alguma marotice que o idiota do Potter colocou no nosso dormitório para "ser gentil e facilitar nossas manhãs". Nem nos finais de semana eu consigo acordar em paz. 

Mas, por algum milagre, hoje eu consegui. Estranha-para-o-caramba.

Encaro o relógio da cabeceira, 11:00 horas está marcado, o dormitório vazio, as camas arrumadas... Universo, querido, o quê que ta acontecendo? 

Franzo a testa, repassando mentalmente a semana... que dia é hoje? Hmmmm, será que as meninas esqueceram de me acordar para as aulas da manhã ou... ou... AI NÃO, POR FAVOR! ALGUÉM ME DIZ QUE HOJE NÃO É SÁBADO.

—Odeio a minha vidaaaaaaaaaaa —Reclamo, enfiando a cara no travesseiro. Minha esperança era de que o maldito dia da detenção nunca chegasse. 

A semana tinha sido tão boa — apesar da detenção, mas isso não vem ao caso —  Para começar, as aulas de DCAT com o mais novo e mais gato professor de Hogwarts: TEDDY LUPIN! Se existe outra parente meu que eu amo, essa pessoa é o Ted, quer dizer, quem mais consegue beber 5 garrafas de Whisky de Fogo de uma só vez? E ainda vai para a pista de dança e rebola até o chão? Quem mais soube convencer Clary de que "dormir cedo é algo especial" quando minha irmãzinha quer ficar acordada até tarde vendo filme? Quem mais esteve perto quando Scorpius resolveu se assumir homossexual? 

OKAY! OKAY! Essa última parte eu inventei! Apesar de que, eu AINDA acho que algum dia meu irmão vai assumir pro mundo bruxo que é Gay-Gay-Gayzíssimo. Não custa sonhar né?

Mas a maior novidade da semana veio da diretora McGonagall, durante uma das aulas de Transfiguração:

"—Sei que muitos de vocês estão aocstumados comigo dando aula, mas a cada ano fica mais difícil conciliar meu trabalho com diretora e professora, e é por isso que na semana que vem vocês terão aula com um novo professor de Transfiguração, ele não pode vir antes, mas tenho certeza de que não existe pessoa melhor do que o sr Lagunos"

Isso resultou num bando de gente —incluindo eu e as meninas— imaginando como deve ser o nosso novo professor:

—Ele deve ser careca, e ter a barriga do barão sangrento! —Opinou Holly, quase babando suco de abóbora só de imaginar.

—Só espero que não seja algum novo fantasma —Falo — Acabamos de nos livrar do sr Binns.

—Ahh, sr Binns! Como vou sentir falta das sonecas durante a sua aula depois do almoço... —Comenta Amélia, com falsa voz de choro e as duas mãos sobre o peito. Como se realmente sofre-se sem o nosso antigo (põe antigo nisso) professor de História da Magia.

—Eu não sei vocês mas esse ano eu pretendo virar nerd em História da Magia... Oooooooh matéria gostosa!!! — Milena dá uma piscadinha maliciosa. Nós cinco desatamos a rir. 

—Coum certíza, sus decisons no tem nada avier coum a belessa do profíssor... —Lara revira os olhos, impressionada por ter amigas tão 'saidinhas'. 

Além dos dois novos professores, três contando com o misterioso sr Lagunos, também tivemos a surpresa da nova professora Shannah Blay, na quarta, para dar aula de Runas Antigas. O mais impressionante é que ela é só um ano mais velha que a maioria de nós... NEM preciso dizer que na aula de sexta, já houve um aumento consideravel no numero de alunos... todos do sexo masculino.

—É impressão minha ou esse ano tem vários professores novos?! — Questiona Holly, quando Amélia, ela e eu entramos na biblioteca. 

— Já não era sem tempo, nenhum professor vive para sempre, exceto o sr Binns — Comenta Amélia, rindo.

—Meu Merlim, Amélia! Quer deixar a alma do sr Binns descansar em paz?!

—Silêncio, vocês três! Isso daqui é uma biblioteca, e não o salão comunal. — Reclama Madame Pince, a bibliotecaria.

