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História Para Sempre Azul - Capítulo 4


Escrita por: rezpectjb

Capítulo 4 - Capítulo 4


Ponto de vista de Mabel

Eu lutei contra a vontade de adentrar naquele banheiro para ver o que estava acontecendo, mas infelizmente não consegui. Quando o vi com o sangue nas costas e quase pálido, pude sentir sua dor. E quando meus olhos encontraram o chão e eu vi sua asa desaparecer deixando algumas faíscas pretas no ar, percebi que não estava sonhando e que tudo aquilo realmente estava acontecendo.

- Eles podem me rastrear. – murmurou enquanto fechava a mão em um punho.

- O que os outros anjos querem com você? – sussurrei enquanto pegava algo para desinfetar os cortes.

- Me impedir. – ele resmungou quando apliquei o produto no ferimento.

Eu não tinha visão do seu rosto ou muito menos saber o que ele estava pensando. Não tinha intensão de pressiona-lo para contar o que estava fazendo aqui, mas eu era curiosa demais e precisava de respostas para todas as minhas dúvidas.

- De fazer o que? – perguntei enquanto verificava se não tinha esquecido de fazer nada antes de enfaixar os ferimentos.

- Não posso dizer. – ele murmurou secamente.

Fiquei em silêncio permitindo que apenas nossas respirações fossem o barulho que tivesse no ambiente. Ao terminar de enfaixa-lo, analisei o suas costas musculosas e seus braços também, mas balancei a cabeça em negação quando percebi o que fazia.

- Pronto... – disse, logo passando para sua frente, onde ele levantou o olhar fraco para forçar um sorriso.

- Obrigado. – respondeu.

- Você pode me contar o que aconteceu e o motivo de está aqui? – perguntei outra vez.

Ele me olhou por um tempo sem espojar qualquer reação e aquilo estava começando a ficar constrangedor.

- O que você faria se eu contasse? – perguntou.

- Dependendo do que é, não faria nada. - pensei em me agachar no chão do banheiro, mas lembrei-me que ele estava sujo demais.

Ele desviou o olhar de mim por alguns segundos, porém novamente ele virou lentamente para mim junto com seus olhos que agora brilhavam. Senti-me hipnotizada. Um suspiro escapou dos seus lábios antes de abri-los para se pronunciar.

- Preciso que me entenda... – ele se levantou fazendo uma careta de dor.

À medida que ele se aproximava de mim, meus pelos do corpo se arrepiavam freneticamente, sem qualquer controle.

- O que... O que é? – gaguejei.

- Droga! – ele deixou de se aproximar e abaixou a cabeça. – Eu não tenho coragem. – sussurrou.

- Apenas diga. – disse tentando controlar a mim mesma.

- Sempre pensei e observei uma pessoa, mas ela era sempre intocável para mim. Eu a desejei mesmo sabendo que era um amor platônico. Ela sempre foi e sempre será a pessoa mais importante para mim. – ao terminar de pronunciar tudo em uma voz rouca, engoli o seco.

Fui completamente incapaz de me mexer, agora dividia o pequeno espaço do banheiro com ele. E devagar, sem tirar os olhos dos meus, ele começou novamente se aproximar. Ao faltar alguns centímetros entre nós dois, seu corpo quase nu parou e sua respiração atingiu meu rosto.

Pela forma que se encontrava seus lábios, percebi que ele não falaria mais nada. Reprimi minha curiosidade, mesmo querendo ir mais fundo nessa história para poder saber o que se passava na vida desse anjo que havia na noite anterior caído na floresta perto da minha casa e pedido minha ajuda.

- Você veio por causa dela? – escapou.

- O meu único motivo para eu enfrentar todo o céu é ela. – ele respondeu fraco, mas confiante. – Agora os outros arcanjos querem minha condenação ao inferno por ter vindo até a terra em forma humana.

- Por você amar alguém?

- É o maior pecado de um anjo. Somos uma alma pura. – sua voz queria sair forte, mas infelizmente, não conseguiu.

- E por que arriscou sua alma por alguém? – perguntei incrédula pela forma como ele havia se arriscado por alguém que nem se quer sabia da sua existência.

