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História Mirror - A Loucura


Escrita por: Ashway

Capítulo 1 - A Loucura


"Dir-se-ia teu olhar de um vapor ocultado;

Teu olho misterioso (é azul, cinza, esverdeado?)

Alternativamente doce, cruel, ao léu,

Refletindo a indolência e palor do céu."

Céu turvado, Charles Baudelaire

 

 

Meu nome é Magnolia Alves e eu fui declarada oficialmente louca quando fiz dezesseis anos. Parcialmente incapaz, com enfermidade mental de nível alto,  tenho constante ataques de pânico devido a vozes que somente eu escuto desde que posso me lembrar. Não que isso seja algo recente, as vozes me acompanham desde que consigo me lembrar.

Como toda a garota condenada a uma vida no hospício ou manicômio (as enfermeiras preferem chamar de casa de repouso, é claro) eu já dei uma lida na minha ficha. Esquizofrenia crônica é meu título. É por isso que a pulseira inquebrável no meu pulso é verde. Significa que devo ficar em observação vinte e quatro horas por dia, e isso inclui câmeras em meu quarto e companhia no banheiro. No começo foi divertido deixar as enfermeiras desconfortáveis com meu comportamento ruim, mas hoje em dia eu me pergunto se já soube o que foi essa tal "privacidade". Provavelmente não.

Hoje eu estou em um dia particularmente bom, por isso comecei esse pequeno diário. Nenhuma voz do além falou comigo ainda, embora eu tenha ouvido ecos no meio da noite que vinham diretamente da minha parede. Não entrei em pânico, afinal isso é basicamente nada. O pior é quando eles sussurram no seu ouvido e você pode sentir sua respiração. É claro, isso é tudo obra da minha mente fértil e autodestrutiva, e é realmente fácil aceitar isso quando não estou no meio de um ataque.

Ainda agora minha enfermeira favorita, Dona Elsa, passou pela minha porta para ter certeza que eu não comecei a mastigar a mobilha ou tentei me suicidar com a caneta. Eu nunca tentei me matar oficialmente, mas já tive alguns acidentes durante os surtos que eu posso considerar embaraçosos, na melhor das hipóteses, então entendo a preocupação dela totalmente. Ela vai voltar em mais meia hora, pelos meus cálculos, para me dar meu remédio. Tomo calmantes três vezes por dia, o que me mantém dormindo das sete da noite até as nove da manhã com um breve cochilo da uma da tarde até as três.

Beth, a garota que dorme no quarto ao lado e tem uns problemas sobre criar afeição com outras pessoas, disse que daria tudo para ter a mesma dose de calmante que eu. Bom, eu citei algumas coisas que ela pode fazer, mas ela ficou um pouco desconfortável. Crio que não possa ser amiga de uma pessoa tão conservad

- Mag, querida? Está na hora do remédio.

Fechei o caderno que tinha sobre o colo e sorri falsamente para ele.

- Seria novamente um supositório, docinho? Confesso que não os mais interessantes! – Falei de maneira aguda, imitando seu tom com escárnio.

Como de costume, fui totalmente ignorada.

Ela me deu o copo e eu engoli os três comprimidos, sem tomar a água. Olhei de relance para seu relógio, era quase meio dia em ponto.

O manicômio tinha uma relutância em nos deixar saber a hora e o dia da semana. Eles não mantinham calendários ou relógios em nenhum lugar. Aprendi a me orientar pela hora da medicação, embora eu estivesse tomando os comprimidos cada vez mais cedo e em maior quantidade. Seis meses atrás era uma única dose, agora são três. Meu sistema nervoso provavelmente já dependia dos calmantes para sobreviver mais do que o resto do organismo precisava de água.

Não que eu ligasse, dormir era um tempo de paz pra mim. Raramente lembro dos meus sonhos, pelo menos nunca dos bons, mas eles são bem mais frequentes que os pesadelos. Pesadelos na verdade são sempre crises, onde eu escuto e vejo coisas que não existem e começo a gritar até alguém me dar mais calmante. Sonhos bons são simplesmente sonhos bons.