Solto o ar pela boca, tentando obrigar meus musculos a se mexerem, de uma forma ou de outra, tenho que levantar para a detenção. Quanto antes eu for, mais cedo vai acabar. E não posso correr o risco de me atrasar e ser "presenteada" com mais um final de semana presa ao Potter.

Tomo um bom banho quente, penteio os cabelos e prendo em um rabo de cavalo, apesar de molhados, nunca uso eles soltos no dia a dia. Visto uma blusa de alça azul, com "Make dreams come true" escrito em preto, uma calça jeans e minhas botas pretas de cadarço vermelho-vinho. 

Um fato sobre mim: eu amo botas, de qualquer tipo. Seja com ou sem salto, de borracha ou de pelo. Se eu tenho algum vísio consumista é em botas. Não consigo evitar não comprar a bota que vi na vitrine. Tadinho o cartão de crédito do meu pai no fim do mês, ele quase teve um ataque cardíaco da última vez. A pressão dele subiu e ele ficou vermelho que nem as bandeiras da Grifinória...

Já estou quase saindo quando me lembro do anel que a vovó me deu de aniversário aos 9 anos, pouco ante dela e do Lucius Malfoy irem embora para Paris. 

—Ag, minha querida, eu e o seu avô fizemos coisas terríveis que um dia você irá saber, o nosso sobrenome pode estar agora amaldiçoado para todos os bruxos e bruxas, mas quero que se lembre de uma coisa, antes de eu ser uma Malfoy, fui uma Black, não é um sobrenome dos melhores, você vai aprender o porquê, mas antes de tudo isso, eu tinha uma irmã, nunca conheci pessoa mais bondosa, sensível e corajosa do que ela. Sempre tão diferente de nós... Meus pais, a muitos anos atrás, com sua mania de que apenas sangues puros deveriam carregar nosso sobrenome e ah... , mesmo assim ela nunca deixou de ser quem era. Ag, eu vejo isso em você, posso ver claramente em cada parte de você minha irmã. Eu era uma pessoa tão diferente naquela época, minha querida. E espero que  algum dia você entenda que as ovelhas negras da minha família estão em você e eu não podia estar mais feliz.

Vovó Narcisa sempre foi especial para mim, levou um tempo para eu entender os tais erros da minha família (passei boa parte do meu 1º ano de Hogwarts só aceitando ser chamada de Greengrass) e mais um longo tempo até perdoar e perceber que minha avó tinha mudado, e não porque não havia mais um Lord das Trevas, nem por ele nunca mais voltar (GRAÇAS A MERLIM) , mas sim porque algo tinha mudado. De alguma forma eu sabia. Já meu avô... Bom, esse é outra história.

Coloquei o anel no dedo, as três pérolas tom creme que eu já estava tão acostumada a ver, o aro preto brilhante e a haste que envolvia cada uma das pedras em dourado. Toda vez que olhava para ele sentia um misto de saudade e gratidão. Era como ter algo delicado e forte ao mesmo tempo.

Desci para o Salão Principal, com a barriga roncando, no meio do caminho encontrei o zelador — Quanta sorte já de manhã — que me avisou que a detenção seria depois do almoço na sala de troféus. Ótimo, além de aturar o Potter, ainda teria a companhia do Pirraça, o fantasma mais arteiro de Hogwarts, ou seja, um Poutergeist.

Pelo Amor de Merlim, a calmaria do dia acaba de chegar ao fim.

Entro no Salão Principal, e sigo para a mesa da Grifinória, o salão está bem vazio, exceto pelos alunos do 1º e 2º ano, Nikki-Quase-Sem-Cabeça  está sentado perto do Trasgo Potter, e assim que me vê, acena para que eu me junte a eles.

—'Dia, srta Malfoy.

—'Dia, sr Nicolas — Respondo, a contragosto me sentando ali.

—Eu estava dizendo ao jovem Potter que grande parte dos troféus de Hogwarts foram conquistados por mim. Mas ele parece não acreditar! Uma absurdo, devo dizer.

O babuíno Potter dá um sorrisinho de canto e olha pra mim, com os olhos brilhando. Como se, "absurdo" fosse apenas uma brincadeira para ele. 

—Sr Nicolas, EU já limpei cada um dos troféus daquela sala, e posso garantir que nenhum deles tem seu nome. Nem na lista de Monitores-chefe. 

