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História Minhas Teorias Sobre James Sirius Potter - Eu não estou nem ai


Escrita por: LunaLuaLaura

Notas do Autor


Oi pessoas! Estou feliz com a quantidade de gente acompanhando a fic!! Uhuul, mas que tal alguns comentários hein?!
Espero que gostem do capítulo de hoje! Ele é especial para entender um pouquinho mais sobre o passado da Agatha com Lucius.
Boa leitura <|3

Capítulo 8 - Eu não estou nem ai


"O amor espalhafatoso recebe a fama, mas o amor contido é o mais profundo. —Fabrício Carpinejar

Estou nos fundos da Mansão Malfoy, na parte aonde se situa o cemitério de gerações da minha família.

Vovô Lucius está parado na minha frente, explicando algo sobre uma das covas enquanto eu faço trancinhas no cabelo cumprido de Scorpius.

Só temos dois anos de diferença, mas ele já é mais alto que eu, o que é extremamente irritante para uma menina de 6 anos. 

Flora está sentada do meu outro lado, puxando ocasionalmente fiapos de grama perto dela.
 

Eu me inclino sobre meus joelhos enquanto vovô explica quem era Malevolus Cygnus Malfoy.

Olho para trás, franzindo a testa, posso jurar que alguém chamou meu nome mas minha mente está confusa demais para ter certeza.

Mamãe está na varanda, junto com vovó que tem Clarissa nos braços. 

Ela está ficando gorducha e chora quase todas as noites. 

Por isso não gosto dela, as vezes eu até brinco com ela mas ai do nada ela começa a feder, chorar, babar e tentar comer a cabeça das minhas bonecas.

Eu disse ao papai que não queria outro irmão. Quer dizer, eu não queria nem mesmo Scorpius, mas era pequena demais para poder reclamar.

Agora já sou mais velha! 6 anos tem que ter um poder de influência maior!

Eu bem que tentei, chamei os dois para conversar na sala, pedi que sentassem no sofá porque era um assunto de vida ou morte.

—Nada de irmãozinho ou irmãzinha! Só eu e Scorpius, apesar de que seria uma ótima ideia colocar ele para doação. —Foi o que eu disse a eles.

Dois meses depois mamãe chamou meu irmão e eu para conversar dizendo que estava grávida.

Scorpius ficou feliz, mas ele é patético então as reações dele para qualquer coisa são insignificantes!

Eu fiz voto de silêncio e greve de fome até a hora do almoço! E mesmo assim ninguém quis considerar minha ideia de vender o futuro bebê por um gato. Francamente!

Agora eu tinha mais um irmão! Pior ainda, era menina. Perdi toda a exclusividade da casa. 
Irritante! 

—Agatha —A voz grave e arrogante do meu avô me chamou atenção. Ele se inclinou até mim e acariciou minha cabeça.—Que tal irmos para dentro? Vai chover logo.

Ergui os bracinhos e ele me pegou no colo. Deixando um Scorpius reclamão para trás.

—Vovô —Chamei baixinho em seu ouvido. —Você não vai me trocar pelo bebê-Clarissa, não é?

Ele me sacudiu de leve, fazendo cócegas na minha barriga antes de responder:

—Jamais vou trocar minha preciosa Agatha por ninguém.

Abri os olhos e sentei na cama, arfando. Como se eu tivesse levado um choque.

Minha cabeça pesou e distraidamente olhei para o relógio.

8h30.

MERDA!!!

Pra variar eu estava atrasada.

Pulei da cama para tomar um banho estilo Flash e escovar os dentes tão rápido quanto.

Coloquei uma calça jeans clara, blusa branca de botões com o emblema da grifinória, o suéter cinza de borda vermelha e dourada e por último um all star de estrelinha.

Olhei rapidamente para o meu horário semanal: Runas Antigas, História da Magia, DCAT e Poções hoje.

Arrumei a mochila e sai apressada. Minha 1° aula começaria em 10 minutos!

ADEUS CAFÉ DA AMANHÃ.
...

Entrei esbaforida na sala de Runas antigas. O local estava cheio de meninos babando pela professora nova.

Puxei meu livro de 'Hieróglifos e Logogramas Mágicos' da mochila enquanto caminhava para me sentar no único local vago na sala. 

Infelizmente ao lado do Potter.