Uma vida emocionante.

- Quando é mesmo o dia da visita, Amorzinho? – Perguntei, mesmo sabendo que seria dali a dois dias.

- Você vai saber quando vierem te buscar, meu anjo. Não se preocupe, tenho certeza que seus pais trarão um presente para você. Foi seu aniversário na semana passada, não é mesmo?

- Sim, mas é claro. Quem sabe um cachorro, ou uma cama com amarras mais macias. Você sabe, essas aqui as vezes deixam meus pulsos esfolados, mesmo recapadas. – Disse a ela, indicando as fitas com velcro e pressões que ficavam penduradas na minha cama hospitalar. Eram cor de rosa e eram atadas aos meus pulsos e tornozelos todas as noites. Resultado direito de alguns incidentes vergonhosos, sobre os quais não gosto de comentar.

- Você anda bem intensa ultimamente, embora nada tenha acontecido nas últimas semanas, não é mesmo? Isso é um bom sinal. – Disse ela.

- Sim, é um ótimo sinal. E esse sinal significa... bom, provavelmente nada. Talvez eu vá ver o doutor uma vez por mês, ao invés de ir toda semana. Grande avanço.

Elsa virou-se para se retirar sem responder. Abriu a porta usando seu crachá branco magnetizado e saiu. Quando a porta bateu pude ouvir a tranca automática selando a saída. Minha janela tinha grades, mesmo meu quarto sendo no térreo. Tudo para evitar uma possível fuga, embora eu nunca tenha tentado nada, era o padrão no local. Eu tinha me acostumado com elas, provavelmente não me sentiria segura sem elas, era o que eu tinha me convencido.

E se passaria mais um dia, no qual eu não faria absolutamente nada.

 

***

 

Eu abri meus olhos e o teto estava cheio da luz do dia, então eu pisquei e era noite novamente. Agarrei os lençóis com meus dedos e senti a seda, depois novamente o algodão. O sol aquecia minha pele, então novamente estava escuro e eu estava coberta por um lençol.

- Magno... – os chiados acompanhavam o meu nome e eu senti alguém sentar em minha cama enorme e vasta, de casal, o suficiente para deitarem três pessoas... então novamente eu senti minha cama estreita, de metal.

Afastei minha mão de um toque, levando ela até os olhos para proteger-me da luz. Fechem as janelas, eu disse com um aceno. Minhas mãos estavam firmemente presas pelas amarras cor-de-rosa. Afastei meu cabelo do rosto com um toque. Meu cabelo estava cortado curto, como o de um garoto.

Não me lembro de começar a gritar.

**

- Você me disse, pelo telefone ainda ontem, que ela estava fazendo progresso e que...

- Angela, pare. Ela não tem câncer, ela tem esquizofrenia. Não existe progresso, já discutimos isso centenas de vezes.

Permaneci de olhos fechados, escutando apática a conversa entre minha mãe e Doutor Carlos. É claro, minha mãe ainda achava que eu seria magicamente curada. Doutor Carlos cuida de mim desde meus três anos, ele não tem motivos para ser gentil com a minha mãe além da conta. Minha situação já está ratificada.

- Eu achei que esse novo tratamento de teste poderia nos ajudar, mas ela não reagiu a medicação, assim como não reagiu a nada que lhe demos até hoje. - A voz dele era rude.

- Não sei mais o que fazer, Carlos. É complicado para a minha família.

- Eu sei, consegui um preço especial nessa clínica para vocês já que sei da sua situação.

- Não é só isso. Você sabe que Ian está trabalhando em outra cidade, ficamos a cerca de 340km de distância. As clínicas no litoral são caras demais, mas talvez tenhamos que diminuir as visitas.

