1. Spirit Fanfics >
  2. Misfit >
  3. Lindo

História Misfit - Lindo


Escrita por: Doublefenix

Notas do Autor


Saudações terraqueos!

~brota~

Olá! Motivo do atraso:
-Não pude ir na minha vizinha nem em uma lan house
-Provas
-Hoje tive ensaio com a minha banda (e sim, se vcs n sabem, titia Moon é cantora nas horas vagas <3) pq a gente vai se apresentar no final desse mes e eu quero que tudo role perfeitamente bem ^_____^

Bom, sem mais delongas e até as notas finais, fiquem com um pouco mais de Misfit

Musica sugerida pela Taomyun- Wonderwall- Oasis

Capítulo 11 - Lindo


Fanfic / Fanfiction Misfit - Lindo

 

 

 

 

 

Capítulo 11-Lindo.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

 

 "Nenhuma pipa é capaz de subir sem a oposição do vento.”

-Provérbio Chines

 

 

 

 

 

Era a manhã após meu décimo sexto aniversário.

 

E meus lábios não paravam de tremer.

 

Estava parado próximo ao muro branco de saída da escola, enquanto aquela multidão afoita inundava como um rio as ruas. Suspirava, esperando Chanyeol sair, já que eu sempre saía com Taeyeon, como diziam as regras.

 

A loira já havia ido embora se fazia minutos, e eu permaneci ali, encostado entre árvores secas, repassando em minha mente tudo o que, como quebra cabeças, preencheu minha infeliz noite de sono, nada bem aproveitado.

 

Iríamos para sua casa, sim, a casa de Chanyeol.

 

E eu estava surtando.

 

Não sei se era pela idade, mas meus batimentos cardíacos estavam tão altos que era como se eu pudesse ouvi-los, as mãos não paravam de soar e eu as esfregava compulsivamente nas beiradas de minha calça, como se pudesse, de alguma forma, tirar de mim aquele nervosismo.

 

Meus olhos passeavam impacientes por todos os alunos que saiam da escola, esperando que ele chegasse logo, recordo-me de forçar a garganta a cumprir seu papel, mas a saliva simplesmente parecia não descer.

 

Havia escovado os dentes pelo menos umas cinco vezes naquela tarde, levava na mochila uma blusa a mais, minhas roupas estavam impecavelmente novas e eu tinha a leve impressão que meu perfume já não existia mais no frasco.

 

Ajeitei meus cabelos, desejando ter a certeza de que os mesmo se encontravam perfeitamente alinhados, já que na noite anterior tentara de todas as formas mudar seu corte e no final apenas cheguei a conclusão que o usual era o “menos pior”.

 

Todos os casais andavam lentamente. Calmos.

 

Afinal, não era qualquer um que levava uma vida cheia de fortes emoções.

 

Meus pés batiam contra o piso cinza e sem nenhum atrativo eu me perguntava onde estaria o ruivo e o porquê de sua demora.

 

Até porque, ele estava com Sandara.

 

Chanyeol sempre deixou tantas coisas mal explicadas.

 

Coisas que eu realmente nunca entendi.

 

Os coturnos negros finalmente mostraram-se em meu campo de visão, fazendo meu corpo congelar lentamente e eu sorri desajeitado, tentando me acalmar.

 

A morena de cabelos castanhos sorriu para mim e Chanyeol apenas olhou-me nos olhos e, apenas acenar para a garota, veio caminhando em minha direção.

 

Não resisti em não crispar os lábios, irritado até mesmo com aquele mínimo contato, enquanto suas pernas longas ficavam cada vez mais próximas.

 

E eu lhe observei sem saber muito por onde meter meus olhos e às vezes eu ia mais por aqui, depois eu ia mais por ali, passava por seus fios de fogo balançando contra o, seus olhos prateados tão sérios, seus lábios fechados e sem nenhuma expressão, as pequenas marquinhas de antigas espinhas e algumas pintinhas espalhadas e céus! Era tudo tão formidável que eu nem sabia por onde olhar.

 

Só fui notar que ele estava ao meu lado quando seu braço relou em meu ombro e juro que se ele tivesse demorado mais um minuto em sua trajetória eu teria desmaiado ali mesmo.

 

"Vamos." Murmurou, olhando-me por cima do ombro, tornando a caminhar.

 

“Vamos.” Fiz que sim.

 

Ele sorriu de leve e eu passei a segui-lo por entre as ruas lotadas de estudantes, para um caminho ao qual não havíamos feito antes e gastava meu tempo observando os arredores, prestando atenção em suas costas mais a frente ou xingando-me mentalmente por não ter pegado meu celular.

 

Após alguns minutos, e depois de virar diferentes esquinas, afastando-nos cada vez mais dos arredores escolares, finalmente encontrava-nos sozinhos na calçada.

 

Surpreendentemente o clima estava abafado, as nuvens claras e a temperatura quente e eu lembro de que me preocupei pela primeira vez se ficaria suado.

 

E pensei que Chanyeol não poderia me abraçar caso eu estivesse suado.

 

E eu queria que ele me abraçasse.

 

Meus olhos estavam perdidos nas árvores secas, preenchidas por galhos feios e quase negros, que eu desejava que estivessem floridos, pois aquela rua morta não combinava com sua presença, tão viva.

 

Olhei para o lado, fitando o ruivo de perfil, ele estava quieto e parecia pensativo.

 

Eu também estava quieto, meus lábios nem ousavam se mexer.

 

Mas minha mente gritava.

 

O que faríamos em sua casa? Chanyeol morava sozinho? E se não, com quem ele morava? Como eu me livraria de meus pais depois?

 

Eram algumas das perguntas que rondavam minha mente enquanto eu seguia o garoto de cabelos vermelhos.

 

Quero dizer, ele simplesmente nunca me contava nada, e não eram apena suas luas prateadas que se mostravam incógnitas e submersas para mim.  Era ele como um todo.

 

Seus gostos, suas vontades, seus medos, quanto mais eu conhecia, mais sentia que possuía uma vastidão para conhecer, e que sabia sobre ele apenas o tanto que um grão sabe sobre o deserto.

 

Chanyeol começou a assobiar baixinho, uma melodia sem ritmo, que combinava perfeitamente com os batimentos desesperados daquele meu coração jovem.

 

Tentei procurar algum assunto, estalando o pescoço para o lado e botando as ideias para funcionar, mas era como se nada me viesse à mente.

 

E eu me senti um lixo por isso.

 

Ah, como eu queria poder falar com Chanyeol sobre qualquer tema, algo que o interessasse.

 

Mas nem para isso eu servia.

 

Sempre conversamos tanto, dividíamos as coisas, ligávamos um para o outro, mandávamos mensagens, então por que ali eu estava daquela forma tão patética e não característica? Eu não era daquela maneira, eu não era nervoso.

 

Naquele tempo, e hoje também, eu não conseguia entender o que alguém como ele teria visto em uma pessoa como eu.

 

Às vezes eu me olhava no espelho.

 

E era tudo uma lástima.

 

Chanyeol conseguia ser tão bonito naturalmente, seus cabelos sempre estavam bagunçados, seus coturnos sempre estavam sujos e sua jaqueta era sempre a mesma também, ele era alto demais e magrelo, seus olhos eram grandes e arregalados, fora as bolsinhas embaixo dos mesmo, sua voz desafinava mil vezes sem parar e sua pernas tortas me davam nervoso.

 

 Mas eu conseguia acha-lo tão bonito daquela maneira.

 

Quero dizer, ele não era aquele tipo de cara popular, que todas as meninas olhariam e pensariam “nossa, que deus!”, não, ele não era perfeito e era muito estúpido também, mas ele era tão assim, esquisito, tão... 

 

Ele era tão ele que todos os outros perdiam a graça.

 

Recordo-me que desde o começo, eu tentara diversas vezes vestir-me melhor, quero dizer, ele era tão cheio de seu estilo, suas calças rasgadas, seus olhos claros e seus cabelos tão vermelhos, mas todas as minhas peças de roupas eram exatamente as mesmas, meus olhos eram castanhos sem nenhum tipo de brilho e o cabelo permaneceria tigela e negro como a noite.

 

E eu sentia tanto medo de não ser bom o suficiente para ele.

 

Eu tentava mudar repetidas vezes aquele conjunto que não me agradava em nada e eu sempre falhava.

 

Ficava na frente do espelho às vezes, trocando roupas, penteando madeixas, passando os dedos pelo rosto e pelo corpo, como se fosse capaz de redesenhar-me, em uma versão centenas de vezes melhor.

 

Ficava na frente do espelho às vezes, e notava.

 

Notava que queria ser mais magro.

 

Que queria ser mais alto.

 

Que queria ser mais legal.

 

Que queria ter um cabelo diferente.

 

Que queria um sorriso mais bonito.

 

Que queria ser mais bonito.

 

E eu acho que fui, aos poucos, notando que, às vezes, eu não queria ser eu.

 

Seus assobios cessaram-se e aquilo fora suficiente para despertar-me de meus pensamentos sobre o quão feio eu era, e que eu não merecia, de fato, Chanyeol.

