Capítulo Anterior:
Na hora de ir embora tive uma surpresa que me deixou possesso de raiva, aquele maldito Pietro veio buscar Steve na escola e ele estava animado por ver o descolorido. Ficaram se abraçando no meio do estacionamento e sorrindo um para o outro, os amigos de Steve estavam morrendo de felicidades por ver os dois juntos e ainda tive que receber um olhar sarcástico do mini Stark. Se eu pudesse passaria com minha Harley por cima desse verme.
XXXX
Steve's POV
Quinta-feira, nove e vinte da manhã.
Minha semana estava sendo ótima, eu e Pietro estávamos nos falando todos os dias e estamos nos entendendo muito bem, ele até foi me buscar na segunda-feira – ainda preciso descobrir como ele soube que meu carro estava na oficina naquele dia. Claro que quando cheguei à escola, na segunda-feira, a primeira coisa que fiz foi contar aos meus amigos sobre nosso encontro e como tudo havido sido incrível, principalmente Pietro. Contei também sobre o que aconteceu no carro, o que me fez ouvir vários "Steve seu danado" e acabei ficando com a cara vermelha feito um tomate. Bruce parecia mais feliz que todos os outros por saber do meu domingo e nem preciso dizer o porque. Ele é o único que sabe sobre meu beijo e sobre toda minha situação que envolve Bucky, ainda não estou para pronto para contar isso ao Peter e Tony sobre o beijo e todo resto, não porque não confio neles, apenas não me sinto a vontade. Parece não ser grande coisa, mas na minha cabeça toda vez que conto isso pra alguém, parece que estou revivendo o momento e reviver aquele beijo é algo bem sofrido para mim; e também porque Tony detesta Bucky, não quero discutir com meu amigo por nada.
O dia da apresentação do trabalho de história finalmente havia chegado ou seja eu seria obrigado falar com Bucky. Desde o que aconteceu domingo, nos falamos segunda-feira de noite, quando dividimos as partes do trabalho para apresentar e depois disso mantive total distância dele. Porém, o dia de hoje havia chegado e eu não teria como evita-lo como estive fazendo a semana toda. Depois de hoje eu não teria mais motivos para ver ou falar com Bucky. Seria o fim de algo que nunca começou.
O professor X chegou e pediu gentilmente que todos os alunos fossem ao auditório, onde aconteceriam as apresentações, e assim fizemos. Ao chegarmos no auditório, que ficava no bloco B, o professor fez a chamada para ver se todos os alunos estavam ali. Bucky sentou-se na poltrona ao meu lado e senti minha respiração ficar tensa.
A luz se apagou, a tela do slide acendeu com imagens, o professor sentou-se num lugar adequado para ver a apresentação de todos. As apresentações foram iniciadas por uma dupla de garotas que eu havia esquecido o nome, mas que agora não estava preocupado com isso agora. Peguei meu bloco de notas, que estava em meu bolso da jaqueta e dei mais uma revisada. Eu me sentia pronto, mas não posso negar que estava nervoso. Não sou bom em apresentações de trabalho, sempre acabo me atrapalhando.
- Você está nervoso? – Ouvi a voz rouca e suave de Bucky soar bem próxima ao meu ouvido e dei um pequeno pulo da poltrona. Ele me encarou receoso. – Desculpe. – Falou e voltou a me encarar, depois de encarou rapidamente a dupla de meninas.
- Ah, tudo bem. – Falei baixo. – E, sim, estou um pouco nervoso. Não sou o maior fã de apresentações de trabalho. – Confessei. Ele mexeu em seu cabelo, colocando uma parte atrás da orelha e eu apreciei aquele gesto tão simples como se estivesse vendo uma obra de arte. Meu maior desejo naquele momento era poder tocar nos cabelos dele, bagunça-los, talvez. Balancei a cabeça querendo afastar aqueles pensamentos de minha cabeça, agora não era hora disso.
- Você é inteligente e vai se sair muito bem. Eu é quem deveria estar preocupado. – Falou e sorriu de lado. Afaste-se, afaste-se, afaste-se. Era a única coisa que eu pensava, mas apenas pensava.
