História Missunderstood - Capítulo 12: Eu sou paciente.

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Caminhei em direção ao bar, onde me sentei no banco e pedi mais uma cerveja, pois a minha havia acabado. Depois de um longo tempo bebendo um garoto se aproximou de mim e começamos a conversar, ele se chamava Matt. Em poucos segundos a minha língua já estava dentro da boca de Matt e nós nos agarrávamos dentro de um dos banheiros da mansão de Thor. Quando vi, nós estávamos com nossas calças no chão do banheiro e eu estava metendo com força nele e ele gemia quase tão alto quanto a música.

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Steve’s POV

Domingo, dez e quatro da manhã.

Acordei sentindo minha cabeça latejando e demorei mais do que o necessário para abrir os olhos, e quando os abri percebi que não estava em meu quarto. Sentei-me na cama rapidamente, ignorando a dor em minha cabeça, e observei o quarto em que me encontrava. Meu corpo está coberto apenas com um fino lençol e percebi que estava apenas de cueca que, por sinal, não é minha. Oh, meu Deus, o que aconteceu? Senti-me desesperado, aonde eu estava? Aquele com certeza não era meu quarto, era grande demais para isso.

- Bom dia, dorminhoco! – Escutei a voz animada de Pietro e o encarei. Ele acabara de sair de uma porta que eu julgava ser o banheiro, pois ele estava apenas de toalha. Só. Apenas. Engoli em seco.
- É... Bom dia... – Falei meio sem jeito. – Onde eu estou? – Perguntei.
- No meu apartamento. Aliás, meu e do meu colega, Sam. – Respondeu tranquilo.
- Eu não lembro de nada de ontem noite. – Confessei, observando ele se aproximar. Pietro ficou entre minhas pernas e me deu um rápido selinho. Engoli em seco.
- Jura? – Ele riu e me deu outro selinho. Assenti. – Tem certeza? – Assenti novamente e recebi mais um selinho. E ele riu novamente.
- O que aconteceu com... Bem... Nós, sabe?! – Gaguejei. Ele riu e deitou ao meu lado e deu um sorriso tranquilo.
- Nada, infelizmente. – Encarei-o desconfiado. – Sério, Steve, não rolou nada. Você bebeu demais e passou mal. Seus amigos estavam sumidos e eu te trouxe pra cá. Tirei sua roupa, que estava cheia de vômito, te dei um banho e coloquei em minha cama. – Explicou. – Confesso que foi bem difícil te olhar completamente nu e não poder fazer nada, mas eu nunca me aproveitaria de você. Na minha opinião, não tem prazer nenhum em transar com alguém que não vá lembrar no dia seguinte o que aconteceu, os dois tem que aproveitar o momento, não apenas um. É muito egoísmo. – Acrescentou com um sorriso divertido. Ele é tão gentil!
- Obrigado. – Suspirei aliviado e ao mesmo tempo envergonhado.
- Eu penso que você está fazendo isso de propósito. – Comentou divertido. Arregalei os olhos.
- Isso o quê? – Perguntei confuso.
- A primeira vez que ficamos, não tínhamos camisinha, e ontem, que eu enchi minha carteira de camisinhas, você passa mal. – Respondeu com um sorriso zombeiro. Ri.
- Não tenho muita sorte nessas coisas... – Confessei, sentindo minhas bochechas queimando.
- Eu sou paciente. – Afirmou. Permaneci quieto, não sabia o que dizer.
- Você sabe onde está meu celular? Meu pai deve estar morrendo de preocupação. – Falei tentado não entrar em desespero.
- Ah, sobre isso... Ele ligou mais cedo e eu atendi. Disse que era um amigo seu e que você estava em minha casa, disse que tinha passado mal e quando estivesse melhor eu o levaria para casa. – Respondeu calmo.
- Quê? – Gritei. – Você falou com meu pai? – Continuei gritando. Ele riu.
- Calma, Steve. Seu pai pareceu ter acreditado em mim e eu realmente vou te levar embora. – Respondeu.
- Como você pode ser tão calmo? – Perguntei.
- Como você pode ser tão desesperado? – Perguntou de volta e sorriu. – Vamos tomar café. Aposto que Sam fez panquecas. – Deu dois tapas de leve em uma das minhas coxas e levantou-se.
- Nós vamos assim? – Perguntei, percebendo que ele ainda estava de toalha e eu de cueca.
- Sim. Sam e eu temos um código de amizade de não pegar os ficantes do outro. Não se preocupe, ele deve estar assim como nós ou nu. Ele é muito exibido e adora mostrar que tem o pau maior que o meu. – Acrescentou divertido. Ri nervoso.

Levantei e caminhei para fora do quarto junto com Pietro, passamos pelo curto corredor que tinha mais duas portas e chegamos à sala, que era no mesmo cômodo que a cozinha, porém eram separados por um balcão de mármore.

