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História Mischievous Destiny - Machine


Escrita por: Bloodstained

Notas do Autor


O capítulo estava pronto, mas só tive tempo de vir postá-lo agora (reta final de faculdade dá nisso), revisei umas três vezes, mas se ficou algum erro ou algo sem nexo, me avisem por favor para eu corrigir xD Espero que façam bom proveito!

Capítulo 3 - Machine


- Molly

 

Na sexta feira após o jantar meu pai foi viajar me deixando aos cuidados dos Holmes. Estar na casa deles não era tão ruim assim, principalmente por ficar em contato com uma pessoa que tinha sido próxima de mamãe.

A casa era aconchegante nos seus dois andares e jardim dos fundos, desde a sala com lareira até o quarto que Wanda preparou e decorou com todo carinho nos mínimos detalhes para mim – a agradeci mentalmente pelo bom senso que ela teve de não ter escolhido tudo rosa e transformar o cômodo em um quarto da Barbie.

No dia que cheguei só fui conhecer o Holmes Pai durante o jantar. Timothy Holmes trabalhava como chefe de segurança dos metros de Londres, ele revezava os turnos de trabalho com outro companheiro, então seus horários eram malucos. Ele era simpático e divertido, na minha primeira noite ali eu já lhe devia uma partida de pôquer.

Wanda Holmes dava aulas de matemática em um colégio todas as tardes, ela era um amor de pessoa – não hesitou em demonstrar que não me deixaria sair da linha enquanto estivesse sob seus cuidados – apesar de séria tive que rir dela, eu podia facilmente imaginar ela e mamãe sendo amigas: pessoas doces e tranquilas, mas se necessário assustavam a coragem em pessoa. Wanda era maníaca por organização e limpeza – o que para meu prazer me permitia andar pela casa de meias sem encardi-las.

Se eu fosse julgar apenas pela personalidade não poderia afirmar que Timothy e Wanda eram os pais de Sherlock e Mycroft.

Mycroft Holmes tinha uma pose tão arrogante quanto à do irmão, não sei se isso era reflexo do que ele fazia: naquela idade e ele já tinha certa influência no governo, além dos contatos com o MI5.

Desde que cheguei praticamente não vi Mycroft demonstrar um traço que fosse expressando algo que sentia – a maior emoção que vi passando por seu rosto foi domingo durante o chá quando ele esteva diante de um pedaço de bolo. Aposto que se ele chutasse com o dedo mindinho do pé a quina de um móvel, ele ainda continuaria com aquela cara de indiferença.

E por último, Sherlock Holmes... O gênio arrogante.

O que eu tinha visto nele para ter me apaixonado?

Bom, Sherlock era muito inteligente, me lembrava de ter me encantado por ele nas vezes que o observei no laboratório fazendo suas experiências. Também tinha aqueles olhos maravilhosos com o poder de deixar qualquer tagarela sem palavras, e os sedosos cabelos cacheados, até aquela maldita boca que com frequência ele abria para ser desagradável com alguém tinha seu charme, e claro, a elegância que vinha junto com o pacote gênio e arrogante.

 Admito que a primeira coisa que senti quando soube na casa de quem eu ficaria foi certa empolgação, afinal seria o máximo dividir o teto com minha paixão do primeiro ano no colegial – durou menos de um minuto essa sensação. No minuto seguinte eu me lembrei da rejeição e o sentimento predominante foi o receio, no fundo eu sabia que apesar dele não merecer, eu guardava resquícios de sentimentos.

Na primeira oportunidade Sherlock aproveitou para debochar de mim como o idiota que era, ainda bem que naquele momento eu me controlei e rasguei a carta no impulso. Pelo menos tive a oportunidade de dar o troco e o prazer de vê-lo com cara de tacho – devia ter tirado uma foto da cara Sherlock para guardar junto com a dele usando um vestido rosa.

Sherlock era irritantemente calmo por fora, agia como um robô com comandos básicos, quase não comia – segundo ele comer o deixava lerdo – e dormia muito pouco. Na madrugada de sábado o ouvi andando no corredor. Suas atitudes eram de alguém que não se importa com ninguém além dele mesmo, como se fosse superior às outras pessoas.

Uma maldita máquina automática.

— Sherlock! Molly! Vocês vão se atrasar! – Wanda gritou da cozinha enquanto lavava a louça nos apressando, as aulas de Sherlock e as minhas iriam começar naquela manhã. —Sherlock espere que Molly também pega o metrô!

— Estou indo. – disse pegando um cachecol e vestindo um sobretudo por cima de suas roupas sociais.

— Até mais tarde, Wanda. – vesti meu casaco e acenei para ela.

O trajeto até a estação de metrô foi feito em silêncio, Sherlock ia andando alguns passos na minha frente ignorando completamente a minha presença – com certeza ele tinha mais ciência da presença de sua sombra que da minha.

Bufei, ele também tinha que ser egocêntrico.