- Não poderia ficar mais um instante a observando morrer.

Meu coração apertou com suas palavras. Acho que com sua expressão, percebeu que aquilo havia me atingido de alguma forma, pois ele aguardou para continuar.

- Sabemos quando uma pessoa está em perigo e podemos evitar isso, mas eu queria evitar isso vindo até ela para que antes que fosse condenado ao fogo eterno, pudesse fazê-la perceber que eu realmente existo e que ela possa saber que alguém a ama de verdade.

Suspirei sentindo meus olhos lacrimejarem. – Isso é lindo! – disse calma. – Você pode impedi-la de morrer? – perguntei esperançosa.

- É justamente o que pretendo fazer. – ele tentou sorri, mas as dores que as asas cortas o causaram, fizeram uma careta se formar no lugar.

- Eu posso ajuda-lo a encontra-la? – perguntei cautelosamente.

Ele que agora estava com o rosto abaixado, o levantou para me olhar. A sua reação no primeiro momento foi estranha, mas em poucos ele formava um sorriso grande no rosto.

- Seria um prazer tê-la com parceira. – ele disse um pouco à vontade, virando rapidamente para que eu não assistisse novamente seus olhos brilharem.

- Ótimo! – disse animada. – Acho que agora você precisa se vestir e... – escutei um barulho no andar de baixo.

Meus olhos se abriram rapidamente enquanto encarava o rosto dele que tinha a mesma expressão. Sai do banheiro, deixando o para trás, fui até a porta do meu quarto e apoiei no batente para escutar.

Um barulho de chave e passos e vozes denunciaram meus pais. Soltei a respiração presa em meus pulmões. Segurei a porta preste a fecha-la quando escutei o grito da minha mãe me chamando. Olhei para a porta do banheiro e olhei para ele que me olhava com preocupação.

- Fique aqui! – sussurrei e ele concordou.

Fechei a porta do quarto e nas pontas dos pés, andei pelo corredor até as escadas e logo até o andar de baixo.

- Por que não tirou suas coisas da grama? – perguntou meu pai quando dei de cara com ele na cozinha, olhei por cima de seu ombro para ver minha mãe resmungar alguma coisa enquanto tirava as compras da sacola.

- Eu... Eu... – olhei para o meu pai quando percebi que estava gaguejando. – Estava conversando com Annie e acabei esquecendo. – menti e ele cerrou os olhos ao me encarar.

- Sobre o quê? – perguntou mamãe no fundo parecendo um pouco mais calma.

Pense em algo útil.

- Ela está vindo para cá no final de semana e perguntou se eu não gostaria visita-la na casa da sua vó. – tentei parecer confiante.

- Por que ela não vem até aqui? – revirei os olhos.

- Porque ela passará o final de semana com a família e me convidou para fazer parte. – disse. – Posso?

- Eu não sei. – meu pai respondeu.

- São apenas 35 minutos de Portland até Hillsboro. – disse logo pensando se havia feito os cálculos certos.

- Deixe ela ir, Christophe. – minha mãe disse no fundo como se não se importasse com a situação.

- O problema é essa picape velha dela. – respondeu dando as costas para mim.

- Minha picape não é velha. – respondi irritada. – Ela aguenta essa viagem até a casa da vó de Annie.

- Eu posso leva-la. – respondeu meu pai, mas rapidamente eu o interrompi.

- Não precisa! – disse rápido e ele me olhou desconfiado. – Por favor, me deixe ir sozinha.

Ele olhou por um instante para minha mãe que deu de ombros, logo depois me olhou.

- Pode ir, mas prometa que irá tomar cuidado com isso.

- Prometo papai. – sorri e dei as costas para correr até o meu quarto.

Eu já havia arrumado uma desculpa para escapar dos meus pais e ajudar ele a procurar a amada dele onde é que ela esteja.

Continua... 


Notas Finais


MIL DESCULPAS PELA DEMORA! Então pessoal, estive meio ocupada por conta do ENEM e dos vestibulares que irei prestar. Prometo que não irei demorar tanto da próxima vez, pois tenho quase certeza que postarei semana que vem. Obrigada por lerem e comentarem <3


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