- Bom dia! – Pietro falou. – Onde está Sam? – Perguntou ao garoto que estava de costas, mas logo se virou. Meus olhos se arregalaram.
- Loki? – Encarei-o apenas de cueca, assim como eu.
- Steve? – Ele me encarou de volta.
- Vocês se conhecem? – Pietro perguntou alterando seu olhar de mim para Loki.
- Quem se conhece? – Ouvi uma voz ao meu lado e tomei um susto ao ver aquele rapaz tão grande ao meu lado e com uma cueca vermelha minúscula. Era o tal Sam.
- Steve e o seu ficante se conhecem. – Pietro respondeu.
- Vocês se conhecem? – Sam perguntou nos olhando desconfiado.
- Ah... – Loki revirou os olhos e me interrompeu.
- Sim, estudamos na mesma escola. Ás vezes temos aulas juntos, acho que de economia e filosofia. – Respondeu sério.
- Ah. – Sam pareceu aliviado.
- Não sabia que você gosta de universitários, Steve. – Loki comentou sarcástico.
- Até ontem eu não sabia que ele é um universitário. – Retruquei. Pietro riu.
- Bem, isso não te impediu pra dar pra um... – Loki foi sarcástico mais uma vez. Senti meu rosto esquentar e provavelmente eu estava vermelho como um tomate.
- Nós não... – Sam me interrompeu.
- Olha, não queremos saber da vida sexual de vocês. Vamos tomar café. – Sam falou divertido. – Fiz panquecas, aposto que você vai adorar, Steve. – Acrescentou.
- Só não me troque pelas panquecas dele. – Pietro sussurrou no meu ouvido, me fazendo rir. Ele me deu um beijo na curva do pescoço, fazendo com que eu me encolhesse. É um dos meus pontos sensíveis. 

Durante o nosso café da manhã Loki e eu descobrimos que além de estarmos ficando – se assim posso dizer – com dois universitários que moram juntos, também descobrimos que eles estudam na New York University. Também descobri que a mãe de Loki dá aula de literatura lá e contei a ele que meu pai da aula de filosofia na mesma universidade. Sam faz aulas de Engenharia Mecânica e Pietro de Educação Física, não sei o que isso tem haver com filosofia, mas parece que os dois conhecem meu pai e o adoram. Percebi os olhares sarcásticos de Loki dirigidos a mim e não entendi o porquê. Na verdade, eu entendi muito bem, mas preferi ignorar.

Depois do café pedi a Pietro que me levasse embora, pois eu realmente precisava ir para casa. Ele me emprestou uma roupa e eu prometi a ele que logo traria de volta, em seguida entregou as minhas roupas sujas numa sacola de plástico. Nos despedimos de Sam e Loki e descemos pelo elevador. Saímos do prédio e entramos no carro de Pietro. Como eu tinha ido a festa com no carro de Tony, então, estava sem minha Pick Up. Peguei meu celular na mão e vi aqui várias mensagens de Tony, Bruce, Peter e meu pai perguntando onde eu estava, se estava bem e coisas do tipo.

O caminho durante até minha casa foi calmo e Pietro foi me contando coisas sobre a sua universidade. Ele tem vinte e dois anos e morava em Los Angeles com seus pais e sua irmã gêmea, Wanda; ele é um cara muito divertido e falante, adora falar sobre música, mas seu único problema era parecer estar interessado demais em mim. Não sei se queria alguém na minha vida agora. Há poucos dias eu me julgava hétero.

O carro parou em frente a minha casa e eu retirei o cinto, e antes de sair encarei Pietro, que sorria para mim.
- Bem, obrigado novamente. Por tudo. Juro que logo entrego suas roupas. E me desculpe por qualquer coisa. – Agradeci.
- Eu faria de novo e não se preocupe com as roupas. – Falou sorridente. Quando fiz menção de sair, ele segurou minha mão. – Steve, você não quer sair comigo nesse final de semana? – Perguntou.
- Olha, Pietro, você é um cara muito legal, mas... Sabe, não quero ir rápido. – Respondi.
- Eu entendo, já disse que sou paciente. Bem, então até mais. – Falou e beijou minha bochecha. Sorri e sai do carro o mais rápido possível. 

Praticamente corri até a porta da minha casa, retirei a chave e abri, entrando em casa e fechando a porta atrás de mim. No mesmo minuto meu pai apareceu e começou a fazer milhões de perguntas, a única coisa que eu fiz foi correr para meu quarto, onde me tranquei o domingo inteiro.

De noite, quando saí do quarto para jantar, vi que meu pai estava na sala assistindo o jornal de domingo. Aproximei-me dele e sentei na poltrona ao lado do sofá, onde ele estava deitado. Ele me encarou seriamente.

- Não irei lhe dar sermão, pois você já é bem grandinho. Mas está de castigo. Não quero que saía o próximo final de semana. – Falou zangado e levantou-se.

No fim, acabei não jantando e me sentindo culpado por não ter ligado para o meu pai e nem para meus amigos, que provavelmente estavam preocupados comigo até o momento em que eu fiz contato para avisar que, sim, eu estava vivo. Passei boa parte da minha noite e madrugada conversando com Bruce e lhe contei tudo o que aconteceu. Dos meus três amigos, sinto que Bruce era o mais o maduro para me ouvir e tentar me ajudar de alguma forma ou apenas me dar um simples conselho. E foi exatamente isso que ele fez. Ele ficou me ouvindo reclamar a noite inteira sobre Bucky, Pietro, sobre como eu estava me sentindo culpado por ter bebido demais e sobre tudo o que acontecera naquele final de semana.