A professora Shannah Blay me encarou com um sorrisinho nos lábios. Felizmente não estava chateada com meu atraso.

Viva!!!

—Peguem seus dicionários de Runa e abram o livro Hieróglifos e Logogramas na página 38.

Pisquei várias vezes tentando focar nos símbolos que preenchiam a página. Eu tinha esquecido meus óculos. 

—Tudo bem ai, Malfoy? —Sussurrou o Trasgo extremamente próximo de mim ao ponto de eu sentir seu hálito de suco de abóbora e bolinho de noz. Meu estômago deu um nó

É a fome, só isso ~Pensei comigo mesma.

—Como se você se importasse. —Resmungo de volta, fazendo-o  se afastar. Meu estômago doeu de novo.

F-O-M-E

Aproximei o livro de mim, quase enfiando o nariz nele para poder enxergar.

Meu único problema era na leitura. Palavras e símbolos pequenos embasavam quanto eu tentava ler.

Eu só precisava dos malditos óculos na sala de aula, só pra ler caramba! 

E ainda assim eu tinha esquecido.

Soltei o ar frustrada. Nesse meio tempo a professora Shannah passou uma tarefa no quatro.

Traduzir os escritos da página 38 e 39.

Maldita hipermetropia!

Apoiei a cabeça no livro, a sensação de cansaço dominando meu corpo automaticamente.

Eu tinha dormido CEDO no dia anterior, BEM CEDO na verdade.Tentei lembrar do sonho mas tudo parecia um borrão como o livro em minha frente.

Foi quanto Shannah se aproximou de minha carteira.

Ela é muito bonita, tem aproximadamente a idade de Teddy, estatura mediana, cabelos longos e pretos, olhos castanho-esverdados e pele com um tom levemente bronzeado, quase como se estivesse desbotando com o frio.

—Algum problema com a leitura, srta Malfoy? — Me inclinei até próxima dela para sussurrar meu PEQUENO problema na leitura. —Eu tenho uma lupa que talvez possa te ajudar.

Fiquei imensamente agradecida quando ela, depois de uns segundos, encontrou aquele instrumento trouxa divino.

Ao longo da tradução das páginas, o Potter e eu ficamos num silêncio horrível. 

Parecia estranho. 

—Então, você e Lucca. Casal estranho —Comentou ele, quando o encarei pelo canto do olho, ele estava focado no pergaminho e continuava a escrever como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Revirei os olhos para ele:

—Não que seja da sua conta. Mas eu e Lucca não temos nada. —Mordi os lábios, lembrando da catástrofe que foi o beijo. —E , bom, eu não fico me metendo entre você e suas peguetes. Então vê se faz o mesmo comigo.

Molhei a ponta da pena no tinteiro e voltei a me concentrar na tradução.

—Eu não estava me metendo. Só comentando. Pro seu próprio bem. —Ele franziu a testa como quem não acredita no que acabou de falar.

Soltei uma risada.

—Você pensando no meu bem? Prefiro acreditar em Trestálios.

Ele deu um sorriso de canto e passou a mão nos cabelos, deixando uma confusão de fios arrepiados e bagunçados. Parecia como alguém que tinha caído da cama.

Ouvi suspiros de um trio de meninas. Ele se esticou na cadeira e piscou para elas, que deram risinhos.

Revirei os olhos e resmunguei sobre como ele era patético.

Já eram 10h30 quando o sinal tocou anunciando o final da aula.

Eu tinha os próximos dois tempos antes do almoço livres então corri para a cozinha.

Minha barriga doendo de expectativa.

Passei pelo Salão Principal e virei em direção as escadas que levam ao porão da Lufa-Lufa. 

Desci e dei com um corredor comprido, depois de alguns passos a pintura de uma taça de frutas apareceu em um dos lados do corredor.

Grande o suficiente para uma pessoa de estatura mediana atravessar sem se agachar. 

Achei a pera e fiz cócegas nela, pouco depois uma maçaneta verde apareceu no lugar da imagem de fruta.

Girei-a e o cheiro de comida invadiu minhas narinas.

Vários elfos domésticos trabalhavam numa harmonia bagunçada para preparar o almoço.

—Srta Malfoy! —Exclamou Túlio, um dos elfos que sempre ajudava eu e as meninas a contrabandear doces para o dormitório. Sem falar que era a paixonite de Lolla.