 

Ergui de leve a cabeça e meus olhos foram percorrendo lentamente a calçada úmida, porém ensolarada, até encontrar-se com as botinas brancas.

 

Aquelas conhecidas botinas brancas.

 

Arregalei os orbes e meu coração falhou ao observar a cena que nem em milhões de anos eu desejaria ver.

 

Queria tanto olhar para Chanyeol porque eu precisava ter conhecimento se ele estava tão assustado quanto eu, mas eu não podia levantar nenhuma suspeita.

 

Não os olhei nos olhos, pois sabia que veria o inferno ali, minha garganta tornava-se gradativamente mais seca e a eu suava frio, prendendo o ar.

 

Nem mesmo quando os dois inspetores passaram por nós dos, eu me acalmei, nem quando aquele barulho das pisadas já estava longe, eu ainda puxava o ar de forma pesada. Pois era tão opressor que queimava-me a alma.

 

Lembro que quis direcionar meus olhos para trás, mas Chanyeol me impedira.

 

"Não olhe..." Ele cochichou, ainda levemente afastado de mim.

 

 Então eu me calei.

 

Se aqueles homens soubessem que eu estava indo para a casa de Chanyeol sem nenhum tipo de autorização, tanto eu, quanto o garoto de cabelos vermelhos, estaríamos metidos em um problema ao qual eu nem poderia imaginar as consequências.

 

Acho que só nos doemos por aquilo que é verdade.

 

Não havia problema nenhum em ver dois inspetores na rua.

 

Se eu estivesse fazendo a coisa certa.

 

Mas como o próprio Chanyeol havia me dito durante a aula de educação física:

 

Aquilo era muito errado.

 

Chanyeol era errado.

 

Eu estava me tornando um erro.

 

Tudo aquilo, desde o começo fora um erro.

 

E talvez fosse por isso que eu gostasse tanto dele.

 

Sempre tivera uma queda por erros.

 

Hoje, não diria que tudo foi um erro, e talvez, até tenha sido.

 

Mas com certeza fora o erro mais certo que já pude cometer em minha vida.

 

 

 

X

 

 

 

 

Quando nos aproximamos de um conjunto de uma rua mais isolada, sem saída, e preenchida por casas, eu recordo-me que estranhei tudo aquilo.

 

Chanyeol não morava sozinho, afinal.

 

Havia dezenas de moradias todas feitas no mesmo padrão, brancas e extremamente quadradas, distribuídas entre gramados de mato baixo e calçadas límpidas.

 

Elas estavam fechadas com portas de ferro, e nas portas de ferro, havia fechaduras grandes, extremamente polidas e brilhantes, tão limpas que chegava a cegar.

 

Aquele lugar me dava medo.

 

Aquele lugar me deu medo desde a primeira vez que puis meus pés ali.

 

Era como se aquela organização, aquela limpeza, aqueles ambientes trancados tão rigorosamente, como se tudo aquilo estivesse misteriosamente errado, complexo, nevoado.

 

"Chany...” Clamei baixo, tomando cuidado com o caminho, observando tudo ao redor, assustado com o tamanho e higiene de tudo.

 

Ele se virou para mim, sorrindo de leve, e eu continuava tão nervoso quanto antes, ainda mais sabendo que teria de conhecer outras pessoas.

 

Quem seriam eles? Avós? Tios? Padrastos? Droga! Eu não fazia ideia! E o que eles achariam de mim?

 

Acho que ele notou alguma coisa, pois me sorriu novamente, aberto e confiante.

 

"Calma..." Tornara a andar.

 

Eu tropeçava no chão feito de pedras grandes cada vez que tentava observar o local ao redor de nós, e seus passos não me esperavam, continuando a caminhar muito a frente, passando reto entre as casinhas brancas.

 

Como se as construções estrategicamente posicionadas não significassem nada.

 

Mas significavam.

 

Por fim, ele parou em frente a um casarão maior, bem alto, quadrado como tudo ali, e sem nenhum atrativo visual, tão diferente da casa colorida da Isolda do Sr.Kim, de seus bolsos saíra uma chave meio enferrujada e comprida, a qual ele enfiou fechadura, destrancando a mesma.

 

Fiquei parado em frente à porta aberta, sem saber entrava ou não, encarando suas costas levemente largas.

 

E eu me sentia perdido.

 

"Vem Baek.” Sua voz soara já de dentro do lugar desconhecido.

 

E, temerosamente, entrei ali, marcando o chão com um primeiro passo tímido.

 

A casa era grande.

 

Fora a primeira coisa que pude concluir, o pé direito era enorme, com alguns bons metros, e o lustre central era diferente, quadrado e forte, clareando inteiramente o que tomei ser a sala.

 

A casa era grande, mas nada diferente do que eu já estava acostumado.

 

As paredes eram brancas também, e para ser sincero, tirando o tamanho, era uma residência tão usual que nem ao menos me lembro dela direito.

 

Chanyeol olhou para os lados antes de fazer uma cara desgostosa, estalando os lábios.

 

"Cheguei!" Ele gritou.

 

E após alguns breves minutos de silêncio e expectativas, uma resposta fora ouvida.

 

"Ah sim, Chanyeol..." Uma nova voz se fez presente e uma senhora já idosa apareceu em meu campo de visão.

 

Avaliei-lhe dos pés a cabeça, não deixando de reparar em sua face alegre, extremamente alegre, para ser exato.

 

Ela andou aos tropeços até nós, tendo de se apoiar nas paredes, e eu pude notar marcas em seus braços já completamente enrugados que tentavam segurar nos móveis, e se eu fosse alguém mais gentil, teria ajudado-a.

 

"Então você é o amigo do Chanyeol?" Ela sorriu, fitando-me profundamente, entre seus olhos tão fechados e caídos que ficava impossível de vê-los.

 

Lembro que minhas bochechas tornaram-se vermelhas com sua fala, e fui obrigado a abrir meu dicionário invisível à procura de palavras, mas suas páginas estavam em branco.

 

Ela se aproximou mais de mim e eu lembro que recuei com aquilo, dando alguns passos para trás, e logo notei Chanyeol pondo-se ao meu lado.

 

"Sra.Oh....ele é um pouco tímido, mas sim, esse é o Baekhyun."

 

Sra.Oh...

 

Oh.

 

Repeti o nome tantas vezes que quase fiquei tonto.

 

Enquanto ela abria aquele sorriso semi banguela em minha direção.

 

"Bom, meu nome é AenBi, e eu sou dona desse lugar."

 

Olhei ao redor sem entender se ela referia-se ao conjunto de casas ou apenas a sua residência trivial.

 

"Na verdade ela cuida de mim desde que eu tenho uns dez anos...” Chanyeol murmurou, explicando a situação.

 

Ou pelo menos tentando, porque minha mente era pura confusão.

 

Digo, e os pais de Chanyeol?

 

Como ele havia parado ali?

 

Oh não era o mesmo sobrenome que Park, teria ele sido adotado?

 

Eram tantas questões.

 

Porque eu queria saber tudo sobre Chanyeol.

 

Enquanto ele não queria contar nada.

 

 "Quem é esse?" Uma nova voz interrompeu meus pensamentos.

 

Levei meus olhos à fonte, vendo um garoto de idade próxima a nossa, encostado na parede.

 

"Sehun, querido, venha falar oi para o amigo do Chanyeol."

 

Congelante.

 

Congelante era a única palavra para definir aquele garoto.

 

E vejam que engraçado, até hoje sou capaz de defini-lo desta forma, pois só deus saberia explicar o que acontecia dentro de mim, naquele arrepio infernal e desconfortável que era encontrar os olhos esotéricos de Oh Sehun.

 

Olhos frios, devo dizer, e para minha surpresa, eles eram de cor violeta.

 

Sim, violeta.

 

Um roxo extremamente claro.

 

E lindos.

 

Obviamente não tão lindos quanto os de Chanyeol, as esferas prateadas foram as coisas mais lindas que já pude ver na vida.

 

Mas os olhos de Sehun...

 

"Cadê o meu pai?“ O jovem nem se dera ao trabalho de cumprimentar-me, arqueando apenas uma sobrancelha.

 

Sua voz era tão enojada e irritante que quase me afastei, praticamente encostando minhas costas no peito de Chanyeol e lembro-me do exato momento em que Chanyeol ficara um pouco inquieto ao meu lado, desconfortável.

 

E eu estranhei aquilo.

 

"Ah sim, seu pai já vem, ele está trabalhando." O tal de Sehun tornou a me encarar.

 

Seus orbes sisudos de tonalidade púrpura, tão prismas, vagaram eternos segundos sob a minha pessoa.

 

Fazendo-me revirar o estômago, pois pareciam me queimar, me destruir.

 

Eu tinha medo de seu olhar, tenho, sempre tive e sempre terei.

 

Que céus! Perdoasse quem quer que tenha o desprazer de conviver com aquelas ametistas pesadas e indecifráveis.

 

E por alguma força mística, naquela sala a qual eu mal me sentia respirar, Chanyeol interrompeu o clima pesado.

 

"Bom, a gente vai pro meu chalé estudar."

 

Ambos olharam para nós e a Sra.Oh sorriu.

 

Sehun não.

