História Missunderstood - Capítulo 11: Não estou olhando pra ele!

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Antes que ele falasse mais alguma grosseria para mim, virei e caminhei de volta para meus amigos, que me encaravam seriamente.
- Você é meu herói! – Peter falou divertido, nos fazendo rir.

XXX

Bucky’s POV

Sábado, onze e cinquenta e oito da noite.

A semana se passou rapidamente e eu agradeci por isso, pois não aguentava mais ir para aquela escola principalmente depois do que acontecera na segunda-feira. O tal Steve me mandou várias mensagens, perguntando quando começaríamos a fazer o trabalho e eu estou me perguntando até agora como ele conseguiu meu número, aposto que foi Natasha, é a cara dela fazer isso; ele queria que eu fosse à sua casa nesta semana, mas eu consegui convencê-lo a deixar para fazermos o trabalho na próxima semana, pois eu estava cheio de serviço na oficina – o que não era mentira.

Eu estava tentando evita-lo o máximo que podia, pois, querendo admitir ou não, ele conseguiu chamar minha atenção depois do que fizera na segunda-feira. Fiquei afetado depois da sua atitude de me enfrentar. Ele era novo e provavelmente todos já encheram seus ouvidos sobre minha má reputação, mas mesmo assim ele teve a audácia de me encarar e isso me deixou impressionado, confesso.

Passei a observa-lo sempre que ele estava próximo de mim; quando estava com seus amigos ele estava animado, rindo e contando algo, mas quando estava sozinho estava sempre lendo algum livro diferente e não eram livros das matérias escolares. É notável que ele gosta de ler, já o peguei muitas vezes na biblioteca e o peguei três vezes gazeando nas aulas de educação física. Sempre que alguém que não fossem seus amigos se aproximava dele, ele ficava meio nervoso e era perceptível que ele é muito tímido, suas bochechas chegavam a ficar vermelhas e eu detesto admitir que achei isso adorável. Às vezes ele se distraia com coisas bobas, como um lápis, uma folha ou até mesmo a paisagem da janela. Porém, ele é do tipo ótimo aluno, está sempre prestando atenção nas aulas e anotando algo no caderno. Também percebi que ele tinha um tique de apertar as mãos uma nas outras quando estava falando com alguém que não fossem seus amigos, o que me fez pensar que ele deve ter algum trauma de infância ou deve ter adquirido isso por não ter conseguido se dar bem com os colegas da escola anterior. Reparei que ele tem um sorriso muito bonito, os dentes são extremamente brancos e alinhados, é invejável; os olhos são profundamente azuis e ele tem um corpo bonito, é alto e forte, no meio daquelas roupas folgadas não dá pra reparar muita coisa, mas quando ele veste a roupa da educação física é possível admirar com satisfação seu corpo. Acabei reparando que ele empina demais a bunda quando joga vôlei. E quê bunda, por Deus! Mesmo não querendo, eu acabei dando a ele mais atenção do que deveria. Muito mais.

- Está pronto? – A voz de Natasha me despertou de meus pensamentos e eu agradeci por isso. Ela havia entrado no meu quarto e eu nem percebi. Estava deitado em minha cama tentando desenhar algo.
- Você não está pronto? – Escutei Loki gritar e ergui minha cabeça para encara-los.
- Não vou a essa festa ridícula! – Retruquei. – Nós nem gostamos daquela gente e mais, passei a tarde toda com Rebecca, estou cansado. – Reclamei.
- Não gostamos, mas eu quero pegar algumas líderes de torcida. – Natasha retrucou séria. – Levante-se, Bucky! – Ordenou.
- Loki, você nem gosta do Thor. – Lembrei-o.
- Eu sei, mas eu conheci um garoto que vai a festa do Thor e eu planejo dar pra ele na cama do Thor. – Confessou. Natasha riu alto.
- Que garoto? – Perguntei curioso.
- Samuel. – Respondeu. – Ele é da faculdade. – Acrescentou orgulhoso.
- Por favor, não me façam ir a essa festa. Podemos ir a qualquer festa, mas essa não. Odeio festas que envolvam as pessoas da nossa escola e vocês sabem disso. – Implorei.
- Steve também vai. Anime-se! – Natasha falou toda sorridente.
- Ele vai? Agora eu não vou mesmo! – Falei e voltei a me deitar.
- Bucky, quem você está querendo enganar? Vimos seus olhares pra ele durante essa semana. – Loki falou.
- E não foram olhares de “Quero que esse garoto fique longe de mim”. Principalmente nas aulas de educação física, quando ele vestia aquela bermuda da escola. – Natasha comentou risonha. – Vamos a essa festa, sim! Não me faça te levantar daí! – Jogou algumas roupas sobre mim. Bufei.
- Estaremos lá embaixo te esperando, não demore. – Loki falou e eles saíram de meu quarto, deixando a porta fechado.

