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História Missunderstood - Capítulo 09: Você arruinou toda a minha vida.


Escrita por: paulinhacomic

Notas do Autor


Hello, mores! Feliz terça-feira e mais feliz ainda, pois graças a ela vem atualização.

Capítulo 10 - Capítulo 09: Você arruinou toda a minha vida.


Fanfic / Fanfiction Missunderstood - Capítulo 09: Você arruinou toda a minha vida.

Capítulo Anterior:
Passei bons anos da minha vida pensando o que havia de errado comigo por eu não conseguir me envolver direito com as garotas como os meus colegas; passei anos da minha vida ouvindo pessoas falando que eu não havia encontrado a garota certa, mas nenhuma dessas pessoas jamais cogitou a hipótese de eu simplesmente não gostar de garotas, da minha preferência ser garotos.  E chegando aqui em Nova York, conhecendo esses garotos, eu descobri sobre mim em semanas coisas que eu não descobri em anos.

XXXX

Bucky’s POV

Sábado, três e vinte e cinco da tarde.

Finalmente havia chegado à casa da minha tia, Susan, irmã mais nova de minha falecida mãe, que mora em Nova Jersey. Nick acabou me dispensando mais cedo hoje, pois eu havia conseguido adiantar todo o trabalho e tive que inventar uma desculpa muito convincente para que Natasha parasse de perguntar aonde eu ia. Lok foi viajar com sua mãe, foram para Londres visitar alguns parentes e Natasha veio correndo, me convidando para sair, ir a alguma balada que ela queria ir ou coisa do tipo. O problema é que eu sou muito chato para ir em festas. É claro que eu saio, mas não como Natasha e Loki, que são baladeiros de plantão. Ás vezes saio só para que eles não fiquem me incomodando e dizendo que eu sou um antissocial. Loki e Natasha são meus amigos desde anos e estiveram comigo por muito tempo, me ajudaram sempre que puderam e sabem como eu sou, mas eu, infelizmente, sou diferente deles. 

De nós três, Natasha é a pegadora, inteligente e sempre muito determinada, muito tagarela e muito divertida, ela é o tipo de pessoa que não tem como você se sentir mal ao lado dela e isso é o que eu mais gosto nela. Ela é como uma irmã mais nova pra mim, sempre preocupada comigo e sempre sabe o que me dizer para que eu me sinta melhor e dê algumas risadas; Loki já é o sarcástico, debochado e, inferno, ele consegue convencer qualquer a fazer o que ele quer. Sem contar que metade das coisas que ele fala não tem como você dar a resposta, a última palavra sempre é dele e adora esfregar a verdade na cara dos outros, adora estar sempre certo. Muito exigente quando vai escolher os rapazes que vai ficar, chega até a ser chato e eu tenho muita pena dos garotos que se interessam por ele, pois Loki os trata como se não fossem nada. Ele também se preocupa comigo, demais até, só que diferente de Natasha, ele se preocupando brigando. Ele não é a pessoa mais delicada do universo, não que Natasha seja, pois ela é muito estabanada. Natasha e Loki se conhecem desde crianças, pois suas mães são amigas, e eles estão juntos desde então e se dão tão bem que ás vezes dividem os ficantes das festas, quando não resolvem fazer uma foda a três – Loki adora dizer que Natasha é a única garota que vai ver pelada e vai ter uma relação sexual. A mãe de Natasha, Taras, confia em Loki de olhos fechados – um grande erro.

