História Miss President - Capitulo 26

Depois de uma noite intensa e maravilhosa, eu acordei maravilhosamente bem. Saber o que estaria nas bancas de jornais também colaborou para um ótimo humor matinal. Levantei cedo, deixando Bastian ainda dormindo e me aprontei para ir até a empresa.

Fiz um café da manhã rápido e deixei a mesa posta para Bastian, acompanhado de um bilhete.

Fui para a empresa, preciso resolver algumas coisas lá... até breve.

Pedi um taxi e alguns minutos depois recebi a mensagem que ele já estava a minha espera. O taxista se manteve calado o percurso inteiro e eu fiquei grata por isso, tive mais tempo para pensar no que fazer.

Quando eu pisei na calçada da empresa, eu senti uma sensação diferente. Alguns funcionários estavam chegando e quando me viram se surpreenderam.

- Bom dia. – digo sorridente.

- Bom dia senhora. – eles respondem em coro.

- O que vocês leem? – pergunto apontando para o jornal nas mãos dele.

- Hum... parece que o senhor Klaus traia a esposa com a mulher do zagueiro do Bayern... – um dos funcionários respondem.

Trabalho bem feito.

- Ok. Obrigada pela informação. Bom trabalho para vocês. – digo e sigo entrando na empresa.

Fiz questão de entrar pela entrada comum, queria que todos me vissem, queria que a minha presença fosse comentada.

- Joana? – escuto a voz de Becker.

Me viro e encontro ele.

- Olá Becker. – digo.

- O que você veio fazer aqui hoje? – ele pergunta.

- Vim falar com meu pai. – digo.

Ele estreita os olhos.

- O circo está pegando fogo hoje. – ele diz.

- Fiquei sabendo... mais um motivo para eu ter vindo. – digo.

- Então vai logo falar com seu pai, porque ele está uma fera. – ele me avisa.

- Darei um jeito nisso. – digo e pisco para ele.

- Boa sorte. – ele diz.

Sigo o meu caminho para a sala que até algumas semanas atrás era minha.

- Bom dia Heidi. – digo sorridente.

Minha secretaria estava mais murcha do que de costume.

- Bom dia senhora. – ela responde baixo.

- As coisas estão desordenadas, não é? – pergunto.

- Aqui está um caos. – ela diz.

Meu pai deve ter descontado a raiva dele nela.

- Meu pai está ai? – pergunto.

- Está, mais ele disse que não quer ver ninguém. – ela diz.

Sorrio sem mostrar os dentes.

- Até qualquer hora. – digo e sigo para entrar na sala dele.

Assim que entro na sala de meu pai (que era minha), o encontro andando de um lado para o outro.

- Bom dia pai. – digo.

Ele me olha e aponta o dedo para mim.

- Eu sei a merda que você fez. – ele diz nervoso.

Me assusto um pouco porque ele nunca falou assim comigo.

- O que eu fiz? – pergunto me fazendo de desentendida.

- Você sabe muito bem. O que deu em você para fazer isso? Esse foi o maior tiro no pé da história. – ele diz.

Resolvo parar com o joguinho da desentendida, ele sabia a verdade.

- Devolvi na mesma moeda. Klaus queria me derrubar, mais eu derrubei ele. – digo firme.

Ele ri irônico.

- Você não derrubou só ele. – ele diz.

- Não posso fazer nada. – digo gesticulando com os braços.

- Eu entendi o que você quis fazer e repudio totalmente. Você não quis só atingir o Klaus com tudo isso, você quis atingir Mats. – ele fala.

Dou risada.

- Foi uma mera coincidência, na verdade eu nem tinha pensado nele. – digo.

- Querendo ou não, você acabou de jogar um inocente na cova dos leões.

- Já fui jogada varias vezes nela e na maioria sendo inocente... ele sobrevive, quer dizer, se ele for forte ele irá sobreviver. – digo.

- Não me venha com essa história da sua gravidez de sete anos atrás. Aqui só tratamos de assuntos profissionais. – ele diz sério.

- Por que você está falando assim comigo? – pergunto irritada.

- Porque você fodeu com a empresa também. A mulher do Klaus está possessa e vai jogar muita coisa no ventilador, os outros diretores estão querendo pular fora do barco porque a senhorita pode atacar eles também e para completar você jogou o nome da empresa num dos maiores escândalos nacionais. – ele fala em um tom elevado.

- Primeiro de tudo, o que a mulher do Klaus pode jogar no ventilador são falcatruas dele e graças a mim não terá da empresa. Segundo, ninguém vai pular fora do barco. Terceiro, agradeça a cobra que você criou, porque graças a ele estamos passando por isso. – digo no mesmo tom.

Ali não eramos mais pai e filha, ali eramos dois empresários.

- Você se acha esperta mais é muito ingênua. – ele diz.

- Eu? Não fui eu que dei a porcaria das ações ao Klaus, muito menos eu que dei ouvidos a ele. O ingênuo é você, que deixou esse cara se criar perto de nós.

Ele ri.

- Tudo isso por causa de um homem minha filha... – ele diz balançando a cabeça negativamente.

- Realmente, por Peter. – digo.

- Você acha que me engana? – ele questiona.

Dou risada.

- Se Klaus não tivesse tentado me derrubar, eu juro que deixaria tudo isso quieto, mais ele mexeu com Peter e ninguém mexe com o meu filho. – digo.

- Não venha com suas desculpas fajutas. – ele diz.

Nossa discussão foi interrompida pela entrada de Klaus.

- Essa fedelha me ferrou Zacherl. – Klaus grita ao me ver.

Dou risada.

- Oi Klaus, tudo bem com você? – pergunto cínica.

Ele joga o jornal na minha cara e eu dou mais risada ainda.

- Wow... o homem de família e a pessoa ideal para assumir a presidência da Paulaner, tem uma amante? – pergunto aos risos.

Ele se aproxima de mim.

- Se encostar um dedo em mim, eu irei na delegacia e presto queixa. Acho bom se afastar, porque vai ser mais uma coisa na sua conta. – digo séria.

- Isso não vai ficar assim e eu digo uma coisa, a família Zacherl está ferrada. – ele diz e aponta para o meu pai.

- Viu o seu amigo? Eu te avisei. – digo ao meu pai.

- Klaus... – meu pai avisa a ele.

- O seu está guardado garota e se prepare. – ele diz colocando o dedo próximo ao meu rosto.

Como quem está na chuva é para se molhar.

- Estarei esperando. Tome cuidado você, eu já te provei do que sou capaz. – digo e deixo batidinhas no rosto dele.

Ele não avança em mim porque meu pai o empurrou.

- Seu conto de fadas vai virar um filme de terror... – ele sai da sala praguejando.