O fantasma da Casa Grifinória olha para mim, em busca de apoio. Contenho a vontade de rir, em parte por causa do Potter, não quero aquele idiota se achando o máximo, e outra em respeito ao sr Nicolas, que com certeza ficaria magoado comigo por rir.

—Bom, eu não sei. Nunca fiz detenção na Sala dos Troféus, não TANTO quando o Potter. Mas isso não significa que eu concorde com ele  —Falo, tentando ser indiferente. 

Depois de mais um tempinho, Nikki-Quase-Sem-Cabeça finalmente vai embora, e posso almoçar sem sentir vontade de vomitar. (Fantasmas de causam enjoo, é como se desse um nó na minha garganta).

—Dormiu bem, querida? —Pergunta o Potter, debochadamente.

O fuzilo com os olhos ( infelizmente não tenho uma arma para fuzilar esse imbecil de verdade) :

—Perfeitamente bem, querido. Na verdade, eu estava tento uma ótima manhã até lembrar que passaria o resto do dia com você. 

O Potter me deu um sorriso maroto ~assustador~ e voltou a comer (Graças a Merlim). Quando terminei meu almoço, minha irmã Clary veio correndo até mim. 

—OI COISA CHATA! —Sim, senhoras e senhores, esse era o "Bom dia" da minha irmã.

—OI COISINHA CHATA! —Respondo, a abraçando e fazendo cócegas. Ela estremece e se afasta.

— Papai e mamãe mandaram uma carta para você pela minha coruja nova. Toma — Clary me entrega um envelope azul marinho com o brasão da Casa Malfoy (um escudo com o grande M escrito em branco e dois dragões de cada lado). 

Antes de sair, minha irmãzinha me dá um beijo na bochecha e volta saltitante para a mesa da Sonserina. Guardo a carta no bolso para ler mais tarde.

Filch já está parado na porta da sala de Troféus, quase soltando confete de felicidade (sério, ele é o tipo de pessoa que gosta de ver os outros só se dando mau). Recolhe nossas varinhas e diz que vai voltar de 15 em 15 minutos para verificar o serviço. (Eu tenho para mim que ele vai é tirar um cochilo e só acordar daqui a duas horas, no mínimo).

O Potter  e eu decidimos limpar em lados opostos. Enquanto ele começa pelas armaduras e escudos, eu fico com uma das vitrines cheias de troféus, do outro lado da sala. 

Estamos limpando a quase 20 minutos, e o único com vem das esponjas sendo torcidas e a água caindo no balde, quando o Potter tem a brilhante ideia de começar a cantar.

—I'll be your light, your match, your burning sun
I'll be the bright, in black that's making you run
And we'll feel alright
And we'll feel alright.

Por incrível que pareça, sua voz cantandando é menos irritante do que falando.

—'Cause we'll work it out
Yeah, we'll work it out
I'll be doing this, if you ever doubt
'Till the love runs out
'Till the love runs out — Continua o Potter, se animando com a música. Ele sobe numa das bancadas, que tem taças de ouro e começa a girar e desviar como pode de cada uma delas.

—I'll be your ghost, your game, your stadium
I'll be your fifty-thousand clapping like one
And I feel alright
And I feel alright — Ele joga a esponja dele em mim. —Anda, Malfoy! Eu sei que você conhece essa música. 

Reviro os olhos e sacudo a cabeça, mais nem morta feat enterrada eu canto qualquer música com ele.

—'Cuz' I worked it out
Yeah, I worked it out
I'll be doing this, if you ever doubt
'Till the love runs out — E então, o Trasgo do James tem a brilhante ideia de tacar a água do meu balde em mim. O encaro vermelhíssima de raiva. E antes que perceba nós dois estamos correndo até o balde de água dele. Eu por vingança e ele só por diversão mesmo. Só que o Potter é mais rápido (ELE TEM PERNAS LARGAS, TÁ LEGAL?!) pega o balde antes de mim — Ou você canta ou eu e molho de novo! 

O fito fixamente, e nossa, ele está falando bem sério porque mal pisca. 

— I got my mind made up
Man, I can't let go
I'm killing every second till it saves my soul
Ooh, I'll be running
Ooh, I'll be running
'Till the love runs out
'Till the love runs out — Quando finalmente "cedo", o Potter dá um sorriso vitorioso e começa a dançar com o balde na cabeça. 

