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História Miracle - Counting Letters


Escrita por: mille-san

Notas do Autor


Eu acho que o capítulo ficou pequeno, e eu não gosto de capítulos pequenos, mas enfim... O importante é que a coitada da Kylie vai sofrer na minha mão '-'
O link das músicas que apareceram irão estar nas notas finais, divirtam-se!

Capítulo 2 - Counting Letters


Fanfic / Fanfiction Miracle - Counting Letters

                       Find me here

                       Me encontre aqui

                       And speak to me

                       E fale pra mim

                       I want to feel you

                       Eu quero te sentir

                 - Everyrhing - Lifehouse


*********************************

Eu quero contar para alguém, mas ninguém parece ser digno de saber, nem mesmo minhas amigas, elas não param de dar palpite sobre o assunto e até compraram cópias dos poemas, eu os li e agora nem entendo como pude escrever coisas tão profundas e sem sentido:

" A aliança de sangue

Travada em minha alma

Anseia tão desesperadamente

Pela vingança da mente.

Pegue sua faca,

Pegue sua arma,

Se não pode mais viver,

Não pense mais no ser.

Tire-se desse carma. "

O pior de tudo é que aquelas palavras realmente descrevem meus pensamentos mais inadequados, acho que mereço qualquer julgamento ruim.

Depois do ocorrido fiquei sabendo que os professores de literatura da escola inteira parecem ter adorado minha escrita, estão sugerindo uma peça dramática, chego a ficar enjoada.

- Sabe o que eu penso sobre isso? Penso que essa pessoa deveria entrar em ação novamente, sabe, pra chocar de verdade, e deveria ser logo. - June fala enquanto se alonga. - Vocês concordam?

Fanny fica séria, mas logo concorda, elas ficam esperando minha resposta.

- Essa pessoa não vai atacar, vocês nem sabem o que ela estava pensando quando escreveu.

- É, talvez ela seja como você e não goste de se arriscar. - Fanny e suas frases impactantes.

...

Começo a achar ruim estar de castigo, até porque pela primeira vez minha mãe decide ser totalmente rígida, eu não posso sair do meu quarto, só para as refeições. Fico cantarolando até chegar ao extremo do tédio, e bom... O tédio pelo menos te faz pensar, e eu penso simplesmente no futuro, serei bem sucedida? Sim, eu serei, mas somente se me arriscar. Então, decido, vou me arriscar.

É bem simples, para começar vou escrever cartas, o quê? Cartas? Isso mesmo, fazem duas semanas que escrevi uma carta para Luke, não é romântica, é uma carta de apoio, eu sei tudo sobre o Luke, não que eu seja uma psicopata, é só que a mãe dele vem aqui em casa para o clube do livro, então ouço ela contando os seus problemas. Eis a nova carta que escrevo:

" Oi, você não me conhece, e é melhor assim, estou me apresentando como sua confidente, estranho, muito estranho, mas eu sei que posso te ajudar, você parece estar sempre feliz, mas sei que não é bem assim, sei que seu pai está com câncer, e que se não fossem os seus tios sua situação financeira seria horrível, eu sinto muito Luke, mas eu te prometo, tudo vai melhorar.

Basicamente, sou uma menina, você pode achar que sou sua admiradora secreta, porém não estou interessada nesse quesito, eu só quero ajudar, quero te entender. Quase todos os dias eu te vejo ser gentil com as pessoas, e depois te vejo surtar do nada, você bate em quem não deve e fica bêbado em festas, mas não há un sentindo nisso, é promíscuo demais. Não seja mesquinho Luke, seja a poesia melódica e não seca, seja a noite mais longa e não a pausa entre um tempo e outro dentro do acorde, o que quero dizer? Quero que mostre logo quem você é.

Minha vida é tranquila, só que agora parece estar virando um turbilhão de coisas confusas, sou eu, eu sou a escritora do papel higiênico, foi eu quem escrevi que qualquer ato vale a pena para que as consequências sejam boas, só que eu nunca entro em ação. Então, você está sendo meu primeiro alvo, e claro, como sou organizada, eu divido os meus alvos em cores, você é o alvo azul, é sua cor favorita não é? Você foi escolhido por sofrer de um transtorno preocupante de bipolaridade, vamos deixar claro, você é um estúpido! Sabe o que é pior? Você sabe disso, minhas palavras só querem dizer que você pode ser livre, e de uma forma ou outra, os meus atos estão nas palavras, onde estão os seus atos Luke? Responda para mim. Aguarde a segunda carta.

Atenciosamente, a Escritora Desconhecida"

Anexada à carta está o local em que a resposta deve ser dada, será que irá funcionar? Será que ele acordará e perceberá que não está só no mundo?