 

Ele estava tão sério que talvez fosse possível congelar pessoas com aquele olhar, que pela décima vez talvez, estivesse sob mim, avaliando-me.

 

Desviei minhas pequenas bolinhas castanhas para o chão, e respirei tão alto que Chanyeol me fitou.

 

Deus!

 

Eu queria ir embora dali.

 

Eu queria ir embora dali naquele segundo mesmo.

 

Sehun me assustava.

 

A Sra. Oh me assustava.

 

E eu tinha certeza que o pai me assustaria mais ainda.

 

“Vamos Baekhyun?”

 

Chanyeol foi em direção à porta e eu lhe segui, sem olhar uma última vez para aquela casa, aquela casa tão completamente deslocada e desagradável.

 

Meu instinto particular me dizia que havia algo muito errado ali, a senhora que sorria demais e o garoto que nada sorria, a relação estranha dos mesmos com Chanyeol.

 

Eram tantas perguntas a serem feitas e eu mesmo me perguntava se o ruivo as responderia ou apenas mudaria de assunto como sempre fazia.

 

Ele era como um mar extenso, daqueles que você mal faz ideia do que exista em suas profundezas.

 

Bonito? Sim, lindo.

 

Eu poderia até mergulhar ali.

 

Mas deveria saber nadar.

 

Eu, definitivamente, deveria saber nadar.

 

"Agora sim você vai conhecer onde eu moro." Ele riu, aproximando-se da última casa na rua sem saída, com alguns matos mais altos.

 

Caminhei meio depressa até ali, pisando sobre arbustos, e Chanyeol novamente tirou suas chaves do bolso, abrindo a porta.

 

Esta, por sua vez, possuía dois cadeados grandes, polidos.

 

Sério.

 

Aqueles cadeados.

 

Não poderia descrever facilmente para vocês o que era, de fato, o som daqueles cadeados sendo destrancados.

 

Lembro que meu peito borbulhava, pois tinha certeza que a casinha de Chanyeol deveria ser algo completamente diferente de tudo antes visto.

 

Como o circo ou o castelo de Tristão e Isolda.

 

Afinal, era Chanyeol.

 

E Chanyeol era... bom, vocês sabem.

 

Puis os pés dentro do local desconhecido de forma animada, com certa pressa até, olhando para todos os lados, querendo coletar todas as informações ao mesmo tempo.

 

Mas meu sorriso morreu no rosto quando pude, enfim, observar o interior do lugar.

 

Era exatamente igual todas as casas que já havia visto na vida, inclusive a minha.

 

Minha boca se abriu e se fechou diversas vezes, fitando aquela sua face em expectativa, variando meu olhar entre ela e o cômodo.

 

E tenha certeza, eu não era, e não sou bom em mentir.

 

"A-ah...é...legal...” As palavras saíram baixas.

 

Porque o que era mentira era para ser abafado.

 

Chanyeol se aproximou de mim, colando seu peito em minhas costas, arrepiando-me ao passar seus braços contra minha cintura, naquele toque tão repentino e abrupto, pois a segundos antes não estávamos fazendo nada daquele “tipo”.

 

Ele apoiou seu queixo em meu ombro, dando um selinho em minha orelha, fazendo-me encolher entre seu corpo.

 

"Pare de mentir, eu sei que você achou uma merda." Suas palavras brincalhonas entraram pelos meus ouvidos de uma forma nada cômica.

 

Estaria ele, falando sério?

 

E lá estava eu.

 

Byun Baekhyun, aos meus dezesseis anos, no provável dia mais confuso da minha vida, completamente decepcionado com meu melhor amigo.

 

E ainda por cima, com fome.

 

Recordo-me que suspirei baixinho, tentando achar forças dentro de mim mesmo para combater aquela desilusão.

 

Porque podem acreditar, se eu tivesse uma pá naquele momento, teria cavado os sete palmos e me enterrado ali mesmo.

 

Não que eu tivesse projetado ou planejado alguma coisas, quero dizer...eu só imaginei...e...porra! É lógico que eu havia criado expectativas, ainda mais encima dele, o garoto de olhos prateados que sempre me surpreendia.

 

Mas expectativas era algo completamente complicado e profundo, eram os natais que sempre ganhava as mesmas coisas ou nem ganhava nada, e no ano seguinte estaria lá, pateticamente esperando que algo novo acontecesse.

 

Mas nunca acontecia.

 

E eu tinha essa mania idiota de desenhar centenas de vidas, escolhas, caminhos, cenas em minha mente e achar que elas simplesmente, como mágica, iriam se tornar realidade e consumir o mundinho sem graça que vivia.

 

Mas se surpreender sempre seria melhor que se decepcionar.

 

Criar expectativas sempre seria errado. Mas acho que se não fosse errado, não seria eu.

 

Chanyeol se afastara e eu ao menos notara, permanecendo com aquela feição desgostosa em face, como quando mordia uma maçã podre, cheio de esperanças por um sabor gostoso e refrescante.

 

Seus dedos se embrenharam nos meus, unindo aquelas distâncias, puxando-me sem muita força pelo quarto e eu deixei-me levar, pois acho que já estava tão conturbado com tudo aquilo.

 

Eu queria gritar, chorar, ir embora, dizer para Chanyeol que eu lhe odiava porque aquela não podia ser sua casa.

 

A casa do meu melhor amigo deveria ser o lugar mais legal do mundo!

 

A casa do meu melhor amigo deveria combinar com ele.

 

Recordo-me que ele se aproximou de um canto do quarto, e eu segui com os olhos seus movimentos, observando o corpo grande abaixar-se.

 

Chanyeol pensou por poucos segundos e logo em seguida levou os dedos até o chão, o puxando.

 

Sim, puxando o chão.

 

"O que você ta fazendo?!" Deixei a pergunta escapar e de forma irritada, quase que impaciente.

 

Aquele quarto.

 

Aquela casa.

 

Nada combinava com a magia que era Park Chanyeol.

 

"Você já vai ver..." Sua voz saía pesada, devido a força aplicada ali.

 

E então, um bloco grande do piso saiu em suas mãos, simplesmente sendo arrancado do solo, enquanto ele levantava-se, arrastando aquele pedaço de concreto até perto da cama.

 

Meus olhos arregalaram-se surpresos, a boca levemente aberta, e meus pés naturalmente me guiaram até ali, próximo ao buraco.

 

Acho que as coisas simplesmente funcionavam daquela forma.

 

Chanyeol nunca seria usual.

 

Agachei-me, observando algumas partes de um cômodo subterrâneo, escondido do resto do mundo.

 

Secreto.

 

"Wow..." Fora a única coisa que pude falar, com os olhos brilhando em admiração.

 

Chanyeol riu, abaixando o tronco e selando minha bochecha logo em seguida.

 

Perguntei-lhe se podíamos entrar ali, receoso com a resposta.

 

Ele respondeu que devíamos.

 

Recordo-me que tardei em descer as escadas, pois estava com medo, o ruivo deu risada, me chamando de cagão e falou para eu me virar.

 

Fiquei bravo com ele mesmo sabendo que não estava bravo de fato.

 

E quando meus pés pisaram no chão, fiquei ali parado, ainda sem reação.

 

"E é aqui que eu me escondo." Ele riu, repetindo a frase utilizada por mim em sua última ida em casa, quando finalmente terminou os degraus.

 

Olhei para os lados.

 

"Chanyeol... isso é tipo..."

 

Eu nem sabia o que falar.

 

O cômodo de baixo era completamente a cara de Chanyeol.

 

As paredes eram coloridas, coloridas mesmo, coloridas até no teto, em tons claros de azul, laranja, verde, amarelo, como se pinceladas suaves estivessem se esguichado contra tudo. O chão era feito de madeira, eu nunca havia visto madeira no chão, e ficava lindo, brilhante, profundo e amarronzado, capaz de captar e pender meu olhar durante minutos.

 

No teto, havia diversas lâmpadas penduradas, algumas estavam mais altas que outras, e elas caiam de forma tão bonita pelo quarto, como se traçassem rotas e estivessem indecisas sobre qual centímetro de cor iluminar primeiro.

 

No chão, pilhas e pilhas de livros se amontoavam, alguns quase até o teto, criando um caminho à cama. Livros de verdade, como Tristão e Isolda.

 

Existiam também diversos baús, marrons e bonitos, com detalhes esculpidos, e preenchidos com coisas que eu ao menos sabia o que era.

 

A cama era grande, com edredons claros bagunçados e varias almofadas coloridas, em cima da mesma, uma gaiola branca com

 

"Borboletas!"

 

Corri em direção dali, quase tropeçando nos livros espalhados e Chanyeol me seguiu rindo baixinho, enquanto meus olhos se perderam no objeto branco, onde os animais se acumulavam, remexendo as asas coloridas.

 

"Chanyeol...” Olhei para o ruivo, virando meu rosto.

 

Ele estava parado no meio do quarto, com aquele sorriso retardado sob os lábios.

 

E eu lembro que me xinguei centenas de vezes mentalmente por ter pensado, mesmo que por um segundo, que alguém como ele me decepcionaria.

 

E até hoje, ele nunca me decepcionou.

