O resto do dia pode ser considerado como tranquilo, apenas fiquei analisando as contas da empresa e me certificando que estava tudo bem. Em meio a contas, eu troquei algumas mensagens com Bastian e marcamos de nos encontrar hoje a noite.
- Tudo isso para Bastian? Hum... a noite promete... – Leticia diz ao me ver pronta.
Dou risada.
- Gosto de me arrumar, você sabe disso. – digo passando a mão na roupa e dando uma volta para ter certeza que tudo estava no lugar.
- Eu sei que você gosta de se arrumar, mais não sei porque senti que hoje tinha um motivo especial. – ela diz.
- Você e os seus sentidos... o táxi que eu chamei já deve ter chegado, então... – digo e solto beijos para ela.
- Por que não vai de carro? Que presidente safada. – ela diz.
Dou risada.
- A presidente está dormindo, agora você só irá encontrar uma mulher de vinte e sete anos que está indo encontrar um amigo. – digo.
- Então vai encontrar o amigo. – ela diz.
- Vai dormi aqui? – pergunto.
- Não, também já estou indo para casa. – ela diz se levantando do sofá.
- Por que não dorme aqui? – pergunto.
- Preciso colocar alguns pingos nos “is” e depois irei precisar refletir. – ela diz.
- Tudo bem, qualquer coisa pode me ligar. – digo.
Sei quais são os pingos nos “is” que ela irá colocar e sei o quanto é difícil essa tarefa.
- Ok. Agora vamos. – ela diz me puxando para a saída.
Ela pega o carro dela, enquanto eu pego o táxi e sigo para o restaurante que Bastian havia me dito para encontrar ele.
Assim que entrei no restaurante, eu recebi a atenção de todos.
- Me acompanhe senhorita. – o metre diz e sorri para mim.
O acompanho e ele me leva para uma mesa mais reservada, onde Bastian já estava sentado a minha espera.
- Obrigada. – agradeço ao metre.
Bastian se levanta para me cumprimentar e puxa a cadeira para mim como um perfeito cavalheiro.
- Obrigada capitão. – digo.
Ele se senta a minha frente e esse é o primeiro sinal de que isso é um encontro.
- Podemos pedir? – ele pergunta.
Bastian estava muito bonito com uma camisa azul marinho e de jeans, as roupas escuras contrastavam bem com a sua pele clara e os seus lindos olhos azuis.
- Podemos. – digo e pego o cardápio.
Assim que pego o cardápio, resolvo que quero ser surpreendida.
- Pode escolher os nossos pratos, quero ver se você realmente tem bom gosto. – digo.
Ele arqueia a sobrancelha.
- Você está me desafiando? Eu não acredito nisso. – ele diz fingindo se sentir ofendido.
- Pode acreditar que sim. – digo rindo.
Ele observa o cardápio e depois de algum tempo ele escolher.
- O que acha de risoto de camarão? – ele pergunta.
- Bela escolha. – digo.
- Agora, irei pedir ajuda do metre porque não sei escolher vinho. – ele diz e encolhe os ombros.
- Não precisa, eu posso escolher. – digo.
- Além de entender de cervejas você entende de vinhos? Nossa. – ele comenta.
Dou risada.
- Tenho um amigo que tem uma vinícola. – falo.
- Você é tão surpreendente... – ele diz e apoia o queixo.
Sorrio.
- Acho que obrigado. – digo e sorrio um pouco sem graça.
Por que eu estou sem graça?
- Já sabe qual vinho? Vou chamar o metre. – ele diz.
- Já. – digo.
- Sem nem olhar as opções? – ele pergunta.
- Tem um vinho brasileiro que é ótimo, tenho certeza que você vai adorar. – digo.
- Quero ver se você tem bom gosto. – ele diz me imitando.
Dou risada.
Ele faz sinal para o metre e ele vem pegar nossos pedidos.
- Dois risotos de camarão e para beber... – Bastian fala e aponta para mim.
- Marcus James Espumante Brut. – digo.
- Ótima escolha senhora. – o metre elogia.
Sorrio para ele.
Ele sai com a comanda com os nossos pedidos e nós ficamos conversando.
- Me fala mais do seu conhecimento por vinhos... – Bastian pede.
- Vinho sempre foi uma bebida presente lá em casa, meu pai tem uma adega gigante. Ele também foi a primeira bebida alcoólica que eu provei... pasme-se. – digo e rio um pouco.
- Como assim? Você uma alemã, prova primeiro vinho do que cerveja? Que vergonha. – ele diz balançando a cabeça negativamente e rindo.
- Pois é. Eu, ás vezes por curiosidade, dava uma pesquisada nos vinhos e foi ai que começou meu interesse por bebidas. – digo.
Tem mais coisa na história, mais falar de ex em um encontro não me parece uma boa ideia.
- Só isso? Ah, você falou que um amigo seu é dono de vinícola. – ele comenta.
- Ok, ok... – digo.
Ele ri.
- Eu e Bradley nos conhecemos na Inglaterra quando eu fazia faculdade lá. Eu fui a uma peça que ele estrelava e depois de alguns dias o encontrei num pub... o lugar estava cheio e ele disse que eu poderia sentar com ele e nós acabamos virando amigos. – digo.
- Esse nome é americano, certo? – ele pergunta.
- É. Você deve conhecer ele, ele é Bradley Cooper. – digo.
Ele arregala os olhos.
- Ah... agora eu me recordo... vocês namoraram, não foi? – ele pergunta.
- Sim. – digo.
- Sei disso porque na concentração existem amigos fofoqueiros. – ele diz.
Dou risada.
- Mats e Muller adoram um programa de fofoca. – ele diz e ri.
Esse nome não.
Tento esconder meu desconforto ao ouvir o nome dele e volto a me concentrar na história com Bradley.
- Algum tempo depois, ele resolveu comprar uma vinícola e eu o ajudei do jeito que podia, fiz pesquisas, tentei ter uma base do custo beneficio e essas coisas... – digo.
- Hum... e ai? – ele pergunta curioso.
- Ele comprou parte da vinícola e as poucos foi adquirindo mais e mais até virar o único dono. – digo.
- Nossa, que legal. – ele parecia interessado.
Somos interrompidos pelo metre com os nossos pratos.
- Bom apetite. – ele deseja.
- Obrigado. – dizemos em coro.
- Voltando ao assunto. – ele diz.
- Ele já entendia de vinhos e fez um curso para ser vinicultor e passou a acompanhar tudo bem de perto. – falo.
- Queria entender de vinho, mais não consigo. – Bastian diz e rimos.
- Em 2012, ele era o dono da vinícola e foi o seu primeiro lançamento de um vinho... Bradley era meio louco e quando a nota do vinho saiu, ele anunciou que a bebida era uma materialização minha... – digo e dou risada.
Eu quase enfartei quando li que ele havia dito uma coisa dessas.
Bastian arregala os olhos.
- O máximo que eu poderia te oferecer é um gol. – ele diz e ri.
O acompanho no riso.
- Ficaria muito honrada de ser presenteada com um gol seu. – digo e pego minha taça de vinho.
Ele faz o mesmo.
- Brindamos a que? – pergunto.
- A nós? – aquilo soou como uma pergunta.
- A nós. – digo e encostamos nossas taças.
- Bastian, que coincidência. – uma voz feminina interrompe nosso momento.
Olhamos para ver de quem era e encontramos Mats e a sua bela esposa se aproximando de nós.
Que droga!
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