Eu fiquei parada na porta da casa de Bastian por alguns minutos, sozinha e sem saber o que fazer. Eu saí caminhando para minha casa mesmo tendo noção dos olhares curiosos dos vizinhos ou da distância.
Entrei em casa e encontrei o ambiente limpo, mais sem qualquer vestígio de que alguém estava por ali ou que havia passado por ali a pouco tempo. Subi as escadas e entrei no meu quarto, me direcionei a cama e me joguei nela.
Eu não sabia o que pensar, o que fazer ou a quem recorrer. Eu estava me sentindo sozinha e perdida, novamente. Não sei quanto tempo fiquei ali, encarando o teto, só sei que fui despertada pelo toque da minha mãe.
- Eu sabia que iria te encontrar aqui. – ela diz.
Olho para ela e a vejo sentada ao meu lado.
- Quando você chegou? – pergunto.
- Tem pouco tempo. – ela fala.
Eu não sei se quero alguém me falando o que eu fiz de errado e o que eu deveria fazer para consertar.
- Eu já vi as matérias que estão circulando pela internet... – minha mãe começa.
Me mantenho calada.
- Seu pai está tentando consertar as coisas, mas está tudo muito difícil... seu nome está sendo citado em muitos jornais, revistas do mundo inteiro e Holf também está tendo problemas... – ela fala.
Me sento com tudo na cama.
- Seu ato impensado gerou muitos problemas para o Klaus, para a Cathy Hummels e para o Mats, mais também acarretou problemas para você. – ela fala.
Não pode ser. Peter era a única pessoa que ainda me restava e eu estava o perdendo também.
- Holf falou que se você tivesse dado as provas de que você foi drogada a ele, tudo seria revertido rapidamente.
- Obrigado por piorar tudo. – digo sentindo um nó na minha garganta.
Ela suspira.
- Vendo o seu estado e na enrascada que você se meteu eu e seu pai decidimos uma coisa. – ela começa.
- Não venham tomar decisões por mim, eu fiz a merda e eu vou concertar. – digo.
Não sei como, mais eu irei.
- Até mesmo presando a sua segurança, nós optamos por... – ela é interrompida pela entrada de um homem todo vestido de branco.
Por que esse homem entrou no meu quarto?
- Quem é você? Como entrou aqui? – pergunto.
- Senhora, não temos muito tempo... daqui a pouco a vizinhança percebe a movimentação estranha. – o rapaz fala.
- Mãe, o que está acontecendo? – pergunto sem entender nada.
- Você vai para uma clinica de reabilitação e... – a interrompo.
- O que?! – pergunto alto.
Tão alto que o rapaz se assusta.
- Como você tem coragem de fazer isso comigo? Eu não sou nenhuma viciada! – grito e saio da cama.
- Aqui em cima! – o homem grita.
- Você não está bem psicologicamente minha filha... olha o que você fez... – ela fala e começa a chorar.
- Eu estou bem sim, eu não estou louca! – grito.
Mais gente entra no quarto.
- Precisamos leva-la imediatamente, ela está tendo um surto.
- Se vocês encostarem um dedo em mim, vocês vão se arrepender! – falo alto.
- Filha... não dificulta as coisas... – minha mãe pede chorando.
- Eu odeio vocês... eu nunca posso contar com ninguém! – agora eu que chorava.
- Se a senhora não se controlar, nós vamos aplicar um calmante. – aquele tal medico me avisa.
- Mãe, por favor... manda eles embora. – peço.
Ela balança a cabeça negativamente.
- Vai ser melhor para você... pensa no Peter... – ela pede.
Rio de forma irônica.
- Você está me afastando dele. – digo.
- Você que se afastou dele... – ela diz.
- A senhorita irá nos acompanhar por bem ou teremos que injetar o calmante na sua veia? – o medico pergunta.
Eu já fui humilhada o suficiente por hoje.
- Eu vou. – digo.
Passo minhas mãos no rosto, secando minhas lagrimas e ergo minha cabeça.
- Não me toque, eu sei andar e não preciso de ajuda. – digo quando um funcionário tenta tocar no meu braço.
- Vai ser melhor para você... – minha mãe fala.
- Me faça o favor de não ir lá, nem você e nem quem esteve de acordo com isso. – digo.
Seguro minhas lagrimas ao sair do quarto acompanhada pela aquela equipe medica.
Pov. Mats Hummels:
Depois de toda aquela confusão na casa de Bastian e de deixar ela plantada na frente da casa dele, após dizer algumas coisas a ela, eu me senti arrependido. Ela também estava vivendo um momento difícil e parecia não estar bem.
Segui para a casa dela e quando estacionei o carro, vi ela entrando numa ambulância, seguida por médicos ou sei lá o que. A mãe dela veio logo atrás e apesar de saber que ela não gosta de mim, eu não me importei com isso, fui até ela.
- O que aconteceu com Joana? – pergunto.
Ela passava a mão no rosto secando lagrimas.
- Ela vai descansar um pouco. – ela diz.
- Ela está sendo internada? – pergunto.
Ela balança a cabeça positivamente e começa a chorar mais uma vez. Eu não choro, mais sinto algo em meu peito. Eu a abraço tentando conforta-la, mais também tentando encontrar o meu conforto.
- Talvez eu tenha sido o gatilho disso tudo... mais eu... – ela me interrompe.
- A culpa é minha e do Joseph... nós não nos atentamos a ela como deveríamos ter feito. – ela diz chorando ainda mais.
Eu não queria ter visto Joana naquela situação.
- Nos desculpe em nome dela... ela acabou por te envolver numa história que não tinha nada a ver com você. – Dona Magda fala.
Balanço a cabeça negativamente.
- Não se preocupe com isso... de alguma forma isso tudo foi bom para mim. – digo.
Se antes a estabilidade e a “dedicação” de Cathy me prendia a ela, essa traição me livrou dessas amarras que eu mesma havia ajudado ela a colocar em mim.
- Pode contar conosco, caso tenha algum problema... nossos advogados e toda a equipe de marketing e publicidade estará a sua disposição. – ela fala.
Ouvir isso dela só fez o meu arrependimento crescer. Se eu tivesse ficado com Joana, enfrentado todo o processo de luto com ela... tudo poderia estar sendo diferente.
- Obrigado por isso, mais eu recuso. Nesse momento as nossas atenções devem estar voltadas para Joana. – digo.
- Você teria sido alguém que nós aprovaríamos com ela. – ela solta.
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