- Angela...você vem uma vez por mês, mesmo podendo vir uma vez por semana, e Ian não aparece aqui fazem meses. Quanto tempo faz que Mag não vê a irmã?

- Não nos julgue, Carlos. Mag se tornou amarga, eu creio que ela entende muito bem a própria situação, mas isso não justifica a maneira que ela nos trata. Eu diria que ela se tornou quase intragável...

- Eu a conheço desde bebê, Angela. Tenho convivido com ela todo esse tempo também, e não costumo me envolver nas relações entre o paciente e sua família, mas o modo com o qual vocês estão lidando com isso...

- Se não quer se intrometer, não se intrometa Carlos. Eu faço o que posso por essa família, você não precisa saber mais do que isso.

Eu escutei minha mãe adentrando no quarto e sentando-se pesadamente na poltrona ao lado da janela. Escutei os passos do Dr. Carlos se afastando, provavelmente xingando minha mãe mentalmente.

Demorei alguns minutos para abrir os olhos.

Fiz isso lentamente, fitando o teto. Minha mãe demorou para perceber que eu estava acordada, estava fitando a janela com um olhar vago no rosto. Ao olhar pra mim, montou magicamente uma expressão de felicidade.

- Olá, filhote. Estava preocupada, demorou para acordar. Estou aqui desde cedo. Está se sentindo bem?

A encarei por alguns segundos, enquanto ela passava os dedos pelos meus cabelos curtos. A afeição que eu sentia por ela não me permitiam confrontar nada, dizer nada.

- Pode soltar minhas mãos? – Perguntei.

- Claro, meu anjo. Lamento por isso... – ela tirou as faixas cor-de-rosa e eu me pus sentada, envolvendo ela em um abraço.

- Fico feliz que tenha vindo. – Eu disse, em um sussurro.

- É claro que eu viria, meu amor. Penso em você todos os dias, é a primeira coisa quando acordo...

- E a última quando vai dormir. Eu sei.

O sorriso dela era inabalável. Eu o refleti. Minha mãe era irresistível, quase magnética. Você sempre iria querer sorrir para ela, agradá-la. Não sei qual era o encanto dela, mas hoje ele tinha se tornado monstruoso. Eu me sentia oca, fazendo coisas que pareciam certas, mas que eu não queria de forma alguma. Eu me senti tonta, escutando o canto de uma sereia, como nas histórias.

Convenci a mim mesmo que era o excesso de medicação.

- Acho que poderei ir embora para o natal?

O sorriso de minha mãe murchou milimetricamente. Não o suficiente para quebrar seu encanto, mas o suficiente para me dizer o que eu já sabia.

Não havia intenção alguma de me tirarem dali.

Eu não podia culpa-la. Ter uma garota louca e com péssimo temperamento em casa deve ser horrível, ainda mais quando ela aterroriza sua outra criança e seu doce marido. Não posso nem mesmo alegar que eu não daria fim a mim mesma, se tivesse a chance, então porque eu esperaria dela uma reação diferente? Mas é claro, eu sou egoísta demais para simplesmente aceitar a ideia de morrer para facilitar a vida dos outros.

- Vamos ver, filha. Até lá nós vamos ver. – Foi o que ela respondeu, depois de recompor o sorriso. É claro, mentira.

**

Algumas tardes do mês, quando alguma enfermeira decidia que eu parecia mais dócil e controlada que o normal, eu ganhava permissão para sair. Faziam dois meses desde a última visita de minha mãe, eu tinha sido informada (pelo doutor, não por ela) que minha família estava de mudança e ninguém conseguiria vir por agora. De certa forma me senti aliviada. Depois da conversa que ouvi e da fraca e falha demonstração de afeto da última visita de minha mãe eu não sei se saberia como agir perante ela novamente.