Sorri para ele:

—Túlio, eu estou morrendo de fome! Perdi o café da manhã. Tem algo para mim?

Rapidamente o elfo se embolou no mar de elfos em busca de algo para mim.

Depois ele voltou com iogurte de passas, suco de abóbora, ambrosia ao mel e panquecas de calda de limão.

Soltei um gritinho e devorei aquela comida em minutos.

—Túlio, você é incrível! Eu vou me casar com você!

Sorrindo o elfo fez uma reverência e tirou os pratos já vazios da mesa. 

Bem satisfeita, sai da cozinha. Comida me deixava de bom humor.

Encontrei Lena e Ame no jardim, aproveitando que ainda não estava coberto por neve. Lara parecia cochilar apoiada numa árvore. E Holly provavelmente estava na biblioteca.

— Você esta com farelo na boca —Disse Amélia no instante em que me sentei ao lado de Milena. 

Agradecida, esfreguei o rosto e perguntei o que elas estavam fazendo.

—Acabei de ter aula de Aritmância e meu cérebro está dando nó até agora. —Gemeu Lena, apoiando a cabeça no meu ombro. —E Ame não quer falar comigo!

Minha amiga morena ergueu os olhos do livro e revirou os mesmos:

—Eu estou lendo! Aprecie o milagre. 

Era MESMO um milagre. 

—Em outras palavras: ela está tentando ser menos burra. —Sussurrou Milena, mas alto o suficiente para a Wood ouvir.

A mesma tacou uma bolinha de pergaminho manchado na Lena.

Rindo delas, meu olhar se perdeu pelo Lago Negro sem realmente vê-lo.

Uma imagem piscou pelas minhas pálpebras tão rápido que eu quase engasguei de susto.

Olhos azuis elétricos. Rosto sério. Voz arrogantemente familiar.

"Minha preciosa Agatha"

Sacudi a cabeça, me sentindo meio tonta.

Provavelmente estou ficando maluca. Com certeza. É isso.Talvez em breve eu seja a nova paciente do St Mungus.

...

Depois do almoço foi vez da aula de História da Magia. 

Era uma das poucas em que nós cinco estávamos juntas.

—'Tarde. — O professor Charles Swittan apareceu no alto da escada da sala número 7A.

Alto, loiro, de 30 e poucos anos. E o mais importante: NÃO ERA UM FANTASMA. 

Respondemos em coro e logo cada um começou a pegar seus livros na mochila:

—Não, não. Hoje faremos uma coisa diferente. Quantos aqui já ouviram falar de Beedle, o Bardo? —Perguntou ele, encostando na mesa.

Todos levantaram a mão, o que não foi surpresa nenhuma já que Beedle é um escritos mais do que famoso. No mundo bruxo, pelo menos.

Minha mãe costumava ler para mim nas noites em que eu estava agitada demais para dormir. Para Scorpius também, mas por pouco tempo. 

Quando Clary nasceu, eu que acabei ficando responsável por ler Beedle para ela. 

Nossos pais  estavam ocupados demais em "plantões" ou "reuniões" inadiáveis, incansável e tudo com in* que se puder imaginar.

—Ótimo. E quantos conhecem todas as histórias de Beedle? —Dessa vez, menos pessoas levantaram a mão, mais ainda era muita gente. —Hm, deixe-me ser mais específico.

Ele olhou pela sala, como alguém procurando um aluno voluntário até que me encarou.

Ma-ra-vi-lha.

—Srta Malfoy! Conhece a história 'O Coração Peludo do Mago'.

Me ajeitei na cadeira, nervosa:

—Não era uma das quais meus pais gostavam de ler, ou de nos deixar ler. Só sei mais ou menos a história.

Ele assentiu, como se não estivesse surpreso com a resposta.

—Alguém sabe? Por favor?

Holly ergueu a mão num salto,  o professor Swittan ficou imensamente aliviado.

—É sobre um mago que tem medo de se apaixonar. Ele não quer que seu coração sofra e se quebre por nenhuma mulher no mundo. Então ele o arranca do peito e mantém escondido de todos. Depois de alguns anos, ele resolveu se casar com uma jovem muito bela... —A voz de Holly vacilou por uns segundos. Era uma história triste.