Ouço batidas na porta e logo em seguida minha mãe entra, a Dona Karen está com um sorriso enorme, existem papéis em suas mãos.

- Eu tenho uma surpresa para você. - Ela senta em minha cama.

- É mesmo uma surpresa? Porque nós definimos "surpresa" de formas diferentes, tipo, meu tipo de surpresa me deixa surpresa, o seu tipo me deixa constrangida, muito constrangida. - As palavras saem rápido enquanto escondo os papéis em que eu, poucos segundos antes, escrevia.

- Só escuta, vou ler para você. - Ela ordena e dá um sorriso que me deixa com medo. - Prezados Sr. e Srª Meryl, a escola Norwest Christian College tem o prazer de anunciar que sua filha, Kylie Meryl, foi selecionada, entre os vinte alunos que tocam piano, a tocar em nosso festival. A aluna tem um prazo de duas semanas para apresentar-se afirmando que deseja participar, agradecemos desde já a compreensão.

Engulo em seco, ela me olha com expectativa, mais uma vez sua surpresa apresenta um toque de constrangimento.

- Não tem como eu ter sido escolhida, eu não me inscrevi e... - Começo a lembrar de todas as vezes em que minha mãe me filmava tocando. - Mãe... Foi...

- Sim, nas férias eu disse que você estava doente e não podia participar dos testes, então mandei os seus vídeos.

- Mas isso não está certo, lembra? O piano era para ser algo para me acalmar e para que eu tocasse na igreja, por que essa mudança agora?

- Porque alguém precisa reconhecer seu talento, alguém além de você precisa perceber que você é alguém.

Dito isso, ela sai, se antes eu não tinha nada que me fizesse querer mostrar quem eu sou, agora eu tenho dois empurrões, a frase impactante de Fanny e o incentivo de mamãe. A vida já foi sinônimo de muita merda, esta na hora de aceitar essa chance.

...

Minha bicicleta voltou desde a noite passada quando June resolveu me visitar, a bicicleta ficou mas minha mãe expulsou June por eu estar de castigo. Após entrar na escola minhas pernas ficam trêmulas, é agora que tudo começa, só espero que tudo dê certo, espero que eu não desista. A única coisa que ainda não está concreta é a decisão sobre participar ou não do Festival, pelo menos ainda tenho duas semanas, ops, 13 dias agora, até lá vai dar tudo certo.

Estou parada em frente ao armário de Luke Hemmings, o garoto que possui a mim ( sem saber ) desde seus quinze anos de idade, muito na minha vida muda, menos isso, bom, eu acho que não, só sei que sentir algo por Luke faz com que eu não duvide tanto de que estou viva, de que faço parte de algo. Coloco a carta pela abertura e fico parada sentindo algo de especial em minha respiração ritmada e meus batimentos calmos, até tudo ficar desregularizado pela voz dele bem acima da minha cabeca.

- Oi, devo achar estranho você estar parada olhando fixamente para o meu armário ou não? - Percebo que ele está sério assim que decido encará-lo.

- Deve, mas eu não recomendo, a gente tem que descomplicar a nossa vida o máximo que puder, então se tentar entender por que eu estacionei aqui, a coisa toda vai ficar mais estranha ainda, como as músicas da Red Hot Chili Peppers. - E aqui estou, como sempre tagarelando sem parar pelo fato de o nervosismo estar contaminando todas as minhas artérias.

- Ah nao, as músicas tem um sentido sim, até porque você dá o sentido que quer ao que quiser. É assim que funciona.

- Belas palavras, sr. Hemmings.

- Obrigado, Garota do Piano.

O sinal toca me salvando do sufoco e começo a andar para longe de Luke, não sei se meu nervosismo se dá por do nada eu conseguir trocar inúmeras palavras com ele depois de anos, ou se é porque eu tenho quase certeza de que quando minha carta for lida - isso se ele ler -, eu estarei ferrada. É asim que se arriscar funciona?

- Agradeço a sua visita ao meu armário, Garota do Piano. - Ouço sua voz melodiosa ao longe, e de alguma forma correr o risco tem um sabor doce.

...

June está revoltada com minha mãe, ela só para de falar sobre como os pais -são-incompreensíveis-e-possivelmente-alienados-da-vida-de-seus-filhos para beber seu suco.

- Você não quer logo pedir para ela fugir de casa? - Fanny propõe.

- Não, eu seria a vilã da história.

A próxima aula é de literatura e Fanny a faz comigo, andamos rápido embora em não queria ir, ainda mais se os boatos sobre os meus poemas forem verdade.

E são.

