História Miss Right - Dance steps.

- Jimin’s P.O.V on

Nunca me senti tão bem num só dia. A Sophia, ela é tão... sei lá, ela tem um jeito muito único. Isso indica que não vai ser fácil assim conquista-la.

Quando ela disse que não gosta de esportes, eu fiquei meio que ‘’ãh?’’. NUNCA vi alguma garota que não gostasse de esportes. Na verdade, pelo o jeito que eu sou apaixonado por basquete, eu sempre quis uma menina que pudesse jogar comigo.

Mas isso não é problema! Vou fazer de tudo para fazê-la jogar! Eu tenho algo dentro de mim que, faz eu instantaneamente gostar de levar as pessoas, nem que seja só um pouquinho, para dentro do meu mundo.

O que eu mais adorei nela por enquanto, pois ainda estou descobrindo coisas totalmente mais e mais cativantes sobre essa garota ruiva, foi a simplicidade. Pois, pensa comigo, quem no mundo, que você mal conhece, te mostra gentilmente seu álbum de fotos da infância? É algo muito vergonhoso para muitos, mas ela nem ligou! Acho que nem dá para explicar o quanto eu me senti especial com isso.

Eu e Sophia estamos no corredor, e avistamos pela porta principal os outros sentados na varanda.

– Vamos ficar ali com eles? – pergunta Sophia.

– Não é má ideia – digo, e seguro seu pulso levemente, quase tocando em sua mão.

Senti uma estranha vontade de nunca mais soltá-la. É surreal.

Passamos pela porta principal, então afasto alguns carregadores de celular/fones de ouvidos que estavam no chão, e me sento no local com ela.

J-Hope está bem na nossa frente, e olho de relance para o que ele está folheando e...

É O MEU CADERNO!

ARGH! EU VOU MATÁ-LO!

Me levanto, ficando de joelhos, e tiro o caderno de suas mãos, e ele me olha assustado.

– Quem mandou mexer nas minhas coisas? – questiono, com muita raiva.

– Estava na sua cama! – exclama, se fazendo de inocente.

– Calma, Jimin Hyung – V coloca a mão sobre o meu ombro, fazendo-me sentar.

– Certo, vamos jogar? – Jin se aproxima, com um jogo de cartas na mão.

– Ne – dizemos todos.

– Todos sabem jogar, certo? – pergunta, e assentimos.

Ele distribui as cartas, então começamos a jogar.

Depois de um tempo, V, J-Hope e Jung Kook me puxam para a cozinha.

– Ya, o que vocês querem? – indago, impaciente.

– Onde você estava antes com a Sophia? – Jung Kook é quem pergunta.

– Não é da conta de vocês – retruco.

– Vamos lá, Jiminie – J-Hope interpela.

– Ah, só estávamos comendo biscoitos e conversando – digo, esperando ingenuamente que eles não continuassem com o interrogatório.

– Na cozinha é que não era! – V afirma rindo.

Ouço a risada de Sophia vindo do seu quarto, e logo tapo a boca dos dois.

– Não, era lá fora mesmo – informo sussurrando. – Felizes?

– Hum, mas ainda falta os detalhes – J-Hope fala.

– Tipo o que? – pergunto impaciente.

– Sobre o que vocês conversaram – Jung Kook profere.

– Ah, vão perturbar outro! – exclamo.

– Uma hora você vai nos falar, eu sei disso – V menciona, rindo.

– Como tem tanta certeza? – indago.

– Você vai ver – V e J-Hope dizem, e saem andando bem rápido em direção ao corredor.

Sigo eles, e quando chegam na varanda, sentam ao lado de Sophia, abraçando-a.

NÃO, ELES NÃO FIZERAM ISSO.

Bando de retardados.

Respira, Jimin, respira. Uff!

Pensam que vão conseguir botar ciúme em mim... Ya, do que eu estou falando, pelo visto estão conseguindo.

– O que é isso de repente? – Sophia questiona rindo.

– Não podemos te abraçar? – V pergunta, fazendo uma voz manhosa.

– Soltem ela logo! – o irmão dela os intimida, e eles logo o obedecem.

– Sim, mas agora vamos jogar – ela diz afastando com as mãos as cabeças que permaneciam sobre seus ombros, desafiando Yoongi.

Sorrio quando ela puxa J-Hope para o lado de V, e me chama para sentar ao seu lado.

Mas, como bons momentos passam rápido demais...

Jung Kook empurra puxa V, fazendo-o sentar em seu lugar, e se assenta ao lado de Sophia. É claramente óbvio que eles estão fazendo isso só para me estressar e dizer sobre o que conversamos. Que criancice! Melhorem...