O professor Swittan se deu por satisfeito.

—Perfeito Holly, dez pontos para a Grifinória. —Então ele entregou o exemplar de Beedle, o Bardo, de capa azul para o Potter e se voltou para a classe —O sr Potter vai fazer a gentileza de ler esse conto para nós. 

Vi-o arquear as sobrancelhas mas por fim ele apenas abriu o livros.

Todas as cabeças da sala se viraram para o trasgo, ele tossiu antes de começar a ler:

Era uma vez um jovem mago rico, bonito e talentoso, que observou que seus amigos agiam como tolos quando se apaixonavam, perdendo o apetite e a dignidade. O jovem mago resolveu jamais se deixar dominar por tal fraqueza, e recorreu às artes das trevas para garantir sua imunidade.

Pausa para respirar.

Sem saber do seu segredo, a família do mago achava graça de vê-lo tão distante e frio. 'Tudo mudará', os vaticinavam, 'quando uma donzela atrair seu interesse!'. Embora muitas donzelas se sentissem intrigadas por seu ar altivo e recorressem às artes mais sutis para agradá-lo, nenhuma conseguia tocar seu coração. Ele se vangloriava de sua indiferença e da sagacidade que a produzira.

O Potter tentou manter a voz neutra enquanto lia. Apesar de que algumas vezes soava como alguém que concorda com o Mago.

O frescor da juventude foi dissipando-se e os jovens de mesma idade e posição que o mago começaram a casar e a ter filhos. No devido tempo, os pais do mago, já idosos, faleceram. O filho não lamentou a morte deles; ao contrário, considerou-se abençoado por terem desaparecido. Agora ele reinava sozinho em seu castelo.

O Potter virou a página, o silêncio absoluto da sala fez o som parecer o mais alto do mundo.

Depois de transferir o seu maior tesouro para a masmorra mais profunda, ele se entregou a uma vida desregrada e farta, na qual o seu conforto era o único objetivo dos inúmeros criados. O mago estava convencido de que devia ser alvo da imensa inveja de todos que contemplavam sua solidão esplêndida e despreocupada.
"Feroz, portanto, foi sua raiva e desgosto, quando um dia ouviu dois dos lacaios discutindo a sua pessoa. O primeiro criado manifestou pena do mago que, com tanto poder e riqueza, continuava sem alguém que o amasse.Seu colega, entretanto, desdenhou, perguntando por que um homem com tanto ouro e dono de tão esplêndido castelo não fora capaz de atrair uma esposa.

Alguém espirrou, me fazendo dar um pulo ma cadeira. Merlin do céu.

Ele decidiu imediatamente escolher uma esposa, e uma que fosse superior a todas as existentes. Possuiria uma beleza assombrosa e provocaria inveja e desejo em todo homem que a contemplasse; descenderia de uma linhagem mágica para que seus filhos herdassem excepcionais dons de magia; e seria dona de uma fortuna no mínimo igual à dele, para garantir sua confortável existência, apesar do acréscimo de pessoas e despesas. 
"Encontrar tal mulher talvez levasse cinquenta anos, mas aconteceu que, no dia seguinte à sua decisão, chegou à vizinhança, em visita a parentes, uma donzela que correspondia a todos os seus desejos. Era uma bruxa de prodigioso talento e dona de grande riqueza. Sua beleza era tanta que mexia com o coração de todos os homens que a contemplavam, isto é, todos, exceto um. 

"O coração do mago não sentiu absolutamente nada. Contudo, a moça era o prêmio que ele buscava, e, assim sendo, começou a cortejá-la.

Holly se ajeitou na cadeira, preenchendo a sala com som de madeira estalando. Minha melhor amiga rapidamente ficou envergonhada.

Todos que notaram a mudança no comportamento do mago ficaram surpresos e disseram à donzela que ela tivera êxito, onde uma centena de outras havia fracassado. A jovem, por sua vez, sentiu ao mesmo tempo fascínio e repulsa pelas atenções do mago. Ela pressentiu a frieza que havia sob o calor de suas lisonjas, pois jamais conhecera um homem tão estranho e distante. Seus parentes, contudo, consideraram essa união extremamente desejável e muito interessada em promovê-la, aceitaram o convite do mago para um grande banquete em homenagem à donzela.

