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História Missão Terra - Código 1303 - O visitante das estrelas e os nativos do beco


Escrita por: Outpost

Notas do Autor


O capítulo 2 tá saindo um dia antes do esperado :D. Se você está lendo isso, obrigado por continuar acompanhando a história. Como sempre, as paradas vão ser lentamente explicadas. Nesse capítulo, vamos abordar uns novos personagens que vão fazer parte da história. Espero que gostem! Qualquer conselho, comentário ou feedback construtivo é bem vindo.

Capítulo 2 - O visitante das estrelas e os nativos do beco


Fanfic / Fanfiction Missão Terra - Código 1303 - O visitante das estrelas e os nativos do beco

Ébor acordou em meio aos destroços do que antes era sua nave, completamente destruída, faíscas e labaredas saindo de vários cantos. Ele estava um tanto quanto tonto. Notou um corte na barriga e algumas queimaduras leves em várias partes do corpo. Começou a tatear freneticamente o próprio corpo e face:

— Ha! Ha! — riu de forma descrente — Hahahaha!!! EU TÔ VIVO!!! EU TO VIVOOO!!! — não acreditou no que aconteceu e não fazia a menor ideia de como tinha sobrevivido à uma queda dessas — Inacreditável. Caaara, que viagem. Ah, é, eu esqueci — procurou nos bolsos e no meio do traje, até que encontrou a pequena plaqueta de metal, o Emblema — Ei, ei! Computador de Bordo, você ainda está aí? — encaixou o pequeno aparelho no ombro, e este apenas soltou uma faísca azulada.

Mas essa faísca aumentou e se projetou em um holograma.  Uma espécie de seta, apontando para uma direção na dos escombros. Ele seguiu, seguiu, desviou de obstáculos, suguiu. Estava em meio as diversas peças e placas de metal quebradas e amassadas, num espaço ligeiramente escuro, onde um raio de sol entrava por uma fenda. Achou uma meia esfera de metal, que mesmo com a queda, parecia ainda intacta. Esse objeto começou a levitar, acendeu luzes e circuitos. Um novo holograma foi projetado por esse objeto, e uma voz familiar e robótica começou a falar

— Fazendo reboot no sistema: OK.  Carregando memórias: OK. Carregando sistema de personalidade: OK. Modo drone de exploração: OK — depois disso, fez um toque musical, e começou a mostrar vários dados no holograma e, por fim, gerou uma face — Computador de bordo se apresentando, senhor (°u°).

— Ah, que alívio. Você ainda tá funcionando, ótimo. Bem, pelo menos eu não estou sozinho nesse meio de nada aqui. — falou com sinceridade — mas, olha aqui, você consegue dizer onde nós estamos ou como a gente sai daqui?

— Hã, estamos numa floresta — calculou mais um pouco — não estamos tão longe da sociedade. Há uma pequena cidade aqui perto, se nos apressarmos, chegamos antes do anoitecer. 

— Bom, bom. Mais alguma recomendação ou informação útil?

— Ah, ah! Sim: segundo meus relatórios, a nave foi completamente destruída, está em estágio inutilizável, e é provavelmente irreparável.

— Pois não me diga — Ébor teve uma enorme sensação de frustração nesse momento. "Tava demorando, tava bom demais pra ser verdade", pensou, mas ainda assim, se sentia mais confortável com a companhia da inteligência artificial — Ah, computador de bordo, é seguro eu remover a máscara?

— Afirmativo. Você tem as modificações genéticas necessárias para respirar o ar dessa atmosfera. Seus pulmões vão doer um pouco no começo, mas com o tempo seu organismo vai se acostumar. E eu também recomendaria tirar essa máscara mesmo, os filtros de ar devem já estar contaminados com a fumaça da queda e dos escombros da nave (°-°).

— Bem, vamos lá, deseje-me sorte — apertou um botão da máscara e ela se desprendeu de sua face. Ébor soltou um gemido dolorido enquanto o ar preenchia seus pulmões. Ele se ajoelhou no chão, em posição fetal, e após alguns minutos se pôs de pé e suspirou

— Não estou no meu melhor estado, mas dá pra sobreviver. Computador de Bordo, pra qual direção era aquela cidade mesmo?

E partiram de lá. Um cambaleando e o outro flutuando, com o veículo espacial abatido deixado para trás. Ambos caminharam em direção ao horizonte, até sumirem da vista.
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Quando o sol já tinha se posto e a lua aparecido, chegaram até uma cidade, e por lá vagaram. O corte em sua barriga já havia começado a cicratizar, e aparentemente, por        sorte, era superficial, e respirar já não doía mais como antes. As ruas estavam vazia, vez ou outra passava um carro, porém rápidos de mais para notá-los. Ébor começou a conversar com o Computador de Bordo:

— Cara, é um saco ficar te chamando de "Computador de Bordo" toda hora, é comprido demais. Redefina seu nome para Obvis. Eu pensei nesse nome com base na palavra humana "óbvio", porque né, acho que eu não tenho que explicar.

