História Missunderstood - Capítulo 14: Eu nem gosto de Steve...

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Toda essa tensão que eu sinto quando estou perto dele. Me sinto assim, pois estou atraído por ele. Porém, devo dar atenção a quem realmente merece: Pietro. Ele realmente é um garoto bom e eu preciso conhecê-lo. Só que eu não quero.  Quem sabe dando mais atenção a Pietro, eu acabo esquecendo da atração que sinto por Bucky antes mesmo de terminamos o trabalho.

XXX

Bucky’s POV

Segunda-feira, sete e cinquenta e oito da noite.

Depois do meu expediente recebi uma mensagem de Natasha, me convidando para jantar em sua casa e dizendo que Loki também estaria lá. Aceitei seu convite e disse que ia passar em casa para tomar um banho e trocar de roupa. Despedi-me de Fury e saí da oficina, retirei a chave da minha moto do bolso e subi sobre a mesma, pondo a chave na ignição e dando partida em direção à minha casa.

Graças a minha falta de paciência cheguei em casa rapidamente e estacionei a moto na frente. Abri a porta e fechei, trancando-a, assim que passei. Estava tudo um silêncio e eu estranhei, fui em direção à cozinha e vi que havia um bilhete na porta da geladeira. Era um bilhete de minha vó.

“James, querido, fui ao clube de pôquer com as garotas e depois irei jantar na casa de Meredith. Tem bolo de carne, arroz e purê de batata na geladeira.

XOXOXO!

Vovó.”

Sorri com o bilhete e retirei uma caneta de dentro da caneca, que havia em cima da geladeira e tinha várias coisas dentro da mesma, e escrevi no mesmo bilhete, mas no espaço em branco, que iria a jantar na casa de Natasha e tentaria não chegar tarde.
Saí da cozinha e subi a escada, em direção ao meu quarto, onde entrei e larguei minha mochila no canto. Abri o guarda-roupa e peguei uma cueca, toalha de banho e roupas limpas. Coloquei as roupas e cueca sobre minha cama e saí de meu quarto, indo em direção ao banheiro.

Depois de tomar banho, sequei meu corpo e enrolei a toalha na minha cintura, saí do banheiro e voltei ao meu quarto, onde vesti as roupas que havia deixado sobre minha cama. Vesti uma cueca box preta, uma jeans escura e uma camisa vermelha de gola V com mangas cumpridas. Calcei meus coturnos pretos. Vesti minha jaqueta preta de couro por cima e peguei meu celular, chave da moto e carteira. Desci as escadas rapidamente e sai de casa, trancando bem a porta.

Subi em minha moto e coloquei a chave na ignição, dei partida e dirigi numa velocidade um tanto quanto exagerada em direção à casa de Natasha.

Ao chegar na casa de Natasha, estacionei minha moto na frente e saí da mesma, caminhei pelo jardim bem cuidado da senhora Romanoff e subi os curtos degraus da escada branca, entrando na varanda e ficando de frente para porta, onde apertei a campainha do lado.

A porta foi aberta e uma versão mais velha da Natasha apareceu toda sorridente para mim, vestindo uma saia longa florida e uma regata branca simples, os cabelos ruivos presos, usando óculos redondo de grau sobre os olhos e com os pés descalços. 

- Bucky, que bom que veio! – Ela falou animada. – Entre, entre! – Me deu espaço para entrar.
- Até parece que eu recuso vir na sua casa, não é, senhora Romanoff?! – Falei e sorri tímido.
- Querido, senhora Romanoff só a minha mãe ou minha avó, e elas já faleceram há um bom tempo. – Falou divertida. Ri.
- Desculpe, senh... Taras. – Falei. Ela riu.
- Tasha e Loki estão lá em cima. Não sei o que estão aprontando, mas tente sair vivo de lá para comer meu famoso macarrão turbinado. – Falou.
- Pelo seu macarrão turbinado eu sou capaz de ressuscitar. – Ela riu mais uma vez e indicou com a mão para que eu fosse para o quarto de Natasha.

Segui o caminho tão conhecido por mim e andei pelo corredor, até chegar à escada e subir a mesma, andei por mais um corredor até chegar a terceira porta, que era o quarto de Natasha, e ouvir risadas vindo de dentro mesmo. Abri a porta e eles pararam de rir e me encararam. Natasha estava jogada em sua cama king sinze enquanto Loki estava sentado em seu puff com os pés sobre o outro puff.

