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História Miss You Love - Quatro


Escrita por: Derby_

Notas do Autor


Então né, eu ia esperar mais pra postar mas como é aniversário da minha coxinha favorita (e a única que não ataca minha gastrite), tem mais um especial pra você Ny <3

Capítulo 4 - Quatro


Assim que acordou, Niabi ainda estava um tanto atordoada. Fazia muito tempo que não bebia, e quatro copos de uísque a fizeram perder um pouco a noção do que estava fazendo. Mas não a ponto de não se lembrar que havia beijado Warrick na noite anterior. Nem do que havia acontecido depois. Ou melhor, o que não havia acontecido. Se envergonhou ao se lembrar que havia tentado passar a noite nos braços dele, mas foi educadamente recusada por estar um pouco embriagada. Sorriu ao perceber que ele não era tão mau caráter como ela havia pensado durante todo esse tempo. Sabia no fundo que o Warrick que ela havia conhecido e se apaixonado faria isso para preservá-la de si mesma. Percebeu que estava confortável em uma cama que não era a sua. Olhou debaixo do edredom fino que cobria seu corpo e percebeu estar apenas de lingerie. Viu suas roupas dobradas delicadamente sobre a ponta da cama, junto com sua bolsa e as chaves de seu carro. Se levantou da cama e se vestiu, procurando o banheiro para lavar seu rosto. Assim que saiu do quarto pode ver o moreno deitado desajeitadamente no sofá, coberto por um edredom fino como aquele que estava sobre seu corpo minutos antes. O tempo havia feito muito bem a ele. As costas bem torneadas, o tronco definido. O semblante de paz enquanto dormia. Ela ainda tinha essas imagens muito vivas em sua memória.

Voltou ao quarto na intenção de pegar sua bolsa e suas chaves para ir embora sem acordá-lo. Voltou à sala e resolveu ir até a cozinha preparar alguma coisa para que o moreno pudesse comer assim que acordasse. De certa forma era um agradecimento pelo que ele havia feito por ela. Fez um café, torrou alguns pães e procurou geléia na geladeira. Deixaria tudo arrumado antes de sair. Se esqueceu de que como ela, ele também tinha que estar atento à tudo que acontece à sua volta. Assim que percebeu uma movimentação o moreno despertou e logo estava na porta da cozinha.

- Bom dia.

- Te acordei?

- Hmm... não. Como está se sentindo?

- Meio tonta ainda.

- Se tem a intenção de começar a beber recomendo começar pelas coisas mais fracas.

- Não eu... não. Eu só queria me desligar um pouco daquilo tudo que está acontecendo no laboratório. E acabei descontando tudo em você. Me desculpe. Eu não queria... não queria que isso tivesse acontecido.

Ele se emudeceu por alguns instantes, e se lembrou de falar alguma coisa para que ela se sentisse um pouco mais confortável.

- Nia, tudo bem. Eu te conheço há muito tempo. Sei que não fez ou disse nada por mal. Tá tudo bem.

- Mesmo assim eu... estou envergonhada. Eu lembro bem o que fiz na noite passada, mesmo tendo bebido além da conta.

- Tá tudo bem. A propósito... me desculpe por ter tirado sua roupa pra te colocar pra dormir. Imaginei que essa roupa não deve ser confortável pra dormir.

Um silêncio maior ainda que o anterior tomou conta da cozinha. Eles eram íntimos demais, e ao mesmo tempo desconhecidos. Ela não sabia nada do que havia acontecido na vida dele desde que saíra de Las Vegas há quinze anos. A única coisa que ele sabia dela era o que havia lido no relatório de admissão do laboratório. Esfaqueada pelo próprio marido.

- Tudo bem. Não é a primeira vez que você me vê sem roupa.

- É a primeira em quinze anos.

- Da última vez eu não tinha uma cicatriz no corpo.

Ela pegou uma caneca de café e a estendeu a ele, pegando uma para ela própria. Se sentou fitando o chão enquanto pegava uma fatia de pão torrado com geléia de cima da mesa. Todas as lembranças vinham em sua mente como um pesadelo sem fim.

- Quer conversar?

- Não sei se vai ajudar.

- Colocar pra fora pode te ajudar a se livrar um pouco do peso disso. Se quiser.

- Eu conheci Josh alguns meses depois que eu cheguei a Dallas. Alguns meses não, foi quase um ano depois. É. Um ano praticamente. Eu havia arrumado um emprego em uma lanchonete. Servia mesas o dia todo pra poder juntar algum dinheiro. Entrei pra universidade e mudei meu horário de trabalho. Passei a trabalhar a noite e a estudar de dia. E morava com a minha tia mas em uma parte separada da casa dela, ajudava nas despesas, como se fosse um tipo de aluguel, mas bem mais barato. Mas poderia dizer que eu morava sozinha. Conheci Josh no bar, uma noite de chuva que ele e mais alguns amigos apareceram por lá. Passou a frequentar o bar e não demorou muito para que estivéssemos namorando. O tempo foi passando, depois de quatro anos de namoro ele me pediu em casamento. Era sempre cuidadoso e dedicado. Achei que talvez pudesse fazer dar certo. Depois do casamento ele passou a ser controlador, violento, bebia, me agrediu algumas vezes. Eu já havia terminado a universidade, um ano antes eu já havia entrado para a polícia, ele não aceitava o meu trabalho, tinha ciúmes dos meus colegas de trabalho até que um dia... isso. Em uma discussão ele estava bêbado. Ele quis me forçar a fazer sexo com ele, eu neguei, ele disse que era minha obrigação, discutimos, ele me deu um tapa, eu revidei com um soco. Não vi quando ele pegou a faca. Só senti. Fiquei internada por três dias na terapia intensiva, depois mais duas semanas no quarto até estabilizar e restabelecer. Escolta na porta do quarto por vinte e quatro horas pra me defender do meu próprio marido que havia fugido do local. Prenderam ele três semanas depois do ocorrido. Foi então que eu pedi o divórcio. O advogado dele entrou com pedido de liberdade condicional depois de algum tempo, e foi por isso que decidi voltar pra Las Vegas. A última coisa que eu me lembro dele dizendo é de que ele iria me matar. Escuto isso quase todas as noites como uma gravação na minha cabeça. A maldição de me casar com um cara que eu nem amava.

- Você não o amava?

- Não. Tinha carinho por ele. Gostava dele. Mas amor... não.

- E porque se casou?

- Cinco anos haviam se passado Warrick. Meus planos não dariam certo. Nossos planos.

- Como assim?

- Depois de cinco anos, na minha mente, você estava casado, você talvez nem se lembrasse mais de mim. Eu não tinha mais nada a perder. Eu já havia perdido tudo.

- Eu não me casei. Até agora.

- Mas não porque ficou me esperando por quinze anos.

- Não. Gostei de algumas pessoas mas...

- Não deram certo. Entendo.

- Não.

- Tem idéia do porque?

- Porque nunca consegui amar nenhuma delas como eu amei você, Niabi.



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