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História Mirai Nikki 2 - O jogo Recomeça - Três dias depois...


Escrita por: ApenasumaAna

Capítulo 32 - Três dias depois...


-"DIAS DE CAOS! CONTEMPLEM DIAS DE CAOS EM SAKURAMI!"-grita um jornaleiro.

-"DELEGADO MAURO EM ESTADO DE COMA!"-gritou outro jornaleiro.

-"PREFEITO DÁ SUAS DECLARAÇÕES EM RELAÇÃO A RECENTES TRAGÉDIAS..."-gritou,e você sabe quem foi.

A cidade se movia normalmente,mais calma do que o normal,apesar dos fatos estranhos.

Todos seguiam suas vidas robotizadas e programadas,com as mesmas caras e bocas,com as mesmas rotas.

Poucos comentavam sobre as recentes bombas nos jornais ou nas rádios,nas revistas ou na internet,os mais religiosos.

-"Tudo segue normalmente."-uma voz macia pronuncia suavemente essas palavras e sorri.-"...não é incrível? Não é intrigante?"-fazia cada questão,com voz suave.

Gira a sua cadeira e para a frente de uma outra cadeira,de madeira,com alguém sentado de cabeça baixa.

Nara,a dona do diário,e dos olhos,rosa encara Mari,que está na cadeira a frente,com as mãos e os pés presos e grudados à cadeira.

-"Foi tão difícil,primeira."-falou,sussurrando.-"...Você me deu trabalho,hein?"-disse em tom brincalhão e riu.

Mari aos poucos foi levantando a cabeça,porém,seus cabelos deixavam seu rosto nas sombras,escondendo o rosto ferido,as marcas de mão ao lado do rosto e uma certa vermelhidão ao redor dos olhos.

Mas,Nara sabia o que os cabelos escondiam e ao vê-la levantar aos poucos a cabeça sorria calmamente,a admirando.

-"NÃO! ME LARGUE...LARGUEM!"-gritou Mari,em prantos.

Alguns rapazes,com camisas brancas e com mangas compridas,semelhantes a camisas de força,a seguravam pelos braços a arrastando pelos corredores.

Mari chorava assustada.

Acordou sendo carregada por um rapaz,porém,ainda estava muito fraca,por isso não reagiu e,logo a frente,viu uma menina,talvez da sua idade,a caminhar calmamente,com as mãos para trás e segurando um grande celular rosa e depois foi arrastada por esses rapazes.

Olhava ao redor,mas tudo estava escuro,so via pontos vermelhos em cima,eram câmeras,que ela conseguiu ver.

Entraram no quarto escuro e a empurraram contra a cadeira e a amarraram.

Mari tentava lutar,mas eles eram fortes e logo foi rendida.

Nara se aproximou e tocou no rosto de Mari e a olhou nos olhos.

-"Azuis..."-sussurrou,próxima a seus lábios.

Mari olhava nos olhos rosas da menina,atentamente se lembrou do motorista do táxi,do rapaz que as atacou e levou Yoko e da mulher que dirigia a ambulância.

Em sua mente veio a imagem daquela sombra,com os pés na plataforma que brilhou em rosa,como os seus olhos.

-"Seis!"-repetiu em sussurro no mesmo tempo que a lembrança.

Seus olhos arregalaram e sentiu uma picada em seu pescoço e uma rápida dormência e fraqueza em seu corpo.

-"É sexta!"-sussurrou mais baixo e segurou o rosto de Mari,pressionando as unhas-"Boa noite,escolhida."-e sorriu.

Mari enfraquece e seus olhos se esvaziaram.

Nara gargalhava e Mari apenas a encarava seriamente,ofegando.

-"É uma honra tê-la aqui,primeira!"-disse Nara,alegremente.

-"Cale a porra da boca!"-Mari disse furiosa.

-"Ui! Então existe..."

Nara disse e Mari se espantou.

Nara sorriu e continuou-"...Parece que fiz sua fera interior se remexer dentro de você,mas,ainda não é o suficiente para viver aqui e sobreviver no tabuleiro,minha cara."

Mari se silenciou e desviou o olhar,levemente triste.

-"Yoko..."-Nara disse,olhando nos olhos de Mari.-"...Yoko Uchida."

-"Lê mentes agora?"-disse Mari,em tom de brincadeira.

-"Não é necessário ler a mente,quando se poder perceber no olhar."-disse calmamente.

E ficaram em silêncio.

-"Você a matou! Você matou minha amiga!"-disse Mari,não suportando mais as lágrimas.-"Você é doente! Você é..."

-"Chame do que quiser,nada será novidade aos meus ouvidos."

-"Pois aqui vai uma novidade pra você."-Mari finalmente a olhou nos olhos e sua íris se preencheu em azul.

Nara se espantou com repentina coragem e seu sorriso sumiu.

Mari continuou-"...Posso não ser a mais preparada para o prêmio,como tanto dizes,mas tu também não és."-disse seriamente.

-"Vês o futuro agora?"-Nara questionou e sorriu.

-"Não preciso ver o futuro para ver algo que já está estampado na sua cara."-disse firmemente e sorriu.

Nara se assustou com tais palavras e sentiu suas pernas tremerem por um instante.

Seu olhar se abaixou e sua cabeça começou a doer.

-"Em nome do pai,do filho e do espírito santo..."-um padre falava calmamente,com os olhos fechados,em frente a uma lápide.

Uma multidão o seguia com flores e velas em suas mãos.

Nara gritou de dor e o brilho rosa de seu olhar oscilou,teve uma visão de tragédia.