- Finalmente, achei que fosse dar pra trás! – Natasha reclamou.
- Até parece, esse daí sabe que quando você o convida pra vir aqui é porque sua mãe vai fazer macarrão com almondegas que ele tanto adora. – Loki debochou. Ri.
- Isso é verdade! – Concordei e eles riram. Me joguei na cama de Natasha, ao seu lado. – Sabe, Nate, se eu fosse hétero, juro que te namorava só pra comer aqui todos os dias. A comida da sua mãe é dos deuses! – Acrescentei contente.
- Por favor, não fale isso perto dela, pois ela é capaz de te convidar todos os dias pra jantar aqui pra tentar te convencer a namorar comigo. Sabe que minha mãe te adora, você é como um filho pra ela. Se escuta isso, vai achar que eu sou a cura gay. – Falou divertida. Loki e eu gargalhamos.
- Olha, eu não iria me importar de jantar aqui todos os dias. – Dei de ombros. – Podíamos ter um casamento aberto, o que acha? – Sugeri divertido.
- Um casamento bem aberto né, porque Natasha ia aparecer todo dia com alguém diferente. – Loki falou sarcástico.
- Oras, não me culpe por aproveitar o máximo da minha vida. – Defendeu-se. – Não sou como você, Loki, que faz uma seleção enorme pra dar pra alguém. Se a pessoa tem boca, eu não perco tempo, vou logo beijando. – Argumentou. Rimos.
- Não faço uma seleção enorme, só não quero acabar dando pra um cara babaca. – Ele reclamou.
- Desculpe, Nate, mas nem todos tem uma boa visão como você, que só de olhar já sabe que a pessoa é legal. – Falei enquanto mexia em seu cabelo.
 - Certo, esquecendo um pouco de mim... Você ficou com alguém na festa de sábado? – Ela perguntou, me encarando.
- Fiquei. Um carinha do time que jogou contra o time de Thor. – Respondi. – Max, Martin ou qualquer merda de nome que eu não me lembro. Ele me chupou bem gostoso e era bem apertadinho, delicioso! – Ela riu. – Você ficou com aquelas duas garotas da piscina? – Perguntei curioso.
- Sim, Sharon e Peggy. São primas, líderes de torcida e estudam na mesma escola. Conheci Sharon e ela me apresentou sua prima mais velha, Peggy. Acabou que rolou um delicioso ménage a trois em um dos quartos daquela enorme mansão. – Respondeu toda animada.
- Alguém se deu bem, então... – Falei, batendo em sua bunda.
- Ela não foi a única. – Loki falou e um sorriso se abriu em seu rosto.
- Você conseguiu realizar seu plano maligno? – Perguntei, encarando-o.
- Não, mas eu e Sam transamos. – Respondeu. – Sam, me levou para seu apartamento e até me ensinou umas posições nova. Sam comprova que os boatos de negros terem pau grande. – Natasha e eu rimos. – Estou com a bunda doente até agora, o pau dele é enorme e ele é insaciável. Mal terminávamos uma transa e já partíamos pra outra, com posições novas e tudo. Era uma gozada atrás da outra. Delicioso! – Nate e eu gargalhamos muito alto dessa vez.
- Da próxima vez peça para ele ir com mais calma. – Nate falou entre risos. Loki riu.
- Se tem uma coisa que eu não quero, é que ele vá com calma. – Sorriu malicioso. – De qualquer forma, ele me recompensou com um delicioso café da manhã com direito a conhecer seu colega e encontrar Steve apenas de cueca. – Soltou. Arregalei meus olhos. Steve? – Vou contar pra vocês, aquele nerd se esconde debaixo de toda aquela roupa frouxa. Ele é um Deus de tão gostoso. – Suspirou.
- Steve estava fazendo o que lá? – Natasha perguntou confusa.
- Não é óbvio?! Steve estava com o colega de Sam, Pietro, eu acho. – Respondeu. – Eles estavam juntos na festa de Thor e magicamente acordaram juntos no apartamento. – Loki me encarava fixamente. Senti um incomodo no estômago.
- Ah, às vezes não rolou nada. Quantas vezes eu fiquei podre de bêbada e acabei não fazendo nada com nenhuma garota ou nenhum garoto?! – Nate falou.
- Pietro estava apenas com uma toalha de banho enrolada na cintura e Steve apenas de cueca. Por favor, Natasha, não seja ingênua. – Loki retrucou, agora, encarando-a. – E ele ainda fez questão de levar Steve para casa. – Acrescentou.
- Por que estamos falando desse garoto mesmo? – Perguntei tentando disfarçar minha irritação. Por que eu estou irritado ao saber que Steve transou com esse cara? Foda-se ele!