Os conheci no quarto ano do ensino fundamental e desde então eles não desgrudaram de mim. Nessa época eu já era cheio de problemas e até hoje não sei explicar o que eles viram em mim para se aproximar, só sei que, de alguma forma, eles me completam, se assim posso dizer. Depois disso sempre fomos classificados como os esquisitos e revoltados da sala de aula, eu já tinha certa fama por causa da minha história, mas Natasha e Loki eram porque simplesmente não conseguiam se entender com os outros alunos. As garotas nunca gostaram de Natasha, no ensino fundamental era porque Nate – como eu prefiro chama-la – sempre fora a mais inteligente das meninas, respostas sempre na ponta da língua e sempre preferiu brincar de correr ao invés de brincar de boneca; já no ensino médio por ela ser bissexual, as garotas sempre achavam que Natasha ia ficar as tarando e em algum momento as agarraria a força; segundo, porque Natasha é o sonho de consumo do pau de qualquer garoto daquela escola, mas poucos, pouquíssimos, conseguiam ficar com ela; Natasha sempre fora uma garota muito bonita e que sempre chamara atenção. Loki, por causa do seu jeito de ser, como ele foi criado apenas pela mãe, Frigga, sempre fora muito educado e os meninos achavam isso estranho no ensino fundamental; ele sempre gostara mais de ler do que ficar falando sobre carrinhos; no ensino médio só pirou, pois como Loki sempre se mostrou mais esperto que os outros, isso acabou irritando muitos alunos, principalmente jogadores de futebol, que Loki fazia questão de ser o mais  debochado possível. Ele sempre fora o alvo perfeito pra zoações, e assim que os garotos da escola descobriram sobre a sexualidade de Loki, as zoações passaram a ser constantes, o que nos afastou ainda mais dos alunos daquela escola. Teve até uma vez em que bateram em Loki por ele ser gay. Claro que eu não deixei barato para quem fez isso. Acabei com a raça do garoto que teve a coragem para encostar em Loki. Só não fui expulso por causa do maldito Stark.
 

Parei a moto em frente a casa de minha tia e saí da mesma, desligando-a. Passei pelo portão branco baixo e andei até a entrada da casa, onde havia alguns brinquedos espalhados e foi impossível não sorrir ao ver aqueles brinquedos. Apertei a campainha e esperei.
Em poucos minutos ouvi a porta sendo destrancada e logo foi aberta, tia Susan pareceu e sorriu ao me ver.
- James! – Ela me abraçou. – Achei que não fosse vir, Becca já estava ficando louca. – Riu. – Entre, entre. – Meu deu espaço para eu passar. Entrei e ela fechou a porta.
- Como você está tia Susan? – Perguntei, encarando-a.
- Estaria melhor se parasse me de chamar de Susan e me chamasse de Sue. Sue. – Respondeu divertida. Apenas ri. – Becca, James já está aqui! – Ela gritou do começo da escada. – Acho que ela está terminando o tal desenho que queria lhe entregar, por isso a demora. – Explicou.
- Eu espero, sabe disso. – Falei calmo.
- Mas, então, como vai a escola, o trabalho? – Perguntou. – Quer alguma coisa? Suco? Água? – Perguntou rapidamente, sem me dar tempo de responder a primeira pergunta.
- A escola e o trabalho vão bem. E eu não quero nada, tia Sue, obrigado. – Falei. Minha tia sempre fora muito agitada, igual a minha mãe. – Onde está Reed? – Perguntei, não vendo seu marido.
- No hospital. Sabe como são os médicos. – Respondeu e fez uma careta. Escutei passos rápidos e logo vi Becca descendo a escada, pulando de dois em dois degraus.
- Bucky! – Ela gritou animada e veio correndo em minha direção. Me agachei e abri os braços. Ela me abraçou forte e eu a peguei no colo. – Que saudades! – Falou sorridente e beijou minhas bochechas.
- Eu também estava com saudades. – Falei e beijei sua testa. – Lhe trouxe um presente. – Coloquei-a no chão e me agachei novamente, ficando quase da sua altura.
- Eu também tenho um presente pra você, mano. – Sorri.
- E o que é? – Perguntei curioso.
- Isso! – Entregou-me uma folha com um desenho. – É você numa versão de soldado. – Explicou. Ela me desenhara com roupas pretas e com meu braço biônico, desenhou até a maldita estrela vermelha que tinha no braço e uma máscara preta, que cobria metade do meu rosto.
- Soldados não vestem fardas pretas, Becca. – Ri, analisando o desenho.
- Eu sei, mas é pra combinar com seu braço. Acho que você ficaria muito estranho de farda verde e braço prateado. Não combinaria. – Explicou. – Você não gostou? – Perguntou e seu sorriso murchou.
- Eu adorei! Acho que esse é o desenho mais legal que você já fez de mim. Você é muito criativa, Becca! – Respondi. Ela voltou a sorrir. – E ao invés de eu guarda-lo junto com os outros, vou pôr na parede do meu quarto. – Acrescentei.
- Obrigada, Bucky! – Me abraçou novamente.
- E olha o que eu trouxe pra você. – Entreguei pra ela o pacote. Ela abriu o pacote rapidamente, rasgando-o totalmente, o que me fez rir.
- Canetas coloridas novas, que legal! Tem um montão de cores que eu não tinha no outro estojo. – Falou maravilhada. – Obrigada, obrigada! – Beijou meu rosto.
- Agora você pode desenhar até cansar. – Falei.
- Nunca irei cansar de desenhar. – Retrucou sorridente, apenas ri. – Agora vamos ao parque? – Perguntou animada. Podia ver ansiedade nos seus olhos.
- Vamos! – Respondi e me levantei.