Naquele dia especial eu fui agraciada por uma breve saída aos inexplorados territórios atrás do manicômio, onde haviam meia dúzia de arbustos mal cuidados e um milhão de ervas daninhas. A grama também era falha e continha espaços cheios de terra e formigueiros, mas eu sentir no chão assim mesmo. Não era todo dia que apreciamos a liberdade de sujar a camisola hospitalar com algo que não seja sangue ou remédio, então precisei aproveitar e aguentar alguns olhares de reprovação.

Não ficaram de olho em mim por muito tempo, entretanto. Haviam mais pessoas ali, pessoas que geralmente eu nunca via, só ouvia gritar. Todas eram mulheres, e haviam duas crianças. Uma menininha gorda o suficiente para pesar mais que eu, eu não tinha certeza de que idade tinha, e uma loirinha em uma cadeira de rodas que poderia pesar menos que uma perna minha. Não brincavam juntas nem nada do gênero, a gordinha permanecia sentada com as mãos apreensivas no colo, girando os dedos e tentando estalá-los, enquanto a loirinha contemplava o mundo com um olhar apático de quem está com o sangue repleto de sedativos.

Os dedos apreensivos e o olhar apático, ai estão duas coisas que eu conheço bem.

Não fixei meu olhar nelas por muito tempo, não havia nada que eu pudesse fazer por elas.

Para minha surpresa ninguém protestou quando eu me levantei e comecei a vagar. Desde que minha mãe se foi eu não tinha mais apresentado nenhuma agressividade ou ataque, então acho que eu tinha créditos. Aquele tinha sido o primeiro ataque em meses também. Dei a volta na casa despretensiosamente, depois me aproximei mais das árvores que rodeavam a cerca do jardim. O manicômio ficava no interior, então o que não era pastagem ou plantação consistia em florestas de pinheiros com chão irregular o suficiente para não ser atrativo para nenhum tipo de cultura. Além da cultura de prender pessoas loucas, é claro.

Olhei para trás, verificando se alguma enfermeira conseguia me ver ou tinha alguma intenção de me mandar voltar para meu banco e ficar quieta. Não havia nenhuma. Eu poderia facilmente pular a cerca e vagar um pouco por ali, respirar algum ar que não cheirasse a soro fisiológico e álcool detetizante.

Convidativamente, a cerca era baixa e de arame farpado. Passei meus dedos delicadamente pelas farpas, sentindo o leve arranhar, suave demais para romper a pele. Nada que eu não pudesse desviar, entretanto. Abaixei-me cuidadosamente, num impulso, encostando o rosto no chão, e comecei a me arrastar de encontro a floresta. Passei sem problemas, mas um pedaço da minha camisola enroscou-se ali e rasgou. Pensei nos filmes policiais que meu pai gostava de assistir, onde o detetive jovem e bonito sempre encontra um pedacinho de tecido ou fio de cabelo para levar ele até o verdadeiro culpado. Que time eu teria cometido para que a cerca tentasse me sabotar daquela maneira? Eu não sabia, mas talvez ela estivesse certa, então arranquei alguns fios de cabelo e coloquei no chão. Pareceu a coisa certa a fazer.

Tirei os todos os pequenos galhos e pedriscos que grudaram em mim enquanto eu me arrastava e adentrei rapidamente entre os pinheiros para evitar que me vissem. Eu não tinha a intensão de fugir, aquilo nem tinha passado pela minha mente, mas quando notei já estava correndo floresta a dentro. Meus pés, protegidos pela fina sapatilha de pano que eu usava dentro do manicômio logo ficaram descalços, mas eu não parei. O vento fresco se tornava frio enquanto passava pelo meu corpo e eu podia sentir meu rosto queimando.

Não tenho ideia de quanto tempo andei sem rumo, mas com certeza já deveriam estar a minha procura. Alguma parte de mim queria voltar para lá, tomar um banho e uma dose de sedativos e ir pra casa. Aliás, a falta do remédio que estava deixando minhas mãos suadas e apreensivas. Mesmo assim, não parei.