Retirei as roupas de cima de mim e me sentei na cama, suspirei e baguncei meus cabelos com minhas mãos. Não acredito que depois de passar a tarde toda pulando e correndo atrás da minha irmã mais nova, eu ainda teria que ir a uma festa de Thor Odinson, é cumulo do ridículo. E essa história de Loki foder na cama de Thor com outro garoto? Ele pode fazer isso, mas por que ele quer que eu vá? É desnecessário! Não irei ver a foda dele e muito menos participarei. E para completar ainda tenho que ouvir os dois babacas fazendo piadinhas sobre o nerd do Steve. Sério, eu realmente não preciso disso. Mas quer saber? Eu vou! Vou porque tem bebida de graça. Eu até posso dispensar cu de vez em quando, mas cerveja de graça não.

Levantei da cama e fui em direção ao guarda-roupa, escolher qual roupa vestiria. Bem, eu já havia tomado banho, então, era só me vestir. Optei por uma camisa preta de gola V e mangas cumpridas, calça jeans escura e uma jaqueta de couro verde escura. Calcei meus coturnos e tentei arrumar meus cabelos, mas acabei desistindo e optei por prendê-los de qualquer jeito com um elástico para cabelos. Saí do quarto e antes de descer a escada verifiquei se todas as janelas do andar de cima estavam fechadas e bem trancadas. Entrei na sala, encontrando Natasha e Loki rindo junto com minha vó enquanto ela lhes mostrava algo. Pigarrei e eles me encararam. Minha vó sorriu.

- Vai sair, querido? – Perguntou.
- Sim, irei a uma festa com eles aí. – Respondi e apontei para Natasha e Loki.
- Ah, sim. Cuidem-se todos vocês! – Falou.
- A senhora também, se precisar de alguma coisa me telefone. Estarei com o celular. – Avisei. – Os dois babacas vão me olhar muito ou vão levantar para ir a tal festa?! – Falei impaciente.
- James, não fale assim com seus amigos. – Minha vó repreendeu-me.
- É, James, não fale assim conosco. – Loki debochou. Senti vontade de soca-lo, mas apenas revirei os olhos, ainda mais impaciente.

Antes de sair de casa, fiz o mesmo procedimento do andar de cima e verifiquei se todas e portas e janelas do andar debaixo estavam bem fechadas e trancadas. Iria sair e não sabia que horas iria voltar, George podia resolver aparecer e não queria que minha vó estivesse desprotegida.

Saímos do cercado e eu tranquei o portão, levando a chave comigo, e entramos no carro de Natasha, que seria a motorista da noite. Toda vez que saímos revezamos quem iria dirigir, como eu tinha apenas a moto, usamos o carro de Natasha ou de Loki, e quando nós três queríamos beber rachávamos um táxi, mas isso raramente acontecia. E como Natasha iria trás não sei de quem hoje, ela não irá beber. Ela tem uma regra idiota de não beber quando for transar, pois quer lembrar de cada detalhe. Concordo em partes, mas ainda acho a regra idiota.

Durante o caminho, Loki foi contando sobre o tal Samuel, seu esqueminha. Ele estuda na New York University, que é uma das melhores universidades de Nova York e o conheceu por causa de sua mãe, Frigga, que dá aula de literatura na universidade. Frigga apresentou os dois e eles ficaram conversando durante meses, Natasha e eu nem sabíamos disso e ficamos indignados por saber disso agora. Loki era sempre cheio de segredinhos.

Chegamos a gigantesca mansão de Thor e era possível ouvir a música alta do lado de fora. Entramos pelo enorme portão, que estava cheio de seguranças, que perguntaram quem éramos. Respondemos que estudávamos com Thor e eles nos deixaram entrar facilmente. Que segurança boa!
Havia muitos carros estacionados pelo pátio, mas não foi muito difícil para que Natasha encontrasse uma vaguinha e colocasse seu carro ali. Saímos do carro e ela trancou. Combinamos de nos encontrar aqui no carro assim que festa acabasse e caso um de nós fosse sair com outra pessoa, deveríamos mandar mensagem. Sempre fazíamos isso.

Entramos juntos na mansão, mas logo nos separemos, pois Natasha foi igual uma louca para perto de um grupo cheia de garotas, que vestiam camisas do time que jogou contra o time de Thor, entendi que essas tais líderes eram da escola adversaria. Agora entendi porquê ela ia pegar lideres de torcida, não eram as da nossa escola. Como eu disse: Natasha não ficava com pessoas da nossa escola. Aliás, nenhum de nós. Loki sumiu em dois segundos. Resolvi ir logo atrás das preciosas cervejas.