Depois que Rebecca guardou suas canetas novas, nos despedimos de tia Sue e eu avisei que não demoraria a trazê-la de volta. Saímos de casa e fomos caminhando em direção ao tal parque que Becca estava louca para ir. Nas últimas conversas que tivemos por telefone, ela não parava de falar sobre esse parque e sobre quanto empolgada estava para me mostrar.

Chegamos ao tal parque e estava cheio de crianças pais e mães, todos felizes e se divertindo com seus filhos, famílias unidas e contentes. Pensei em como queria aquilo para minha irmã, que perdeu a mãe tão cedo e foi perdendo o pai aos poucos. Eu já não me importava mais comigo, mas, sim, com Rebecca. Não queria que fosse igual a mim, queria que ela fosse feliz e que tivesse uma vida boa e uma infância cheia de alegria. Queria que ela tivesse tudo o que eu não tive.

O parque era um lugar realmente bonito, tinha vários balanças, gangorras e rodinhas para as crianças, também um playground e até mesmo um chafariz. Havia também um lago mais a frente, bancos e muitas árvores; um lugar exclusivo para refeições e várias barracas de pipoca, sorvete e algodão-doce. Era tudo muito bem equipado e estruturado para que todos se divertissem.
Passei a tarde toda ali, brincando com Becca em todos os brinquedos que ela quis e a mimando muito com vários quilos de sorvetes. Enquanto brincávamos, ela me contava como tinha sido sua semana, ela sempre me falava tudo o que acontecia, não deixava nenhum detalhe passar. Rebecca é muito falante, os assuntos dela são muito aleatórios e ás vezes eu me perco, uma hora ela falava sobre sua amiguinha e na outra sobre o urso novo que tio Reed deu a ela. Era muita informação e eu tentava acompanhar tudo. Ás vezes ela contava algo, mas não conseguia terminar, pois ficava rindo e acabava desistindo, mas eu insistia. Adorava saber como fora o dia dela, se tirou notas boas na escolinha ou se ganhou um urso novo do tio Reed. Passávamos tão pouco tempo juntos que cada segundo em que eu estava com ela era precioso demais; adorava ouvir sua risada infantil quando contava sobre algo que aprontou com tia Sue e tio Reed. Certas vezes eu desejava morar ali com eles, mas não tinha coragem de deixar minha vó. Em qualquer momento meu pai podia aparecer bêbado e acabar a machucando e eu tenho muito medo disso.

No fim da tarde, comprei o último sorvete de Becca e voltamos para casa. Naquela hora tio Reed já estava em casa. Ele e tia Sue estavam preparando uma lasanha para o jantar e me convidaram para ficar, e como lasanha é um dos meus pratos favoritos fui obrigado a ficar. Enquanto eles cozinhavam fui para a sala assistir desenhos com Becca e fiquei impressionado com a energia que ela tinha, depois de pular e correr a tarde toda, ela ainda tinha ânimo para tagarelar sobre os seus desenhos favoritos. Claro que eu fiquei a escutando com muita atenção enquanto assistíamos Coragem - O Cão Covarde, um dos desenhos de sua lista de favoritos.

Durante o jantar, Reed perguntou como estava minha vida em Nova York – claro que não mencionamos meu pai em momento algum –, perguntou como estava meu trabalho, a escola; quis saber como estava minha vó e também perguntou se eu precisava de alguma coisa. Meus tios eram muito bons para mim, mas eu não tinha coragem de pedir nada a eles. Eles já cuidam de minha irmã, não que Becca fosse um peso, mas para mim isso é o mais importante. Saber que Rebecca está sendo criada com amor e carinho, já é tudo para mim. Eu consigo me virar, sempre consegui. Tenho meu emprego, que não é lá grandes coisas, mas ajuda bastante e na escola eu sou bom aluno, apesar de muito preguiçoso, nada que uma cola durante as provas não resolva. 
Ainda teve a sobremesa de morango, que era a especialidade de tia Sue e a minha sobremesa favorita – mamãe fazia uma igual. Comi até quase explodir e não fui o único, pois Becca me acompanhou e eu achando que ela não tinha mais estômago para nada depois de uma tarde regada a sorvetes e dois pratos de lasanha. Despedi-me de Becca e disse que ela podia me ligar quando quisesse durante a semana e que logo nos veríamos novamente, despedi também de meus tios e tio Reed falou que se eu precisasse de algo era só ligar. Apenas agradeci e sai contente pelo dia de hoje, que fora muito bom. Eu não me sentia tão bem assim há um longo tempo.