— Novo nome "Obvis" aceito pelo sistema. Me sinto honrado pelo novo nome (^-^)

— Sim, sim, tanto faz. — falou sem dar atenção ao assunto — Obvis, começar nova seção de arquivos, nomear como: "Missão Terra - Relatório"

— Sim senhor (°u°)

— "Terra - 1: começando anotações no diário de bordo" — foi falando ao drone flutuante ao seu lado, na rua deserta, enquanto vagavam sem rumo e observavam a arquitetura humana — " pelo que parece, os humanos, a espécie dominate do planeta, se torna mais inativa durante o período noturno, e também tem um tipo de veículo terrestre de quatro rodas, metal e vidro, ele parece ser bem comum, já contei oito até agora..." 

Continuou a relatar o que via e encontrava, até que passaram em frente à um beco. Lá haviam dois caras: um deles era loiro, tinha cabelo grande e encaracolado, uma faixa de pano vermelha na testa, um bigode do tipo mutton chops, uma camiseta regata meio encardida e um calça jeans; e o outro era um pouco mais jovem, e vestia uma blusa com capuz e também calça jeans, seu rosto não era visível devido ao capuz. O da faixa vermelha estava fumando um tipo de cigarro, enquanto o encapuzado esperava pra receber o dinheiro pelo produto. Ambos, ao avistarem Ébor e Obvis passarem em frente ao beco, ficaram como uma expressão estranha no rosto. O da faixa vermelha disse:

— Allan, meu velho cumpadi, — deu uma tragada enquanto observava o alien, e acreditava que este era apenas fruto da sua mente, uma alucinação — essa erva aqui é da boa. — falou com tranquilidade na voz e deu uma nova tragada — Aonde foi que você conseguiu isso?
Mas o encapuzado, que estava com a mente lúcida, não teve reação por alguns segundos, até que seu rosto mostrou terror, e ergueu o dedo para apontar para a criatura alienígena, e por fim disse:

— Cara! Nelson... Cara... Eu... Aquilo... Nelson, eu acho que aquilo é real...
A expressão de tranquilidade no rosto de Nelson foi lentamente se substituindo por pavor

— Como assim? Não... Não é coisa da minha cabeça!? O que tá rolando aqui? Quem é esse bastardo? Você conhece ele?
Mas Allan balançou a cabeça negativamente, com os olhos fixos no ser desconhecido, que também os encarava. Nelson voltou à falar:

— Bastardo, quem é você? O que é você? — A criatura de olhos grandes e negros e um traje estranha continuava a encará-lo, sem dizer uma palavra, e tinha um pedaço hemisférico de metal com luzes ligeiramente brilhantes flutuando do seu lado. Repetiu mais alto e alterado

— VOCÊ É SURDO? QUEM É VOCÊ? O QUE CARALHOS É VOCÊ???

Mas o ser nada respondeu. Nelson disse:

— Já chega dessa palhaçada. Allan, vamos mostrar à esse idiota o que fazemos com aqueles que vem tirar uma com a nossa cara — ambos sacaram armas brancas que carregavam consigo: Nelson com socos ingleses e Allan com uma faca. Os dois foram na direção de Ébor com o intuito de atacá-lo. 

Por fim Ébor falou. Falou mais para Obvis do que para os dois caras do beco:

— (Obvis, nova anotação: "Primeiro contato com os humanos. Ao me verem começaram a falar algo em seu próprio idioma. Eu ainda sou incapaz de compreender essa lígua, não tive tempo de coletar as informações e compilá-las numa tradução viável. Voltando aos dois indivíduos, eles tomaram uma posição aparentemente ofensiva. Tem armas rudimentares. Opa, parece que estão vindo na minha direção. Vou fazer o possível para não ferí-los muito ou chamar atenção) — Nelson e Allan recuaram ligeiramente ao ouvir o estranho ser falando numa língua incompreensível e desconhecida. Mas esse momento de hesitação não durou muito, voltaram a ir em sua direção — ( Emblema, ative o sistema de atordoamento à distância) — o objeto porém não respondeu ao comando. 