Enquanto esperávamos o metrô passar, aproveitei para checar meu email e as redes sociais. Para meu total azar – e diversão perversa de Sherlock – quando o metrô chegou, naquela movimentação durante o fluxo de pessoas entrando e saindo, não consegui entrar no vagão a tempo, a porta do metrô fechou e eu fiquei para trás.

Sherlock nem se deu ao trabalho de segurar a porta para eu ter tempo de entrar. Fiquei com muita raiva dele – suficiente para meus olhos arderem com vontade de chorar, não consegui acreditar aonde chegava seu nível de rudeza. O pouco de convivência com ele já tinha me ensinado a não esperar gentilezas vindo dele, e mesmo sabendo que não devia deixar, sua atitude tinha me magoado.

Sherlock Holmes não tinha um pingo de consideração por outro ser.

Sai da estação correndo para procurar um táxi, a última coisa que queria era chegar atrasada no primeiro dia de aula. Cheguei à escola em cima da hora, encontrei Mary me esperando na porta da sala onde seria nossa primeira aula.

Mary Morstan era minha melhor amiga desde que comecei o colegial, sua família era formada por atiradores de elite – rolavam vários boatos na escola de que suas gerações passadas tinham fundado a CIA, em alguns, qualquer Morstan que tivesse idade para manejar uma arma atuava como assassino de elite, e nos mais absurdos, sua família tinha ligações com a máfia russa.

Mary não só sabia, como também tinha assistido eu levar o fora épico de Sherlock no final do primeiro ano, naquela época ela tinha dito que se um dia o encontrasse na rua daria um soco nele por sua insensibilidade... Queria só ver como ela reagiria quando eu contasse o porquê não lhe faria companhia no dormitório.

— Você ainda não me contou sobre essa amiga de sua mãe, quero todos os detalhes! – Mary disse após terminar seu relato sobre sua viagem a Portugal. Nossa conversa sobre as férias teve de ficar para o intervalo enquanto comíamos.

— Wanda e o marido Timothy são um amor de pessoa, afinal alguém da família Holmes tinha de ser...

— Espera! – Mary levantou as mãos dramaticamente sinalizando que eu parasse de falar. — Você está morando com a família de Sherlock Holmes? ‘O’ Sherlock Holmes? Aquele Sherlock-arrogante-idiota-Holmes?

— Sim. – confirmei sem muita empolgação.

— Ai meu Deus! Me conta tudo! Como ele reagiu quando te viu? Ou melhor, como você reagiu?

— Não tem muito o que contar, ele fica no canto dele e eu fico no meu. – me lembrei de hoje mais cedo na estação de metrô e segurei o garfo com mais força descontando minha raiva no talher.

— Molly Hooper, aconteceu alguma coisa que você não me contou ou você não estaria enforcando o pobre garfo...

Contei como tudo aconteceu hoje cedo para eu ter me atrasado, também relatei sobre Sherlock ter ido esfregar na minha cara a história da carta, quando terminei Mary estava com cara de poucos amigos e um olhar assassino.

— Que cruel! Eu juro Molly, o dia que eu for tomar chá na casa do Holmes farei questão de colocar uma ótima quantia de laxante na xícara de Sherlock! Como ele pode ser tão...

— Robô? Máquina? – sugeri, Mary deu uma risadinha.

— É. Agora chega de falar desse idiota, depois da aula a senhorita está intimada a vir comigo até a UCL conhecer uma pessoa.

— Defina uma pessoa Mary Morstan.

— Alguém que eu conheci. – disse num tom mais baixo.

— Alguém quem? – perguntei só para encher seu saco, não desistiria até ela admitir.

— Alguém que me pediu em namoro.

— Eu sabia! Detalhes, agora! – Mary nem teve tempo de abrir a boca para começar o relato, o sinal encarrando o intervalo tocou.

Só fui conversar novamente com minha amiga no final das aulas, já era quase horário de almoço, então antes de irmos até a universidade paramos em uma lanchonete para comprar batata frita e milkshake. Procuramos por um lugar na sombra de uma árvore no campus pra nos sentar.

— Desembuche Morstan. – pedi enquanto mergulhava uma batata no milkshake.

— Vai ter que ficar para depois, ele vem vindo ali com um amigo. – apontou e acenou para alguém atrás de mim.

Olhei por sobre o ombro – daquela distância Mary ainda não o tinha reconhecido, mas eu sim deixei escapar um gemido.

— Ah não...

Eu ainda não conhecia o namorado de Mary, mas reconheceria o dono daquela cabeleira cacheada e a expressão apática em qualquer lugar. Olhei para cima para me certificar que não tinha nenhuma entidade celestial rindo da minha cara.

Ótimo, Sherlock era amigo do namorado de Mary. Foquei minha atenção na comida, eu podia e iria ignorá-lo. Depois de hoje cedo ele teria sorte se voltasse para casa sem uma mancha de milkshake na roupa – além de quem sabe um olho roxo, caso Mary resolvesse cumprir o que havia dito. Respirei fundo para me controlar melhor, a última coisa que eu queria era dar a ele o prazer de ver o que causou em mim.


Notas Finais


University College of London*
deixem aquela review delícia para essa humilde escrita que vos fala :3


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