Subitamente, os sussurros começaram. Como sempre, senti os pelos do meu pescoço se arrepiaram e meu sangue correr para o rosto. Eu ficava vermelha, com calor, amedrontada e com vontade de vomitar. Parei de correr na mesma hora, percebendo o quando estava ofegante pela súbita queimação nos meus pulmões.

-  nolyn... nolyn... - O eco ressoava a minha volta, baixo o suficiente para estar sussurrando a dois passos de distância. Essa era a pior das sensações, não conseguir ver nada, mas sentir a lenta aproximação de algo que ninguém mais nota, que ninguém consegue afastar.

Como um pequeno rato abandonado em um quarto escuro cheio de cobras.

- Vá embora... - sussurrei de volta, como sempre fazia.

Nunca funcionada.

- Mag... nolyn... - A voz estava ficando mais alta, e eu senti meu coração acelerar. Além dos restos do meu nome, eu claramente podia ouvir sussurros em uma língua estranha. Todas as besteiras que eu lia na internet sobre demônios voltavam para mim nessas horas e eu lamentava ter tido acesso a internet um dia. Tudo que eu sentia era o mais puro medo de algo aterrorizante, porém era algo que ninguém via, ninguém ouvia ou sentia. Logo, ninguém podia me proteger, nem me ajudar e muito menos entender.

Louca, de medo.

Me levantei como se tivesse levado um choque, meus olhos turvos de lágrimas, e retomei minha corrida desesperada. Se antes eu tinha tomado o cuidado de andar somente em linha reta para não me perder, agora eu simplesmente corria sem olhar onde pisava. Senti levemente quando bati meu dedo numa pedra, o choque subindo pelo meu joelho até minha coluna, mas não pensei em parar. Os pequenos rasgos na minha pele eram tão insignificantes perante a voz que me perseguia que eu não conseguia tomar consciência deles.

Eu não sabia se o sol estava se pondo ou se minha mente estava escurecendo, mas quase não havia luz para me guiar. Sem demora, comecei a bater com força contra galhos e cair com extrema frequência. Os sussurros constantes eram como um rádio velho cheio de estática no fundo da minha mente que eu não conseguia desligar. Estava grudado em mim, e repentinamente respirando no meu pescoço...

Soltei o primeiro grito, ou talvez o milésimo.  A vontade de vomitar e a tontura eram insuportáveis, e o frio tinha entrado nos meus ossos e se instalado como se todo o gelo dos polos passasse por ali.

Finalmente, depois de anos, senti como se fosse morrer. Me deixei cair quando meu pé prendeu em alguma coisa e estalou de modo grotesco. Esperei pelo chão, talvez um travesseiro de pedras para esmigalhar qualquer restígio de loucura presente dentro do meu crânio.

Mas isso não aconteceu.

Bati na água, e o choque térmico se deu devido a temperatura agradável na qual ela se encontrava. Meu primeiro pensamento foi: voltei ao manicômio, tudo isso era uma alucinação, eles vão me dar remédios agora e tudo vai ficar bem, vou dormir e quando eu acordar Elsa vai brigar comigo e Dr. Carlos vai dobrar minha medicação...

Então meu peito começou a queimar. Abri os olhos rapidamente, vendo uma fonte de luz distante demais para eu estar simplesmente submersa em uma banheira. Eu não sabia nadar, mas mesmo assim o pânico não veio. Continuei observando a luz, que era de uma cor alaranjada, quase rosada, e contrastava com o azul escuro a minha volta. A água era calma, e eu não ouvia nada, nenhum sussurro. Talvez eu tivesse morrido, finalmente. 

Quase fiquei feliz, mas a queimação do meu peito não diminuía. Comecei a ver alguns pontos escuros na frente dos meus olhos. Talvez eu tivesse morrido e agora estava no inferno, a começar por uma leve queimação que terminaria comigo dentro de uma frigideira de lava. Eu não conseguia me importar.

Então eu perdi a consciência.



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