A cena que acabei de ver acabou comigo. Peter não podia ter se aproximado de Mats, não, não e não. Bastian e ele estavam entretidos demais para perceberem o meu desconforto com a presença de Hummels e os seus olhares para mim.
- Basti... vamos? – eu precisava sair dali.
- Claro... desculpa, acabamos te esquecendo. – ele diz e ri com Peter.
- Não tem problema. – digo e tento sorri para eles.
- Até amanhã Mats. – Bastian diz e cumprimenta o amigo.
- Até, Basti. – ele diz.
Mats se abaixa para cumprimentar Peter e eu olho para o lado, porque aquela cena era demais para mim.
- Espero ver você logo Peter. – escuto Mats falar.
Mais não vai ver.
- Eu também. – Peter diz.
Que droga!
- Tchau Joana. – escuto Mats falar.
Olho para ele.
- Tchau Hummels. – digo friamente.
Peter segura minha mão e nós seguimos Bastian. Ele e Bastian tagarelaram até chegarmos ao carro e eu não conseguia fazer a mínima ideia do que eles estavam falando porque não conseguia esquecer a cena de instantes atrás.
- Você ficou calada de repente. – Bastian observa quando começamos a fazer o nosso percurso para casa.
- Estou com um pouco de dor de cabeça. – digo.
Não era mentira, mais também não era a mais pura verdade.
Ele e Peter diminuem o tom de voz para não me incomodarem e eu confesso que tal gesto me deixou um pouco menos irritada.
Ao chegarmos em minha casa, Peter ficou um pouco retraído talvez pelo tamanho da minha casa. Ele ficou mais próximo a Bastian e só saiu de perto dele quando foi cumprimentar senhora Jones.
- Peter, está com fome? – pergunto.
Ele balança a cabeça positivamente.
O garoto falante havia sumido.
Sentamos a mesa e como eu havia pedido, o cardápio foi bem menos refinado que o normal e sem tantos talheres e taças ocupando espaços na mesa mais ainda assim Peter estava desconfortável.
- Peter, você quer me falar algo? – pergunto a ele.
Ele olha para Bastian e os dois sorriem.
- Eu não sei me comportar aqui. – ele diz baixo.
- Não sabe? Você está se comportando muito bem. – digo a ele.
Ele olha para o lustre que ficava pendurado bem ao centro da mesa.
- Poderíamos comer na cozinha? – Bastian me questiona.
Ele também não parecia estar se sentindo “em casa”.
- Claro, vamos lá. – digo.
Pego o meu prato e o de Peter e nós três seguimos para a cozinha.
- Algo errado com a comida? – senhora Jones que estava jantando com Taylor pergunta.
- Não, claro que não... é que os rapazes não estavam confortáveis na sala de jantar. – explico acomodando nossos pratos.
- Espero que a gente não incomode o jantar de vocês... – Bastian diz.
- Não, vocês não atrapalham. – Taylor diz.
Nos juntamos a eles e como num passe de magica Peter e Bastian voltam a tagarelar junto com Taylor.
- Algo te aborrece? – senhora Jones me questiona baixo.
- Acho que vou precisar conversar. – digo no mesmo tom.
Ela balança a cabeça positivamente.
Os rapazes estavam tão empolgados na conversa que esqueceram de nós e isso se seguiu até terminarmos a sobremesa.
Olho para o relógio e percebo que ainda era cedo para colocar Peter para dormi.
- Vamos assistir alguma coisa? – pergunto a eles.
- Vamos. – eles concordam.
- Vocês já estão liberados. – digo a senhora Jones e a Taylor.
Ela me olha como se perguntasse da nossa conversa.
- Podem ir... amanhã nos vemos. – digo e pisco para ela.
Ela entende o recado e nós partimos para a sala de TV.
- Uau... sua TV é gigante... – Peter diz bestificado.
Ele ainda não havia vindo a minha casa, ele só havia ido ao meu antigo apartamento.
Ligo a TV e pergunto.
- O que vocês querem assistir? – questiono.
- Futebol. – eles respondem ao mesmo tempo.
Reviro os olhos e dou risada.
Coloco no canal de esportes e estava passando um vt de um jogo do Real Madrid. Mais uma vez fui esquecida.
Aos poucos Peter começou a bocejar e ao olhar para o relógio eu vi que já era hora dele ir para a cama.
- Vamos Peter... vamos para o seu quarto... – digo.
Ele levanta meio sonolento e eu vejo que é melhor eu carrega-lo.
- Estou te esperando... – Bastian fala.
Dou risada e vou levar Peter para o quarto dele.
- Vamos escovar os dentes, porque o senhor comeu doce. – digo indo para o banheiro com ele.
Ele fica com a boca aberta enquanto eu escovo os dentes dele. Eu tentei não demorar, porque o pobrezinho estava caindo de sono.
Ajeitei ele na cama e quando ia sair do quarto ele me chamou.
- O que foi? – pergunto voltando para perto dele.
- Eu vou ficar aqui sozinho? – ele pergunta.
Fico meio perdida.
- Você não gostou do seu quarto? – pergunto.
- Eu não quero ficar sozinho... eu tenho medo. – ele diz.
Suspiro.
- Tudo bem... então você vai dormir comigo. – digo.
Ele se levanta da cama e já segura minha mão. Dou risada com tal ato.
- Meu quarto é esse aqui... vai se ajeitando na cama que eu vou falar com o Bastian rapidinho... – digo a ele.
O meu quarto era em frente ao seu, justamente para o caso dele ter problemas com sono.
Ele entra no meu quarto e eu vou até a sala encontrar Bastian.
- Ele dormiu? – Bastian pergunta assim que me vê.
Passo a mão no rosto e dou risada.
- Vamos ter que deixar para outro dia... – digo.
Ele faz biquinho.
- Ele estranhou o quarto e vai dormi comigo. – explico a ele.
- Tudo bem, fazer o que, né? Já que hoje não vamos comemorar, aparece lá em casa com ele para um churrasco. – ele fala.
- Em plena segunda-feira? – questiono.
- Amanhã é regenerativo, vamos sair cedo... e eu preciso comemorar minha estreia. – ele diz me puxando para perto.
- Tudo bem capitão... amanhã estaremos lá. – confirmo minha presença.
Eu vou ficar uma semana afastada da empresa, para que Peter se adapte mais rápido a tudo, então acho justo comparecer a uma comemoração.
Ele fica me encarando e sorri.
- Até amanhã... – ele diz e sela nossos lábios por um longo tempo.
- Até. – digo.
O acompanho até a porta e depois vou para o meu quarto. Lá encontro Peter cochilando sentado na ponta da cama. Ajeito ele e fico velando seu sono por um longo tempo.
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