O fato de meu professor ser alto, atlético e ter um cabelo estiloso faz com que eu perceba que nunca o venceria em uma briga, além disso, eu também não consigo ter argumentos suficientes para fazê,-lo parar de recitar as palavras "problemático" e "duvidoso" para cada palavra minh que lê, então decido xingá-lo em meu pensamento até não aguentar mais e ficar enjoada. Tudo bem, eu não fico, mas é o que digo ao professora e ele me manda ir até a enfermaria. É bem fácil mentir, logo tenho um passe para ir direto para casa, melhor seguir com o meu plano.

...

A casa está só, o que de certa forma me faz ficar depressiva, passo em frente ao antigo quarto de meu irmão e respiro fundo, bem fundo, lembrar de cada detalhe daquele dia é um horror sem fim, até hoje meus pais e eu fingimos que não aconteceu. Apresso meus passos e deito na cama com os braços atrás da cabeça, fechando os olhos:

" I see this life like a swinging vine

Swing my heart across the line

And my face is flashing signs

Seek it out and you shall find"

A música vem na minha cabeça, One Republic me acalma, começo a chorar como antes, esse é o problema de alguém que já foi ferido, a cicatriz sempre está lá, pronta para te fazer lembrar, pronta até mesmo para ser aberta de novo.

- Eu sinto algo tão errado, fazendo a coisa certa. - Murmuro para mim mesma. - Mas, tudo o que me põe pra baixo me faz querer voar.

Levanto em um impulso descontrolado, obrigada One Repúblic, realmente existe música para cada momento de sua vida. Pego minhas folhas para a escrita e começo com a parte 2.

" Oi, você não me conhece, mas é melhor assim. Só posso dizer que ah.... Eu te adoro, você com seus quase 1,80 de altura, lábios carnudos e pele de porcelana coberta pelos seus gloriosos cachos claros, Melanie, você é linda, é aquela estrela que incentiva outras a brilhar. Não, tudo bem, pode me fazer rir toda vez que escreve suas matérias maduras que detonam pessoas inocentes, que tal você escrever sobre si mesma? É, você não pode, então que tal agora você ler a minha matéria?

Melanie Hastings é uma mentirosa, ela não escreve as próprias matérias, ela conta suas fofocas para a sua prima (que nem fala com ela na escola) e a menina escreve tudo para ela. A cor do cabelo de Melanie é artificial assim como seu bronzeamento, e imaginem só, a australiana de coração não sabe nadar, que vergonha! Além disso, no ensino fundamental a chamavam de "coelhinha" pois seus dentes eram grandes, mas bom... O que importa é que ela mudou, virou hipócrita e arrogante, talvez porque queira vingança, acho que ela conseguiu, só não conseguiu ter que parar de usar lentes de contato.

Ora, minha colega, sei tanta coisa sobre você, sei tanta coisa sobre tanta gente que me sinto um deusa, sim, sou uma garota, e você acabou de ser atacada pela Escritora Desconhecida, parabéns, você é meu alvo verde, sua cor preferida não é? Você usou um vestido dessa cor e extremamente curto em uma festa que o Luke Hemmings deu, mas não importa. Só quero que seja cuidadosa. Quer um poema? Mais um? Okay:

Rosas são vermelhas,

Borboletas são demais.

Se quiser duvidar de mim,

Tenha certeza de que terá mais.

Não foi um dos meus criativos, mas comporte-se Melanie, quero me orgulhar de você, aliás, o que você vai fazer no festival dessa vez?

Atenciosamente, a Escritora Desconhecida "

Dois alvos já foram, ainda faltam alguns, se eu soubesse antes que a escrita tinha tanto poder, fazia isso bem antes.

Guardo a carta na mochila bem a tempo de ouvir meu telefone tocar, respiro fundo esperando ouvir a voz de Funny, mas não é ela quem me liga.

- Quem está falando? - Pergunto ao não reconhecer a voz.

- Sou eu, a Nat, estou ligando para te lembrar da nossa reunião hoje a noite, você vai tocar não vai?

Merda.

Merda.

Merda.

Mil vezes merda.

Como eu queria chamar alguns palavrões agora...

- Claro que vou, vai ser Everyrhing da Lifehouse mesmo? - Retomo o assunto rapidamente.

- Sim, nós vamos fazer a apresentação, o Alexander vai cantar, finalmente ele se rendeu, ahhh... Não falta por favor, o pastor disso que haverá um novo integrante.

- Tudo bem Nat, eu não vou faltar, ate porque minha mãe me mataria.

- Okay, bye Sweet.

Eu esqueci totalmente das reuniões às quartas, que tipo de pessoa eu sou? Pelo menos minha mãe também esqueceu, agora eu lembro por que eu estava treinando tanto no piano, eu não posso errar, é uma das minhas canções favoritas, rapidamente não me importando com o castigo, saio correndo para o antigo quarto do meu irmão, sento em frente ao piano e meus dedos relaxam ao entrarem em contato com as teclas, meus ouvidos começam a vibrar e tudo fica bem.