- Você é tão inteligente quanto eu, só não acredita nisso, o que é uma droga. – Falei e sorri. Bucky me olhou de uma maneira estranha, franzino o cenho, mas não como se estivesse com raiva ou triste. Não sei explicar. Era diferente. – Por que está me olhando assim? – Perguntei.
- Você é adorável. – Respondeu direto. Minhas bochechas esquentaram e tenho certeza que minha cara parecia um pimentão de tão vermelho que estava.
- Co-com... – Fui interrompido.
- Steve e James. – Ouvi a voz do professor soar alto.
- É nossa vez. Vamos lá. – Bucky falou, batendo em minha coxa e levantando em seguida.
Demorei um tempo para me recuperar e isso fez com que o professor olhasse para trás, perguntando se eu ia me apresentar junto com James ou não. Respondi que sim e levantei, ao passar por ele entreguei a parte escrita do trabalho e em seguida subi os curtos degraus e subi no palco do auditório, me juntando a Bucky. Começamos a explicar sobre o trabalho. Falamos sobre a Segunda Guerra Mundial em si, pois nosso tema era apenas esse. Comecei falando sobre a introdução, depois Bucky continuou falando o desenvolvimento da guerra. Falamos sobre os países que mais foram prejudicados, falamos sobre os motivos, quem ganhou e quem perdeu e falamos como ficaram os países depois dessa guerra. Nossa explicação não demorou muito e não foi tão chata quanto eu achava que seria. Bucky explicou sua parte muito bem e isso me deixou extremamente feliz, pois ele parecia saber que havia ido bem. No final da apresentação, o professor X fez algumas perguntas a nós, que conseguimos responder numa boa; ele também elogiou nosso trabalho e encerramos a apresentação recebendo aplausos do professor e do restante da turma. Encarei sorridente Bucky e ele me encarou. A frase "você é adorável" gritou na minha mente.
Depois que todas as duplas apresentaram o professor nos dispensou mais cedo. Saí do auditório rapidamente e voltei em passos apressados ao bloco C3, onde fui até meu armário, deixei ali o que não iria precisar e peguei o que iria usar nas próximas aulas.
- Então, é assim que termina? – Ouvi aquela voz atrás de mim e me virei, encontrando Bucky, me encarando seriamente.
- Não se pode terminar algo que nunca começou. – Respondi encarando meus próprios pés, estava sem coragem de encara-lo. Senti ele se aproximando de mim em seguida eu estava encostado contra meu armário e seus braços estavam de cada lado de minha cabeça.
- É o que você acha? – Perguntou.
- Não posso estar com alguém que não quer estar perto de mim. – Respondi e encarei-o finalmente. Mas não devia ter feito, pois vi dor em seus olhos.
- E quem disse que eu não quero estar perto de você? – Perguntou novamente.
- Você não deixa eu me aproximar. – Respondi. Tentei tocar seu braço, mas ele se esquivou. – Viu?!
Antes que Bucky me respondesse, o sinal soou e ele se afastou brutalmente de mim em seguida saiu caminhando pelo corredor o mais rápido e longe possível. Ele estava fugindo de novo e eu não fiz nada para impedi-lo. Não fiz nada para que ele ficasse... Comigo.
No fundo nós dois não estávamos tentando fazer isso dar certo e se não tentássemos, pelo menos, não adiantaria nada. Porém, eu já estava cansado. Cansado de correr atrás de Bucky e ele fugir; cansado de mandar mensagens que foram ignoradas; cansado de fazer ligações que foram perdidas e não foram retornados. Cansado de querer alguém que não me quer; e o principal de tudo: cansado de tentar fazer algo que já está fadado ao fracasso acontecer. Talvez as coisas tenham que ser assim; talvez Bucky e eu não devêssemos ficar juntos, cada um deve seguir suas vidas separados, longe um do outro.
Nunca fui o tipo de pessoa que acredita em destino, mas, talvez, neste caso o meu destino seja não ter Bucky, talvez meu destino seja sofrer por ele e tirar um aprendizado deste sofrimento. Talvez Bucky só tenha entrado em minha vida para que eu possa valorizar Pietro e perceber o quão incrível ele é e com ele que eu devo ficar, não com Bucky.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.