 

Fitou-me com suas íris prateadas e eu me aproximei dele em passos rápidos, lhe abraçando sem nenhum tipo de aviso ou restrição.

 

Eu já sabia que não precisava.

 

"Sério...aqui é simplesmente perfeito." Murmurei.

 

Ele retribuiu, deixando com que seus braços praticamente esmagassem-me, colando os corpos.

 

Tirei o rosto de seu pescoço, tendo de erguer a cabeça, devido nossa diferença de altura.

 

Recordo-me que ficamos daquela forma, encarando um ao outro como se pudéssemos trocar centenas, talvez milhares de conversas ali mesmo, entre seus olhos prateados e os meus que, por algum motivo desconhecido, estavam sendo observados tão profundamente.

 

"Queria que você morasse aqui comigo."

 

Sua mão veio em direção de minha face e suas digitais escorreram entre meus poros e impaciências, formulando um sorriso bonito que me rasgou o canto da boca, enquanto as palavras sinceras escapavam de seus pulmões. 

 

Acho que não existem palavras capazes de descrever com todas as letras o que era aquele sentimento.

 

Ser desejado.

 

Por alguém que se gosta.

 

Céus!

 

Eu olhava para Chanyeol e cada vez mais pensava no que ele teria visto em alguém como eu.

 

Eu era tão...tão eu.

 

E ele era tão ele.

 

E meu “eu” era tão menor que o “ele” dele.

 

"Eu também queria..." Murmurei, segurando em sua mão que repousavam em meu rosto, erguendo os lábios e selando com delicadeza seus lábios.

 

 "A gente ia se ver todo dia." Prossegui a fala e ele riu, me puxando ainda mais para perto de si, de forma que eu fiquei pisando sob seus coturnos.

 

"Mas a gente já se vê todo dia." Tive de ficar na ponta dos pés para dar mais um selo em Chanyeol, interrompendo parcialmente seu discurso.

 

Não sei, às vezes ficava constrangido com o fato dele ser tão alto.

 

Será que Chanyeol ficava incomodado por eu ser tão baixo?

 

"Bom, mas ai a gente se veria todo dia, o dia todo." Silabei.

 

Chanyeol deixou com que seus dedos deslizassem até meus cabelos, os puxando de leve, fazendo-me perceber o quanto gostava de seus toques, segregando aqueles sentimentos de insegurança do vão das coisas que ficávamos ali dizendo.

 

"Ai você iria enjoar de mim."

 

Fitei-lhe sério e ele fez-se a minha imagem, calando-se.

 

Encarei aqueles olhos prateados como se fosse a última vez que os veria.

 

Chanyeol me observava atento, como se esperasse pela minha fala.

 

"Eu nunca me cansaria de você." Ditei probo.

 

O ruivo sorriu sem jeito, levando a mão à cabeça, envergonhado.

 

Lembro que o achei tão fofo daquela maneira que fora quase que obrigatória a forma em que me deixei levar os lábios até os seus, agarrando em seu blusão como apoio.

 

Os pressionei durante bons segundos, querendo guardar a maciez dos mesmos apenas para mim, deslizando minha língua por cima da carne, mordendo o inferior e o roubando, em movimentos tão lentos e precisos.

 

Ah, e se dependesse da minha pessoa, Chanyeol seria única e exclusivamente meu.

 

Quando quebrei o contato, ele me fitava austero, com aqueles orbes emergidos em uma brisa desconhecida e pesada.

 

Senti meu peito se aquecer de leve, mas me afastei, querendo logo perguntar sobre seu quarto, como funcionava tudo aquilo e onde ele havia arranjado tantas coisas.

 

Mas não pude, pois em um susto, meu corpo fora empurrado com força, o que me fez fechar os olhos, sentindo o impacto de minhas costas no colchão macio.

 

"Chany-"

 

E lá estavam novamente.

 

Seus lábios sob os meus.

 

Com pressa, sua língua afoita pediu autorização de forma desnecessária, pois ele já a tinha desde o dia em que me conhecera, deslizando o órgão molhado entre as carnes com vontade, iniciando um beijo moldado entre meus braços trêmulos que tentavam me afastar, encontrando a cabeceira com as almofadas, sentando de leve.

 

Recordo-me do som da madeira, rangendo brevemente, quando Chanyeol subiu na cama por completo na cama, suas mãos afastaram minhas pernas, o acomodando ali, entre meu corpo, para meu infortúnio, já que estava tão confuso quanto minutos antes.

 

"Chanyeol...de onde você conseguiu essas coisas?" Foi minha pergunta quando seus lábios agressivos e molhados despenderam-se dos meus em um estalo.

 

Ele ergueu os olhos, me fitando um pouco apreensivo.

 

Por céus! Até mesmo Chanyeol estava estranho.

 

"Por aí." Fora sua resposta, antes de segurar em meu rosto e tornar a beijar-me.

 

E eu juro.

 

Eu juro que quis afasta-lo.

 

Juro que quis sanar todas as minhas dúvidas.

 

Mas era tão impossível.

 

Com Chanyeol eu me sentia perdido, a procura de portas infinitas, e esse labirinto sem saída tinha inicio em seus lábios.

 

Que agora, judiavam dos meus.

 

Levei meus dedos afoitos até seus cabelos tão macios como sempre fazia, os puxando com cuidado, sua língua embrenhava-se à minha, deslizando-as uma sob a outras, naquela saliva molhada e quente, enquanto sua mão deslizava por meus braços desnudos, os apertando e queimando abrangentes todo pedaço de pele.

 

Meu coração pulsava desenfreado, pois era tantas sensações acumuladas, uma sobrecarga de pensamentos que mais pareciam montanhas de picos inalcançáveis que cresciam ainda dentro de mim e eram capazes de tampar qualquer sol, enquanto seus dedos infiltravam-se pelas beiradas de minha camisa.

 

Recordo-me das mesmas apertando a região, com pouca força e a forma que meus lábios se desprenderam dos dele, permitindo que aquela respiração já pesada se esvaísse sem carregar o desejo latente e aprazível. Quando nos afastamos, Chanyeol sugou meu lábio inferior com os dentes, o selando logo em seguida.

 

E entre aqueles olhos preenchidos por nuvens, sussurrei palavras de dúvida como se não existissem respostas dentro de mim, não pelo menos enquanto ele ficava daquela forma, colando lábios e costurando sentimentos.

 

"O que foi isso?"

 

 "Outro tipo de beijo." Sua voz era pesada, desejosa, mas eu sentia que aquilo tudo simplesmente não combinava com o ambiente.

 

O sorriso grande demais da Sra.Oh me vinha à mente e eu queria correr até os braços de Chanyeol, esconder-me ali, e não sair nunca mais, só de me lembrar dele.

 

"Chanyeol...que lugar é esse?"

 

Ele me fitou por temerosos segundos, como se procurasse as palavras certas para uma resposta.

 

A resposta de uma pergunta que, cá entre nós, não deveria tardar a vir.

 

"Meu quarto."

 

Suspirei cansado.

 

Cansado mesmo.

 

Se Chanyeol não me daria respostas.

 

Bom, eu que não iria atrás delas.

 

Quando seus lábios voltaram a me beijar eu acho que me conformei.

 

Sra.Oh era apenas uma mulher bondosa, dona de um provável orfanato ou algo do tipo, que adotou Chanyeol, e provavelmente quem financiava tudo aquilo era o pai do tal de Sehun. Que por falar nisso era apenas um garoto mal encarado, mas que não passada disso.

 

Aquele era o quarto de Chanyeol e as diversas coisas censuradas estavam ali por estar, talvez já estivessem ali há muitos anos, e se tratava de um lugar secreto, que o ruivo queria mostrar apenas para mim.

 

Sim.

 

Tudo aquilo.

 

Todas as minhas duvidas não passavam de bobagens.

 

E foi assim, que me convenci, na tarde em que fui à casa de Chanyeol, que aquela era de fato sua casa, que aqueles eram, de fato, seus tutores e que aquele era, de fato, seu quarto.

 

Chanyeol quebrou o beijo, fitando-me preocupado, ele não precisava dizer nada, eu já sabia reconhecer seus trejeitos. Fitei-lhe de volta sem entender muito o porquê de sua expressão.

 

Afinal, lá estávamos nós dois, em seu quarto, sozinhos, juntos.

 

"Channie...Que foi?" Tombei a cabeça para o lado, ainda tendo seu corpo grande entre minhas pernas.

 

"Não...nada." Ele sorriu com o provável novo apelido, desviando o olhar.

 

O segurei pelo queixo com força, mesmo sem possuir coragem para tal, vendo seus olhos acinzentados tão próximos aos meus, que era como se eu pudesse mergulhar nas íris prateadas.

 

Chanyeol não se moveu e eu deixei com que meus lábios se unissem aos dele em um contato singelo, em um beijo calmo e tranquilo.

 

Um beijo que eu “queria mais”, pois sentia que algo estava errado e provavelmente esse algo era eu.

 

"Baek chega." Sua mão veio calma em minha direção, tentando nos afastar.

 

Segurei-o pelo colarinho da jaqueta negra, tentando beija-lo novamente.

