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História Missed Halloween - Capítulo Único - Novo amigo


Escrita por: KMaddyZ

Capítulo 1 - Capítulo Único - Novo amigo



 

   Era apenas mais uma noite de Halloween, as crianças saíam animadas pelas ruas pedindo doces com suas fantasia, adolescentes faziam festas e idosos gritavam com crianças que faziam travessuras em seus gramados.

  

Na calçada de sua casa, Takanori estava sentado observando o chão, deixando explícito em seu rosto o desânimo. O garoto batia sua varinha de brinquedo no chão, varinha essa que fazia parte da fantasia de bruxo que vestia.

Acontece que ele não tinha amigos, as outras crianças não eram gentis com o pequeno garoto de seis anos, então ele passava o tempo todo sozinho. Da janela de sua casa, Saiko Shiroyama, a mãe do garoto o observava preocupada, não gostava de ver a solidão de seu filho, mas não é como se soubesse o que fazer a respeito, já havia pensado em recorrer à um psicólogo mas havia descartado a ideia por pensar se tratar apenas de uma fase.

   

Era o décimo suspiro que o menino soltava quando alguém para na sua frente.

  

Era um homem magro e bonito, sua altura era mediana e seus cabelos coloridos em vermelho e preto, coisa que encantou o pequeno garoto. O homem vestia roupas chamativas e não possuía expressão facial alguma.

 

– Oi. – Disse o homem, se agachando a sua frente.

 

– Oi. – Soou a voizinha infantil de Takanori. O homem olhou para a cestinha de doces de Takanori e a viu vazia, então pôs a mão no bolso de sua jaqueta vermelha e tirou uma bala, a estendendo para o garoto que a abriu e pôs na boca após agradecer. – Qual o seu nome? O meu é Takanori.

  

A animação na voz e no rostinho do menino era contagiante, mas o homem não sorriu.

 

– Hideto. – Respondeu somente.

 

– Gostei, posso te chamar de Hide? – Pediu o garotinho, ganhando um acenar de cabeça do mais velho.

 

Nesse momento a mãe de Takanori saiu de dentro de casa, vendo a animação do filho, decidiu tirar uma foto com seu celular do belo momento. Para tirar a foto, Takanori sorriu ao lado de Hideto, que não mudou a expressão facial.

  

E então os dois passaram a noite juntos, Takanori ia passando de casa em casa pedindo doces com Hideto ao seu lado, por mais que o homem fosse misterioso, quieto e sério, Takanori gostava de sua companhia e era feliz ao lado dele.

  

E se passou mais um ano, Takanori não viu mais Hideto e isso deixou o menino triste, porém, o garoto ganhou novos amigos nesse meio tempo, todos um pouco quietos e estranhos mas isso não importava para o garotinho de bom coração. No entanto, a mãe do garoto desconfiava de suas amizades, tanto é que pediu conselhos para um psicólogo amigo seu.

  

E no Halloween seguinte, quando Takanori decidiu sair para pegar doces com seus amigos, Hideto o esperava na porta.

 

– Hide! – Disse o menino antes de correr para abraçar o homem, que não se moveu. – Por onde andou? Senti saudades!

 

Hideto não respondeu, apenas se soltou do abraço do menor e lhe estendeu a mão, num pedido mudo para que o seguisse. Takanori pegou na mão de Hideto e ambos foram de casa em casa pedir doces, como o ruivo era adulto, não pedia doce algum, mas acompanhava Takanori que conseguia diversos doces com seu jeitinho fofo em sua fantasia de Drácula.

 

Antes de voltarem, Hideto e Takanori foram até um bosque abandonado pelos cidadãos de lá e por, insistência do menino, brincaram de esconde-esconde.

Takanori caminhava vagarosamente por entre as árvores, apenas com a luz da lua a lhe guiar, até que avista Hide, de costas para si enquanto caminhava. O garoto então se apressou a pular nas costas do outro.

– Te achei! – Takanori disse rindo alegremente e um pequeno sorriso se abriu no rosto de Hideto, que apenas negou com a cabeça antes de afastar um pouco o menino e começar a andar para fora do bosque, sendo seguido por Takanori.

 

Os dois caminharam até a casa de Takanori, onde a mãe dele estava ao lado de seu pai, preocupada.

– Taka! Onde você estava? Não pode sair por ai sozinho! – Disse a mulher extremamente nervosa.

