História Missionary Love - Capitulo 9

Acordei com Castiel andando de um lado para o outro preocupado enquanto Will tentava acalmar ele

- Calma, ela esta bem, logo vai acordar, o tiro não pegou em nenhum lugar que seria fatal – falou Will que estava encostado na parede

Sentia minha cabeça girar um pouco, sentia algumas pontadas

- Sei disso, mas estou preocupado de que tem mais alguém envolvido, por que ela estava lá? E por que nos chamaram para ir lá? Tem algo muito estranho – ele falou desconfiado

- Concordo, quem mais está envolvido na companhia? Sobrou apenas nos dois de agentes – falou Will pensativo

- Ou não – falou Castiel encarando Will

Isso era informação demais para minha cabeça, não estava entendendo nada, me sentei na cama e senti uma pontada perto da minha costela, me fazendo gemer de dor baixinho

- Alex, melhor não se mover tanto assim – falou Castiel caminhando até mim

- O que aconteceu? – perguntei confusa

Realmente não me lembrava de muita coisa

- Você levou um tiro, e matou algumas pessoas – falou Castiel

- E como me sai? – perguntei sorrindo

- Tem uma boa mira, mas ainda precisa aprender mais um pouco, e seu senso de liderança é até bom, conseguiu ajudar seu amigo medroso – ele respondeu sorrindo de volta

- Mas foi como você falou pra mim, na primeira vez você faz uma bagunça depois já começa a melhorar – falei segurando o machucado

Castiel ficou envergonhado

- Onde está Lysandre? – perguntei me arrumando melhor na cama

- No quarto ao lado, ele ainda está em choque – falou Castiel debochando

Me levantei da cama com um pouco de dificuldade

- Ei, não pode se esforçar dessa forma – ele falou me segurando preocupado

- Só vou falar com Lysandre, não vou correr uma maratona – falei sorrindo

Castiel suspirou e me soltou

- Tem certeza de que está bem? – ele perguntou segurando minha mão

- Tenho – falei olhando em seus olhos acinzentados

Castiel me deixou ir, sai e entrei no quarto onde Lysandre estava, ele parecia inquieto

- Lys, como se sente? – perguntei fechando a porta atrás de mim

- Confuso e temendo por minha vida – ele falou tentando manter a calma, sua voz tremia um pouco

- Não precisa ficar assim, ninguém vai te matar – falei caminhando até ele

- Então me explica o que aconteceu mais cedo? – ele perguntou levantando o tom

- Aquilo era um sequestro, não planejavam nos machucar, ouvi eles conversando – falei tentando acalmar ele

- Okay, Alex, me explica exatamente o que está acontecendo? – ele perguntou olhando em nos meus olhos

- Eu realmente não sei, mas vou ajudar a descobrir – falei suspirando

- Não, é muito perigoso – ele falou colocando as mãos em meus ombros

- Não ligo, quero servir pra alguma coisa pela primeira vez na vida – falei

Lysandre suspirou

- Okay, sei que não vou conseguir te convencer a não fazer isso – ele falou soltando meu ombro

Ele foi até a porta

- Onde vai? – perguntei

- Pra casa, não quero acabar preso – ele falou abrindo a porta

Segurei sua mão

- Apenas cuide dos outros por mim – falei e soltei sua mão

Lysandre assentiu e saiu, quando ia entrar o quarto onde Nathan e Will estavam, ouvi os dois conversar

-Castiel, pode ser que eles estão vivos – falou Will

- Mas fazem três anos desde aquela missão, não é possível – falou Castiel

Não entendia sobre o que eles estavam falando, entrei no quarto, os dois olharam para mim

- Eu quero ajudar – falei olhando para os dois

- É muito perigoso – falou Nathan olhando alguns papeis

- Eu sei, mas eu não me importo com isso – falei caminhando até eles

-Castiel, não temos opção, precisamos de mais gente – falou Will

Castiel suspirou

- Okay, mas ainda não concordo com isso – ele falou por final

- Você vai precisar de armas e de pelo menos algum treinamento – falou Will

- Sei de alguém que pode treina-la e protege-la ao mesmo tempo que procuramos o que precisamos – falou Castiel

- Tem certeza disso? – perguntou Will

- Tenho, vamos Alex – falou Castiel pegando minha mão

Castiel me guiou pela desconhecida casa e foi até uma garagem, entramos em carro

- Pra onde vai me levar? – perguntei olhando para Castiel

- Até um velho amigo – falou ele dando partida no carro

Castiel acelerou e saiu da casa, pegou varias estradas de terra, estava ficando cansada, encostei minha cabeça no vidro e adormeci...