Encarei nosso professor, ele tinha conseguido fazer com que todos os alunos da sala , pela 1° vez na vida, estivessem acordados numa aula de História da Magia.

A mesa, carregada com peças de ouro e prata, continha os mais finos vinhos e as comidas mais suntuosas. A donzela sentou-se em um trono ao lado do mago, que lhe falava suavemente, empregando palavras de carinho que roubara dos poetas, sem a mínima idéia do seu real significado.A donzela ouvia intrigada, e por fim respondeu:
'Você fala bonito, mago, e eu ficaria encantada com suas atenções, se ao menos acreditasse que você tem coração!' 
"O mago sorriu e lhe respondeu que, quanto a isso, ela não precisava temer. Pediu-lhe que o acompanhasse e, conduzindo-a para fora do salão, desceu à masmorra trancada à chave onde guardava o seu maior tesouro.

O babuíno do trasgo parou um instante a mais para ler, a história estava no ápice. E eu quase conseguia lembrar do final.

Ali, em uma caixa de cristal encantada, encontrava-se o coração pulsante do mago. Há muito tempo desligado dos olhos, ouvidos e dedos, o coração jamais se deixara cativar pela beleza, ou por uma voz musical, ou pelo tato de uma pele sedosa. 
"A donzela ficou aterrorizada ao vê-lo, pois o coração encolhera e se cobrira de longos pêlos negros.
'Ah, o que você fez!' lamentou ela. 'Reponha o coração no lugar a que pertence, eu lhe imploro!' Ao perceber que isto era necessário para agradá-la, o mago apanhou a varinha, destrancou a caixa de cristal, abriu o próprio peito e repôs o coração peludo na cavidade vazia que outrora ocupará. 'Agora você está curado e conhecerá o verdadeiro amor! 'exclamou a donzela e abraçou-o.

O Potter ergueu os olhos por um instante, encarando os meus. Senti minhas bochechas esquentando.

O toque dos macios braços alvos da donzela, o som de sua respiração no ouvido dele, o aroma dos seus cabelos dourados; tudo isto penetrou como uma lança o seu coração recém- despertado. Mas o órgão se corrompera durante o longo exílio, cego e selvagem na escuridão a que fora condenado, seus apetites tinham se tornado voraz e perverso. Os convidados ao banquete notaram a ausência do anfitrião e da donzela.
" A princípio despreocupados, começaram, porém, a se sentir ansiosos à medida que as horas passavam e, por fim, decidiram revistar o castelo. Acabaram encontrando a masmorra, onde uma cena aterrorizante os aguardava. 

O professor Charles bateu uma palma rápida, parecia ansiosa pela reação de seus alunos ao final da história.

Sem pensar coloquei a mão sobre meu coração, tendo a certeza de que ele estava pulsando em meu peito.

A donzela jazia morta no chão, de peito aberto, e ao seu lado ajoelhava-se o mago enlouquecido, segurando em uma das mãos ensangüentadas um grande e reluzente coração, que ele lambia e acariciava, jurando trocá-lo pelo seu.
" Na outra mão, ele empunhava a varinha, tentando induzir o coração murcho e peludo a sair do próprio peito. O coração, porém, era mais forte do que ele e se recusou a renunciar ao controle dos seus sentidos ou a retornar à urna em que estivera trancado por tanto tempo.
 "Diante do olhar aterrorizado dos convidados, o mago atirou para um lado a varinha e agarrou uma adaga de prata. Jurando jamais ser dominado pelo próprio coração, arrancou-o do peito
.

Me sentia estranhamente febril, encarei minhas amigas que pareciam tão pálidas quanto eu. O Potter porém, leu o resto da trama com a voz perfeita de um narrador onisciente:

Por um momento, o mago permaneceu de joelhos, triunfante, segurando um coração em cada mão; em seguida caiu atravessado sobre o corpo da donzela e morreu.

Alguns bateram palmas, enquanto outros sussurravam entre si.

Mas todo mundo se calou quanto o professor Charles Swittan recomeçou a falar:

—Quero que entendam. História, em geral, não é algo criado para torturar vocês. Isso que estão sentido agora. —Ele fez uma pausa dramática, abrindo os braços em seguida —A indignação, o coração acelerado, a excitação, a curiosidade e até mesmo a compreensão da atitude do Mago... Isso é história. Existe para fazer cada um de nós sentir, estar, enxergar algo que ao mesmo tempo é impessoal e pessoal.