...

Mamãe ficou tão nervosa quanto eu quando lembrou da reunião ao chegar do trabalho, ela não se importou em me deixar praticar.

Agora já estou pronta e meus pés pisam no primeiro degrau da igreja, estou flutuando, o local sempre me faz ficar calma. Assim que adentro, quase ninguém chegou, mas como sempre Nataly faz seus treinamentos vocais enquanto tenta elevar seu tom até o ré maior, até me ver, ela adora contato físico.

- Kylie, eu estava tão nervosa. - Ela me aperta dramaticamente e então me solta bem devagar. - Podemos ensaiar, o Alex já está aqui também.

- Acho que está em cima da hora, já já todos estarão aqui.

- Você ten razão. - Ela suspira. - Vamos ir para os nossos lugares.

Então ela vai para a frente e eu fico encolhida lá atrás, minhas mãos suando mais do que deveriam, mesmo que eu já tenha tocado inúmeras vezes é sempre assim. A igreja começa a enxer, algumas pessoas me cumprimentam e logo o pastor começa a falar, eu queria prestar atenção, eu juro, e até estava, até o menino entrar, ele é alto, rosto redondo, não muito atlético, olhos claros e o sorriso que dá a todos me faz ficar com medo, seus lábios um pouco finos transmitem malícia e suas bochechas rodadas o fazem parecer fofo, mas obviamente ele é encrenca, sua roupa diz tudo, calça larga, regata preta com "Idiot" escrito, e mais chamativo ainda é seu cabelo branco e bagunçado, tão chamativo que a menina ao meu lado está de boca aberta.

- Pessoal, esse aqui é Michael Clifford, filho do Pastor central da igreja, façam com que ele se sinta bem conosco. - John, o pastor de jovens anuncia.

- Seja bem vindo Michael. - Todos dizem em uníssono.

Sigo Michel até ele sentar na minha fileira, mas na outra ponta, eu o conheço de algum lugar, com certeza conheço, e é a partir de agora que perco a concentração, quando ele me pega olhando para ele e sorri, fico tentada a sorrir de volta até que ele - sorrateiramente - me mostra o dedo do meio. Que desgraçado. A melhor atitude que tenho é mostrar língua e me endireitar. Lembrei, eu o vi na...

- E agora, - Volto para a fala do Pastor. - nossa esquipe mostrará uma peça que ensaiamos, peço que reflitam no plano de Deus para a vida de vocês. - Ele Olha rápido para Michael. - No piano Kylie Maryl, e os nossos vocalistas, Nataly Gateway e Alexander Kandinsky, com vocês a peça "Everyrhing".

Ando até o piano e me posiciono, estou tremendo tanto que começo a achar que vou ter um ataque epilético, as primeiras notas saem e Alexander começa, fecho os olhos sabendo exatamente onde colocar meus dedos. Essa é a parte em que a menina encontra Deus e as coisas bonitas do mundo lhe são mostradas, Nataly então acompanha o Alex e... A menina se afasta, ela está sendo iludida pelo rapaz, e entra em depressão, abro os olhos, a garota realmente sabe interpretar seu papel, seus olhos tristes estão focalizados no chão até que cerveja lhe é oferecida, ela toma e volta a ficar triste, fecho os olhos novamente, é tão fácil se perder... Tão, fácil... Ela enfim corta os pulsos e começa a chorar, ela quer ser feliz de novo, ela quer, ela quer, eu quero, e eu estou chorando e a canção começa a chega ao ápice, a força com que meus dedos pressionam a tecla é maior e Nat segura a nota de Alex o quanto pode até Deus aparece e salvar a garota da morte, os últimos acordes são puxados por mim enquanto todos se abraçam e ouço os aplausos.

Ao fim da reunião, o famoso bolo é servido, estou comendo tentando entender as palavras de Nat até uma mão tocar em meu ombro, Nat vira-se e vai embora, fico confusa até entender tudo quando olho quem está perto de mim, o mesmo sorriso da festa em seu rosto, ele é o DJ que quis me dar seu número.

- Eae, Garota que Escreve no Papel Higiênico de festas, tudo bem? - Michael questiona já sério.

O quê? Como ele sabe?


Notas Finais


- Simmmmm, a Kylie tem que ser certinha, temmmm
Counting stars, One Republic:
https://youtu.be/hT_nvWreIhg

Lifehouse - Everyrhing:
https://youtu.be/V3i0eOfchxg
( está em um cover que eu amo)

- Ate quarta que vem, ou antes!!!


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