 

Quando acordei estava na frente de uma enorme casa, vi Castiel conversando com um homem grisalho, sai do carro e caminhei até eles

- Senhor Morgan está é Alex, quero que a treine, e que proteja ela por enquanto – falou Castiel

- Prazer em conhecer a garota que roubou o coração do garoto que me deu mais trabalho pra treinar – ele falou me cumprimentando

- É um prazer conhecer o senhor também – falei sorrindo

- Que isso me chame de Valentin, entrem, vamos conversar um pouco – ele falou nos guiando para dentro da casa

Por dentro tudo tinha um toque rustico, era linda

- Sentem-se – falou o homem se sentando na em uma poltrona

Nos sentamos, Castiel olhou em volta

- Esse lugar não mudou mesmo – falou Castiel rindo

- Gosto dessa forma, e não tem pra que mudar – falou o Valentin dando de ombros

- Então foi o senhor que treinou Castiel? – perguntei

- Sim, mas com muito custo, quando ele chegou aqui só pensava em vingança, era muito violento e tinha cara fechada, pra ele aceitar o treinamento – falou o velho rindo das lembranças

Castiel desviou o olhar envergonhado

- Mas se tornou o melhor dos cinco alunos com o tempo – falou o velho

- Tinha outros? – perguntei confusa

- Sim, mas infelizmente perdemos três durante uma missão de eliminação – falou o velho suspirando

- Apenas restou Will e eu – falou Nathan

- Me diga Alex, o que lhe interessou no trabalho de assassina de aluguel? – perguntou o velho me analisando

- Apenas quero ajudar Nathan e Will – falei

- Tem coração puro, isso é bom – ele falou juntando seus dedos

- Acho que ela te surpreenderá Valentim – falou Castiel sorrindo de lado

- Isso que procuro em meus alunos – falou Valentim sorrindo

Castiel se levantou

- Vou buscar sua mochila no carro – ele falou e saiu

- Como conheceu o cabeção ali? – perguntou Valentim

- Encontrei ele machucado durante uma tempestade, levei ele até meu apartamento e cuidei dele – falei dando de ombros

- Realmente, seu coração é puro, e como reagiu quando ele contou a verdade? – perguntou ele

- Sei lá, não tive reação, acreditava nele, mas não sentia medo – falei dando de ombros

Logo Castiel voltou com minha bolsa, me entregou e se despediu, mas antes me entregou meu celular

- Se precisar me liga – ele falou me olhando

Sentia preocupação em seu tom, não entendia o por que de tanta preocupação. Quando Castiel saiu, Valentin me mostrou a casa

- Deve estar cansada, vou mostrar seu quarto – falou ele me guiando até um corredor

Este corredor tinha cinco portas, ele caminhou e abriu a ultima porta do corredor

- Este era o quarto de Castiel, está arrumado agora, mas as coisas dele permanecem ai – falou Valentin olhando para dentro do quarto

O quarto era branco e simples, mas tinha um canto com livros espalhados e cadernos no canto, entrei no quarto, era realmente arrumado

- Você mora sozinho aqui agora? – perguntei olhando para Valentin que estava encostado na porta

- Não, tem mais um aluno meu aqui também, ele está aqui no quarto ao lado, quase não sai, é quase igual à Castiel quando chegou aqui – falou ele dando de ombros

- Ah, vou falar com ele depois – falei olhando para a janela

- Tome cuidado então, vou deixa-la a vontade – ele falou saindo e fechando a porta

Comecei a guardar minhas coisas no pequeno guarda roupa que tinha, peguei um dos cadernos e comecei a ler, Castiel realmente deveria se sentir sozinho, li um trecho do caderno

“ 26 de Janeiro de 2000

Realmente odeio este lugar, mas quero vingança, quem matou meus pais vai pagar caro, quero minha vingança, e eu vou tê-la, mas não posso fazer nada, não passo de um pivete inútil que não pode salvar a própria família. Realmente pessoas são perda de tempo, todos morrem no final, patético...”