Quando o jantar ficou pronto a mãe de Natasha nos chamou e nós descemos e fomos em direção a sala de jantar, que estava com a mesa posta. O macarrão turbinado da senhora Romanoff era deliciosamente incrível, nem minha avó conseguia cozinhar tão bem quanto essa mulher – que minha avó nunca me ouça. Jantamos enquanto conversávamos sobre a escola e sobre nosso dia. Taras também perguntou como havia sido a festa de sábado e ela também contou algumas histórias de seu falecido marido, que era chefe de cozinha e a ensinou tudo o que ela sabe sobre cozinha hoje em dia. Depois do jantar, eu, Natasha e Loki arrumamos tudo para senhora Romanoff. Já era de costume nós arrumarmos a cozinha quando ela nos convidada para jantar aqui, da minha parte e de Loki era uma forma de agradecer, já Natasha fazia isso para dar um descanso para mãe, que estava sempre se esforçando para vê-la feliz.

Loki ficou mais um tempo na casa de Natasha, mas logo foi embora, pois estava aqui desde a tarde e nem avisara sua mãe. Frigga provavelmente estava bem preocupada com ele. Loki também tinha a mesma mania que eu: sair sem avisar para onde ia.

- Você ficou chateado com o que Loki disse? – Nate perguntou. Estávamos em seu quarto e dessa vez eu é quem estava sentado no puff.
- O que ele disse? – Perguntei de volta, me fazendo de desentendido.
- Sobre Steve e o outro rapaz. – Respondeu como se fosse óbvio.
- Por que eu ficaria chateado com isso? Eu nem gosto de Steve... Como não gosto de noventa e nove por cento daquela escola. – Falei sério.
- Você pareceu bem chateado quando ele falou aquilo. Na verdade, pareceu irritado. – Retrucou causalmente. – Sabe, Steve é um garoto legal... Você deveria conhecê-lo, Bucky. Você precisa conhecer alguém realmente legal, diferente desses casinhos que você tem e diferente de Har... – Eu a interrompi bruscamente.
- Sério que você está me falando isso, Natasha? Você fica com qualquer um e eu nunca te julguei por isso. Nunca disse pra você que você precisa de alguém diferente. – Falei rude.
- Nossa situação é diferente. – Retrucou. –  Sei que você e Loki me zoam, falando que eu pego todo mundo, mas não fico com qualquer um, você sabe disso. Sempre busco conhecer as pessoas com que me envolvo, passo um certo tempo com elas e quando enjoo ou quando sinto que está ficando sério demais, parto pra outra. – Explicou tranquilamente. – Mas você, sim, fica com qualquer um. Como é mesmo o nome do garoto que você ficou na festa de Thor? – Perguntou esperta. Mesmo ela estando certa, eu não admitiria. Não precisava.
- Natasha, se eu tiver que conhecer alguém, eu irei. Mas não será esse tal de Steve, ele não tem nada a ver comigo. Pare com isso. – Falei rude novamente. – E pare de encaixar Harry em qualquer coisa que faço. Eu já esqueci dele, mas vocês parecem que adoram me fazer lembrar. – Levantei subitamente. Ela suspirou triste.
- Onde você vai? – Perguntou, me encarando.
- Embora. – Respondi e caminhei até a porta. – Até amanhã. – Saí e fechei a porta do seu quarto.

Caminhei rapidamente pelo corredor e desci a escada ainda mais rápido, fui até a sala onde encontrei a mãe de Natasha, assistindo televisão enquanto bebia vinho. Pigarrei e ela me encarou, ela levantou vindo em minha direção e eu agradeci pelo jantar, em seguida me despedi. Ela me acompanhou até a porta, onde saí e segui em direção a minha moto. Sentei sobre a moto, coloquei meu capacete e coloquei a chave na ignição da moto, dando partida e saindo dali numa velocidade sem necessidade.

Cheguei em casa e estacionei a moto na garagem, me certifiquei que o portão estava fechado e entrei em casa, encontrando tudo escuro. Minha vó há uma hora dessas já devia estar dormindo. Quando eu avisava para onde ia, ela não me esperava. Subi a escada e caminhei em direção ao quarto dela, onde a porta estava entreaberta. Vi pela fresta da porta que ela estava deitada, dormindo profundamente. Deveria estar cansada.
Entrei em passos lentos e silenciosos e me aproximei dela, beijei sua testa e fiz um leve carinho em seus cabelos grisalhos. Sai de seu quarto, deixando a porta fechada para que ela soubesse que eu estive ali, e fui para meu quarto, onde deixei minhas coisas e troquei de roupa, pondo uma roupa qualquer para dormir. Saí de meu quarto e fui ao banheiro, onde escovei meus dentes e fiz minha higiene e logo que terminei voltei ao meu quarto.

Fechei a porta de meu quarto e antes de desligar a luz encarei o desenho que minha irmã havia feito de mim. Eu adoraria ser o super-herói que ela tanto quer, porém, estou longe de super-herói. Talvez eu seja um super problema, mas super-herói não. Desliguei a luz e me deitei, senti meu corpo relaxar e agradecer por eu finalmente deitar no colchão macio.