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História Miss You Love - Cinco


Escrita por: Derby_

Capítulo 5 - Cinco


- Essa cara é de quem tá tentando adivinhar o que o assassino pode estar querendo dizer com essas mortes todas iguais, ou você está pensando em uma outra coisa fora do laboratório?

Nick se aproximava de Warrick com uma caneca nas mãos, a estendendo pra ele. Mais café. Era tudo o que ele precisava. Assim que a pegou, o moreno continuou olhando para o nada em busca de alguma resposta para tudo o que estava acontecendo, no caso e na sua vida. Sabia que não ia chegar a conclusão nenhuma em ambas as situações.

- Nada eu...

- Niabi?

- O que tem Niabi?

- Warrick, eu sei que você teve uma namorada que sumiu do mapa sem deixar rastros. Pelos relatórios, ela foi pra Dallas na mesma época que isso aconteceu. Agora ela aparece, você fica estranho, chama ela de Nia sem nunca ter visto a garota antes... não que a gente soubesse. Somos investigadores Warrick. É nosso passatempo preferido preencher lacunas em branco.

- Eu chamo ela de Nia dentro do laboratório?

- O tempo todo. Nunca percebeu?

- Mais alguém desconfia disso?

O bonito rapaz de cabelos castanhos se levantou da mesa onde conversava com Warrick e riu, pegando mais café para si.

- Tá brincando? Tá quase rolando um bolão aqui dentro.

- E Grissom?

- Não sei, mas acho que ele se faz de bobo. Porque você sabe que não podem haver... relacionamentos... aqui dentro.

- Não tem relacionamento nenhum Nick. Teve. Há muito tempo atrás.

- Isso não impede de acontecer de novo.

O moreno pegou a pasta sobre a mesa, precisava conversar com Greg.

- Não quero pensar nisso agora. Te vejo mais tarde.

- Até.

Niabi estava na sala do legista, sozinha. Sempre que Dr. Albert saía da sala ela arrumava um jeito de ter tempo pra ficar sozinha lá dentro. Gostava de pensar. Gostava de conversar com as garotas que ali estavam, mesmo sabendo que elas não a responderiam. Pelo menos não da maneira mais fácil. Mas na verdade era que naquele momento ela não pensava no caso, embora devesse. Pensava no que estava acontecendo no seu mundo. Odiava Warrick apenas pelo costume de odiar. O odiava, ou pensava que odiava, porque era mais fácil pra ela ter atribuído todos os erros cometidos em sua vida a ele. Se não fosse a traição de Warrick, ela não teria ido morar em Dallas. Não teria conhecido Josh. Não teria se casado com ele. Queria odiá-lo por ser mais fácil lidar com as coisas dessa maneira. Havia se acostumado a isso. A atribuir a Warrick toda a culpa de sua vida não ter dado certo desde que saíra de Las Vegas. Afinal de contas ela havia saído para se distanciar dele. Se não fosse por ele, ela não teria a cicatriz que tinha em seu corpo e que tanto odiava. Odiava tudo o que ela lembrava. Seu casamento fracassado, as agressões verbais, físicas, o abuso psicológico. O abuso sexual. Toda a culpa disso, por costume, era de Warrick. Porque era mais fácil. Era mais cômodo assim. E agora? O que ela faria? Trabalhando ao lado do homem que ela não havia deixado de amar nem um segundo desde que o conhecera no colégio, as coisas se tornavam muito mais difíceis. Ela não podia mais atribuir a ele a culpa de tudo. Dar a ele a culpa de seus problemas sabendo que nunca mais o veria era fácil. Encará-lo todos os dias e ver que na verdade a culpa era dela mesma, era muito mais doloroso. Perceber que ela poderia ter ficado e ouvido o que ele tinha a dizer poderia mudar tudo o que aconteceu de quinze anos até agora, era difícil. Perceber que ao invés de culpar a Warrick, ela teria que culpar a si mesma a partir de agora.

- Espero que elas te ajudem no que está procurando.

Ao ver Dr. Albert passando pela porta, Niabi sorriu docemente para aquele simpático senhor, que se movia de uma forma um pouco desajeitada, com o auxílio de uma bengala. Percebeu que ele mancava.

- Acidente?

- Atropelamento. A vantagem é que não terei problemas nas articulações dos joelhos. A última vez que vi minhas duas pernas foi aos dezoito anos.