– Ya, vamos jogar verdade ou consequência? – NamJoon indica, quando já íamos começar a quinta partida.

Concordamos, e Sophia abre o zíper do casaco, e vejo a sua blusa de malha, com listras cinzas e pretas escrito ‘’Good girls love bad boys’’. Juro por tudo que é mais sagrado que eu não sou muito de reparar em roupa, mas aquela blusa caiu perfeitamente bem nela.

NamJoon surge com uma garrafa, então fazemos uma roda mais fechada.

•••

Depois de umas 4 rodadas, Jung Kook me desafiou a dar um mortal. Fomos para a área iluminada da grama, então fiz o mais simples que sei fazer, que é jogar o corpo para trás em diagonal.

Todos me elogiaram pela flexibilidade, então começamos a fazer coisas como abertura, mortal para trás, de costas, e descobri outra coisa! Sophia é bastante flexível também.

Ela consegue fazer abertura, ficar em pé e colocar o pé atrás do pescoço (essa até eu não consegui fazer!); Sophia dança muito bem, talvez isso seja uma característica brasileira.

Começou a chover, porque talvez Deus achasse que estivéssemos fazendo a dança da chuva (hahaha), então entramos para dentro, e fomos assistir um filme na sala.

Sentei no chão, na ponta, e Sophia sentou no sofá, atrás de mim. Jung Kook sentou do meu lado, depois V, Yoongi e a outra menina que não sei o nome; Jin ficou ao lado dela, depois NamJoon e J-Hope.

– Qual é o filme? – Sophia pergunta, então percebo que ela está com um pinguim de pelúcia nas mãos.

– O exorcismo de Emily Rose – informa NamJoon.

– É de terror – ela fala cobrindo o rosto com o pinguim, que também é uma almofada.

– Não é tão aterrorizante assim, certo? Se não quiser assistir, tudo bem – diz Jin.

– Ne – ela fica abraçada de um jeito fofo com a pelúcia.

Fico imaginando ela me abraçando daquele jeito, e sem querer fiquei sorrindo feito um bobo.

O filme começa, algumas cenas de susto passam, vejo Sophia sair correndo em direção à porta principal. Me levanto bem devagar para que os outros não percebam, e sigo-a.

Dou alguns passos pela varanda, depois vejo ela sentada em posição fetal no mesmo lugar que estávamos antes.

– Sophia-ssi! – chamo, para evitar que ela se assustasse.

Me aproximo dela, e abraço sua cintura, apoiando minha cabeça em seu ombro. Ouço ela chorar, e sinto uma facada no coração. Tudo o que desejei naquele momento é ver só um sorriso.

– Não chora! – faço cócegas em seu pescoço quente. – O feio interessante está aqui com você.

Escuto suas risadas, e ela se contorce.

– Não devia ter ido assistir aquele filme, não vou conseguir dormir essa noite – fala.

Ela vira seu rosto para mim, e nossos olhares se encontram. Levo minha mão até a sua bochecha, e enxugo os rastros de lágrimas. Ela toca o meu braço, e abaixa o olhar.

Selo meus lábios em sua testa.

– Você vai conseguir dormir – sussurro em seu ouvido. – Finja que eu estou lá com você.

Ela me abraça forte, a apoia a cabeça em meu ombro. Sinto seu cheiro doce penetrar minhas narinas; no final do seu cabelo, suas curvas se destacam. Meu coração está palpitando tão forte e rápido, que eu estou almejando que ela não possa escutar. Me sinto calmo, e nervoso ao mesmo tempo. Aish, eu nunca pensei que fosse sentir essas coisas com uma garota! Meu Deus, e eu que sempre fui cabeça dura em relação à elas. Sinceramente, Sophia está cada vez mais amolecendo meu coração

– Como você pode ser tão fofo? – pergunta rindo contra meu pescoço, me arrepiando.

Rio baixinho, me sentindo o cara mais feliz do mundo ali.

- Jimin’s P.O.V off

X

- Sophia’s P.O.V on

– Não devia ter ido assistir aquele filme, não vou conseguir dormir essa noite – falo, e isso é verdade.

Desde sempre odeio filmes de terror, nunca consigo assistir um até o final; eu não consigo dormir de noite e nem ficar sozinha em nenhuma hora do dia. Devia ter levado como lição a minha primeira experiência com filmes assim, foi um horror, eu tive que dormir na cama com meu irmão por um mês.

Olho de relance para Jimin, e nossos olhos se encontram. Ele enxuga meu rosto molhado de lágrimas, encosto minha mão em seu braço, e sinto minhas bochechas começarem a ficar quentes, então desvio meu olhar abaixando de leve a minha cabeça.