Castiel de antes realmente tinha ódio no coração, ao ler aquelas palavras fez meu coração, deixei o caderno de lado e me levantei, fui até o quarto do lado e bati na porta

- Entre – falou uma voz masculina vinda de dentro do quarto

Abri a porta lentamente, mas quando abri vi um garoto alto apenas de toalha, e imediatamente fechei a porta envergonhada

- Desculpa! – gritei cobrindo meu rosto envergonhada enquanto estava encostada na porta

A porta se abriu de repente, me fazendo cair no chão, tentei me levantar, mas o garoto me pegou pelo braço, me levantou, fechou a porta e me prensou na mesma, senti forte pontada onde eu havia levado o tiro

- Quem seria você, nunca te vi por aqui? – ele perguntou chegando seu rosto perto do meu, me analisando

Ele tinha cabelos pretos compridos que iam até seu peito, tinha olhos azuis e sua pele era um tanto branca de mais

- E-eu irei treinar aqui também, m-meu nome é Alex – falei tentando evitar seu olhar frio

Estava quase entrando na porta de tanto que ele me pressionava

- Uma garota treinando para matar? Que idiotice – falou ele rindo

- É s-sério, apenas quero ajudar uma pessoa – falei desviando o olhar

Ele segurou minhas mãos, me mantendo assim sobre seu controle

- Sua voz esta tremula, por acaso está com medo de mim? – ele perguntou sussurrando ao pé do meu ouvido

- N-não, é que você está quase nu, p-poderia m-me soltar p-por favor? – perguntei tentando me soltar

Ele então me soltou, continuava paralisada

- Não deveria treinar com um ferimento feio como esse – ele falou em um tom frio

- C-como você sabe? – perguntei um pouco chocada

- Quando te prendi na porta pude ver sua expressão de dor – ele falou pegando outra toalha para secar seus cabelos molhados

Engoli seco, quando abri a porta pra sair ele imediatamente a fecha, me impossibilitando de sair

- Sinto que já vi você em algum lugar – ele falou analisando melhor meu rosto

Ele já me viu? Onde? Ou melhor quando?

- Ah sim, revistas, noticias e em um bar estranho, achei que seu nome fosse Megan – ele falou frio enquanto pegava um cigarro

- Você me reconheceu? Como? – perguntei chocada

Ele não tinha nenhuma expressão, queria saber o que se passa em sua cabeça

- Não foi nada demais, truques de maquiagem não enganam, mas aparentemente você tapeou muitos idiotas com isso – ele falou enquanto fumava

Claramente nada escapa dele

- Usar um nome falso pra manter a privacidade é bem esperto, mas idiota ao mesmo tempo, pelo jeito não teve controle sobre as duas vidas – ele falou virando de costas para mim

- Realmente isso não é da sua conta, se me der licença vou voltar para meu quarto – falei me suspirando

- Realmente, deve estar preocupada com sua querida mãe – ele falou

Nesse momento eu congelei, realmente estava muito preocupada minha mãe, fechei meus punhos para tentar aliviar o aperto, pude ouvi ele rir

- Não devia deixar seus pontos fracos amostra de tal forma, a proposito, meu nome é Nathan– ele falou ainda de costas para mim

O ignorei e sai do quarto, voltei para “meu” quarto, me sentei na cama e suspirei

- Idiota – falei limpando minhas lagrimas

Ouvi meu celular tocar, peguei e olhei o numero, era Castiel

- Oi, já acharam algo? – perguntei atendendo o celular

Minha voz estava um pouco tremula

- Está chorando? Aconteceu algo? – ele perguntou ignorando minha pergunta

- Não aconteceu nada, juro – falei limpando as lagrimas

- Não ouse esconder nada de mim – ele falou

- Vamos deixar isso pra lá, tiveram noticias? – perguntei

- Ainda não, mas estamos quase, quando começa seu treinamento? – ele retrucou com uma pergunta

- Não sei, talvez amanhã, estou um pouco assustada com isso devo admitir – falei suspirando

- Calma, vai ficar tudo bem, daqui uns dias vai ter aprendido o necessário e poderá vir em missão comigo – ele falou tentando me reconfortar

- Okay, vou me esforçar – falei

- Não se esforce muito, não se esqueça de que ainda está machucada – ele falou como se fosse minha mãe

- Entendi mãe – falei brincando

- Você gostaria que eu fosse, seria fabulosa – ele falou entrando na brincadeira

Castiel conseguiu me animar um pouco, soltei uma gargalhada divertida

- Tenho que desligar, amanhã nos falamos – ele falou

- Okay, até– falei desligando

Me deitei na cama e deixei que meu celular escorrega-se da minha mão, daria o meu máximo nesse treinamento, posso não ser tão forte, mas sei que consigo fazer isso

Ouvi alguém bater na minha porta, me levantei da cama e abri a porta

- Apenas passei para avisar que o jantar será servido daqui a 10 minutos – falou Valentim sorrindo