 

– Mas eu não estava sozinho, eu estava com o Hide. – O garoto disse inocentemente.

 

– Taka, eu já disse que ele e seus amigos não existem! O doutor Suzuki já disse que são apenas amigos imaginários! Você não pode sair por ai sem ninguém!

 

– Não são amigos imaginários! Eles são de verdade! – Gritou o garoto com lágrimas nos olhos escuros.

 

– Não! Eles não são! – Sua mãe gritou ainda mais alto e foi segurada nos ombros pelo seu marido, em um pedido mudo para que se acalmasse.

 

– São sim! Diz para eles Hide! – O menino pediu para o ruivo que apenas afirmou com a cabeça sem dizer nada. – Mãe! E a foto dele no ano passado, a foto!

A mulher tirou o celular do bolso e procurou a foto na galeria, a achou e mostrou pro seu filho. Era a mesma foto que Takanori tirara com Hideto, mas o homem não aparecia nela.

 

– Takanori, ele não existe. Hide não existe. – Yuu, seu pai, disse calmamente.

 

Takanori não disse mais nada, apenas correu com os olhos transbordando em lágrimas. O garoto correu até a entrada do bosque onde se sentou e ficou por um tempo.

 

Takanori chorava, ele apenas queria que seus pais acreditassem nele.

 

O menino sentiu quando alguém sentou ao seu lado, ergueu o rosto e viu Hideto olhando para si com um pouco de preocupação no seu olhar normalmente inexpressivo.

 

– Por que eles não acreditam em mim, Hide? – Perguntou com a voz embargada pelo choro e começou a tocar o rosto do homem, sentindo a pele macia ao seu toque. – Você é real, como eles não podem te ver?

 

O homem nada disse, apenas se levantou e fez um sinal para que fosse seguido antes de entrar no bosque. E o garoto o seguiu, andando por entre as árvores e adentrando cada vez mais na escuridão do bosque. Não haviam luzes ali, por mais que um dia o bosque já tivesse sido visitado por pessoas encantadas pela sua fauna e flora variadas nunca foram postas nenhuma fonte de luz no lugar, toda e qualquer visita noturna era com a ajuda de lanternas. Toda essa escuridão do bosque mais a distração de Takanori com um som qualquer fez com que o menino perdesse Hideto de vista.

Às cegas, o garoto continuou a andar, até que chegou onde acreditava ser o centro do lugar. Hideto estava lá, sentado no chão com as costas apoiadas no tronco forte de uma grande e velha árvore, Takanori caminhou até ele e sentou no seu lado.

 

– Agora você me encontrou, Taka. – Disse Hideto dando um sorriso calmo e doce.

 

*

 

– Takanori! Taka meu querido, responde! Taka! – Gritava desesperada a mãe do menino enquanto o procurava no bosque junto de seu marido e dos policiais: o garoto havia sumido há duas horas em plena a madrugada de Halloween.

 

– Calma meu amor, nós vamos encontrá-lo. – Yuu disse tentando acalmar sua esposa aos prantos. – Taka! Apareça meu amor!

 

A verdade é que os dois ali não eram os verdadeiros pais de Takanori, o menino fora adotado quando tinha recém um ano de idade porque sua mãe morrera na hora do parto e seu pai, o que cuidava de si, havia desaparecido misteriosamente, tudo o que sabiam era seu sobrenome Matsumoto, e que o homem havia sumido em um Halloween.

 

Os quatro continuaram a chamar o garoto em meio a escuridão do bosque, procuraram incansavelmente por longos minutos por causa da extensão do lugar, até que chegaram no centro.

 

Talvez se o bosque fosse visitado, a visão que eles tiveram não seria a mesma.

Takanori estava sentado, dormindo, em uma grande e velha árvore, em um dos galhos da árvore, metade de uma corda estava amarrada, o resto da corda se encontrava no chão, amarrada no pescoço  de um corpo em decomposição.

As roupas do corpo eram chamativas e o cabelo que ali restava era vermelho.

Um dos policiais tinha um caderno com fichas de desaparecidos, o caderno foi aberto e o oficial procurou pelas fotos alguém que se parecesse com o corpo, procurou por um tempo até que encontrou a foto de um homem com as mesmas roupas e cabelo que o cadáver.

O nome do desaparecido: Hideto Matsumoto. 


Notas Finais


Nem todo ser que uma criança pode ver e que você não pode, é de fato, imaginário.

Kissus


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