Nelson ergueu o punho enquanto corria e acertou em cheio o rosto de Ébor. Este cambaleou para trás, ligeiramente tonto devido ao golpe direto. Disse, mais uma vez em seu próprio idioma:

— (Droga, sem energia o sufiente pra isso) — Limpou o fio de sangue preto que saía de sua boca — (Nesse caso, gere uma projeção semifísica braçal conectada à mim.) — e nisso, linhas azuis partiram de seu Emblema e se prolongaram até a ponta de seus dedos, envolvendo suas mãos e braços— ( É, sorte grande. Ainda tenho energia pra isso)

Nelson e Allan mais uma vez se surpreenderam, "O que diabos está acontecendo? O que essa droga de criatura tá fazendo" pensaram. Se distanciaram um pouco. Viram o ser socar o ar com aqueles braços. Só que Nelson sentiu aquele soco e foi empurrado para trás com a força. "Mas o quê!?!?" ele pensou consigo mesmo. Ébor continuou a socar o ar na direção dele, focando em ambos, não apenas em um deles. Nelson notou quando um desses socos "fantasmas" acertou Allan. No momento que Allan levou o impacto, Nelson viu uma silhueta de uma mão, só que enorme, com marcas idênticas as do ser, e qu estava sincronizada com o ser, "É quase como se ele estivesse projetando seus golpes, só que maiores e mais distante, espera, é isso mesmo que esse puto tá fazendo! Mas como!?".  

Porém, repentinamente, as marcas do braço de Ébor se retrairam de volta para o Emblema. Isso significava uma coisa: sem energia o suficiente para manter a projeção. "Merda, só tenho energia pra uma última descarga elétrica" pensou Ébor, e ao ver o cara da faixa levantar do chão e vir correndo em sua direção, ergueu uma mão em sua direção. Tocou o peito do homem, na posição do coração. Nesse momento, Nelson foi eletrocutado, e desmaiou. Tinha acabado. 

Mas a voz robótica de Obvis disse:

— (Ébor! Atrás de você (°0°) — O drone hemisférico voou, se chocou contra e nocauteou Allan, que, por pouco, quase esfaqueou Ébor pelas costas.

— (Cara, eu nunca pensei que eu fosse ficar grato por você um dia, mas, na moral, valeu por essa)— disse Ébor. — ( Essa é mais uma daquelas ironias da vida, né?)

Com os dois já nocauteados, Ébor decidiu pegar as roupas de Allan. Seu traje já estava bem destruído, então tirou-o e jogou num canto qualquer, já que provavelmente não voltaria mais a usar. Ele vastiu a blusa com o capuz, os jeans e os tênis. "Talvez possa ser útil para se misturar numa multidão". Por fim, pegou o Emblema e o realocou para o ombro da blusa.

E voltaram a vagar nas proximidades. Ébor deixou um aparelho num centro urbano, discretamente colocado.

— Pronto — falou — Esse mecanismo vai captar e analisar vozes e diálogos. Com dados o suficiente, vai dar pra programar um tradutor instantâneo, sem contar que dá pra eu tentar aprender um pouco dessa língua por mim mesmo. Enfim, acho que é bom a gente vazar daqui.
Com o canto do olho, viu Nelson fugindo, já que este tinha acordado e não via o combate como uma boa opção. Ouviu também carros de polícia. "É, não fui tão discreto quanto eu queria" pensou Ébor:

— Ei, Obvis, bora vazar! Eu já coloquei o que eu queria aqui na cidade. A gente volta daqui uns dois dias. Vamos voltar pra floresta.

E assim fizeram. Correram de volta para os escombros da nave. Lá, pelo menos, achavam estar seguros. Ébor considerava seriamente construir um acampamento lá.
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Enquanto isso, na cidade, Allan foi preso pela polícia. No dia seguinte, uns homens de terno preto e óculos escuros chegam com um documento exigindo aos policiais locais para conversar com o novo detento. Um deles diz:

— Olá, Allan. Nós estamos aqui para te ajudar. Me chame de EdMont. Colabore, e talvez possamos te tirar ainda hoje dessas algemas. Conte-nos o que viu.

— Olha, eu não sei se é uma boa ideia... vocês achariam que eu enlouqueci se eu contasse.

— Allan, como eu já disse, nós estamos tentando ajudar. Conta logo o que você viu noite passada. — EdMont deu um breve suspiro, um pouco frustado — Escuta Allan, nós somos do governo. Nossa equipe é especializada em casos mais, digamos, "peculiares". — pegou e abriu uma maleta. Dentro dela, num daqueles sacos plásticos de evidências, estava o uniforme do alien — Nós achamos isso aqui perto de onde você foi pego ontem. Tinha material genético aqui, e adivinha? Não. É. Humano.