 

Eu não entendia o porquê de sua negação.

 

Pra ser sincero, eu não entendia mais é nada.

 

"Channie..."

 

Novamente insisti, murmurando baixinho próximo de seus ouvidos.

 

 E sem segundas intenções.

 

Naquela época, eu nem sabia o que eram segundas intenções.

 

Seus olhos semicerrados fitaram-me e ele suspirou densamente.

 

"Você vai me deixar louco assim..."

 

No segundo seguinte fora tão rápido quanto forte, ele me puxou pelas costas, descolando meu corpo do colchão e eu embrenhei meus dedos em seus cabelos rapidamente, daquela forma desajeitada e nada programada que eu e ele insistíamos em navegar.

 

Sua língua impaciente fora em direção à minha, unindo nossas bocas pela quinta vez naquele dia, mas que sempre, sempre, soaria como a primeira, e o único ruído existente no quarto eram os estalos que a saliva provocava.

 

E era como se entre aquele beijo, de seus lábios desprendessem-se uma explosão de emoções e centenas, talvez milhares, de vontades sempre contidas, em si e em mim, que por deus! Pareciam simplesmente escapar feito fumaça entre os espaços de bocas de dedos que tocavam e beijavam em cada parte.

 

E eu estremeci abaixo de si, quando aqueles lábios molhados escorreram, derretendo-se em meu queixo, passando por minha mandíbula, até o pescoço de tez imaculada, prendendo-se ali, e aquele sentimento de poucas palavras inundou-me em meio a uma redenção enquanto a carne amassava-se entre a pele.

 

Era a primeira vez que ele literalmente beijava meu pescoço, era a primeira vez que estávamos deitados em uma cama, seu corpo estava entre minhas pernas e meus dedos pareciam querer apertar algo mais fortemente do que seus fios permitiriam.

 

Sua língua quente deslizou pela tez imaculada, sugando lentamente, mordendo e puxando, enquanto suas mãos ainda estavam redesenhadas em minhas costas, a palma bem aberta, como se pudesse manter-me eternamente ali, e a outra em minha nuca, emergida entre as almofadas.

 

E aqueles estalos, meus olhos fechados e a cabeça erguida, deixando total acesso para que ele fizesse o que bem desejasse comigo, puxando entre os dentes a carne, a chupando ainda dentro de sua própria boca e eu tinha a certeza de que meus vasos sanguíneos pareciam transpassar todo aquele mar vermelho centenas de vezes mais rápido, mais potente, mais explosivo.

 

Quando seu corpo fora empurrado com mais força contra o meu, o que já parecia entalado na garganta, escapara.

 

“A-ahn...” Um gemido fraco abandonou-me os pulmões e meus olhos arregalaram-se com aquilo, assustados "Chany-"

 

"Shhh..." Seu rosto se ergueu, e seus olhos estavam quase fechados, e eu permiti que meus orbes fitassem brevemente aqueles lábios inchados e vermelhos, brilhantes pela saliva, antes que os mesmos unissem-se aos meus, em um selo "Calma, não tem nada de errado acontecendo."

 

"Mas então porque eu fiz isso?" Franzi o cenho, lhe fitando esperançoso.

 

E o ruivo pensou por um tempo.

 

Acho que nem ele mesmo sabia como explicar.

 

"Eu não sei...mas acho que é algo que acontece normalmente quando estamos nos sentindo bem..."

 

Pude perceber sua resposta perdida e apenas concordei com medo de Chanyeol culpar-se mentalmente por não saber responder-me.

 

Seus lábios tornaram ao meu pescoço, deslizando por ali, em direção ao meu pomo de adão, o qual ele chupou em um estalo que me fez arquear o corpo, puxando seus cabelos e suspirando com força, entre bochechas coradas.                     

 

Era tudo tão novo, tão diferente, eu estava tão perdido, sem saber o que fazer, um dia antes lá estava nós, contando nuvens no terraço e agora tudo parecia tão incrivelmente quente.

 

Eu não saberia explicar, nunca seria capaz de descrever cada fogo, cada chama que ele despertava dentro de mim, pois acho que nem ele ou nem vocês poderiam entender.

 

A forma gelada que era impossivelmente quente quando desejava, e o rosto sério que possuía o sorriso mais lindo e ridículo do mundo, como era rápida a maneira que colocava um sorriso em meu rosto, tão rápido quanto tirava.

 

“Chan...ahn...” Fechei meus olhos com mais força quando senti ele, novamente, apertar os corpos.

 

E eu sentia que já havia enfartado mais de sete vezes apenas naqueles poucos minutos.

 

Chanyeol riu baixinho, erguendo-se, ainda entre minhas pernas, e recordo-me que abri os olhos para descobrir o porquê da graça, deparando-me com aquilo.

 

Novamente o volume em minhas calças.

 

"Chanyeol... as reações do corpo!" Apontei para lá, assustado.

 

Ele levou seus olhos até minha calça e sorriu.

 

"Sim, as suas reações do corpo.”

 

Fitei o seu volume e também apontei para ele.

 

"Vo-você também está com reações do corpo!"

 

"Sim, minhas reações do corpo.”

 

Ele dizia aquilo com uma calma, com uma tranquilidade, como se já tivesse feito aquilo centenas de vezes.

 

Enquanto eu estava ali.

 

 Tão confuso que jurava de pé junto que se dependesse de mim, nunca mais voltaria à casa de Chanyeol.

 

"Eu to com medo." Fora a única coisa que eu pude dizer.

 

Ele riu e seus lábios vieram em direção do meu rosto, distribuindo beijos em cada pedacinho de pele.

 

"É bom ficar assim, não precisa ficar com medo."

 

Suspirei, tentando acalmar-me.

 

Eu confiava em Chanyeol.

 

E se ele dizia que estava tudo bem, era porque estava tudo bem.

 

Sua mão deslizou de minhas costas, descendo lentamente até meu próprio volume e eu me assustei com aquilo.

 

"Chany, o que-"

 

"Baek." Ele me fitou com seriedade, talvez não compartilhada por meus olhos medrosos que pareciam tão recuados "Não comente, só sinta."

 

Suspirei pesaroso, fazendo que sim, deixando com que meus olhos observassem atentos todos os seus atos, estes, proliferados por suas mãos que de experientes não possuíam nada, mas que eram capazes de fazer tremer cada placa tectônica existente entre as camadas de minha pele.

 

Ele abriu os botões de minha calça, puxando o zíper logo em seguida, naquele ruído estalado e característico, segurando nas beiradas do jeans branco, e eu encarava sua figura de torço erguido e joelhos afundando o colchão, observando-me por cima.

 

Engoli saliva a seco, tentando entender como tudo havia chegado aquele ponto, enquanto ele ergueu com pouca força meu quadril, puxando a peça nívea, abaixando-a até metade das coxas, e eu tentei, inutilmente, fechar as pernas.

 

Possuía mil, milhões de perguntas fluindo como um vulcão prestes a entrar em erupção, por cada cantinho de minha mente, mas não questionara nada, apenas sentindo o que cada toque me proporcionava.

 

E acredite, proporcionavam-me tantas coisas, céus!

 

Sua mão grande foi em direção de minha cueca, tocando o volume enquanto seus orbes me fitavam apreensivos, avaliando-me.

 

Fechei os olhos porque me sentia constrangido com aquilo e apertei com força as pálpebras ao senti-lo massagear lentamente a região, causando uma descarga elétrica por todo meu corpo encolhido naquelas almofadas.

 

Ele moldou seus dedos ali, apertando com mais força e não pude mais apenas morder os lábios.

 

“Ahhn....” Mais um gemido, mas não tinha problema, certo? "Chanyeol.... eu sei que você não quer que eu pergunte mas....o que é isso?"

 

Ele cessou os movimentos, erguendo o rosto constrangido.

 

"Bom, segundo a anatomia humana, isso é um pênis."

 

Não perguntei o que era anatomia humana.

 

A palavra "pênis" já era assustadora por si só.

 

"Minha mãe dizia que era coisa de menino e que eu uso pra ir no banheiro mas eu não sabia que servia pra outras coisas." Murmurei ainda com a respiração alterada.

 

Chanyeol riu do meu comentário.

 

"Você nunca mexeu aí...tipo, por mexer?"

 

Encarei-o por breves instantes.

 

"Quê?"

 

Ele pensou e pensou.

 

"Não, nada, eu te empresto um livro depois, ta? Aí você vai entender tudo."

 

Fiz que sim,tentando me acalmar, mas era impossível, ainda mais quando sua mão tornou os movimentos, fazendo-me suspirar, como se eu pudesse derreter ali mesmo, em seus dedos.

 

Meu "pênis" se mexia sozinho e aquilo me dava tanto medo, mas tanto medo, ele pulsava como se quisesse sair da minha cueca e eu não entendia o porquê daquilo.

 

Ele nunca quisera sair antes.

 

E aquilo doía, quando mais seus dedos ficavam fortes, deslizando de baixo para cima, entre polegares, aquilo ficava mais dolorido. Como se eu precisasse de um alivio, eu não saberia dizer.

 

"Chanyeol, tá incomodando..."