 Ele se virou de costas para nós, com a varinha escreveu uma frase no quadro:

"HISTÓRIA É UMA ARTE QUE PRECISA APENAS DE PAPEL, CANETA E EMOÇÃO"

—Agora, como meus alunos, cada um de vocês vai aprender a respirar essa matéria de maneira diferente. —Ele encarou o relógio acima do quadro negro e sorriu. —Para a aproxima aula quero que cada um me traga um conto, autoral ou não, que cause alguma emoção forte em vocês.

O sinal tocou. Mas todos permaneceram em seus lugares.

—Se me derem licença, ainda tenho mais uma turma para dar aula. 
...

Já estava escuro quando entramos na aula de DCAT.

Teddy tinha colocado um grande círculo de sal na sala, as carteiras estavam empilhadas no canto da sala.

Observei a caixa enorme no centro do círculo, ela saculejava e estremecia.

—Olá! —Saldou Teddy, ele estava sentado no alto da caixa. Descontraído —Ponham suas mochilas no fundo da sala e empunhem suas varinhas.

Depois de termos feito o quê ele mandou uma menina da Sonserina pergunto algo que todos estávamos pensando:

—O quê tem na caixa?

—Vampiros —Respondeu Teddy, dando de ombro. —Nossa aula se hoje é bem simples: Vampiros podem aparecer fáceis de controlar, mas, na vida real, quando se lida com um Clã inteiro, eles se tornam muito agressivos. Quero que se defendam deles, não os matem. Deixem amarrados, desacordados, mas nada de matar. Preciso deles para a próxima turma! 

Alguns soltaram risinhos, eu encarei Amélia com uma careta.

—O sal não vai segura-los por muito tempo, então sugiro que criem uma estratégia bem rápida. —Comentou o professor Lupin.

Na mesma hora, sua varinha destravou o tranco da caixa e de lá de dentro saíram ... MERLIN... Muitos MUITOS MUUUUUUUITOS vampiros.

Com toda certeza é um clã inteiro.

—Ahm, e por favor. Não deixem que eles mordam vocês. Afinal ninguém quer passar a noite na enfermaria, certo?

Eu recuei vários passos para longe do círculo.

O Potter estava lá trás, trocando sorrisos com Fred.

Ah ótimo.

Os dois se achava INCRÍVEIS em DCAT.

Ethil estava num canto mais afastado e parecia pensativo, quase fazendo uma lista mental de feitiços que poderia usar.

Eu não era a melhor aluna em DCAT, sempre passando na média. Nos meus primeiros anos de Hogwarts, Ted passava horas me ensinando métodos básicos de defesa, sem ele, provavelmente eu não estaria cursando essa aula agora.

Os vampiros começaram a se espalhar pela sala.

Ethil parou ao meu lado:

—Alguma ideia?

Eles estavam se aproximando de nós, a passos rápidos.

Tínhamos que agir em grupo, mas cada uma parecia preocupado consigo mesmo.

—flagelo! —Um flash verde da minha farinha (agora com bons metros de comprimento) agarrando o pulso de um dos vampiros , que estava agarrando Alana Bloom. —Temos que nos ajudar. E...

—Estuporo! 

—Confringo.

Agora as pessoas se dividiram em "núcleos", alguns lançavam feitiços enquanto outros transfiguravam qualquer objeto da sala em cordas e correntes e amarravam quem estava inconsciente, outros os arrastavam de volta para a caixa.

Um dos vampiros mostrou as presas e pulou na minha direção. Só tive tempo de me agachar antes da perna dele me dar um rasteira.

Meu joelho bateu com força no chão, tentei amenizar a queda espalmando a mão pra não cair de cara.

Funcionou quase de forma perfeita, se não tivesse feito minha varinha deslizar para longe de mim.

Ótimo, totalmente indefesa.

Girei o corpo para frente e acertei um chute na barriga daquela coisa.

Ele agarrou meu calcanhar e eu senti uma dor horrível quando o vampiro, quase sem esforço, torceu-o para o lado.

—Arrrghmaaaagrrrrhahrr —Urrou a coisa. 