Sinto seus lábios quentes e molhados grudarem na minha testa, e aquilo me acalmou bastante, tipo uma simples coisa conseguiu transmitir aconchego, carinho, foi como um abraço de mãe.

– Você vai conseguir dormir – cochicha em meu ouvido. – Finja que eu estou lá com você.

Sorrio de canto e abraço-o. Um abraço demorado, onde fiquei com meu queixo apoiado em seu ombro, sentindo o aroma do seu perfume, que é tão bom...

Jiminie é um ótimo amigo, e muito fofo!

– Como você pode ser tão fofo? – indago, soltando um riso abafado.

Ele ri brevemente, e até sua risada é fofa! Meu Deus!

Ficamos alguns segundos com nossos corpos juntos, e nunca me senti tão bem num abraço. Parece que seus braços foram feitos sob a minha medida, e vice e versa. Quando nos separamos, dei um beijo longo em sua bochecha macia...

Acho que isso é um começo de uma grande amizade.

Olho para o lado da grama, e vejo a luz da lua com um brilho tão bonito.

Jimin me segura pelo o pulso, e me puxa para lá. Ele começa a cantar Thinking Out Loud, do Ed Sheeran. Arregalo meus olhos, então fico me perguntando como ele sabia que aquela era a minha música preferida.

– Ya, como você sabe? – pergunto.

– Eu te vi escutar uma vez – ele diz. – Você ficou cantando enquanto ouvia.

AH, não acredito! Eu e essa minha mania de cantar enquanto ouço músicas nos fones.

– Mas podia ser uma música qualquer que eu estava cantando, não podia? – indago.

Ele apenas me olhou, e sorriu.

– Você cantou tanta intensidade, como se estivesse verdadeiramente curtindo a música – explica.

Ele estende a mão, então lentamente seguro-a. Começamos a dançar e cantar a música do Ed.

Sua pronúncia no Inglês era ridiculamente fofa, e sua voz, muito linda mesmo! Comparada a minha, mais pareço uma rata parindo quando canto. Jamais imaginei que dançaria essa música com outra pessoa na minha vida, o máximo que fazia era ensaiar com meu urso de pelúcia enorme, fiz isso até decorar a coreografia inteira.

Jimin dança tão bem quanto eu, o que facilitou para caramba a sintonia entre nós dois, e ele sabe perfeitamente a dança, e a letra. Cantamos juntos.

Senti algumas gotas caírem sobre o meu rosto, então ele tira o seu casaco, e veste-o em mim. Ajeito meus cabelos, e coloco o capuz.

– Você vai se molhar todo! – digo, preocupada, ajeitando seus cabelos encharcados.

– Vamos continuar dançando! – ele me puxa, então voltamos a nos movimentar em sintonia.

Só quando a chuva ficou mais forte, fomos para a varanda. Entramos de fininho pela a porta lateral, e eu fui até o banheiro buscar uma toalha. Involuntariamente comecei a secar seus cabelos. Fui com ele até o varal interno, e estendo seu casaco.

Ele abraça minha cintura por trás. Meu corpo estremece, e minhas bochechas ficam ligeiramente quentes. Percebo que ele está tremendo de frio, então rio baixinho, tentando esquentá-lo. Andamos até o corredor, e espiamos do canto da parede como estava o pessoal do sofá. Eles estavam em outro filme já, tinham alguns dormindo no chão, e pareciam nem notar a nossa falta.

Jimin me leva até a porta do meu quarto, eu me viro para ele, e com certeza já tinha pensado antes como agradecer, mas, simplesmente as palavras não saíram. Só fiquei encarando-o, feito boba. Me aproximo do seu rosto, e sussurro em seu ouvido ‘’obrigado’’.

Quando eu já ia adentrar o cômodo, ele segurou meus ombros, e se aproxima do meu rosto, e sela seus lábios em minha bochecha. Sorrimos despropositadamente. Fiz o mesmo, só que com alguns segundos a menos.

– Boa noite – diz. – Não tenha medo de nada, eu vou proteger você.

– Obrigado, oppa – digo sorrindo, e fecho a porta.

Me jogo na minha cama, e agarro meu pinguim de pelúcia.

– Jiminie oppa é meu melhor amigo agora, Suga – Suga é o nome que eu dei para ele. – Ele é muito fofo!

Contei tudo para ele, e parei porque nunca tinha feito isso antes; tipo, falar com uma pelúcia ou algo do tipo. Fiquei rindo sozinha, me achando uma retardada, mas não me contive em conta-lo o resto.

Pela primeira vez em semanas, quero que essas férias não acabem tão cedo. Sei lá, só estou percebendo que está sendo mais legal que eu esperava, e eu ainda preciso descobrir o nome do menino lindo e alto de cabelos pretos.

- Sophia’s P.O.V off