 

Ele me fitou preocupado, erguendo os olhos na hora.

 

"O que foi? Não tá gostoso? Desculpa, eu-"

 

Mas logo cortei suas perguntas.

 

Hoje, quando me lembro disso e penso em Chanyeol, naquele garoto alto, bonito e desengonçado, mais novo que eu, e que estava entre minhas pernas transformando meu mundo na maior plena confusão...

 

Ah, ele estava tão nervoso.

 

Talvez até mais nervoso que eu.

 

"Não, a cueca...tá incomodando."

 

Um suspiro quase que aliviado abandonou seus lábios e com certo receio, sua mão abaixou lentamente o elástico super apertado da peça, o deslizando junto de minha calça, as deixando nos joelhos, amassadas.

 

Aquilo saíra rapidamente, pulando para fora do tecido e minhas bochechas coraram violentamente com o ato, enquanto eu forcei minhas pernas para se fecharem.

 

“Não, Chanyeol, que isso-“ Eu ria um pouco, constrangido.

 

Ele ergueu-se novamente, enquanto eu permanecia mais encolhido do que nunca, e tirou sua própria jaqueta de tachas, a jogando para qualquer canto, e eu pude ver seu peito levemente suado,por trás das vestes negras, enquanto ele mesmo afastou os cabelos vermelhos da testa umedecida.

 

Tornou seus olhos prateados para mim, fazendo com que eu sentisse suas coxas contra as costas das minhas, que eram vagarosamente abertas por suas mãos, naquela mistura tão perdida de toques e roupas mal tiradas e uma vergonha imensa e uma falta de experiência e uma pequena, porém gigantesca curiosidade. Ah, sim, recíproca.

 

“Chan-“

 

Mas ele se abaixou, apoiando seu cotovelo ao lado de minha orelha, levando a mão até meus cabelos castanhos e seu rosto frente a frente com o meu, colando seus olhos prateados que deus, posso descrever durante anos, mas eles estavam ali, tão ali, como se fossem feitos de vidro, de espelhos que fossem capazes de, naquele pequeno vão impossível de ser preenchido, substituir qualquer palavra ou qualquer coisa que eu, bobamente, tentasse expressar.

 

“Me deixa te tocar...” Foram suas palavras, e eu não lhe respondi, estremecendo quando senti seus dedos tocarem a pele sensível, apenas tocando.

 

Sentia sua respiração pesada e masculina contra meu rosto, enquanto ele lançava olhares para baixo, fitando seus próprios atos, deixando com que seu cabelo vermelho suado pingasse em meu ombro, e estávamos tão colados, tão próximos.

 

Sentia sua palma envolver-me como se um fogo de artifício fosse ascendido em cada ponta dos dedos, de tal que era a forma que queimava, eriçando todos os pelos de meu corpo, tal que era a forma que eu mordia meus próprios gemidos que insistiam em rasgar a garganta, graves e sôfregos , animais.

 

E ele começou a fazer aquilo tão rápido, deslizando para cima e para baixo contra as veias existentes ali, e que eu sentia pulsarem, pulsarem desastrosas como meus batimentos, daquele coração que já parecia ter se perdido e ido parar em minha garganta.

 

Evitei olhar a cena, respirando como se tudo estivesse fora de controle, virando meu rosto para o lado e Chanyeol se manifestou naquela voz intercortada, levemente rouca, e naquele suspirar tão forte que me assustava.

 

"O-olhe pra cá." Fiz que não e Chanyeol riu.

 

Meus olhos estavam perdidos nas altas pilhas de livros enquanto eu sentia sua mão ali, mordendo meus próprios lábios porque aquilo tudo parecia tão vergonhoso.

 

E Chanyeol se mantinha impassível, sem parar com os movimentos, e eu comecei a puxar seus cabelos, gemendo baixinho contra seus ouvidos, conforme ele me tocava e seus lábios retornavam em meu pescoço, o castigando entre dentes.

 

A janela já indicava as horas, naquele por do sol que terminava de ir embora, recebendo a noite e tudo que eu conseguia me concentrar, se é que era capaz de me concentrar em algo, era sua mão e meu pênis pulsante entre ela.

 

Ele cessou os movimentos, o que me fez suspirar lentamente, entre olhos quase fechados, observando de forma precária seu corpo abaixando-se cada vez mais, levando nas beiradas de cada mão, minha calça, até que esta estivesse na altura de minhas canelas e ele retornasse seu rosto para cima.

 

Por deus, eu estava quase que praticamente nu, ali, abaixo de seus olhos prateados avaliativos e eu só sabia fechar meus olhos e fingir que nada daquilo estava acontecendo e que eu não teria de encarar Chanyeol no dia seguinte.

 

Chanyeol. Meu melhor amigo.

 

Ele retornou a sua posição inicial, e enquanto uma mão mantinha-se ocupada entre meus cabelos a outra me subiu a camisa branca, espalmando os dedos ali, erguendo o tecido.

 

E ai já não pude resistir mais, levando meus olhos à cena.

 

O ruivo estava no meio de minhas pernas desnudas, de pelos arrepiados, onde minhas calças e cueca estavam dobradas até a o final das canelas, exibindo meu corpo branco magrelo, moldado em pintinhas, minha respiração descompassada era evidenciada pelo meu torso agora descoberto, a camisa branca amassada quase que abaixo de meu pescoço, enrolada em suor, no peitoral lisinho que se movia para cima e para baixo afobadamente.

 

Sua mão segurava em meu "pênis" com vontade e meu deus!

 

Eu não conseguia olhar para tudo aquilo.

 

Eu definitivamente não conseguia olhar para tudo aquilo.

 

"Baek, eu sei que vo-você quer olhar..." Ele segregou próximo de meus ouvidos, em um sorriso leve, o qual eu senti raspar em minhas orelhas, como se estivesse convicto de suas palavras.

 

Sua voz desafinada parecia tão...diferente?

 

Eu não sabia.

 

Só sei que meu baixo ventre pulsou mais com aquilo, entre seus dedos mesmo.

 

"E-eu não quero o-"

 

Minha frase tornou-se muda, em voz muda, conforme os movimentos de suas mãos tornavam-se mais rápidos, mais velozes, mais precisos.

 

Eu tentava respirar, mas parecia inútil, o ar me faltava e eu praticamente gritei quando ele parou com o que estava fazendo, desejando alivio do que eu nem sabia o que era.

 

Ouvi o ruído de outro zíper, o que fez meu coração afobado pulsar cortante, e o ar simplesmente bater por todos os lados de meus pulmões antes de verdadeiramente sair por meus lábios.

 

Lembro que espiei por entre meus dedos, curioso.

 

Chanyeol estava tirando sua própria calça.

 

Ele estava tirando a calça!

 

Deus, ele estava tirando a cueca também!

 

"O-o que você vai fazer?!"

 

Aposto que meu rosto estava em puro horror, pois o ruivo fitou-me levemente envergonhado, extremamente constrangido, parando com suas ações.

 

"Calma, eu não vou fazer nada tá?"

 

Ele tentou me acalmar.

 

"Ta tirando a calça por que então?! Chanyeol...o que-"

 

Seus lábios me calaram.

 

"Shh, eu nunca faria algo sem a sua permissão, fica calmo."

 

Ver seu rosto ali.

 

Próximo ao meu, e sua voz tão doce e suave, aquilo realmente me acalmou.

 

Olhei por entre nossos corpos, vendo não um, mas dois pênis.

 

"Meu deus...” Fora única coisa que eu pude dizer.

 

Por que, veja bem, o que eu diria?

 

Fechei meus olhos com o pensamento de que realmente, eu nunca mais voltaria a casa de Chanyeol.

 

Seus lábios beijaram meu pescoço, e sua língua deslizou ali, espalhando saliva em um caminho, traçando destinos entre meus poros e minha pele já suada. Ele segurou minha camisa já completamente amassada, a enrolando um pouco mais e eu era incapaz de descrever minha vergonha por estar daquela forma perto dele.

 

“Ahnnnn...”

 

A língua quente tocou-me um dos mamilos já molhados pelo suor, o chupando e um gemido alto rasgou-me a garganta.

 

Chanyeol ergueu o rosto, um pouco corado, e nossos olhos se encontraram.

 

Obviamente que logo tratei de desvia-los porque aquilo havia sido terrivelmente constrangedor.

 

"Você é tão sensível."

 

Sua voz saía abafada, enquanto ele contornava os botões, os enrijecendo, fazendo-me contorcer embaixo de seu corpo grande, espalhando saliva ali, em estalos, e eram tantas, mas tantas coisas acontecendo comigo que eu não conseguia me concentrar em apenas uma.

 

Era como se minha pele fosse tela nova, em branco, e sua língua um pincel que me decorava com sua saliva de modo perturbadoramente gostoso.

 

Novamente senti sua mão em meu "pênis", que a propósito, eu já não aguentava mais a palavra "pênis" em minha mente, porém, ela não estava sozinha.

 

Naquele momento eu entendi o porquê de Chanyeol também estar sem calças, no momento em que seu próprio membro encostou-se ao meu, ambos envolvidos por uma única mão.