Allan decidiu que a melhor escolha era contar tudo. O que tinha acontecido era surreal. E além do mais, esses caras pareciam ser coisa séria:

— Ah, hã, tudo começou ontem. Eu estava fazendo negócios com um tal de Nelson quando um cara estranho apareceu...— contou todo o ocorrido
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Dois dias depois, Ébor voltou à cidade. Era entardecer, ele foi recuperar o objeto com as gravações que havia plantado lá. Com a roupa, conseguiu desviar a maior parte da atenção. Vez ou outra alguém olhava torto pra ele, e sempre que alguém tentava olhar pra sua cara, ele desviava o olhar ou se virava pra direção oposta. Conseguiu pegar de volta o gravador. Conectou-o ao Emblema em seu ombro. Sentiu as informações sendo carregadas. A partir desse momento, já era capaz de utilizar um vocabulário humano ligeiramente vasto. Com a luz solar dos dias anteriores, o Emblema estava completamente carregado. Ébor deu um jeito de conseguir uma mochila. Dentro dela estava Obvis. Com esse objetivo cumprido, ele já podia voltar para os restos de sua nave. 

No caminho, ainda dentro da cidade, viu aquele cara da faixa vermelha. Ele estava rodeado por outros seis homens. Um deles o segurava pelo colarinho. Este disse:

— Seu panaca! Você tá ligado que por causa de você um dos nossos foi pra jaula, né? NÉ? — deu um soco no rosto de Nelson.

— Cara, não fui eu. Eu juro! Um cara, não, um alien! Ele tinha uns poderes psíquicos e um robô voador! A culpa é dele, não minha! — disse, quase como se estivesse implorando por sua vida — EU JURO!!!

— Cala a boca, você tá só falando merda. O Allan tava te vendendo drogas. Você viu aliens?  O que mais você viu? O pé-grande? A fada madrinha? — disse, cada vez mais raivoso — Me dá um motivo pra eu não arrebentar sua cara.
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Ébor observava. Falou para Obvis:

— E aí Obvis, devemos ajudar ele?

— Bem (°¬°), se a gente ajudar ele talvez ele possa nos mostrar umas coisas sobre a Terra (^-^). Vai ser uma troca justa (^u^).

— Às vezes acho que você é inocente demais Obvis, mas, mesmo assim, a gente não tem nada à perder, eu acho.
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Foram até o grupo que rodeava Nelson. Ébor estava ansioso para testar suas novas "habilidades idiomáticas". Encheu os pulmões e falou com autoridade:

— Larguem ele.

O cara que segurava Nelson pelo colarinho, lentamente virando a cara para Ébor, falou:

— Se não o quê!? Você vai... — nesse momento, ele conseguiu ver a face de Ébor — Mas que porra é essa? Que merda é essa? — começou à entrar em pânico, substituindo sua arrogância de antes por terror. Ele até largou Nelson, tamanho o susto que tinha levado — Você... Nelson não tava blefando!?... o alien!...? CORRE GALERA! CORRE!!! — todos os seis fugiram para além de onde a vista alcançava
Ébor deu a mão à Nelson e o ajudou a levantar. Ambos estavam em pé. Um em frente ao outro. Ébor disse após uns segundos se encarando:

— Oi, cara, é... então, tipo... desculpa por aquele dia. Eu acho que me precipitei ao usar toda aquela tecnologia contra você e o outro humano.

— Hã... ok — Nelson esfregou os olhos — Você é real mesmo? Eu tava começando a me perguntar se você era de verdade ou eu que tava muito noiado mesmo. Mas tipo, você me salvou mesmo daqueles caras, eles eram gente da pesada. Acho que te devo uma e... Pera... Porque eu tô falando com você? — pôs as mãos na própria cabeça — Um alien me ataca num dia e me salva no outro... isso tá pior que as viagens que eu tenho quando eu fumo um baseado...

— Realmente. Ah, ainda não nos apresentamos. Prazer, me chamo Ébor.

— Prazer, Nelson — disse, sem muita atenção. Ainda estava abestalhado com a situação.

— Você disse que me devia uma. Eu acho que já sei como você pode me ajudar...

E tudo era tão estranho e repentino. Mas esse poderia ser o começo de uma nova amizade. O visitante e o nativo. Os lados começavam a se formar. Ébor considerava que seria necessário ajuda para se estabelecer na Terra. E também para estabelecer um base. E também para conseguir alertar o Conselho de Krisenant sobre a expansão dos Mezekron, que se já estavam na Terra, já deviam estar se espalhando para outros planetas. E se essa facção crescesse, o seu lar poderia estar em perigo.


Notas Finais


Olá de novo, espero que tenham gostado do capítulo. Muita treta ainda tá pra rolar. Me digam suas opiniões, se está bom ou ruim, se eu poderia mudar algo, etc. Novamente, qualquer conselho, comentário ou feedback construtivo é bem vindo.


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