História Miss President - Capitulo 7

Depois daquela viagem de última hora e da reunião estressante, eu fui para casa e apenas dormi. Sabia que no dia seguinte teria que acordar cedo e chegar a empresa com todo o gás possível.

Acordei antes do que de costume, me arrumei e depois de um café da manhã corrido, Taylor me levou para a empresa. Ao chegarmos na empresa, tinha um fila gigante de pessoas para se candidatar as vagas que seriam disponibilizadas.

Fui direto para minha sala, onde encontrei Leticia com uns óculos gigantes na cara e deitada no meu sofá.

- Bom dia. – digo e sigo para me sentar na minha confortável cadeira.

- Só se for para você... por favor, regulariza logo essa situação porque eu não aguento acordar tão cedo assim. – Ela diz.

Dou risada e olho o relógio.

De fato, ainda era muito cedo, era seis e meia ainda e nós só chegávamos aqui lá pelas sete e meia.

- Se acostumou com a vida boa da Espanha e agora está reclamona. – Digo.

Ela ri.

- Oh... que falta daquela terra abençoada. – Ela diz.

- Concentração. – Digo.

- Ah, falando em concentração, estava olhando os seus compromissos de hoje e você tem que ir no Bayern. – ela diz se sentando.

- Hoje? Não dá para desmarcar? – pergunto.

- Não. Pode ir tranquila, você deu as ordens ontem e só irá precisar passar o recado aos funcionários... você só tem isso para fazer hoje. – ela fala.

Solto o ar pela boca.

- E se prepara porque eu já vi as redes sociais do clube e eles soltaram uma foto com um “back”... acho que é uma alusão a Bastian, já que Mats já assinou contrato. – ela fala.

Será que já é o anuncio de Bastian? Tão rápido?

- Que horas eu tenho que estar lá? – pergunto.

- As dez, você já deve estar na companhia do Karl. – ela diz.

- Ok.

Viro minha cadeira e olho pela parede de vidro. As maquinas já estavam a pleno vapor e os funcionários já estavam exercendo suas devidas funções.

- Orgulhosa do seu trabalho? – ela pergunta.

- Muito. – respondo e volto a me virar para ela.

- Mais falta algo... – ela diz.

- Com toda certeza. – digo.

Me falta alguém, me falta a minha criança, me falta expandir mais os negócios. É incrível o quanto por mais que tenhamos muita coisa, sempre irá nos faltar algo.

- Está preparada para encarar Mats? – ela pergunta.

Por que todos querem saber isso?

- Você sabe que vocês irão se encontrar com frequência... – ela diz.

- O tratarei como trato qualquer desconhecido. – digo seca.

Ela tira os óculos.

- Espero que consiga. – ela diz.

- Vamos ao trabalho, porque tempo é dinheiro. – digo.

Ela se senta a minha frente e começa a me passar os compromissos que eu teria ao longo dessa semana.

- Ah, o mais importante é daqui a dois dias. – ela diz e sorri.

Já sabia o que era. Teria que comparecer a audiência para saber se poderia adotar Peter ou não.

- Estou ansiosa. – digo.

- Você vai conseguir adotar ele, tenho certeza. – ela fala confiante.

- Tomara. – digo.

Olho as horas e percebo que todos da diretoria já haviam chegado.

- Hora do aviso. – digo me levantando.

- Mostra quem manda. – ela diz e também se levanta.

Passamos pela minha secretaria.

- Heidi, avisa a todos que eu os quero no refeitório agora. – digo.

- Sim senhora. – ela diz.

Eu e Leticia seguimos para o refeitório, que era a área que ficava no centro de tudo. Quase sempre dava avisos ali, era melhor para eles se locomoverem para lá e depois voltarem aos seus serviços.

As caixas de sons anunciaram que todos precisavam ir ao refeitório imediatamente e aos poucos uma enorme quantidade de pessoas estava ali.

- Bom dia senhora, acho que vai precisar. – Franz diz me entregando um megafone.

- Obrigada. – digo.

Aceno com a cabeça para Becker, outro que era da minha confiança.

- Todos já estão aqui? – pergunto a Leticia.

- Estão. – ela responde.

- Franz, me ajuda aqui. – digo dando a mão a ele.

- O que a senhora... – me apoio nele e subo numa cadeira e depois passo para a mesa.

Agora eu tinha uma visão ampla das pessoas que estavam ali.

- Bom dia. – digo no megafone.

- Bom dia. – todos respondem num enorme coro.

- Vou ser direta. – começo.

Os diretores trocam olhares.

- Ontem, perdemos uma grande quantidade de mosto e consequentemente de cerveja. Não foi um erro técnico ou de um operador, isso foi uma sabotagem. – digo e as pessoas começam a cochichar.

Vejo a felicidade no olhar de Klaus. O dele está guardado.

- Tudo já foi resolvido mais vim avisar a todos que estão aqui, sem nenhuma exceção. – digo e olho para os diretores.

Eles também começam a cochichar.

- Se mais alguma sabotagem for feita dentro dessa empresa... o culpado será caçado até o inferno e eu não estou de brincadeira, porque eu posso fazer isso. – digo séria.

As pessoas se assustam com a minha fala em tom de ameaça.

- Por hora, eu não irei investigar a fundo, mais eu tenho como saber quem fez isso e eu acho bom não tentar brincar com a sorte. – continuo.

Até mesmo os diretores pareciam amedrontados.

- Eu lutei para manter essa empresa onde meu pai deixou e lutei muito mais para fazer ela crescer ainda mais e não vai ser qualquer um que vai me derrubar. – digo e olho diretamente para Klaus.

- Espero que tenham entendido o que eu falei, porque se isso acontecer mais uma vez, eu arranco até os Lederhosen ou Dirlndl da pessoa. Estamos conversados. – digo.

Franz me ajuda a descer da mesa.

- Depois dessa, acho que alguns fizeram xixi nas calças. – ele diz.

Seguro o riso para manter a postura.

Todos começam a se dispersar, menos os diretores.

- Você tomou uma decisão sem nos comunicar. – Klaus diz.

Maldita hora que meu pai deu a esse infeliz dois porcento das ações por amizade.

- Eu sou a chefe e sei o que estou fazendo. Já fiz isso outras vezes e tudo deu certo, dessa não será diferente. – digo séria.

- Se você não precisa nos comunicar de nada, por que não trabalha sozinha? – ele me questiona.

- Não me afronte Klaus. – o aviso.

- Não estou te afrontando querida, estou te lembrando que a sua arrogância pode te derrubar. – ele diz.

Respiro fundo e sorrio para ele.

- Minha arrogância fez essa empresa crescer. Fique ciente que eu não sou o meu pai e que comigo você fala e me trata diferente... não somos amigos, então mais respeito com a sua chefe. – digo.

Saio e deixo ele e os outros diretores para trás.

- Gosto assim, colocando ele no lugar dele. – Leticia fala me acompanhando.

- Agora vamos para o Bayern. – digo e suspiro.