- Agora vamos para o Bayern. – digo e suspiro.
Seguimos para o estacionamento e esperamos Heidi com as nossas bolsas. Taylor nos leva para o CT do Bayern e eu fico lidando com uma enorme agonia.
- Você está assim e nem sabe se irá encontrar ele, imagina quando encontrar ele de verdade. – Leticia comenta.
- Porque quando eu encontrar ele, eu também irei encontrar o meu passado. – digo e vejo Taylor me olhar pelo retrovisor.
Taylor era um dos poucos que sabiam disso, na verdade ele e Senhora Jones foram os primeiros a saber de tudo e me ajudar com toda a situação. Eles são uma espécie de segunda família para mim e é por isso que eu os mantenho comigo.
- Sei o quanto tudo foi doloroso, mais sete anos se passaram... – Leticia diz.
- Quando eu encontrar ele, não teremos sete anos entre nós, para mim vai parecer que acabou de acontecer. Isso será inevitável. – digo.
Leticia apenas se mantem calada. Apesar de não ter chegado na época em que tudo aconteceu, ela foi uma das pessoas que mais me ajudaram a me reerguer.
Quando Taylor entrou no CT e estacionou o carro, eu vesti minha armadura e respirei fundo. Descemos do carro e fomos em direção a sala de Karl.
- Senhorita presidente? – escuto alguém me chamar.
Quando olho para ver quem era, vejo Bastian acenando para mim. Sorrio para ele e me dirijo em direção ao capitão.
- O que faz aqui capitão? – pergunto.
Ele me cumprimenta com um longo beijo no canto da boca. O que será que deu nele? Gostei.
- Vim acertar a minha vida... – ele diz.
- Está de volta? – questiono.
- Sim... serei anunciado em breve. – ele diz e sorri.
O rosto dele estava iluminado por tanta felicidade que chegou a me deixar um pouco mais leve.
- Bem vindo de volta. – digo e abraço ele.
Não sei o que ele estava sentindo hoje, mas gostei. Ele colocou o rosto na curvatura do meu pescoço e inalou o meu perfume.
- E o nosso compromisso? Ainda está de pé? – ele pergunta se afastando um pouco.
- Claro... eu vou adorar sair com você. – digo.
- Então posso te ligar para combinarmos? Quer dizer, você pode me passar o seu telefone? – ele pede.
- Claro... que cabeça a minha. – digo e mexo na minha bolsa.
Procuro um cartãozinho e o entrego a ele.
- Nossa, até o seu cartão é poderoso. – ele diz brincalhão.
Dou risada.
- Você ainda não viu nada. – digo e pisco para ele.
- Bastian? Onde você se meteu cara? Estou te procurando a um tempão... – não precisava nem ver para saber quem era.
Quando a pessoa apareceu no corredor, eu senti meu sangue congelar nas minhas veias.
Mats Julian Hummels.
Assim que me avistou, ele ficou pálido.
- Foi mal, esqueci que você não está acostumado com os corredores daqui. – Bastian diz rindo.
- Joana, você vai se atrasar. – Leticia diz me acordando.
- Ah... claro. Desculpe Bastian, essa é Leticia, minha assistente pessoal. – apresento.
Tinha esquecido completamente dela.
- Oi Leticia. – Bastian diz simpático.
- É um prazer conhecer você. – Leticia diz.
- Agora precisamos ir... – digo e pelo canto do olho consigo ver Mats se aproximando.
Porra!
- Mats, essa é Joana... você já deve saber quem ela é. – Bastian diz batendo no ombro de Mats.
- Olá Hummels. – digo de forma fria.
- Olá... olá... – Hummels gagueja.
- Está na nossa hora... até mais capitão. – digo e vou cumprimentar Bastian.
Não sei o que me deu, mais eu senti vontade de beijar ele. Selei nossos lábios e sai caminhando com Leticia.
- O ar estava tão pesado que eu estava conseguindo fazer esculturas. – Leticia comenta.
- Nem me fale. – digo.
- Esse beijo no final foi provocação? – ela questiona.
- Eu não sei o que me deu, mais todo mundo já me viu beijar Bastian, com toda certeza não foi surpresa para Mats. Além do mais ele é casado com a Cathy. – digo e reviro os olhos.
- Ainda tem sentimento. – ela comenta.
Dou risada.
- Raiva, magoa... com toda certeza tem sentimento. – digo.
- Você sabe do que eu estou falando. – ela diz.
Encontramos a secretaria do Karl e ela imediatamente permite minha entrada.
- Bom dia. – eu e Leticia entramos na sala e falamos.
- Bom dia. – Karl diz e sorri.
- Qual as novidades? – pergunto me sentando.
Nos acomodamos a frente dele.
- Os nossos novos jogadores... o Oktoberfest e o que a chefe quiser. – ele diz.
Dou risada.
- Vi as contratações... Bastian de volta é uma ótima contratação. – comento.
- Com toda certeza. – ele concorda.
- Quanto ao Oktoberfest, não temos muitas novidades... só o aumento dos seguranças, mais só isso. – digo.
Ele balança a cabeça positivamente.
- Vamos direto ao assunto? Sei que você me chamou aqui para tratar de algo importante. – digo direta.
- Sempre direta... – ele diz e aponta para mim.
- Para que perder tempo? – pergunto.
- Bom... você deve andar acompanhando o seu nível de popularidade, não é? – ele pergunta.
- Ás vezes. – digo.
- Queria propor uma união de forças... – ele começa.
- Já temos, não? – pergunto.
- Sim, mais eu digo a nível de marketing. – ele explica.
Gesticulo com a mão para ele continuar a falar.
- Como você sabe, nós temos um programa na TV Bayern onde fazemos algumas brincadeiras e entrevistas... queria convidar você para fazer uma participação. – ele fala.
- O que ganharia com isso? – pergunto.
Foi capitalista? Foi, mais é o meu trabalho.
- Você terá os jogadores que quiser a sua disposição para propagandas... além das fotos que são feitas todos os anos. – ele diz.
- Hum... mais eu terei que pagar o jogador... – digo.
- Não, isso será com o clube. – ele diz.
Minha imagem está valendo tanto assim?
Arqueio minha sobrancelha.
- Calculamos que com o seu apoio o numero de sócios torcedores e de visualizações na TV Bayern irá aumentar. – ele diz.
- Tem certeza que tudo isso virá assim? De mão beijada?
Quando a esmola é demais o santo desconfia.
Ele ri.
- Apesar da pouca idade, ninguém pode subestimar a sua visão no mundo dos negócios... – ele diz.
- Vamos lá Karl, solta a bomba. – digo.
- Queremos aumentar nosso vinculo com a Paulaner. – ele diz.
O nosso contrato com o Bayern irá acabar em 2018 e a preparação do contrato de renovação de vinculo já está sendo trabalhada.
Olho para Leticia e ela ri.
- Karl, ela já está com esse contrato quase pronto. – Leticia fala.
Ele arregala os olhos.
- O Bayern também me trás lucros. – digo.
- E então, como ficamos? – ele pergunta.
- Terminaremos de redigir esse contrato e enviarei uma copia para você, se estiver de acordo com o contrato, estaremos acertados em relação ao que você me propôs. – digo.
- Negociar com você é mais difícil que eu pensava. – ele diz e estreita os olhos.
- Nunca julgue um livro pela capa. – digo.
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