Passei pela pista de dança improvisada na sala de estar da casa e ali a música conseguia ser muito mais alta. Era um DJ que estava tocando. Para contratar um DJ pra essa festa, o time dele com certeza deveria ter ganhado. A casa estava cheia e havia pessoas dançando, se pegando e bebendo por todo lado. Alguns estavam quase fodendo em público.

- Olha quem eu vejo aqui, James Barnes! – Thor se aproximou de mim e era notável que ele estava bêbado.
- Olá, Thor. A festa está ótima. – Falei com a voz monótona.
- Ótima? Isso aqui tá foda pra caralho! – Gritou, levantando a cerveja. – Isso aqui é pouco pra vitória que tivemos hoje. Sete a um só no primeiro tempo, meu caro. – Ele riu e bebeu.

Ele ia falar mais alguma coisa, mas uma garota de cabelos castanhos o puxou para dançar e logo os dois começaram a se agarrar. Héteros. Suspirei e voltei a procurar a minha preciosa cerveja.
Fiquei feliz quando vi um bar próximo de mim, estava cheio de barmen e alguns deles estavam preparando drinks. Cheguei perto e pedi apenas uma cerveja. Odeio essas bebidas elaboradas e com gosto de doce, por isso sou fã de cervejas, que são fáceis e rápidas de se adquirir. Em questão de segundos o barman me entregou a cerveja e a abri, dando um grande gole. Se eu acreditasse em anjos, diria que eles cantaram nos meus ouvidos “Graças a Deus”.

Fiquei um tempo sentado no bar, até que cansei de ver toda aquela gente e resolvi mexer as pernas. Caminhei para fora da casa e cheguei ao jardim, onde tinha uma piscina redonda enorme e havia outro DJ tocando ali; havia dois bares naquela parte e estava cheia de gente, mas estava mais fresco do que dentro de casa, obviamente. A piscina estava cheia de gente, várias garotas sem a parte de cima ou debaixo do biquíni ou totalmente peladas, e garotos nus também. Reconheci um ser cabelos ruivos na piscina apenas de calcinha e sutiã, Natasha. Ela estava beijando duas garotas, uma de cabelos louros e a outra de cabelos pretos. Apenas ri. Espertinha! Foi pegar uma e acabou pegando duas, minha garota!

Voltei para dentro de casa e no meio de toda aquela gente consegui avistar Loki sentado no colo de um garoto negro, forte e com o cabelo raspado, deveria ser o tal Samuel. Loki estava rebolando no colo do cara enquanto ele apertava sua bunda. E isso não foi a única coisa que eu vi... Thor estava os encarando, mas ele não os encarava como se estivesse com raiva, mas sim com ciúmes. Espera, Thor com ciúmes? Acho que me deram cerveja quente. 

Virei-me para olhar a pista de dança improvisada e vi uma cena que me fez fechar a cara em dois segundo. Era Steve... Ele estava dançando com um garoto de cabelos platinados. Estavam dançando bem próximos um do outro e o garoto de cabelo platinado – e ridículo, por sinal, não soube descolorir direito a porcaria do cabelo – falava algo para ele, que o fazia sorrir. Eu nem sabia que ele é gay.

- Você poderia ser mais discreto quando fosse olha-lo. – Escutei uma voz conhecida ao meu lado. Virei meu rosto e encontrei um dos amigos de Steve, Bruce.
- Não estou olhando pra ele. – Retruquei emburrada.
- É, então como sabe que estou falando dele?! – Retrucou esperto. Merda!

Bruce se afastou e me deixou ali com cara de otário que acabara de se entregar. Ridículo! Não sei porquê estou tão preocupado por Steve estar dançando com outro rapaz? Eu nem ao menos o conheço. Nunca parei para conversar civilizadamente com ele e é um absurdo eu estar me sentindo assim por alguém que significa absolutamente nada para mim.

Caminhei em direção ao bar, onde me sentei no banco e pedi mais uma cerveja, pois a minha havia acabado. Depois de um longo tempo bebendo um garoto se aproximou de mim e começamos a conversar, ele se chamava Remy. Em poucos segundos a minha língua já estava dentro da boca de Remy e nós nos agarrávamos dentro de um dos banheiros da mansão de Thor. Quando vi, nós estávamos com nossas calças no chão do banheiro e eu estava metendo com força nele e ele gemia quase tão alto quanto a música.