 

Penso hoje, que naquele dia eu estava tão confuso, nervoso e preocupado que nem me deixei levar completamente pelas sensações, digo, eu suava frio, mordia os lábios, gemia sem parar e meus pulmões pareciam simplesmente terem me abandonado, mas a vergonha e o medo ainda me criavam certo receio.

 

Sua língua, ritmada aos movimentos feitos nos membros, contornou-me o outro mamilo, em movimentos rápidos e frenéticos e eu deixei com que um suspiro gostoso saísse de meus lábios, envolvendo sua cabeça com meus braços, puxando seus cabelos vermelhos.

 

Aquilo era completamente novo e diferente,

 

Mas não era ruim.

 

Realmente não era ruim.

 

E era muito mais gostoso que chiclete.

 

O órgão quente foi deslizando molhado até minha cintura, distribuindo chupões e beijos, fazendo-me um arco com as costas, enquanto ele envolvia sua língua no meu umbigo, o mordendo e puxando a pele.

 

“Ahhnn...Chan...” fitei a face corada de Chanyeol quando seu rosto passou próximo ao meu “pênis”.

 

Ele tornou a se erguer, me beijando e devo admitir que Byun Baekhyun estava sentindo-se um imprestável por deixar com que o ruivo fizesse tudo ali.

 

Mas o que eu devia fazer?

 

Caos.

 

Minha mente estava puro caos.

 

"Chanyeol..." Clamei por seu nome e ele se ergueu, me fitando.

 

Aproximei-me envergonhado, meus lábios tremiam extasiados por toda aquela avalanche de sensações e com pouquíssima força, selei seu pescoço.

 

Ele riu baixinho.

 

"Baek, não se preocupe com isso ok?"

 

Voltei a me deitar na cama, suspirando.

 

Eu era um fracasso mesmo.

 

"Desculpa, eu to tão confuso que nem sei o que to fazendo."

 

Um riso baixo abandonou sua boca, sua mão pegou na minha e ele a arrastou até seu próprio pênis.

 

“Chanyeol!” tentei puxar de volta, mas o ruivo continuou prendendo-a ali.

 

"Aqui, sente." Traguei saliva quando meus dedos tocaram a pele do local.

 

Era tão grande e duro.

 

Minhas bochechas estavam coradas com aquilo, mas não tinha problema, ele estava tão vermelho quanto eu.

 

“Eu to assim por sua causa.”

 

A voz grave soou divertida contra meus ouvidos, e eu pude sentir algumas veias, notando no quão sensível a tez parecia ser.

 

Eu estava com medo.

 

Mas foi com medo mesmo que peguei ali.

 

Assim, com vontade e sem aviso prévio, envolvendo toda a carne macia e enrijecida entre  meus dedos.

 

“A-ahhhnn.” Um gemido rouco e entrecortado invadiu-me os ouvidos.

 

Chanyeol tinha gemido.

 

Gemido para mim.

 

"B-baek, não... precisa fazer isso se não quiser..." Ele sussurrou, respirando alterado.

 

Remexi-me baixo do ruivo, segurando seu pênis com confiança.

 

"Mas eu quero." Afirmei.

 

Ele riu divertido, entre um riso e um gemido, naquela risada alta e exagerada que apenas Chanyeol era capaz de dar.

 

Deixando-me com uma paz interior.

 

"A-até alguns minutos atrás você não queria nem olhar, e agora já tá pondo-"

 

"Ai, não precisa comentar o que tá acontecendo, ok?" Revirei os olhos.

 

Ele calou-se, ainda sorrindo, voltando a fazer seus movimentos em mim, movimentando seu braço entre os corpos, enquanto eu tentava juntar coragem para fazer o mesmo nele.

 

"Ahnn-ah...Channie...” Joguei a cabeça para trás, enquanto ele contornava com o polegar uma região nunca explorada, completamente nova.

 

Mas minha cabeça não bateu contra a cabeceira, pois sua mão ainda permanecia ali, entre meus cabelos achocolatados, os afastando da testa suada.

 

Meus dedos repetiam nele seus movimentos proferidos em mim mesmo, envolvendo seu membro em um anel, descobrindo cada novo ponto, cada veia e cada pulsar, acumulativo daquele sangue explosivo que se direcionava em uma única região.

 

“Ahhnnn...Ba-baek.." Escondia seu rosto contra meu pescoço, gemendo fortemente, enquanto eu retribuía, apertando até mesmo os dedos dos pés.

 

A verdade é que eu nunca havia feito nada daquele tipo, eu me sentia derreter sob seus toques com uma facilidade absurda, como se já não bastasse minha própria mente ocupada com sua voz contra meus ouvidos e minha mão e o tocava freneticamente.

 

Meus gemidos saiam cada vez mais altos, combinados com os seus, e por céus! Aquilo era centenas de vezes mais gostoso que chiclete.

 

Nossas mãos desciam e subiam cada vez mais rápido, fazendo ruídos que me deixavam corado até as orelhas.

 

Lembro que tentei afastá-lo por impulso quando algo pulsou fortemente em meu ventre, fechei os olhos, me contorcendo, e em um gemido alto, algo saiu.

 

Precisei de segundos para voltar a realidade que fora aquele sentimento pela primeira vez, tombando minha cabeça para o lado, afundando-a entre almofadas.

 

Ele continuou com os movimentos em seu próprio membro, gemendo arrastado contra meus ouvidos após alguns segundos.

 

"Ch-chanyeol....tá tudo bem? Eu senti algo saindo!" Murmurei ainda entorpecido.

 

Ele tirou seu rosto de meu pescoço, beijando-me os lábios.

 

"Calma, isso é normal." Ergueu-se, entre minhas pernas abertas e barriga completamente molhadas.

 

Olhei para suas mãos levemente trêmulas, vendo algo melado e transparente.

 

"Segundo a anatomia humana, o que é isso?" Apontei para o líquido e ele riu.

 

"Isso é esperma."

 

Chanyeol se levantou da cama, um pouco zonzo e eu me assustei quando olhei para  o lado, vendo aquilo ainda levemente duro próximo de meu rosto.

 

"Por que o seu é maior que o meu?”

 

Ergui os olhos, pois imagine, se Chanyeol já era terrivelmente alto normalmente, comigo esparramado na cama ele parecia ter uns três metros.

 

Suas bochechas tornaram-se avermelhadas e ele ficou um pouco sem graça com a pergunta, subindo sua calça e cueca negras logo em seguida.

 

"Não sei, esse tipo de coisa não tem explicação."

 

Olhei para baixo novamente, vendo tudo melado ali e fiz uma cara de nojo que não passou despercebida pelo ruivo.

 

"Não é pra ter nojo, isso saiu de você."

 

Suspirei, enquanto meu melhor amigo sentava-se ao meu lado, fechando o ziper e os botões de sua calça.

 

"Eu sei...é só que...eu ainda estou confuso."

 

Chanyeol empurrou-me um pouco para o lado, deitando-se e afundando o rosto em uma das almofadas fofinhas.

 

Observei o garoto esparramado ao lado de meu corpo praticamente nu tinha a certeza de que ele não iria me ajudar naquilo, Chanyeol era um garoto afinal.

 

Mas ele era tão bonito.

 

Eu não sei.

 

Ele era bonito demais, largado daquela maneira, com os coturnos para fora da cama de tão grande que eram suas pernas.

 

"Eu também estou confuso...”  Ele murmurou  "Eu já tinha imaginado isso tantas vezes em minha mente e no final, tudo aconteceu tão diferente..."

 

Fui ouvindo suas palavras enquanto tentava, à minha maneira, colocar minhas roupas, puxando a calça e abaixando minha camisa, com lentidão devido as áreas molhadas pela saliva daquele que agora abraçava uma almofada, murmurando palavras que eu não conseguia ouvir muito bem.

 

"Não sei...eu queria que você soubesse o que estávamos fazendo antes de realmente acontecer, por isso eu não queria que isso tivesse acontecido hoje, entende?"

 

Quando terminei de fechar o zíper da calça, sentado na beirada da cama, me virei para o ruivo.

 

Ele me encarou e eu lhe encarei de volta.

 

Seus braços se abriram e eu me joguei ali sem que nenhuma palavra fosse dita.

 

Não precisávamos mais.

 

"Entendo."

 

Eu não entendia.

 

Mas tudo bem.

 

Chanyeol sanaria todas as minhas dúvidas.

 

Ou pelo menos aquelas que ele poderia aos seus quinze anos.

 

"É só que eu não aguentei..." Suspirou “Eu não aguentei...você..é...ah, cara, é foda...”

 

Seus dedos faziam carinhos em meus cabelos enquanto eu fitava as dezenas de lâmpadas penduradas no teto, tentando compreender suas palavras envolvidas em complicações adolescentes.

 

Suas luzes iluminavam o quarto dando uma sensação tão aconchegante, imersas na escuridão noturna, que carregava consigo aquela lua prateada e os pernilongos incômodos.

 

"E acabou saindo tudo um desastre, me desculpe por isso..."

 

Enquanto eu fazia desenhos circulares em seu peito, deixei com que minha opinião saísse por meus lábios.