—And we'll start a fire
And we'll shut it down
'Till the love runs out
'Till the love runs out —Tento conter minha animação com a música, até que Pirraça aparece e começa a fazer os objetos da sala batucarem no msm ritmo da música. Pego uma das armaduras e começo a dançar com ela. 

—There's a maniac out in front of me
Got an angel on my shoulder
And Mestopholes
My momma raised me good
Momma raised me right
Momma said
"Do what you want, say prayers at night"

—And I'm saying them cause I'm so devout
'Till the love runs out
'Till the love runs out
I got my mind made up
Man, I can't let go
I'm killing every second till it saves my soul
Ooh, I'll be running
Ooh, I'll be running

—'Till the love runs out
'Till the love runs out
And we'll start a fire
And we'll shut it down
'Till the love runs out
'Till the love runs out.

O Potter começa a rebolar com as duas esponjas na mão, e nesse pequeno momento em que ele deixa o balde de lado, eu aproveito para acertar nele. Pirraça ri e some por um tempo, voltando pouco depois com balões de água nas mãos.

—Oooh, we all want the same thing
Oooh, we all run for something
Oh, for God, for fate
For love, for hate
For gold, for rust
For diamonds, for dust

—I'll be your light, your match, your burning sun
I'll be the bright, in black that's making you run
I got my mind made up

—Man, I can't let go
I'm killing every second till it saves my soul
Ooh, I'll be running
Ooh, I'll be running
'Till the love runs out
'Till the love runs out
And we'll start a fire
And we'll shut it down
'Till the love runs out
'Till the love runs out

Potter me encara, correndo para debaixo de uma das mesas, com se dissesse "Você criou um monstro, Malfoy". Pirraça continua a tacar os balões d'água na gente. Sinceramente, ele tem o temperamento mais instável que eu já vi!

—I'll be your light, your match, your burning sun
I'll be the bright, in black that's making you run
And we'll feel alright
And we'll feel alright
'Cuz' we'll work it out
Yes, we'll work it out
And we'll start a fire
And we'll shut it down

—Till the love runs out
'Till the love runs out
'Till the lov....

—PIRRAÇA, SEU FANTASMA DESGRAÇADO! SAI JÁ DAQUI! ESTÁ ATRAPALHANDO A DETENÇÃO SEU POL... —Filch aparece de repente na porta, esbravejando feito louco, Pirraça por sua vez, põe-se a tacar água nele. Graças a Merlim.

O Potter e eu desatamos a rir, enquanto o distraído Filch briga com Pirraça, ameaçando chamar o Barão Sangrendo, saímos de fininho da sala.

—É, Malfoy, você não canta nada mal, hein? —Comenta ele, esfregando os cabelos cheios de espuma. 

Arqueio as sobrancelhas:

—Isso foi um elogio, James Sirius Potter? — Pergunto, com falsa voz de surpresa.

O babuíno revira os olhos, solto uma gargalhada (nada bonito fazer isso na frente de um menino, seja ele qual for). Quando chegamos ao Salão Comunal, tudo parece um astral de "que-estranho-rir-com-o-Potter-Mas-Até-Que-Foi-Legal". 

Porém, o Maroto-Mor não seria 'o' Maroto-Mor sem soltar uma de suas pérolas do dia, fazendo todo aquele clima agradável entre nós dois sumir na mesma hora:

—E você, Malfoy, quando vai admitir que ficou morrendo de ciúmes de mim com a Creevey e por isso atrapalhou o nosso momento. Ou você realmente acha que eu acredito que, de todas as salas vazias de Hogwarts, você foi se esconder justo naquela que eu estava?

Isso, senhoras e senhoras, foi o Babaca do James Sirius Potter, sendo o Babaca do James Sirius Potter .

Fico furiosa:

—Você tinha que ser um completo imbecil né?! Não consegue se conter! —Exclamo, bando o pelo tapa na cara que das outras vezes não consegui, fechando o sorrisinho malicioso dele. —Você tem a necessidade de ser patético, não é, Potter?

E saiu pisando firme até o meu dormitório. Sinceramente, só pode ser castigo de Merlim