- Sinto muito.

- Já faz tempo. Motorista bêbado.

- Deve odiá-lo por isso.

- Não cabe a mim. As coisas acontecem quando tem que acontecer. E essas moças do seu caso, estão te ajudando em alguma coisa?

Dr. Albert se aproximou de uma das garotas de longos cabelos negros. A pele azul denunciava há quanto tempo ela estava sendo conservada no freezer. O hematoma ainda bem visível, assim como as marcas de violência em seu corpo.

- Não conseguiu encontrar nada?

- Nem um vestígio. É incrível ver como esse cara consegue fazer isso. Violar alguém sexualmente sem deixar nenhum tipo de marca, de fluído, de vestígio que possa identificá-lo. É tudo muito premeditado. Ele usa luvas, ele usa preservativos...

- Debaixo das unhas?

- Nada.

- Impossível. É uma agressão, essas garotas não tentam se defender? Quer dizer, um cara vai te estuprar, você vai tentar se defender. Pele debaixo das unhas, fibra de tecido, nada?

- Nada senhorita Jones. Nada. Isso provavelmente indica que elas estão desmaiadas enquanto ele as violenta.

- E porque todas essas marcas roxas de agressão?

- Pelo prazer de agredir.

- Esse cara é completamente louco.

- Bem vinda à Forense.

A garota saiu da sala de cabeça baixa, analisando os papéis que estavam em suas mãos. Não percebeu enquanto Warrick se aproximava no corredor.

- Oi.

- Hm, oi. – assim que levantou o olhar, viu o moreno a olhando fixamente. – Ah, oi Warrick. Não vi que era você. Alguma... alguma novidade?

- Não. Na verdade eu to indo falar com o Greg agora pra saber se ele tem alguma coisa nova pra gente.

- Vamos, eu quero falar com o Greg.

Ela saiu andando na frente do rapaz enquanto ele a admirava discretamente de costas. Realmente ela não tinha mais nada da garota magra e delicada que havia deixado Las Vegas. Assim que entraram no laboratório, interromperam Greg em mais uma sessão de karaokê com os fones.

- Marilyn Manson.

- Sempre.

- Alguma coisa pra gente?

- Por enquanto nada. Eu acho que vocês estão lidando com algum tipo de assombração, entidade, alguma coisa parecida com isso.

- Não tem graça Greg.

- Não era pra ser engraçado. Era pra soar macabro. Não existe qualquer vestígio nessas amostras que vocês me deram que pode colocar alguém na cena do crime.

- Mas essas garotas não se violaram e se mataram. Alguém fez isso. E a gente tem que encontrar quem foi.

Enquanto Warrick e Greg discutiam no laboratório, Niabi pensava. Pensava em tudo. E agradeceu por mais uma vez as garotas presas no freezer do Dr. Albert terem ajudado a morena a pensar com clareza.

- Greg?

- Sim Niabi.

- Lubrificante de preservativo. Tem como isso ser analisado? Digo, tem como achar vestígio disso no corpo e analisar?

- Sim. As amostras que o Dr. Al me enviou contem traços de lubrificante de preservativo.

- E tem como saber de onde são? Marca, essas coisas?

- Pelo material da composição acho que dá, sim.

- E será que tem como saber mais? Tipo lote, essas coisas?

- Isso eu já não sei te informar. Ainda. Mas me dá um tempinho que eu vou tentar descobrir isso pra você.

- Okay. Obrigada Greg.

Niabi saiu do laboratório, logo seguida por Warrick.

- Boa idéia. Pode dar certo.

- Espero que sim. Precisamos pegar esse cara.

- Nós vamos pegá-lo. Prometo.

- Não me promete nada Warrick. A última vez foi desastrosa.

- Você ainda não me deixou explicar.

- Não sei se quero explicação depois de tanto tempo.

A morena saiu andando em direção ao carro. Precisava andar pelas cenas de crime. Precisava pensar. Precisava solucionar aquele problema. Sentiu seu braço sendo seguro por uma mão forte e grande.

- Mas eu preciso me explicar.

- Não agora. No fim do plantão a gente... vai tomar um café.

Saiu deixando o moreno para trás antes que ele pudesse lhe responder. Precisava pensar. Sozinha.



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