 

"Não foi um desastre, eu gostei, e desculpa por não ter feito nada..."

 

Ele sorriu, abraçando-me mais forte.

 

"Você não precisava fazer nada." Riu “E outra, você foi muito bem.”

 

Ri meio sem jeito, fitando Chanyeol deitar-se de lado e eu fiz o mesmo, vendo seu rosto próximo ao meu.

 

Se eu pudesse tirar uma foto para meu álbum invisível de Park Chanyeol, aquela seria a primeira.

 

Apenas ele ali.

 

Deitado ao meu lado.

 

Com a face calma e os olhos prateados cansados, quase se fechando, como se pesassem toneladas.

 

Ele estava lindo.

 

Lembro-me de dedilhar meus dedos por seu rosto, contornando cada linha, querendo guardar aquele momento para sempre.

 

Pena que era impossível e logo o pensamento sobre meu pai e minha avó vieram-me a mente.

 

Franzi o cenho, irritado, só de lembrar que teria que voltar para aquela casa, passar a madrugada com paredes enquanto eu só queria ficar...com ele.

 

"Channie..."

 

Pronto, lá estava ele, dormindo.

 

"Chanyeol..."

 

Cutuquei seu ombro.

 

"Hm..."

 

Ele murmurou baixinho, escondendo o rosto na almofada.

 

"Preciso ir pra casa cara..." Murmurei.

 

"Dorme aqui em casa hoje."

 

Seus braços me envolveram e eu senti que poderia me perder naquele seu cheiro tão gostoso.

 

"Você sabe que eu não posso, vai, eu vou ir embora."

 

Tirei seus braços de cima de mim, tentando sair da cama, mas um Chanyeol manhoso me agarrou por trás, impedindo-me.

 

Ele parecia tão desesperado para me ter ali com ele, como se temesse ser abandonado, que meu coração apertou-se.

 

"Por favor." Apertou-me mais forte “Fica aqui.”

 

Sua voz era sofrida.

 

Se eu pudesse teria ficado eternamente ali com ele.

 

"Channie...mano..." Virei-me para ele, pegando em suas mãos  "É serio, eu já vou apanhar, você quer mais o que? Eu preciso ir pra casa."

 

Ele revirou os olhos, levantando-se.

 

"Tá, vamos."

 

Sua mão veio em minha direção e eu a peguei, erguendo-me da cama, o seguindo pelo quarto bonito e já escurecido.

 

Ele foi até a uma das pilhas de livros, pegando dois ali.

 

"Guarde no casaco."

 

Os peguei na mão, colocando embaixo de meus trajes brancos, porem li seus títulos antes.

 

"Anatomia Do Corpo Humano" "Breve Analise De Literatura Erótica".

 

Chanyeol pediu para eu lê-los em casa.

 

E eu apenas concordei.

 

Saímos de seu quarto subterrâneo, tentando não fazer barulho e eu quase levei um choque de realidade quando meus olhos fitaram o cômodo branco e praticamente vazio.

 

Realmente, aquilo tudo não combinava com Chanyeol.

 

Fiquei parado no local, enquanto ele fechava a entrada no piso para o lugar secreto, e automaticamente minha mente fora inundada com a ideia de ter que despedir-me da Sra.Oh e Sehun.

 

E meu estômago embrulhou-se com aquilo.

 

Aqueles dois esquisitos.

 

Segui Chanyeol até a saída, com vontade de pegar em suas mãos, mas sabendo que eu não podia.

 

Quando saímos de seu chalé a noite já havia caído e eu realmente fiquei muito preocupado.

 

Eu já deveria estar em casa há muito, muito tempo.

 

Mas eu lembro que o que estranhei de fato fora quando ele passou reto pela casa principal.

 

"Chanyeol, não vamos falar tchau pro pessoal?"

 

Ele não me fitou e continuou andando.

 

"Não precisa."

 

Decidi ficar quieto então.

 

Saímos do conjunto de casas e o medo me dominou, pois eu não queria encontrar algum inspetor na rua.

 

Não naquele horário.

 

“Chanyeol, tem certeza-“

 

"Calma,vamos fazer outro caminho." Sua mão pegou na minha e ele virou em uma das ruas vazias.

 

Fitei a lua no céu negro, o astro iluminava a cidade de forma precária, colorindo as casas brancas de tons ainda mais claros, quase que azulados, consumindo-me com a paz interior que carregava o noturno.

 

Virávamos as esquinas com pressa, e Chanyeol me puxava rapidamente, ele também parecia estar com medo de ser pego, de ouvir o som daquele apito alto e conhecido.

 

Eu tentava não cair, segurando meus livros próximos ao peito.

 

Já estava cansado de tanto virar ruas, quando enfim, pude ver minha casa, suspirando aliviado.

 

"Viu, já chegamos."

 

Não lhe respondi, pois me perguntava mentalmente como Chanyeol conhecia aqueles caminhos.

 

Paramos de correr e passamos a caminhar pela rua fria e deserta.

 

E novamente eu me via em um problema.

 

Querendo falar com ele.

 

Querendo explicações.

 

Querendo saber o que fora tudo aquilo.

 

E sem a mínima coragem para abrir a boca.

 

Quando pensei em lhe perguntar sobre sua casa ou sobre nossos atos proferidos naquela cama,  já estávamos em frente a minha residência, a qual todas as luzes mostravam-se apagadas.

 

"Bom...eu acho que é isso..." Ele murmurou baixo, querendo não chamar atenção.

 

Ficamos em silêncio.

 

Imersos em nossos próprios pensamentos.

 

"Eu-" “Eu-“

 

Fitei-lhe e ele fez o mesmo, quando quebramos o silêncio simultaneamente.

 

"Eu só queria dizer" Comecei a falar "Que eu realmente gostei muito de hoje... e e-eu vou ler os livros.”

 

Observei seu rosto mal iluminado pela luz cálida da lua, aquela seria a segunda fotografia do álbum de Chanyeol.

 

Seus olhos prateados me fitavam profundamente, como se fossem extensas fitas amarrando-me mais e mais a cada nova troca de afirmações mudas.

 

Meu coração pulsou forte com aquilo.

 

Chanyeol era tão bonito.

 

Deus! Eu poderia ficar dias e noites falando o quão bonito eu lhe achava.

 

E ele estava me encarando daquela maneira.

 

Com aqueles olhos.

 

"Pare com isso." Olhei para baixo, sem graça.

 

"Que foi?" Sua voz grave quase ecoou na rua vazia.

 

"Eu não sou bonito, pare de ficar me encarando."

 

Ele riu baixo, pegando em meu queixo com certa força, e eu fora obrigado e ver seu rosto próximo ao meu, quase unindo as testas.

 

"Eu gostaria que você se visse como eu te vejo, porque, aos meus olhos, você é perfeito."

 

E eu teria.

 

Eu realmente teria revidado, dito que o odiava e que ele devia parar com essas gracinhas românticas de meninas, que era tudo uma bobagem sem fim e que eu, definitivamente, não era bonito, quem diria perfeito.

 

Mas apenas pude levar meus dedos até sua jaqueta, o puxando com força, colando nossos lábios.

 

O som dos livros caindo de encontro ao chão fora ouvido por nós dois, mas não nos importamos.

 

Chanyeol me agarrou pela cintura com pressa, beijando-me daquela forma tão delicadamente violenta que apenas ele saberia beijar, enquanto eu puxava seus cabelos, arranhando seu pescoço com unhas bem cortadas.

 

Ficamos ali, durante minutos, apenas sentindo o gosto um do outro, ouvindo os estalos em meio à noite.

 

A lua estava de testemunha, afinal.

 

Chanyeol quebrou o contato antes que alguém no visse, e me abraçou.

 

Suspirei, passando meus braços por suas costas, o prendendo a mim durante alguns segundos, apenas sentindo seu calor, e ele logo abaixou sua face, deixando um beijo em minha testa.

 

"Dorme bem e até amanhã."

 

Meu peito aqueceu-se com aquilo.

 

"Até." Sorri triste para ele.

 

O garoto alto esperou com que eu quebrasse o abraço, para então se afastar ainda sorrindo.

 

E logo sair de meu campo de visão.

 

Suspirei olhando para o astro acima de minha cabeça.

 

Novamente lá estava ela, a minha companheira de todas as horas.

 

E ela estava tão bonita, tão brilhante, tão cinza.

 

Tão...apaixonante?

 

Pensando hoje, entre reflexões de uma noite extremamente confusa, no meu melhor amigo e na Lua, compreendi que eles eram parecidos.

 

Cada vez que eu lhes olhava, ambos pareciam ainda mais lindos.

 

 

X

 

“Então...nós todos somos importantes.

Talvez menos do que muito

Mas sempre mais do que nada.”

-O Teorema Katherine

 

 

 


Notas Finais


eai? gostaram? desculpa msmo a dmr pessoal :( mas ate meu pc chegar eu vou ficar nessa situação <3

Vou tentar responder todos os comentarios u.u embora tenha q fazer o jantar e estudar ainda euheuheuhe masok masok

Até o proximo <3 beijos estalados nas bundas de todos vcs > . <

OBRIGADA ^____^

~Moon


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...