- Okay, já estou descendo – respondi devolvendo o sorriso

Valentin fechou a porta, fui para o banheiro e tomei um rápido banho, refiz o curativo onde havia sido baleada, doeu insanamente, mas aguentei, vesti o pijama que estava na bolsa, era o mais curto que tinha, suspirei e vesti, ele deixava os hematomas em meu corpo expostos, cobri eles com maquiagem, funcionou até que bem, mas ainda eram visíveis, decidi deixar isso pra lá. Desci e encontrei Valentin conversando com uma senhora

- Ah, ai está ela, Alex, está é minha esposa Melissa – ele falou apontando para a senhora

Terminei de descer as escadas e cumprimentei ela

- E todas essas marcas querida? Deve ter passado por algo terrível, você aparenta ser tão delicada – ela falou segurando minha mão

- Não é nada apenas tive algumas complicações – falei claramente mentindo

- Ela é a namorada o Castiel querida, pelo menos uma conseguiu dar jeito nele, ele está irreconhecível desde que saiu daqui – falou Valentin passando o braço pelo ombro da esposa

- Ah o pequeno Castiel, ele está bem? – perguntou a senhora

- S-sim, ao menos espero que sim – falei sorrindo

- Ele está em missão? – perguntou Valentin

- Não exatamente, ele não me explicou muito bem, mas aparentemente só tem ele e Will contra alguém maior, por isso quero ajuda-los – respondi

- Entendo, você é uma boa garota, sacrificar sua vida que tinha antes para ajuda-lo – falou a senhora colocando a mão em meu rosto

Agora que eu percebi, eu realmente sinto algo por ele...

- O que você fazia antes disso tudo? – perguntou a senhora indo até a cozinha

Acompanhei ela

- Eu cantava em um bar, o bairro era perigoso, mas nunca me machucaram – falei dando de ombros

Melissa começou a pegar alguns pratos na estante, eu a ajudei

- Então era famosa? – perguntou Melissa

- Não exatamente, quer dizer eu Alex não, chegava até a ser invisível pra muitas pessoas, mas como Megan era um pouco diferente, mas apenas a usei para me apresentar – falei segurando os pratos

- É esperta em usar uma nova identidade, vi varias noticias sobre você, ou melhor, da Megan – ela comentou indo até a sala de jantar

A segui e coloquei os pratos na mesa

- Eu apenas fiz isso pra não me atrapalhar na escola, nunca esperei que eu me tornasse “famosa”, mas quando a rotina começou a apertar tive que me virar – falei olhando para baixo

- Apertar como? – ela perguntou

- Bom basicamente ir me apresentar das 6:00 da tarde e voltar as 2:00 da manha, fazer trabalhos e ir para a escola até as 3:00 da tarde, que me dava apenas algumas horas pra descansar, mas quando tinha dois trabalhos basicamente não dormia muito – falei dando de ombros

- Nem assassinos trabalham tanto assim, por que trabalhar tanto assim? – ela perguntou

- Apenas alguns problemas ai – falei suspirando

Melissa terminou de arrumar a mesa, eu a ajudei

- Alex, querida, poderia ir chamar Nathan? – ela perguntou sorrindo

- Claro, vou agora mesmo – falei devolvendo o sorriso

Subi as escadas, e hesitantemente bati na porta do quarto de Nathan

- Entra – ele gritou do lado de dentro

Abri a porta apenas um pouco, não queria ser puxada novamente

- O-o jantar j-já está pronto – falei gaguejando um pouco

- Não estou afim de ir – ele respondeu sentado de frente para a janela fumando

Suspirei, teria que entrar no quarto dele de qualquer forma, entrei, tirei o cigarro de sua boca e o apaguei, ele me olhou furioso, de repente comecei a tremer um pouco, ele se levantou e me empurrou para a parede, segurou meus braços para cima e me lançou um olhar ameaçador

- Não deveria fumar, ira morrer dessa forma – falei tentando não gaguejar

- E você acha que eu ligo pra isso? – ele perguntou levantando uma sobrancelha

- Poderia me soltar, por favor – falei encarando ele

- Não, terá que arcar com as consequências – ele falou chegando seu rosto perto do meu

Não sabia o que ele poderia fazer, então instintivamente chutei seus países baixos, fazendo com que ele me soltasse, corri para fora, ele se levantou rapidamente e correu atrás de mim, desci as escadas correndo e fui me esconder na cozinha

- C-consegui tirar ele do quarto – falei me escondendo atrás de Melissa com um pouco de medo