Lágrimas caiam em seus olhos e sua cabeça não parava de doer.

Seu celular apitou e Mari olhou para ele,sobre a mesa,um pouco assustada.

-"Nara!"-um rapaz se aproximou e a tocou o ombro,pareciam bem íntimos.Mari o reconheceu.

-"O que viste?"-ele perguntou,preocupado.

Nara,ainda com dores,ofegava e aos poucos voltava ao seu normal.

Voltou então seu olhar para Mari,que ainda estava com os olhos da cor de seu diário,e sorriu.

-"Seu funeral!"-disse,em voz sussurrante e com um sorriso largo.

Mari sentiu seu coração parar e um frio passar por sua espinha,lhe causando calafrios.

Seus olhos se arregalaram e um certo desespero tomou conta de seu ser.

Nara,no entanto,gargalhava vitoriosa.

-"EU VI E NUNCA ERRO NO QUE VEJO!"-gritava alegre,se levantando de sua cadeira e adentrando a escuridão.-"NUNCA!"-gritou mais uma vez.

Nara voltou para junto de Mari com uma xícara pequena na mão,com chá a borbulhar dentro.

Mari se debateu na cadeira com força,puxava as mãos e os pés com força,mas nada conseguia.

Nara se aproximou e elevou a xícara para cima da cabeça de Mari e segurou o rosto dela,rudemente,e o ergueu,pondo seu queixo para cima.

Mari olhava para os lados,com o mesmo desespero de sempre,a se debater,já se ferindo mais ainda,procurando talvez uma saída.

-"TOME SEU ÚLTIMO CHÁ,ESCOLHIDA!"-disse e sua voz,por um instante,se retorceu,dando lugar a uma voz mais grave e demoníaca.

O chá se derramou sobre o rosto de Mari,que gritou alto e se debateu com mais força.

Nara,então,começou a derramar chá dentro da boca de Mari,na intenção de afogá-la.

Seu grito foi reprimido e abafado,mas,Mari não parava de gritar.

Puxou com mais força a sua perna e sentiu o laço se soltar,deixando sua perna livre.

O chá acabou e Nara sorria,olhando para a situação de Mari.

Mari estava de boca e os olhos fechados e sua respiração nasal estava pesada.

Apertava os olhos e gemia de dor.

-"Espero que tenha gostado!"-Nara sussurrou e sorriu.

Mari rapidamente cuspiu o chá que havia guardado em sua boca no rosto de Nara,que se afastou gritando.

Tirou sua perna e chutou Nara em sua barriga,a fazendo cair para trás e de costas.

Mari ouviu os espantos e logo olhou para as suas mãos,que já não estavam mais tão apertadas,as cordas estavam frouxas.

Olhou admirada e tirou as mãos.Puxou sua perna e a libertou.

Se levantou,um pouco zonza,e viu Nara ao chão,já se levantando.

Se aproximou rapidamente  e a chutou,uma única vez e Nara gritou de dor.

Os rapazes que lá estavam avançaram contra Mari,com porretes nas mãos.

Em um piscar,seus olhos estavam azuís e os movimentos dos rapazes foram desacelerando até que tudo ficasse imóvel e,com um movimento leve de sua mão direita,rapidamente o tempo voltou e uma força os impulsionou contra as janelas de vidro,que se quebraram e se estilhaçaram.Cairam para fora e tudo o que se ouvia eram os seus gritos sumindo aos poucos.

Nara olhou assustada para Mari e seus olhos brilharam e uma lágrima rolou.

O desespero tomou conta de seu ser e Nara se arrastou pelo chão em direção a uma das janelas.

Mari olhava para as mãos,confusa e admirada.

Levantou um pouco o olhar e viu seu celular azul.Sorriu e foi ao seu encontro,agaixando e o pegando.

Espantosamente,Mari sorriu e ficou mirando a tela do celular.

Viu o reflexo de uma sombra atrás de si e o brilho rosa em seu olhar e se assustou.

A tela brilhou e Mari virou,rapidamente,e ergueu a mão em direção a Nara,que já estava com a mão para cima,pronta para apunhalá-la.

O tempo parou rapidamente e Nara ficou imóvel,assim como tudo ao redor,no céu e na terra.

Mari olhou para Nara e depois para a própria mão,a abaixou e saiu da presença de Nara,saindo daquele quarto.

Correu pelo corredor,que estava claro,e sorriu.

Sentiu até um certo incômodo com a claridade e uma fraqueza em suas pernas,afinal de contas,foram três dias inteiros em plena escuridão,amarrada a uma cadeira.

Seus passos começaram a pesar e sua cabeça começou a latejar.

Confusa,Mari não parou,mas,não conseguiu conter os gemidos e as caras de dor.

A dor só aumentava a cada passo que cada em direção a um elevador.

Uma dor intensa invadiu sua cabeça e Mari não evitou o grito alto de dor,e caiu de joelhos.

O tempo voltou ao seu ritmo normal e um rastro de sangue,vindo de seu nariz,já estava formado no rosto de Mari,que estava incrivelmente ofegante.

Passos então ecoaram e Mari desesperada se apressou em levantar.

-"PRIMEIRA!!"-gritou furiosamente Nara,ao vê-la correr em direção ao elevador.

Mari correu desesperada e ao se aproximar apertava rapidamente o botão.

Olhou sobre o ombro e viu Nara se aproximar,com sorriso largo e olhar devorador.

A porta do elevador se abriu e Mari correu para dentro,apertando mais uma vez o botão para fechar a porta.

Nara vinha gargalhando e correndo velozmente,porém,a porta se fechou e Nara ficou para fora.

 



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