De repente um vulto passou por cima da minha cabeça. Demorei para assimilar que era uma corrente de prata, a força acabou empurrando a coisa que largou minha perna no ato, a mesma bateu no chão.

Arfei.

O Potter entrou no meu campo de visão e me ajudou a levantar. Apoiei minhas costas na pilastra mais próxima:

—Uhm, sabe... Eu acho que você deveria ir para a enfermaria —Ponderou o Potter,  abaixando os olhos para minhas pernas.

Eu encarei meu pé esquerdo, mal encostava no chão. Estava numa posição estranha e meio inchado.

Tentei andar mas assim que minha perna pôs força tive a sensação de levar um choque. 

É isso ai.

Palmas pra mim. 

—Eér, acho que você tem razão.

O encarei pelo canto do olho e pude jurar que o Potter estava sorrindo.

Revirei os olhos.

—Parabéns! —Comemorou o professor Lupin, saltando da caixa e caindo de pé. Impressionante. —Sem incidentes, gracas a Merlin! A turma anterior foi um desastre —Meu primo estremeceu e sacudiu a cabeça. O sinal tocou na hora —Vejo vocês amanhã! E , srta Malfoy, vou acompanha-la até a enfermaria.

Agradeci imensamente e com uma mão apoiada na minha cintura seguimos pelo corredor.

Teddy estava num silêncio bem estranho, e agora que a aula terminou pude reparar melhor nele.

A barba por fazer, o olhar opaco. Ele não estava mas representando o papel de "professor engraçadinho" já que a aula terminará. 

—Hm, Ted? O que aconteceu? —Pergunto, repassando mentalmente o calendário na cabeça, não estávamos nem perto da lua cheia (bom, quando se é parente de um Lobisomem, coisas como calendário lunar, poções Mata-lobo e nada de talheres de prata na mesa de jantar se tornam parte do dia-a-dia)

—Eu e Victoria terminamos —Confessou ele.

—Finalmente uma boa notícia! — Ele resmungou algo sobre eu ter sorte por estar machucada se não ele me empurraria escada a baixo. —Você e a Victoria não tem nada haver. E você sabe muito bem disso. Não sei como ela é irmã de Dominique, as duas são muito diferentes!

—Uma é exigente e a outra maluquinha? —Brincou Teddy.

Sorri, eu já disse que amo meu primo? Porque eu amo muito ele, como um irmão mais velho. 

Chegamos na enfermaria e Anna  About nos conduziu para uma maca ao passo de madame Pomfrey nos encarando feio:

—Eu avisei! Mais um aluno mordido por um dos seus monstrinhos e eu relataria a Mcgonagall! 

Abri a boca para dizer que eu não havia sido mordida por um vampiro, graças a Merlin.

Suzanna About soltou uma exclamação nada agradável quando viu meu tornozelo.

Ted saiu depois de uns instantes, não que eu pudesse culpa-lo, mas ficar sozinha ali me deixava inquieta. 

Madame Pomfrey disse que eu passaria a noite ali, sem risco do meu tornozelo inchar.

O lado bom é que não ia ter aula de Poções para mim hoje (sério, eu não estava preparada para encarar Lucca ainda).

Depois fiquei sozinha pelo que pareceram horas! Entediante

Odeio o tédio, porque sempre acaba me levando a pensar besteira. Como por exemplo:

Agora que eu estava no silêncio, consegui lembrar mais claramente do meu sonho. Podia jurar que era uma lembrança minha com Lucius. Mas o fato de eu sonhar justamente com uma época em que ele era apenas "Vovô Lucius" e não o "Lucius Malfoy, ex-comensal da morte, guardião de uma das Horcruxes de Voldemort e covarde borra as calças" parecia tão surreal.

Sacudo a cabeça.

Já tinha preocupações demais,  compromissos em Hogwarts e a promessa que fiz de escrever algumas cartas para minha avó com mais frequência (coisa que eu ainda não tinha feito!). 

Esfrei meu rosto frustrada.

Era só o que faltava!

Eu sonhando com Lucius. Sendo que nem sinto saudade de quanto éramos próximos!

Agatha, é oficial ~disse uma voz na minha cabeça, bem parecida com a da minha mãe ~ você está ficando doida que nem sua avó Narcisa.


Notas Finais


Comentem, Cupcakes! Por favor :))


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