Nathan me lançou um mortal

- Pelo menos ele saiu, o que você fez? – perguntou Melissa olhando pra mim

- Eu meio que... chutei ele – falei tentando me escondendo mais atrás de Melissa

Melissa riu

- Durma com os olhos abertos esta noite – ele falou em um tom sombrio

Engoli seco

- Melissa, você se incomodaria se eu pegasse uma faca pra me proteger essa noite? – perguntei recuando um pouco

- Ele não vai fazer nada – ela falou lançando um olhar mortal para Nathan

Melissa surpreendentemente conseguiu assustar Nathan com seu olhar

- Tanto faz, vou voltar para o quarto – ele falou dando meia volta

- Nada disso, vai jantar conosco, irá precisar de forças tem treino amanhã – falou Melissa puxando Nathan pela orelha

Soltei uma leve risada, Valentin entrou na cozinha e viu Melissa puxando Nathan e riu

- Que milagre ele sair do quarto para jantar conosco – falou Valentin

- Então ele nunca sai? – perguntei olhando para Nathan, que estava ignorando a bronca de Melissa

- É bem raro, quando sai não fala nada e as vezes volta machucado por comprar brigas, por isso falei que era igual a Castiel – ele falou dando de ombros

- Entendi – falei caminhando até a mesa junto com Valentin

Já estava tudo servido, nos sentamos e comemos em silencio. Depois de terminar me ofereci para lavar a louça. Recolhi todos os pratos e comecei a lavar

- Eu te ajudo – falou Nathan

Sua aparência foi repentina, e acabou me assustando, fazendo que assim eu derrubasse o copo que eu estava lavando, que acabou se quebrando em pedaços, me agachei para pega-lo, mas acabei cortando minha mão, de primeira não senti nada, então terminei de recolher os pedaços, disfarcei o corte e voltei a lavar a louça

- Desculpa por te chutar – falei olhando fixamente a agua correndo da

Não entendia o por que estava assim tão envergonhada perto dele, talvez isso seja um pouco de medo também

- Tudo bem – ele falou desviando o olhar... Envergonhado...?

Fui entregando os pratos que acabei de lavar para ele secar e guardar

- Por que é tão gentil assim? Já passou por varias coisas, aceitou ser alvo de pancada durante 16 anos, como consegue ser tão gentil? – ele perguntou olhando sério para mim

Está pergunta me pegou um pouco de surpresa, não esperava isso dele

- Bom, er.. Só por que tive um infância considerada “difícil”, eu não olho para o passado, e além do mais, aguentei ser alvo de pancada por que queria deixar alguém feliz, e se aquela pessoa ficasse feliz, meus objetivos estariam concluídos. Só por que você sofreu, não é motivo para afetar os outros – expliquei olhando para ele

- Idiotice aguentar sofrimento por alguém – ele falou se encostando no balcão

- Quando se ama esta pessoa nada é idiotice – falei sorrindo enquanto lembrava do sorriso da minha mãe

- Continuo achando idiotice, por que raios você aceitaria ser espancada todo dia apenas pra manter alguém feliz mesmo que está sendo infeliz? – ele se questionou confuso

- Sabe bastante sobre mim, mas ao mesmo tempo não sabe nada – falei rindo pelo nariz enquanto olhava para baixo

Onde havia cortado com o copo estava ardendo, provavelmente por causa do detergente. Olhei novamente para Nathan, ele estava pensativo, parecia estar analisando algo

- Eu vou voltar para meu quarto, já terminei por aqui – falei saindo

Quando já estava chegando as escadas Nathan corre até mim e me prensa  na parede

- Então me conte o que não sei – ele falou me provocando

Gemi de dor por conta do “pequeno” corte em minha mão

- Sua mão, se cortou com o vidro não é – ele falou pegando minha mão e levando até perto de seu rosto

Não tinha o que falar, Nathan lambeu o sangue que escorria por minha mão, era uma sensação estranha, tentei tirar minha mão de seu domínio, mas foi em vão

- P-poderia me soltar isso não é nada, apenas um corte inocente – falei tentando fazer com que ele me soltasse  

Ele apenas olhou para mim e soltou um sorriso maldoso, então de repente me soltou, subi as escadas rapidamente, mas ainda pude sentir seus olhos sobre mim. Entrei no “meu” quarto e fechei a porta rapidamente

- Idiota – falei olhando para minha mão onde tinha o corte

Me sentei na cama e peguei os livros, queria saber o que Castiel lia

- Amor e Preconceito... Realmente, Castiel não estava brincando – falei analisando o livro

Todos os livros eram de capa dura, a maioria eram romances, se ele odiava as pessoas... por que lia esse tipo de coisa?

- Realmente não entendo Castiel– falei deitando na cama

Fechei meus olhos por um momento, mas adormeci...