Consegui chegar em casa antes da meia-noite e assim que estacionei a moto na garagem de casa consegui ouvir os gritos de minha vó, mandando alguém embora. Sai rapidamente da garagem e corri pelo cercado em direção a frente da casa, vendo meu pai gritando com minha vó e ordenando que ela o deixasse entrar senão ele acabaria com ela.

- George, vá embora! – Gritei e me aproximei. Ele se virou.
- James, seu verme! – Ele correu em minha direção, mas tropeçou e rolou pela escadaria da varanda. Ele estava bêbado e isso não era uma novidade.
- O que está fazendo aqui? – Fiquei próximo dele, mas não o toquei. Ele se levantou meio cambaleando e eu pude sentir o cheiro forte de bebida barata misturada com cigarro.
- Eu quero ver Rebecca! Exijo ver minha filha! – Gritou. Fechei minhas mãos em punho.
- Rebecca não está aqui. Ela está bem segura e longe de ti! – Retruquei. – Agora vá embora antes que eu chame a policia. – Acrescentei o empurrando com meu braço direito.
- Polícia? – Riu. – Eu é quem deveria chamar a polícia pra prender uma aberração como você, James. Você é a desgraça da minha vida, você arruinou toda a minha vida, sua aberração! – Gritou. Engoli seco. Esse tipo de coisa já não me atingia mais.
- Você arruinou sua vida sozinho, George. Não ponha a culpa em mim. Agora vá embora. – Falei e empurrei mais uma vez.
- Não encoste em mim, senão eu acabo contigo. – Falou e levantou a mão para me bater, mas eu segurei com meu braço esquerdo, o braço biônico. Apertei seu pulso.
- Vá embora agora, seu velho bêbado! – Falei ríspido. – Não quero vê-lo aqui. Se voltar para incomodar minha vó, esquecerei que você foi um dos responsáveis por me colocar no mundo e ao invés de chamar a polícia, eu mesmo lhe darei uma surra. – Arrastei-o para fora do cercado e empurrei na calçada, fazendo com que ele caísse mais uma vez. Entrei no cercado novamente e fechei o portão, trancando-o.
- James, seu miserável! Você é um verme! Você não é meu filho! Nunca foi! Você só arruinou minha vida! – Ele gritou da calçada e eu encarei-o uma última vez. Virei e andei até entrar em casa, onde fechei a porta e a tranquei.

Minha vó estava ao lado da porta, segurando uma frigideira enquanto chorava, senti meu coração se apertar ao vê-la tão indefesa e amedrontada. Aproximei-me dela e abracei-a, perguntei se estava tudo bem com ela e se George havia encostado nela, mas ela disse que eu cheguei bem há tempo. Suspirei aliviado por saber que ele não a machucou desta vez. Pedi que minha vó fosse dormir e antes que eu fizesse o mesmo, revistei toda a casa para me assegurar que todas as portas e janelas estavam bem fechadas. 

George continuou gritando de onde estava por um longo tempo, até que alguém chamou a polícia e eles o levaram. Ele já tinha uma ficha criminal, então, os policias já o conheciam de outros tempos. Parece que meu dia nunca podia acabar cem por cento bom, sempre tinha que ter algo para estraga-lo, algo para eu não poder dizer “hoje foi o melhor dia da minha vida”. Não, eu devia me foder em alguma parte do dia. 


Notas Finais


Mores, capítulo de hoje deu pra conhecer mais um pouquinho da história do Bucky, né? Durante os capítulos cês vão descobrir mais coisas. Espero que tenham gostado e por hoje é isso. Ah, outra coisa: minha faculdade começou ontem, então, é provável que daqui pra frente eu vá atrasar os capítulos, mas, por favorzinho, não me odeiem e nem desistam da fic. Vou tentar de tudo pra atualizar os capítulos nos dias certos. Beijocas! <3


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